Análise biomecânica do exercício crucifixo no aparelho, e suas variações dentro das academias Análisis biomecánico del ejercicio crucifijo con aparato y sus variaciones en los gimnasios |
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Bacharelado em Educação Física Faculdade do Clube Náutico Mogiano, FCNM (Brasil) |
Debora Benicio Edvam Tenorio Elaine Tavares Ronaldo Almeida |
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Resumo Quando falamos de atividades físicas vemos modalidades individuais e coletivas, uma das que tem mais procura dos indivíduos atualmente são os treinos resistidos por proporcionarem uma melhora na saúde, condicionamento físico e na estética. Este trabalho tem como objetivo realizar uma analise biomecânica do movimento de musculação Crucifixo no aparelho. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros que geralmente é utilizada por academias quando se fala em movimentação biomecânica dos exercícios. Um questionário com perguntas abertas e fechadas foi aplicado para 20 professores de diferentes academias da região Leste de São Paulo. O Exercício como visto no trabalho é responsável por grandes movimentações na cintura escapular, envolvendo grandes grupos musculares, porém concluímos que pela grande movimentação escapular que o exercício e suas variações realizam, o mesmo é especifico para um treinamento de costas, o que vai ao contrario a algumas bibliografias que trazem este mesmo exercício para um trabalho de ombro. Unitermos: Musculação; Biomecânica; Crucifixo invertido.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
De acordo com Carvalho, 1998 apud Santos 2006, no começo da história o homem realizava diversas atividades físicas realizando hábitos naturais do seu dia, como fatores importantes para a sobrevivência, comunicação e expressões. Com o passar dos tempos onde a industrialização foi tomando conta, se perdeu um pouco disso, tornando os homens cada vez mais pessoas inativas acarretando a isso diversos problemas principalmente ligados a saúde.
O homem por utilizar cada vez menos suas ações corporais no seu dia a dia e vendo que doenças relacionadas a esses fatos começam a surgir, rapidamente se vêem em busca de atividades físicas que supram essas necessidades. Vários estudos voltados para Educação física têm trazido esse tema de saúde e qualidade de vida através das atividades físicas com o intuito de destacar a sua importância na melhoria da saúde pública. (ASSUSNPÇÃO et al, 2002)
A atividade Física praticada corretamente e sobre o auxilio de profissionais, pode auxiliar grandemente na prevenção de diversas doenças, logo vemos que atualmente a inatividade física esta contribuindo para a formação de diversas doenças. Realizando os exercícios adequadamente associado com uma boa alimentação ajuda no bem estar psico-fisico-social. (FANHANI; FERREIRA, 2006; MARTINS; SANTOS 2004 apud OLIVEIRA 2010)
Quando vemos o movimento corporal podemos dizer que esta sendo realizada atividade física, logo que esta envolvida a musculatura e a um gasto energético.
(Barbanti, 2003)“O termo atividade física refere-se à totalidade de movimentos executados no contexto do esporte, aptidão física, da recreação, da brincadeira, do jogo e do exercício. Num sentido mais restrito é todo movimento corporal, produzido por músculos esqueléticos, que provoca um gasto energético.”
Quando falamos de atividades físicas vemos modalidades individuais e coletivas, uma das que tem mais procura dos indivíduos atualmente são os treinos resistidos. A musculação tem sido uma das atividades mais procuradas pelas pessoas que querem buscar uma boa saúde, bom condicionamento físico, e melhora na estética. Mas para isso um comprometimento com os treinos, alimentação e uma orientação adequada são muito importantes. (MAESTÁ et al,2000; PEREIRA et al,2007 apud OLIVEIRA, 2010)
O gráfico abaixo mostra as atividades físicas que pessoas com Diabetes Mellitus (DM) mais gostarias de praticar:
Fonte: http://www.efdeportes.com/efd138/exercicio-fisico-no-controle-do-diabetes-mellitus.htm
Como podemos ver no gráfico a musculação fica somente atrás da caminhada como atividade física mais procurada pelas pessoas com DM. Esse gráfico é só um exemplo sobre atividades físicas mais procuradas por pessoas com algumas doenças, logo nosso objetivo nesse trabalho não é esse.
