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Comparação entre o treinamento específico de goleiro de futebol
de campo: senso comum x conhecimento científico
e suas influências na agilidade

Comparación entre el entrenamiento específico de un arquero de fútbol de campo: 

sentido común versus conocimiento científico y sus influencias en la agilidad

 

*Graduado em Educação Física pela Universidade do Contestado, UnC

Pós Graduando em Gestão Esportiva

**Graduando em Educação Física pela Universidade do Vale do Itajaí, Univali

***Professor das Disciplinas de Crescimento e Desenvolvimento Motor e Medidas

e Avaliação em Educação Física do curdo de Educação

da Universidade do Contestado, UnC, Porto União, SC

William Cordeiro de Souza*

Wallace Bruno de Souza**

Antonio Roberto Robles***

williammixx@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo buscou comparar a diferença entre treinamento de goleiro de futebol de campo: Senso Comum X conhecimento científico e suas influências na agilidade. Foram analisados 4 goleiros da escola de futebol Santa Cruz – Canoinhas/SC, com média de idade 15, 2 ± 0,33 anos, peso 61,5 ± 2,88 e estatura de 178,5 ± 4,35, no pré e pós teste o Índice de Massa Corporal de foi 19,30 ± 0,91 ± e o percentual de gordura de pré e pós teste desses atletas foram de 11, 81 ± 2,66. Para análise dos dados foi utilizado à estatística descritiva: como média e desvio padrão, pelo motivo de não ter uma população de atletas, assim não podendo fazer uma comparação para verificar se houve uma significância. Com relação aos treinamentos foram realizadas as seguintes atividades: pegada alta no meio, a pegada na altura do peito, o encaixe, a defesa rasteira no meio, a defesa rasteira nas laterais, a defesa quicando no meio, a defesa quicando nas laterais, a defesa à meia altura nas laterais, a defesa alta no meio, a defesa alta nas laterais, as saídas nos cruzamentos, à penalidade máxima. O grupo 1 treino científico teve uma desvantagem contra o grupo 2 senso comum, onde o grupo 1 apresentou uma média de ações positivas, por treino de 174,33 que corresponde a 92,73% de aproveitamento e 7,27% de ações negativas e o grupo 2 senso comum apresentou uma média de ações ao seu favor por treino de 116,72 que corresponde a 95,46% de aproveitamento e 4,54% de erros. Com relação agilidade no teste de Shuttle Run, pelo presente estudo não ter uma população maior de atletas, assim não podendo fazer uma comparação para verificar se houve uma diferença estatisticamente significativa na agilidade, mas foi possível verificar através das médias e desvio padrão que os dois grupos, apresentaram uma evolução nessa variável, mas o grupo treino científico mostrou uma melhora de 0,68 ± 0,29 s., enquanto o grupo senso comum apresentou uma melhora de 0,26 ± 0,24 s. Ainda assim, foi possível verificar que os atletas que treinaram orientados pelo conhecimento científico tiveram uma melhora favorável em sua a agilidade do que o grupo orientado pelo senso comum.

          Unitermos: Futebol. Treinamento desportivo. Goleiro. Avaliação física.

 

Abstract

          The present study aimed to compare the difference between soccer goalkeeper training field: Common Sense X scientific knowledge and its influences in agility. We analyzed four goalkeepers school soccer Santa Cruz – Canoinhas, SC, with an average age of 15, 2 ± 0.33 years, weight 61.5 ± 2.88 and 178.5 ± 4.35 height, pre and posttest the body mass index of 19.30 ± 0.91 ± was fat percentage and pre and post test these athletes were 11, 81 ± 2.66. Data analysis was used for descriptive statistics: mean and standard deviation as for the reason of not having a population of athletes, so can not make a comparison to see if there was significance. Regarding trainings were conducted the following activities: high amid footprint, the footprint at breast height, the fit, the defense creeping among the undergrowth on either side defense, defense amidst bouncing, bouncing on the defense side, the defense at half time the sides, high in the middle of the defense, the defense high on the sides, the outputs at intersections, the maximum penalty. Group 1 had a scientific training disadvantage against commonsense group 2, where group 1 had an average of positive actions for training 174.33 representing 92.73% and 7.27% recovery of negative actions and Group 2 had a mean common sense actions to your advantage by training 116.72 representing 95.46% success rates and 4.54% error. Regarding the agility test Shuttle Run, the present study did not have a larger population of athletes, so can not make a comparison to see if there was a statistically significant difference in agility, but was able to verify through the mean and standard deviation that the two groups showed a trend in this variable, but the scientific training group showed an improvement of 0.68 ± 0.29 s., while the group commonsense showed an improvement of 0.26 ± 0.24 s. Still, we found that athletes who trained guided by scientific knowledge had improved his agility in favor of the group guided by common sense.

