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Análise do Índice de Massa Corporal de 

funcionários de uma instituição de ensino superior

Estudio del Indice de Masa Corporal de los empleados de una institución de enseñanza superior

 

*Graduado em Educação Física pela PUC-Campinas

Especialista em Bioquímica, Fisiologia, Nutrição e Treinamento Esportivo

pela UNICAMP, Professor e Orientador da Faculdade Anhanguera de Campinas

**Graduado em Educação Física pela Faculdade Anhanguera de Campinas

(Brasil)

Marcelo Dias Lopes*

marcelo.lopes@aedu.com

Wesley Rocha Lima**

wesleyrochalima@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho tem como objetivo apresentar a relação de um dos maiores riscos de prevalência da doença do mundo atual, a obesidade, com a prática de atividades físicas regulares. A obesidade e o excesso de peso como uma entidade única constituem atualmente um dos problemas de saúde mais sérios de países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Objetivo: Verificar o nível de atividade física e analisar o IMC (Índice de Massa Corporal) de indivíduos funcionários de uma Instituição de ensino. Amostra: Foi composta por 30 indivíduos, funcionários de uma instituição de ensino da cidade de Campinas-SP, sendo 14 do sexo masculino e 16 do sexo feminino, na faixa etária de 18 a 53 anos. Metodologia: As avaliações realizadas nos funcionários foram: a aplicação do questionário IPAQ versão curta com objetivo de analisar a freqüência de atividade física realizada na semana e a mensuração do IMC (Índice de Massa Corporal). Resultados e discussão: 65 % dos funcionários apresentaram IMC acima do normal, obesidade I e obesidade II, e 35 % apresentaram IMC normal e abaixo do peso. Conclusão: o grupo de pessoas acima do peso é maior de que o grupo de pessoas que apresentam o peso normal, estes dados estão relacionado com o baixo nível de atividade física realizadas por este grupo.

          Unitermos: Obesidade. Sobrepeso. Atividade física. Índice de Massa Corporal.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Na conceituação do termo, a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal (COUTINHO, 1999).

    O excesso de peso é definido como aquela condição onde o peso do individuo excede ao da média da população determinada segundo o sexo a altura e o tipo de compleição física (GRANDE and KEYS 1980).

    Atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos grupos musculares, que resulte em um gasto energético maior que os níveis basais (CASPERSEN, 1985).

    O Índice de Massa Corporal (IMC) atualmente é visto como o indicador antropométrico de obesidade generalizada de maior utilização.

    O IMC define o peso relativo à altura (seguindo um padrão médico) de pessoas acima de 20 anos. Os valores do IMC correlacionam-se significantemente com a adiposidade corporal, e os especialistas os utilizam para ajudar a avaliar os riscos à saúde de uma pessoa, associados à falta ou excesso de peso.

    O questionário IPAQ versão curta é um projeto que faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas ajudam a entender se as pessoas são ativas ou sedentárias, verificando assim as atividades físicas que os indivíduos realizaram na última semana.

Obesidade

    Hipócrates (460- 377 a.C) opinara que a obesidade era um risco para a saúde e considerava como uma causa de doença que resultava em morte e representava um desvio da norma ou do ideal que é tão essencial para manter um equilíbrio saudável em todos os aspectos da vida.

    Hipócrates acreditava que uma estratégia viável para reduzir o peso por parte dos indivíduos obesos, consistia em realizar um exercício antes de comer e fazer as refeições enquanto ainda se respirava com dificuldade.

    A obesidade ou excesso de gordura resulta de uma interação complexa de influência genética, ambiental, metabólica, fisiológica, comportamental, social e talvez racial (HENRY, 1938).

    Denomina-se obesidade uma enfermidade caracterizada pelo aumento excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde, seja de ordem física, psíquica ou social (JUNG, 1997).

