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Evolução do estado nutricional e aleitamento 

materno em crianças menores de dois anos de idade

Evolución del estado nutricional y la lactancia materna en niños menores de dos años de edad

 

*Nutricionistas, Pós-graduandas. Especialização em Obesidade

e Emagrecimento. Universidade Gama Filho

**Docente do Departamento de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)

Mestre em Saúde Pública e Doutora em Medicina Interna e Ciências da Saúde

(Brasil)

Caryna Eurich Mazur*

Cátia Cibele Semchechem*

Priscila Antunes Tsupal**

caryna_eurich@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil nutricional e aleitamento materno de crianças menores de 2 anos de idade atendidas na puericultura de uma unidade básica de saúde de Guarapuava, Paraná. Os dados foram coletados sem intervenção direta, por meio de análise de prontuários. Foram analisados os dados de peso (Kg) e estatura (cm) segundo os critérios da OMS, 2006: estatura para idade (E/I), peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E) e índice de massa corporal para idade (IMC/I). Foram analisados também o tempo gestacional, aleitamento materno e exclusivo, alimentação complementar, suplementação mineral/vitamínica e esquema vacinal das crianças. O total da amostra foi de 130 prontuários de crianças menores de dois anos de idade. Com relação à avaliação nutricional, de acordo com o IMC/I, a maioria apresentou adequação de estatura para a idade, não apresentando significância estatística entre os gêneros. Quanto ao tempo gestacional, a maioria das crianças nasceu a termo, apresentando diferença entre meninos e meninas (p<0,05). As meninas fizeram mais uso da suplementação de vitaminas e minerais, comparado aos meninos. A maioria (82,3%) apresentou a carteirinha de vacina atualizada. Com relação ao aleitamento materno (71,54%) das crianças foram amamentadas, 27,69% exclusivamente e 6,92% receberam a alimentação complementar em tempo adequado e oportuno. A maioria das crianças encontrava-se em eutrofia (58,5%). Observa-se a necessidade de reforço na vigilância alimentar e nutricional e orientação nutricional, com ênfase no estímulo ao aleitamento materno exclusivo.

          Unitermos: Infância. Aleitamento materno. Alimentação complementar. Estado nutricional.

 

Resumen

          El objetivo de este estudio fue evaluar el perfil nutricional de la lactancia materna y los niños menores de 2 años de edad que asisten a la guardería de una unidad básica de salud Guarapuava, Paraná. Los datos fueron obtenidos sin la intervención directa a través del análisis de las historias clínicas. Se analizaron los datos de peso (kg) y la altura (cm) de acuerdo a criterios de la OMS, 2006: talla por edad (T/E), peso por edad (W/A), peso por talla (P/E), peso corporal por edad (IMC/A). También se examinaron el momento del embarazo y la lactancia materna exclusiva, alimentación complementaria, suplementos minerales, vitaminas y calendario de vacunación para los niños. La muestra total fue de 130 historias clínicas de niños menores de dos años de edad. Con respecto a la evaluación nutricional, de acuerdo con el índice de masa corporal, la mayoría tenía una altura adecuada para la edad, no hubo diferencia estadísticamente significativa entre los sexos. En cuanto al momento del embarazo, la mayoría de los niños nacidos a término diferencia, significativa entre niños y niñas (p<0,05). Las niñas hicieron un mayor uso de suplementos de vitaminas y minerales en comparación con los varones. La mayoría (82,3%) presentó el carné actualizado de vacunas. Con respecto a la lactancia materna, el 71,54% de los niños fueron amamantados exclusivamente; 27,69% y 6,92% recibieron alimentos complementarios en el tiempo adecuado y apropiado. La mayoría de los niños se encontraba en estado eutrófico (58,5%). Existe la necesidad de fortalecer la vigilancia alimentaria y nutricional y asesoramiento nutricional, con énfasis en el fomento de la lactancia materna exclusiva.

          Palabras clave: Niños. Lactancia materna. Alimentación complementaria. Estado nutricional.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O leite humano contém um conjunto de nutrientes perfeitamente adequados às necessidades dos lactentes, oferecendo substâncias com atividades protetoras e imunomoduladoras que proporcionam proteção contra infecções e alergias, estimulando o desenvolvimento do sistema imunológico, digestório e cognitivo (SBP, 2008).

    Apesar dos esforços dos diversos órgãos nacionais e internacionais a favor da amamentação e das inúmeras evidências científicas provando a superioridade do leite materno, as taxas de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão abaixo do recomendado (BRASIL, 2009).