          Keywords: Soccer. Sports training. Goalkeeper. Fitness assessment.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Existem algumas controvérsia com relação a origem do futebol em cima disso há muitos relatos de autores descrevendo como esse esporte se originou. A origem desse esporte é uma incógnita, mas muitos autores destacam que o mesmo surgiu na Inglaterra, já no Brasil esses autores descrevem que o jogo veio através do senhor Charles Müller, mas hoje em dia é evidente que no decorrer dos tempos o futebol está sofrendo evoluções tantos nos aspectos físicos, sistemas táticos, reformulações de regras, e a tecnologia dos aparelhos na medicina esportiva para o tratamento de lesões o que hoje em dia a recuperação do atleta é muito rápida, além de contar com a preparação física dos atletas que cabe aos preparadores físicos realizar um programa de treinamento adequado para cada jogador. Já o treinamento de goleiro será de total responsabilidade do treinador de goleiros, realizar um treinamento dependendo das necessidades de seus atletas e que ajuda na melhora das capacidades físicas dos mesmos, como a agilidade, pois para um bom goleiro a agilidade é de suma importância para se ter um bom rendimento durante um jogo.

    O presente trabalho se propôs a realizar uma comparação entre os treinamentos específicos de goleiro de futebol de campo, senso comum e conhecimento científico e suas influencias na agilidade, pois muitos treinadores de goleiro preparam os treinos de seus atletas e muitas vezes não sabem para o que serve determinado exercício (treinamento do senso comum). Onde a importância desse estudo foi verificar quais dos treinamentos, desenvolvem a agilidade em goleiro de futebol de campo se é o treinamento referenciado onde á citação de autores descrevendo quais exercícios indicados para a posição ou o treinamento sem a fundamentação de autores argumentando quais são os exercícios e repetições adequados para a posição.

    Onde o objetivo geral desse trabalho foi avaliar se o treinamento específico de goleiro de futebol de campo influencia na agilidade. Já os objetivos específicos foram verificar o nível de agilidade do atleta (goleiro) através de teste; a agilidade no atleta (goleiro) através do treinamento específico; verificar o nível de significância do treinamento específico de goleiro de futebol de campo na agilidade; verificar as características da composição corporal dos goleiros; verificar o perfil antropométrico dos goleiros, comparando com estudos realizados; verificar o Índice de massa corporal (IMC) e o percentual de gordura dos goleiros.

Metodologia

    Este trabalho trata-se de uma pesquisa de natureza básica e quantitativa, onde especificadamente se fundamenta em 3 tipos de pesquisas: Descritiva, Pesquisa-ação e Estudo de Caso Avaliativo.