    O excesso de peso e a obesidade constituem atualmente um dos problemas de saúde mais sérios dos Estados Unidos, que vem se desenvolvendo em outros países subdesenvolvidos e desenvolvidos, problemas que se encontram diretamente associados a uma ampla variedade de doenças coletivamente responsáveis por uma porcentagem significante da mortalidade anual dos EUA (VAN ITALLIE, 1985).

    No Brasil a obesidade vem se desenvolvendo de forma abundante devido ao desenvolvimento econômico e Industrial, ficou mais fácil para obtenção e preparo de alimentos, hoje o padrão de vida estão ainda mais sedentário, as pessoas comem mais e se movimentam menos levando a um superávit calórico e favorecendo a obesidade nas pessoas predispostas geneticamente, tornado então numa ameaça que cresce como uma gigantesca onda, que ameaça a saúde dos habitantes da maioria das nações principalmente as do mundo ocidental (REPPETO et al, 2003).

    Segundo Monteiro e colaboradores (1995) o aumento da prevalência da obesidade no Brasil torna-se ainda mais relevante, ao verificar-se que este aumento, apesar de estar distribuído em todas as regiões do país e nos diferentes estados socioeconômicos da população é proporcionalmente mais elevado entre as famílias de baixa renda.

    A obesidade é definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão tal, que acarreta em prejuízos a saúde dos indivíduos (PINHEIRO, 2004).

    As pessoas obesas têm tolerância à glicose assim tendo uma redução global na qualidade de vida (COLLINS, 2004).

    Hipertensão, açúcar sanguíneo elevado, câncer de mama pós-menopáusico, colesterol total elevado e colesterol lipoproteico de alta densidade baixo realçam o risco de saúde precária por parte de um individuo com sobrepeso para qualquer nível específico de peso excessivo. As maiores cargas atuando sobre as principais articulações, podem resultar em dor e desconforto, complicações da osteoartrite, mecânica corporal deficiente e mobilidade reduzida, (LEGRO, 2000).

Atividade Física x Obesidade

    Sedentário é o individuo que não se movimenta o suficiente e não executa o mínimo de movimentos necessários para a manutenção física e emocional (SARKIS, 2009).

    Segundo Nadeau e Peronnet (1985) a atividade física aumenta a massa muscular, reduz o porcentual de gordura corporal, aumentando a força do indivíduo, facilitando a sua locomoção, mantém a pressão sanguínea e a freqüência cardíaca dentro de padrões aceitáveis para a idade, dificultando o acúmulo de colesterol no sangue entre outros.

    O exercício deve ser reconhecido como um componente essencial de qualquer programa de redução ponderal modifica favoravelmente a composição do peso perdido na direção de uma maior perda de gordura com a manutenção até mesmo aprimorando da capacidade de desempenho físico (BREASTED, 1931).

    A maioria dos aprimoramentos metabólicos relacionado com a saúde do indivíduo obeso com o exercício regular se relaciona muito mais com o volume total do exercício e a quantidade de perda de gordura melhorando na sua aptidão cardiorrespiratória (LUSK, 1909).

Metodologia

    O Índice de Massa Corporal (IMC) atualmente é visto como o indicador antropométrico de obesidade generalizada de maior utilização.

    O IMC define o peso relativo à altura (seguindo um padrão médico) de pessoas acima de 20 anos. Os valores do IMC correlacionam-se significantemente com a adiposidade corporal, e os especialistas os utilizam para ajudar a avaliar os riscos à saúde de uma pessoa, associados à falta ou excesso de peso.

Índice de Massa Corporal - IMC

    A razão entre o peso corporal (Kg) e o quadrado da altura (m) reflete o índice de massa corporal;

IMC = Peso (kg)

              (Altura (m))²

    Trata-se de um indicador com grande utilidade, em função da facilidade e praticidade para se obter os dados que o compõe. Embora este indicador não seja capaz de fazer distinção entre o aumento no tecido gorduroso do aumento no tecido muscular, sua correlação com o acúmulo de gordura e, principalmente com a obesidade é bem aceita na comunidade cientifica.