    Preconiza-se o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e a introdução da alimentação complementar a partir desse período, podendo ser mantido preferencialmente até os dois anos ou mais de vida da criança (WHO, 1991; BRASIL, 2001; BRASIL, 2009).

    A introdução de novos alimentos a partir dos seis meses, além de suprir as necessidades nutricionais, aproxima progressivamente a criança aos hábitos alimentares de quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo a uma nova fase do ciclo de vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas, texturas e saberes (BRASIL, 2009).

    O estado nutricional da criança está intimamente ligado às condições de saúde, especialmente nas fases iniciais da vida. A nutrição adequada é muito importante para evitar um de seus principais agravos - a desnutrição, sendo que esta é maior nos países em desenvolvimento, abrangendo condições patológicas decorrentes da falta de energia e proteínas, em variadas proporções, atingindo preferencialmente as crianças (IBGE, 2009; CABRAL, 2011).

    Entre os indicadores antropométricos disponíveis, a altura é a medida que melhor resume o estado de saúde e nutrição de uma comunidade, pois o incremento da altura é proporcionalmente mais lento que o aumento de peso, visto que uma criança triplica seu peso de nascimento no primeiro ano de vida, enquanto sua altura aumenta em 50%, no mesmo período. Assim, o indicador altura/idade (A/I) mede o crescimento linear e seu déficit relaciona-se com alterações acumulativas de longo prazo na situação nutricional e na saúde em geral e estando associado a processos de longa duração e a um retardo de crescimento acumulado, reflete ainda formas crônicas de desnutrição (LAURENTINO et al., 2003).

    A avaliação do peso para idade (P/I) é muito adequada para o acompanhamento do ganho de peso e remete a situação global da criança, mas não diferencia o comprometimento nutricional atual (ou agudo) das doenças pregressas (ou crônicas). Por isso, é importante complementar essa avaliação com outro índice antropométrico. O índice de peso para estatura (P/E) é utilizado tanto para identificar o emagrecimento quanto o excesso de peso da criança. Já o índice de massa corporal para idade (IMC) expressa a relação entre o peso da criança e o quadrado da estatura. Cruzando esse índice com a idade, é possível identificar o excesso de peso entre crianças e adolescentes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009).

    A avaliação antropométrica é o principal passo no diagnóstico do estado de saúde, sendo importante no atendimento e acompanhamento da criança. É importante, pois mede as condições nutricionais do organismo, resultantes do balanço entre a ingestão e a perda de nutrientes (MELLO apud CABRAL, 2011).

    Aferir o crescimento de uma criança é uma das formas mais eficientes de avaliar a condição geral da mesma, proporcionando intervenções efetivas para restabelecer sua saúde, prevenindo e até evitando danos provenientes da desnutrição (ROCHA et al., 2006).

    Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil nutricional e o aleitamento materno em crianças menores de dois anos de idade atendidas na puericultura de uma unidade básica de saúde do município de Guarapuava, Paraná.

Método

Sujeitos e desenho do estudo

    Esse trabalho caracteriza-se como um estudo longitudinal, retrospectivo, descritivo, com abordagem quantitativa.

    A amostra foi composta por crianças de zero a dois anos de idade devidamente cadastradas no Programa de Puericultura de uma Unidade Básica de Saúde, do município de Guarapuava, Paraná. Não houve intervenção direta, pois os dados foram retirados dos prontuários da puericultura. O total da amostra foi de 130 prontuários de crianças menores de dois anos de idade.

    O principal critério de inclusão desse estudo foram os prontuários da puericultura. Àqueles que apresentarem ausência de medidas antropométricas e menos de duas visitas à puericultura foram excluídos.

    O estudo foi conduzido durante os meses de julho e agosto de 2011.

Avaliação do estado nutricional

    A partir dos dados de peso (Kg) e estatura (centímetros) contidos nos prontuários, foram calculados os quatro indicadores antropométricos principais, preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): estatura para idade (E/I), peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E) e índice de massa corporal para idade (IMC/I). Os indicadores são recomendados da seguinte forma: de 0 a 5 anos, como a população desse estudo, a utilização de todos é a aconselhada (E/I, P/I, P/E e IMC/I) (OMS, 2006; ONIS et al., 2007). Considerou-se o primeiro dado da criança (data da primeira visita) e o último dado (última visita).

Demais variáveis estudadas

    Além do peso e altura da criança foram coletados dados sobre aleitamento materno (AM), aleitamento materno exclusivo (AME), alimentação complementar, esquema vacinal, suplementação de vitaminas e minerais e idade gestacional. Todos obtidos na anamnese inicial da criança, portanto, avaliado somente uma única vez.