    A amostra desta pesquisa foi intencional logo não probabilística, sendo indivíduos goleiro de idade entre 15 e 16 anos. E foi constituída por dois grupos sendo o grupo 1 constituído por dois goleiros que treinam com fundamentação em autores como: Matveev com seu modelo de periodização tradicional (modelo aplicado no treinamentos), Almir Domingues, Júlio Cesar Leal, Antônio Carlos Gomes, Juvenilson de Souza, Marcelo Saldanha Aoki, etc. Foram os atletas 1 e 2. As características desse treinamento foram as seguintes: foram respeitadas as limitações e a individualidade de cada atleta utilizando os princípios da sobrecarga; foi controlada a freqüência, intensidade e duração de treino; os números de repetições de cada treinamento variaram entre 10,12 e 14 repetições e as intensidades dos treinos foram de 70 a 90% da freqüência cardíaca máxima dos atletas, isso de acordo com o que estava descrito no macrociclo; com relação aos saltos realizados sobre as barreiras, eles foram a uma altura de 45 a 20 cm Isso trabalhado em dias diferentes para realizar uma variação de grupos musculares; nos deslocamentos foram realizados o deslocamento lateral e deslocamento em Zig-zag através de estacas, houve essa variação para também trabalhar diversas musculaturas; os treinos que foram realizados são os seguintes: a pegada alta no meio, a pegada na altura do peito, o encaixe, a defesa rasteira no meio, a defesa rasteira nas laterais, a defesa quicando no meio, a defesa quicando nas laterais, a defesa à meia altura nas laterais, a defesa alta no meio, a defesa alta nas laterais, as saídas nos cruzamentos; foi utilizado o treino intervalado para a recuperação parcial ou total das fontes energéticas Aoki (2002).

    Já o segundo grupo, foi constituído por goleiros que também treinam, mas esse treino não tem fundamentação teórica, pois o treinador muitas não sabe para que sirva determinado exercício (treinamento do senso comum). Esses últimos foram os atletas 3 e 4. Ambos os atletas da Escolinha de Futebol Santa Cruz Canoinhas. As características do treino Senso Comum foram os seguintes: No treino senso comum foi utilizado os mesmos procedimentos do grupo referenciado, mas o numero de repetições no treinamento variou entre 6 e 8 repetições, não foi controlada a freqüência, intensidade e duração de treino; esse treino dependia da vontade do treinador e também do ânimo dos goleiros em participar dos treinamentos.

    Os critérios que foram usados para distinguir o grupo 1 e grupo 2, foi utilizado um dado com 6 lados, mas como no presente trabalho teve apenas 4 atletas participantes, com isso só valeu as tentativas do nº 1 ao nº 4. Caso o dado caísse no n°5 e no nº 6 ou em outro número sorteado por outro companheiro, esse atleta deveria lançar o dado novamente até cair em um número que não foi sorteado. A ordem do lançamento do dado foi pela ordem alfabética do nome dos atletas participantes da pesquisa. Os atletas que sortearam o n° 1 e nº 2, participaram do grupo 1, treino fundamentado e os atletas que sortearam o nº 3 e nº 4, constituíram o grupo 2 , treinamento senso comum.

    Os treinamentos e as coletas de dados (Pré e Pós testes) de peso, altura (para cálculo do IMC), dobras cutâneas (para verificação do percentual de gordura) e o Teste de Agilidade “Shuttle Run” (corrida de ir e vir), aconteceram no período vespertino, na Escolinha de Futebol Santa Cruz Canoinhas – SC, onde o tempo de duração de cada treino foi de 2 (duas) horas de atividades.

    É válido ressaltar que esse trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Plataforma Brasil, sob o nº do Parecer: 98.263. Antes da execução dos testes, os pais ou responsáveis pelos atletas preencheram um Termo de Consentimento.

    O presente treinamento foi de periodização simples, pois teve apenas um pico de rendimento no ano. (FERNANDES, 1994)

    Ao iniciar a aplicação do estudo, como pré-teste, foram coletados os dados de peso, altura (para cálculo do IMC), dobras cutâneas (para verificação do percentual de gordura) e o Teste de Agilidade “Shuttle Run” (corrida de ir e vir). E logo após 6 (seis) semanas de treinamentos foram realizadas novas coletas de dados, utilizando os mesmos procedimentos do pré teste.

    Para determinação do peso corporal foi utilizada uma balança digital da marca Techline, devidamente calibrada e aferida, com graduação de 100 gramas/ 0,22 Ib, e escalas, variando de 0 a 180 Kg (MONTEIRO e FERNANDES FILHO, 2007).

    A estatura foi verificada através de uma trena flexível marca Sanny Medical Sparrett, fabricada no Brasil, em 2000, e precisão, de 0,1 mm. fixada na parede lisa, com 3 metros e graduação de 0,1cm, e o zero coincidindo com o solo. (FERNANDES FILHO, 2003). Foi utilizado o esquadro antropométrico para verificar a perpendicularidade na coleta de dados.

