A importância da prática do futsal na Educação Física escolar La importancia de la práctica del futsal en la Educación Física escolar The importance of the practice of futsal in school Physical Education |
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*Graduando em Educação Física pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) **Professor da disciplina Futsal na UFRRJ Mestre em Educação Física |
Juliana Cavestré Coneglian* Eduardo Rodrigues da Silva** (Brasil) |
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Resumo O presente estudo foi realizado através de uma revisão de literatura que teve como objetivo analisar a importância da prática do futsal nas aulas de Educação Física escolar levando-se em consideração aspectos tanto físicos quanto sociais, psicológicos, motores e cognitivos. Foi feita uma pesquisa a respeito do futsal como ferramenta para os professores em suas aulas e de que maneira o esporte contribui para o desenvolvimento global da criança e do adolescente. Unitermos: Futsal. Educação Física. Escola.
Resumen Este estudio se realizó a través de una revisión bibliográfica que tuvo como objetivo analizar la importancia de la práctica del futsal en las clases de Educación Física en la escuela, teniendo en cuenta los aspectos físico, social, psicológico, cognitivo y motor. Se indagó acerca del futsal como una herramienta para los profesores en sus aulas y cómo el deporte puede contribuir al desarrollo integral del niño y del adolescente. Palabras clave: Futsal. Educación Física. Escuela.
Abstract The present study was conducted through a literature review that aimed to analyze the importance of the practice of futsal in school Physical Education classes taking into account physical, social, physiological, cognitive and motor aspects. A research was carried out regarding the futsal as a tool for teachers in their classroom and how this sport can contribute to overall development of children and adolescents. Keywords: Futsal. Physical Education. School.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Comportamentos do ser humano, assim como suas habilidades inatas podem e devem ser desenvolvidos através da educação, essencialmente na Educação Física. Segundo Baseggio (2011), as atividades realizadas em aulas, principalmente os jogos desportivos são instrumentos facilitadores do desenvolvimento global da criança e do adolescente.
A prática das atividades físicas na Educação Física escolar favorece aspectos como melhora dos processos mentais, a integração do indivíduo ao grupo, autoconhecimento, percepção corporal, temporal e espacial, domínio das habilidades e destrezas físicas entre outros. Corroborando com a idéia, podemos citar que:
Os principais objetivos da Educação Física é o despertar para o prazer de aprender a aprender; Potencializar a capacidade de criar e recriar situações de aprendizagem; ampliar a capacidade de comunicação; Prevenir dificuldades relacionais, emocionais, motoras e de aprendizagem; Incentivar a autoestima e facilitar a socialização; Prevenir dificuldades relacionais de desenvolvimento e de aprendizagem; Exercer uma prática terapêutica no caso de dificuldades relacionais de desenvolvimento e de aprendizagem já instalados; oportunizar uma estruturação mais saudável da personalidade; Estimular posturas positivas frente a si, ao outro e ao mundo (SANTOS, 2007, p.9).
Dessa forma, entendemos que as aulas de Educação Física na escola não servem para trabalhar apenas os aspectos físicos das crianças, elas devem trabalhar os movimentos de modo que ultrapassem o biológico ou o objetivo de desempenho e, dessa forma, devem assumir o papel de formadoras de cidadãos, buscando condutas mais cooperativas e participativas.
Os valores alcançados através do jogo esportivo, como a interiorização das regras, a colaboração, a aceitação da autoridade, a disciplina, a iniciativa e a superação de si mesmo, configuram uma constelação de condutas positivas, construtivas e integradoras, que se encontram presentes no sistema de valores que cada um assume para si mesmo e com sua maneira de viver (BASEGGIO, 2011, p.6).
Observamos como conteúdo nas aulas de Educação Física escolar a prática dos esportes. Faz-se extremamente necessária a oportunidade de vivência de diversos esportes por parte dos alunos a fim de um melhor desenvolvimento global da criança e do adolescente. Entre os esportes praticados o futsal é muito popular e ganhou a preferência de muitos. É um esporte que traz certa facilidade para ser executado visto que necessita apenas de uma bola, de um espaço e de jogadores.