Análise estatística

    Todas as variáveis quantitativas do estudo foram expressas por meio de estatística descritiva. Para a descrição das variáveis explanatórias segundo gênero e idade, foram apresentados valores médios, desvios-padrão e frequências relativas (%). Os valores contínuos foram comparados por meio do teste t de student para amostras independentes. O teste de qui-quadrado foi aplicado para avaliar a significância entre as variáveis qualitativas. O nível de significância foi fixado em 5% (p<0,05). A análise estatística foi realizada por meio do programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS®) versão 19.0 para Windows.

Resultados

    Foram obtidos dados de 130 crianças menores de 2 anos de idade, sendo 46,92% (n=61) do gênero feminino e 53,07% (n=69) masculino.

    A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos para os índices P/I, P/E, E/I e IMC/I, para meninos e meninas em dois momentos, na primeira e última visita a puericultura.

Tabela 1. Distribuição do estado nutricional de crianças atendidas na puericultura. Guarapuava, 2011

    Observa-se na tabela 1 que o indicador peso/idade demonstrou maior prevalência de baixo peso em ambos os gêneros durante a segunda avaliação, seguido por aumento de peso elevado para a idade, diminuição da eutrofia nas meninas e aumento nos meninos.

    Com relação ao peso/estatura observa-se que com o aumento da idade houve diminuição do baixo peso em ambos os gêneros, além de redução da adequação com aumento de peso elevado para a idade nas meninas. Já para os meninos nota-se aumento da adequação e de peso elevado para a estatura.

    A freqüência de retardo de crescimento linear, de acordo com o índice estatura/idade, aumentou durante a segunda avaliação apresentando maior porcentagem de crianças em risco nutricional para retardo de crescimento linear.

    O indicador IMC/idade demonstra na segunda avalição aumento da adequação em ambos os gêneros em relação a primeira.

    A avaliação nutricional das crianças indica de forma geral, que com o aumento da idade (a segunda avaliação em relação a primeira) as crianças tenderam a diminuir o peso, apresentaram alta porcentagem de déficit da estatura para a idade, porém de acordo com o IMC/I que abrange estatura e peso para idade, a maioria apresentou adequação.

    Pode-se observar que maior parte das crianças nasceu a termo (94,61%;n=23). A diferença entre meninos e meninas a termo foi considerada significativa (p<0,05) sendo que os meninos tiveram a maior prevalência do tempo gestacional normal, do que as meninas (Quadro I).

Quadro I. Tempo gestacional conforme gêneros. Guarapuava, 2011

    As crianças da Unidade Básica de Saúde receberam suplementação de vitaminas e sais minerais (vitamina A, vitamina D e sulfato ferroso). Observa-se no gráfico 1, que as meninas receberam mais suplementação, comparadas aos meninos, no entanto, não apresentando diferença significativa.

Gráfico I. Tipo de suplementação administrada entre os gêneros. Guarapuava, 2011

    No geral, 40,76% (n=53) crianças faziam uso de vitamina A; 36,15% (n=47) de vitamina D; e, 28,46% (n=37) administravam sulfato ferroso.

    Na questão de atraso ou não do esquema vacinal das crianças, 82,3% (n=107) das mães afirmaram que todas as vacinas foram tomadas em dia. Podemos observar no gráfico 2, que os meninos estavam em dia com o esquema vacinal, comparados com as meninas. Enquanto que, quando comparados os percentuais de atrasados, a diferença foi significativa entre os gêneros, sendo que as meninas estavam com as vacinas mais atrasadas.

Gráfico 2. Esquema Vacinal comparado entre os gêneros. Guarapuava, 2011

    Em relação ao aleitamento materno, 71,54% (n=93) das mães afirmaram que amamentaram seus bebês. Já, o número de crianças que encontravam-se em AME foi de 36 (27,69%). A alimentação complementar foi inserida em um momento oportuno, ou seja, após os 6 meses de idade da criança, onde ocorreu com 6,92% (n=9) das crianças. O 5º mês de vida (5,1±2.48 meses) foi a média de inserção da alimentação, excluindo o leite materno. Sendo que 23,85% (n=31) das mães alegaram que ainda não haviam oferecido nenhum alimento à criança. É possível observar que 41,73% (n=54) das mães ofereceram alimentos aos bebês antes destes completarem 6 meses de idade. Os alimentos ofertados às crianças estão expostos na tabela 2.