    Para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), foi utilizado à seguinte formula:

IMC= Peso Corporal/ Estatura²

    Para a coleta de dados das dobras cutâneas do Tríceps (TR) e Subescapular (SB), foi utilizado o compasso de dobras cutâneas (adipômetro) da marca Sanny, fabricado no Brasil, em 1994, com precisão, de 10g/m².

    Para essa estimativa do percentual de gordura foi utilizado o protocolo de Lohman (1986) apud Alves (2009), para crianças e jovens de 6 á 16 anos de idade, com a utilização da seguinte fórmula:

G% = 1,35 (TR + SB) – 0,012 (TR + SB)² - C

C = Constante de ajuste por idade e sexo

TR e SB = DC do Tríceps e Subescapular

    Para a realização do teste de agilidade de “Shuttle run” o atleta se colocou em afastamento ântero-posterior das pernas, com o pé anterior o mais próximo possível da linha de saída. Com a voz de comando: “atenção! Já!” o atleta iniciou o teste com o acionamento concomitante do cronômetro. O atleta em ação simultânea correu á máxima velocidade até os blocos equidistantes da linha de saída a 9,14 metros de distância. Lá chegando, o voluntário pegava um dos blocos e retornava ao ponto de partida, depositando esse bloco atrás da linha. Em seguida, sem interromper a corrida, partia novamente em busca do segundo bloco, procedendo da mesma forma. Ao pegar ou deixar o bloco, o atleta deveria transpor pelo menos um dos pés as linhas que limitam o espaço demarcado. O bloco não devia ser jogado, mas sim, colocado ao solo. O cronômetro foi parado quando o atleta colocou o último bloco no solo e ultrapassava com pelos menos um dos pés a linha final. (AAHPER, 1976 apud Alves et al. 2010).

Apresentação dos resultados e análise dos dados

    A análise dos dados que foram utilizados na presente pesquisa foi a estatística descritiva: como médias e desvio padrão.

    Os 4 atletas que participaram da coletas de dados da presente pesquisa apresentaram idade média de 15, 2 ± 0,33, o peso médio de pré e pós teste foi de 61,5 ± 2,88 e a estatura média de pré e pós teste foi de 178,5 ± 4,35 e uma média de atuação como goleiro de 32,5 meses ± 3.

    A idade do grupo 1 treino referenciado teve idade média de 15 anos e 9 meses ± 0,02 o peso de pré e pós teste 61, 5 kg ± 3,53 e de estatura de pré e pós teste de 176 cm, com a média do tempo de atuação como goleiro 34 meses ± 4,24.

    Já o grupo 2 treino Senso Comum teve idade a média de 15 anos, o peso de pré e pós teste 61,5 kg ± 3,53 e de estatura de pré e pós teste de 181 cm ± 5,65 com uma média de atuação como goleiro de 31 meses.

    Na tabela 2 (abaixo) apresenta que o Índice de Massa Corporal (IMC) e Percentual de gordura, houve alterações, tanto no pré e pós-teste, onde o macro ciclo de 30 treinamentos, não interferiu nas variáveis supracitadas, em virtude de os goleiros avaliados já estarem em treinamento antes da presente pesquisa, não se podendo afirmar, mas possivelmente esses atletas já estavam em nível de treinamento elevado, o que pode ter interferido nessa melhora. Se tivesse um período a médio e longo prazo, provavelmente haveria um aumento em suas performances.

Tabela 1. Resultados de IMC e %G obtidos no Pré e Pós teste

Fonte: Souza e Robles, 2012

    O Índice de massa corporal (IMC) dos 4 atletas de pré e pós teste desses foi de 19,30 ± 0,91 ± e o percentual de gordura de pré e pós teste desse grupo foi de 11, 81 ± 2,66.