(SILVEIRA NETTO, 2000; ACSM, 1997; ANDERSSON et al, 2005).“Estudos demonstram os benefícios da atividade física no DM, tanto na manutenção da glicemia, quanto no perfil lipídico dos portadores de diabetes. Exercícios físicos regulares e uma dieta balanceada ajudam no controle e na prevenção da DM 2.”
Alguns relatos trazem que o trabalho com pesos surgiu na Grécia antiga onde foram encontrados registros de homens que treinavam com um bezerro nas costas ou levantavam pedras, porém nas olimpíadas de Atenas em 1896 foi onde foram visto as primeiras competições.
(Bittencourt, 1984 apud Nogueira, 1997)“A musculação representa um conjunto de meios que visa ao desenvolvimento e / ou a manutenção de qualidades físicas relacionadas com as estruturas músculo articulares, podendo também reabilitá-las, bem como desenvolver a capacidade orgânica”
A partir do século XIX foi aonde vimos que começaram as competições de cultura física (fisiculturismo), onde a partir daí todos começaram a ver uma forma de desenvolvimento muscular e uma grande oportunidade de ganhar dinheiro também; com isso começaram a surgir grandes ginásios com o desse tipo de treinamento.
Com os diversos estudos na área da musculação vimos que a mesma deixa de ser somente uma atividade especifica, para dar suporte a outras, onde exigem um bom fortalecimento muscular como, por exemplo, os esportes coletivos e ginásticas gerais.
Como podemos ver hoje em dia nas academias de musculação o público que freqüenta é bem diversificado pode encontrar varias faixas etárias; onde procuram diferentes objetivos, seja estético ou relacionado à saúde. Algumas pessoas têm uma visão que os exercícios virão trazer uma forma masculinizada devido ao desenvolvimento da musculatura.
(Barbanti, 2003)“A musculação é um tipo de treinamento físico em que se empregam, pesos progressivamente mais pesados para melhorar a forma física. Na competição chamada de culturismo, são julgados o tamanho dos músculos, e definição, a dureza, a proporção, a simetria e a rotina de poses. Também chamada de body building.”
Objetivo
O presente estudo tem como objetivo através de uma visão bibliográfica, realizar uma analise biomecânica do movimento de musculação Crucifixo no aparelho e comparar com a utilização nas academias atualmente, se seguem os mesmos princípios biomecânicos.
Metodologia
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros que geralmente é utilizada por academias quando se fala em movimentação biomecânica dos exercícios. Um questionário com perguntas abertas e fechadas foi aplicado para 20 professores de diferentes academias da região Leste de São Paulo.
Analise biomecânica
Crucifixo em aparelho
Plano e eixo
O exercício se encontra no plano transverso e seu eixo horizontal.
Movimento e musculatura envolvida
Sentado em frente ao aparelho, o tronco apoiado sobre o encosto, os braços estendidos para frente, as mãos segurando os puxadores:
inspirar, afastar os braços e aproximar as escápulas no final do movimento expirar.
O deltóide, porção posterior, infra-espinhal, redondo menor.
E no final do movimento na aproximação das escápulas: O trapézio e o rombóide.
“No movimento de abdução horizontal, o deltóide posterior será o agonista do movimento com uma contração isotônica concêntrica e o deltóide anterior será responsável por desacelerar o movimento, através de uma contração isotônica excêntrica. O deltóide medial é quem fará o maior trabalho, pois é ele quem está segurando o peso do membro superior mais a resistência na posição abduzida (contração isométrica).” (CAMPOS, 2000)
Fizemos uma entrevista através de um questionário (anexo) com 20 professores de academias para verificar algumas duvidas que surgiram durante a realização deste trabalho e obtivemos os seguintes resultados:
Neste questionamento tivemos como resposta de 18 professores para costas e 2 para ombros.
Neste questionamento tivemos como resposta de 18 professores para crucifixo invertido e 2 para voador invertido.
Essa foi uma questão onde tivemos mais de uma resposta por professor nas respostas tinham 20 para, Elevação lateral com halteres tronco inclinado; 18 para, Crucifixo invertido na polia baixa; 15 para, Peck deck e 1 resposta estava Crucifixo invertido na polia baixa com corda.
Logo abaixo acrescentamos alguns movimentos citados pelos professores para visualizar se a musculatura trabalhada corresponde a analizada.
Crucifixo invertido com halteres
Plano e eixo
O exercício se encontra no plano transverso e seu eixo horizontal.