Tabela 2. Alimentos oferecidos às crianças relacionados com a idade. Guarapuava, 2011

Discussão

    Os resultados aqui encontrados apontam que 10% das crianças apresentaram excesso de peso. Resultados similares foram encontrados por Grillo et al. (2000) e Silva e Mota (2005) estudando as favelas de São Paulo (SP), região semelhante a do presente estudo. Os autores sugerem que o excesso de peso encontrado nas crianças estudadas (12,6%) foi possivelmente oriundo de uma desnutrição crônica, decorrente de uma má nutrição materna e de uma nutrição infantil inadequada nos primeiros anos de vida.

    Segundo Ong (2006), o baixo peso ao nascer, associado à introdução precoce de alimentos complementares e a uma maior incidência de diarreia, favorecidos pela insalubridade do meio ambiente, pode determinar a alta prevalência de desnutrição observada em populações menos favorecidas, como as desse estudo onde em média 13,9% das crianças analisadas apresentavam IMC baixo do recomendado. Observa-se ainda, que em média 70% das crianças desse estudo apresentaram baixa estatura para a idade, sendo que diversos estudos tem demonstrado que déficits de estaturas diagnosticados na primeira infância poderiam determinar a baixa estatura dos adultos (MONTEIRO, 2003; SCHIERI et al. 2003).

    Garcia et al. (2011) analisaram o estado nutricional de crianças menores de 2 anos atendidas em uma Unidade Básica de Saúde, encontrou 12,3% de baixa estatura/idade, contradizendo com os resultados desta pesquisa onde encontrou-se em média 70% de déficit nutricional para este parâmetro. Vitolo et al. (2008) ponderou que a chance de déficit de crescimento em seu estudo, foi o dobro maior na área em condição socioeconômica mais baixa, aumentando de acordo com o número de irmãos e maior para a faixa etária de até 36 meses, reforçando que a população deste estudo, que tem condição socioeconômica desfavorável, embora não fosse analisado essa variável, possui alto percentual de déficit de crescimento.

    Foi observado que as prevalências de sobrepeso e obesidade diminuíram à medida que ocorreram o aumento da faixa etária. Esse é um fenômeno esperado, pois se sabe que, em crianças, um moderado excesso de peso poderá ser compensado pelo futuro crescimento, o que constitui, inclusive, um aspecto positivo para o tratamento da obesidade na infância (SILVA et al. 2005).

Esquema vacinal

    Grande parte das crianças aqui pesquisadas encontrava-se com o esquema vacinal em dia. Situação parecida foi constatada em dois estudos, o de Faria et al. (2006) quando 91,23% das crianças estavam em dia com a carteirinha de vacina e no estudo de Saprolli e Adomi (2007) que 100% das crianças foram corretamente imunizadas.

Suplementação

    O Programa Nacional de Suplementação de Ferro (BRASIL, 2009), prevê que a introdução da alimentação complementar deve ser iniciada de forma correta, uma vez que ela tem papel importante no suprimento de ferro durante a infância. No presente estudo a suplementação de sulfato ferroso não foi expressiva (28,46%; n=37).

    A deficiência de vitamina A em crianças brasileiras, ainda não foi estudado a nível nacional, mas estudos isolados demonstram que há prevalência maior de 10% de crianças com níveis de retinol sérico abaixo de 20μg/dL (>0,70μmol/L), condição que caracteriza a hipovitaminose A como problema de saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde (BRASIL, 2009). No estudo de Guarapuava foi constatado que grande parte das crianças receberam suplementação de vitamina A (40,77%; n=53).

Aleitamento materno

    Em estudo de Caetano et al. (2010) o uso de fórmulas infantis em crianças menores de 6 meses foi de 19,4%; enquanto que de leite de vaca não modificado foi de 76,1%.

    Em estudo realizado por Oliveira (2010) a prevalência de AME até os 6 meses foi de 25,81%, Caetano et al. (2010) 58,2%. Esses dados são menores que do presente estudo, em que houve o aleitamento materno em 71,54% das crianças sendo que 27,69% exclusivamente e 6,92% receberam a alimentação complementar em tempo adequado e oportuno.

Conclusão

    De acordo com o encontrado no presente estudo, conclui-se que de a maioria das crianças estavam eutróficas e uma pequena parcela com déficit nutricional, segundo os indicadores analisados.

    Reforça-se a continuidade dos programas de vigilância alimentar e nutricional, suplementação, aleitamento materno exclusivo e alimentação complementar adequada e oportuna para crianças menores 2 anos de idade como prevenção dos distúrbios alimentares e nutricionais nessa faixa etária.

Referências

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