Atualmente, o futsal é o esporte que possui o maior número de praticantes no Brasil. No mundo, são mais de setenta países que praticam esse esporte em quatro continentes, tendo como destaque Paraguai, Espanha, Portugal, Itália, Austrália e Rússia (VOSER, 2004, p. 16 e 27).
Objetivo
Sabendo-se da popularidade do futsal de forma geral, tal como nas aulas de Educação Física, o objetivo do presente estudo foi fazer uma análise da importância da prática do futsal para o desenvolvimento global da criança e do adolescente, levando em consideração aspectos físicos, psicológicos, motores, cognitivos e sociais.
Metodologia
Foi realizada uma revisão de literatura na qual foram pesquisados artigos científicos contendo as palavras-chave futsal, psicomotor, social, cognitivo, desenvolvimento, educação física.
Desenvolvimento
O futsal é um esporte mundialmente famoso. Segundo Baseggio (2011) acredita-se que surgiu das peladas de várzea que começaram a ser adaptadas às quadras de basquete e pequenos salões na década de 30 no Uruguai. No Brasil foi introduzida através da Associação Cristã de Moços (A.C.M.), em São Paulo entre os anos de 1948/49, a dedicação foi tanta que logo conseguiu o reconhecimento popular e tornou-se um esporte oficial. Nas décadas de 60 e 70, o Futsal começou a ser regulamentado e ganhar o continente. Por fim, criou-se então a Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), no Rio de Janeiro, hoje funcionando dentro da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Infelizmente, em alguns lugares, não apenas o futsal, mas diversos esportes são vistos e tratados apenas com a função de alcançar a técnica perfeita, buscando o desempenho. Entretanto, a prática esportiva principalmente para as crianças vai além dessa visão.
O conceito de esporte, hoje, é restrito, pois se refere ao esporte que tem como conteúdo o treino, a competição, o atleta e o rendimento esportivo. Diante destas perspectivas, fica claro não ser saudável que o esporte entre na vida de uma criança apenas com o referencial de competição e rendimento. A criança mantém uma relação com o esporte muito mais afetiva e prazerosa do que eficiente e utilitária (VOSER, 2004, p. 22 apud KUNZ, 1994).
Segundo Gardner (1999) um dos objetivos da educação é a transmissão de valores culturais, portanto, o futsal como uma prática tradicional em nosso contexto cultural, pode compor uma aula de Educação Física.
Nesta perspectiva, o movimentar-se é entendido como uma forma de comunicação com o mundo que é constituinte e construtora de cultura, mas também, possibilitada por ela. É uma linguagem, com especificidade, é claro, mas que enquanto cultura habita o mundo do simbólico. A naturalização do objeto da EF por outro lado, seja alocando-o no plano do biológico ou do psicológico, retira dele o caráter histórico e com isso sua marca social. Ora, o que qualifica o movimento enquanto humano é o sentido/significado do mover-se. Sentido/significado mediado simbolicamente e que o colocam no plano da cultura (BRACHT, 1996, p.24 apud Betti, 1995).
Nas aulas, o ensinamento do futsal não deve ser feito apenas com o intuito de ensinar a técnica. Ele deve ser capaz de trabalhar diversos aspectos que serão de extrema importância para o desenvolvimento global da criança e do adolescente, podendo desenvolver habilidades físicas, motoras, cognitivas, psicológicas, sociais.
As atividades físico-desportivas “futsal” entendidas como atividades naturais de movimento, jogo e confraternização são elementos básicos para a educação das pessoas e possuem funções altamente pedagógicas que podem incidir no desenvolvimento equilibrado e harmônico do ser humano (BASEGGIO, 2011, p.10 apud VARGAS NETO, 1995).
Muitos dos estímulos que as crianças recebem vêm através do meio em que elas vivem. Dessa forma, o futsal deve ser praticado tanto de uma maneira performática quanto de uma maneira lúdica, como é geralmente abordado na escola, permitindo às crianças uma maior vivência dos movimentos corporais.