    Em linhas gerais, é aceitável que um indivíduo com menos de 40 anos tenha um IMC entre 20 e 25, ou até 27, para indivíduos mais velhos. A Organização Mundial de Saúde tem utilizados este indicador e pontos de cortes específicos para o diagnóstico da Obesidade e associação ao risco de desenvolvimento de doenças crônico degenerativas não transmissíveis.

Tabela 1. Classificação Internacional de Adultos de acordo com IMC

    Na segunda etapa foi aplicado o questionário IPAQ versão curta este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. As respostas ajudam a entender se os indivíduos são ativos ou sedentários. As perguntas estão relacionadas ao tempo gasto fazendo atividade física na última semana. As perguntas incluem as atividades feitas no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das atividades em casa ou no jardim, esses dados serão relacionados com o IMC, para assim verificar a associação das duas avaliações em relação à saúde e ao nível de atividade física dos indivíduos.

Resultados e conclusões

    No presente estudo, verificou-se, que o grupo 01, de pessoas que não realizam atividade física durante a semana segundo o questionário IPAQ, apresentou um índice maior de indivíduos acima do peso, comprovando a literatura que a inatividade física é um fator que pode colaborar com a prevalência de sujeitos obesos.

    O grupo 02 são sujeitos que realizam atividades leves durante a semana, destes 50% apresentaram sobrepeso e 50% obesidade, o estudo apresentou que a caminhada realizada de uma a duas vezes na semana não significou que os sujeitos condiziam com o IMC normal.

    No grupo 03, caracterizado por sujeitos que realizam atividades moderadas durante a semana, a porcentagem de indivíduos com o IMC normal é maior, assim contribuindo ao estudo e reforçando que a atividade física pode ser um dos fatores que melhoram e reduzem o IMC.

    Estatisticamente o resultado da avaliação dos IMCs apresentado no gráfico abaixo é que a porcentagem de funcionários com o peso normal é menor em relação aos que apresentam o sobrepeso e que a tendência é aumentar o grau de funcionários obesos devido à inatividade física, apresentada como resposta no questionário IPAQ versão curta.

    No presente estudo, 65 % dos funcionários avaliados apresentaram-se acima do peso normal, ou com obesidade I ou com obesidade II, e apenas 35 % dos avaliados apresentaram peso normal ou abaixo do peso. Com esses dados podemos considerar que o grupo de pessoas acima do peso é maior de que as pessoas que apresentam o peso normal, isso tudo esta relacionado com o nível de atividade física realizada na semana por estes grupos, outros fatores como a genética e a alimentação de cada indivíduo também contribuem para esses valores finais.

Referências bibliográficas

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  • CASPERSEN, C.J.; Powell, K.E. & Cristensen, G. M. (1985). Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Reports, 100(2), 172-179.

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  • JUNG R, T. Obesidade e as Doenças. Brazilian Medicine Bull, 1997.

  • LEGRO RS, et al. Rapid maturation of the reproductive axis during perimenarche independent of body composition. J Clin Endocrinol Metab 2000.

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  • REPETTO, Giuseppe, et. Al Prevalência, Riscos e Soluções na Obesidade e Sobrepeso: Here, There, and Everywhere. Arq Bras Endocrinol Metab vol 47 nº 6 Dezembro 2003.

  • SARKIS, Miguel. A Construção do Corredor: dos primeiros passos à alta performance. São Paulo. Ed. Gente. 2009.

  • VAN ITALLIE, T. B.. Health implications of overweight and obesity in the United States. Annals of lnternal Medicine. 1985.

  • WILMORE, Jack H, et. AL. Fisiologia do Esporte e do Exercício. Copyright 1994. Pg. 671.

  • WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). BMI classification. Disponível em: http://www.who.int/bmi/index.jsp?introPage=intro_3.html .

  • WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation presented at the World Health Organization; June 3–5, 1997; Geneva, Switzerland. Publication WHO/NUT/NCD/98.1

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