Movimento e musculatura envolvida
Em pé, as pernas afastadas e discretamente flexionadas, o tronco inclinado para frente mantendo as costas retas, os braços pendentes, as mãos segurando halteres, cotovelos levemente flexionados:
inspirar e elevar os braços até a horizontal, expirar no final do esforço.
Este exercício trabalha o conjunto dos ombros, acentuando o trabalho do feixe posterior do deltóide. Se nos aproximarmos as escapulas no final do movimento, nós solicitamos o trapézio – o rombóide, o redondo menor e o infra espinhal.
Variação: esse exercício pode ser realizado sobre um banco inclinado, o tronco em apoio ventral.
Crucifixo invertido na polia baixa
Plano e eixo
O exercício se encontra no plano transverso e seu eixo horizontal.
Movimento e musculatura envolvida
Em pé, as pernas afastadas e discretamente flexionadas, o tronco inclinado para frente mantendo as costas retas, os braços pendentes, um puxador em cada mão cabos se cruzando:
inspirar e elevar os braços até a horizontal, expirar no final do esforço.
Este exercício trabalha os deltóides, principalmente o feixe posterior. Deve ser observado que, no final do movimento, no momento da aproximação das escapulas, são solicitados o trapézio (porções média e inferior) e o rombóide.
Lesões
O ombro e a parte do corpo onde temos a possibilidade de diversos movimentos, com isso um grande numero de lesões é visto principalmente quando é utilizado cargas em exercícios.
Lesões
Contusão
“Uma lesão (escoriação) no qual a pele não sofre solução em continuidade.”
Distensão
“Nome comum para uma ruptura de fibras musculares ou de tecidos fibrosos do músculo, tendão ou ligamento, geralmente causado por um esforço muito grande ou estresse muscular. Também chamada de estiramento muscular.”
Bursite
“Inflamação de uma bolsa sinovial. Estas pequenas bolsas fluidas, interpostas entre as epífises das articulações, agem com instrumento de lubrificação. Quando inflamadas possuem depósitos de cálcio em estado semi-sólido.”
Luxação
“Nome dado quando há separação ou deslocamento das partes ósseas numa superfície articularem. É a perda completa da superfície de contato entre os ossos de uma articulação.”
Tendinite
“Resposta inflamatória a um micro trauma de uma tensão.”
Contratura
“Encurtamento, endurecimento ou contração anormal de um músculo ou da cápsula da articulação que restringe a modalidade e a amplitude do movimento em uma articulação.”
Conclusão
O Exercício como visto no trabalho é responsável por grandes movimentações na cintura escapular, envolvendo grandes grupos musculares. As bibliografias analisadas trazem como responsável por um treinamento no segmento de ombro, porém concluímos que pela grande movimentação escapular que o exercício e suas variações realizam, o mesmo é especifico para um treinamento de costas, no questionário aplicado nas diferentes academias foi visto que em sua maioria utilizam o exercício para esse segmento. As lesões colocadas ao final do trabalho vêm como uma somatória para o conhecimento sobre o exercício e como proposta de estudos para próximos trabalhos, que apesar de um trabalho de costas quando falamos em lesões nesse exercício o ombro é que sofre os maiores problemas.
Referências bibliográficas
ASSUMPÇÃO, Luis Otávio Teles et al. Relação entre atividade Física, Saúde e qualidade de vida. Notas introductorias. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 8 - Nº 52 - Septiembre de 2002. http://www.efdeportes.com/efd52/saude.htm
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação física e esporte. 2. Ed. Barueri, SP: Manole, 2003.
CAMPOS, Maurício de Arruda. Biomecânica da musculação. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
DELAVIER, Frédéric. Guia dos movimentos de musculação: abordagem anatômica.
NOGUEIRA, Claudio José Gomes. Educação Física na sala de aulas. Rio de Janeiro. SPRINT, 1995. 2º edição. 1997.
OLIVEIRA, Ana Lucia Girasoli et, al. Nível de atividade Física em praticantes de musculação de um clube da cidade de São Paulo. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010. http://www.efdeportes.com/efd142/atividade-fisica-em-praticantes-de-musculacao.htm
PERTENCE, Leonardo Coelho et al. Exercício Físico no controle do Diabetes Mellitus. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 14- Nº 138 - Noviembre de 2009. http://www.efdeportes.com/efd138/exercicio-fisico-no-controle-do-diabetes-mellitus.htm
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