Na Educação Física e na iniciação desportiva há a presença de prática de atividades desportivas e corporais que estimulam de forma direta os aspectos cognitivo, afetivo e psicomotor da criança, e como é conhecido, criança é “movimento”. Tendo isso em vista o melhor a se fazer é usufruir do movimento como meio de possibilitar a expressão e criatividade à criança (PASSARO, 2005, p.16).
A maneira pela qual o futsal é ensinado na Escola tem grande relevância. O aluno é um ser em desenvolvimento e precisa ter seus limites respeitados. Tendo em vista que não é um ser apenas biológico, mas também social, o papel do professor é essencial.
A educação física reafirma seu papel de colaboradora na formação das crianças como um todo, dispondo de um espaço muito rico para discussões e reflexões dos vários conflitos entre valores que existem na escola. Ficou-nos clara a importância do professor neste processo de formação que deverá, conscientemente, assumir e representar o papel de orientador no desenvolvimento de atitudes, servindo como um modelo e como referência de diálogo (GUIMARÃES et al, 2001, p.6).
Também cabe ao futsal, como elemento constituinte das aulas de Educação Física, promover benefícios em diferentes esferas na vida de cada aluno.
Sendo assim, pode-se dizer que a Educação Física possui um impacto positivo no pensamento, no conhecimento e ação, nos domínios cognitivos, afetivos e sociais, ou seja, na vida do ser humano como um todo. Entretanto é importante afirmar que o individuo plenamente desenvolvido a partir do movimento consegue construir uma vida ativa, saudável e produtiva, criando uma integração segura e adequada e de desenvolvimento harmônico entre corpo, mente e espírito (SERAFIM, 2008, p.4).
Considerações
A partir do apresentado no estudo podemos concluir que o futsal é uma ótima ferramenta para os professores nas aulas de Educação Física, visto que permite a exploração de diversas possibilidades de acordo com os objetivos a serem alcançados. A fase escolar em que a prática do esporte geralmente é iniciada constitui uma fase da vida em que a criança e o adolescente estão passando por amadurecimento tanto no sentido biológico, quanto no psicológico e no social. Dessa forma, o cuidado com o modo pelo qual o esporte é ensinado faz-se extremamente importante, cabendo ao professor de Educação Física ficar atento a essas questões.
É importante ressaltar que sua prática não deve ser vinculada apenas ao ensinamento da técnica e em busca do alto rendimento, mas sim ao desenvolvimento de diferentes aspectos que serão de extrema importância para um melhor desenvolvimento global da criança e do adolescente e que serão essenciais na vida adulta.
Referências
BASEGGIO, T.S. Oficinas sócio-educativas de futsal como ações complementares no processo educacional. Ebookbrowse, 2011.
BRACHT, V. Educação Física no 1º grau: conhecimento e especificidade. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, supl.2, p.23-28, 1996.
GARDNER, H. O verdadeiro, o belo e o bom: os princípios básicos para uma nova educação. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.
GUIMARÃES, A.A. et al. Educação Física Escolar: Atitudes e valores. Motriz Jan-Jun 2001, Vol. 7, n.1, pp. 17-22.
PASSARO, E.S. Desenvolvimento das capacidades coordenativas como base do aprendizado da técnica em iniciantes em futsal. [Monografia]. Batatais, 2005.
SANTOS, J.P.G. A importância da Educação Física no desenvolvimento da psicomotricidade. [Monografia]. Rio de Janeiro, 2007.
SERAFIM, P.A. et al. Educação Física e psicomotricidade: uma relação fundamental no desenvolvimento humano. Laboratório de Atividades Lúdico-Recreativas (LAR) da UNESP/Presidente Prudente, 2008.
VOSER, R.C. Iniciação ao futsal. Abordagem recreativa. 3ª ed. Canoas: ULBRA, 2004. p. 11-24.
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