    Já o Índice de massa corporal (IMC) do grupo 1 foram de pré e pós teste foi de 19,85 ± 1,14 e o percentual de gordura de pré e pós teste desse grupo foi de 11, 61% ± 2,07. Onde o grupo 2 apresentou um Índice de massa corporal (IMC) pré e pós teste foi de 18,76 ± 0,09 e o percentual de gordura de pré e pós teste desse grupo foi de 12,01% ± 4,09.

    A classificação de Gordura Corporal dos goleiros da presente pesquisa para Lohman (1987; 1992) apud Fernandes Filho (2003) os mesmo estão classificados como nível ótimo. Para o Índice de Massa Corporal (IMC) os atletas foram classificados Segundo AAHPERD (1988, apud Fernandes Filho, 2003, p. 100) em padrões saudáveis de aptidão para esses atletas.

    Com relação aos 30 dias de treinamentos, foi a técnica do scout onde foi observada as ações realizadas nos treinamentos pelos 4 goleiros participantes da pesquisa.

    Foram analisados os acertos e erros dos goleiros durante os treinamentos, onde foi entregue a cada atleta uma folha que continha os exercícios propostos. Foi explicado aos atletas que os acertos seriam da seguinte forma, os mesmo deveriam realizar a defesa completa segurando a bola totalmente sem suas mãos sem deixar a mesma cair, caso fosse batida uma bola o goleiro deixasse cair de suas mãos ou batesse no peito, cotovelo, cabeça, entre outras partes era considerada como um erro. Cada atleta era responsável em marcar seu desempenho durante as atividades.

    Segundo Ramos Filho e Alves (2006, p. 62) apud Diavão e Voser (2012, p.1) “A palavra scout, de origem inglesa, é definida pelo dicionário The Merriam-Webstercomo: 1) olhar ao redor; 2) inspecionar ou observar para conseguir informação”.

    O scout tem sido muito utilizado como uma ferramenta importantíssima para obtenção de dados, que posteriormente podem ser analisados por profissionais capacitados, assim possibilitando para uma adequada evolução tática, técnica, física e psicológica de cada atleta, acarretando na evolução da equipe. (DIAVÃO e VOSER, 2012).

    Assim foram encontrados os seguintes valores de acertos e erros. No treino referenciado, os atletas realizaram 11.280 intervenções, onde obtiveram 10.460 defesas corretas contra 820 defesas negativas. O grupo Senso comum realizou uma média de 7.336 ações, 7.003 dessas defesas foram favoráveis aos goleiros contra 333 erros. (Tabela 3)

Tabela 2. Número de acertos e erros realizados pelos goleiros durante os treinos

Fonte: Souza e Robles, 2012

    Esses dados revelam que os treinamentos que foram realizados pelos goleiros do grupo 1, os mesmos obtiveram uma média de acertos por treino de 174,33 que corresponde a 92,73% de aproveitamento e 7,27% de ações negativas o que da uma média de 13,67 erros por treino. Tendo o grupo 1 com um desvio padrão de 3,77 em torno da média de acertos e erros.

    O grupo 2 teve uma média de acertos por treino de 116,72 que corresponde a 95,46% de aproveitamento e 4,54% de ações negativas o que da uma média de 5,55 erros por treino. Tendo o grupo 2 com um desvio padrão de 0,08 em torno da média.

    Pode-se observar que o treinamento senso comum teve uma média de intervenções/ações realizadas pelos goleiros muito baixa e ainda assim teve certa vantagem em cima do treinamento referenciado.

Tabela 3. Nº de acertos e erros dos goleiros 1,2,3 e 4 durante os treinos

Fonte: Souza e Robles, 2012

    Na tabela 4 (acima) mostra que o goleiro 1 realizou 5. 640 ações e obteve 5.343 acertos e cometeu 297 erros tendo uma média de acertos por treino de 178,10 que corresponde a 94,73% de aproveitamento e 5,27% de ações negativas o que da uma média de 9,9 erros por treino.

    O atleta 2 também realizou 5.640 intervenções , onde teve um aproveitamento de 5.177 acertos e 523 erros, teve uma média de acertos por treino de 170,57 que corresponde a 90,73% de aproveitamento e 9,27% de ações negativas o que da uma média de 17,43 erros por treino.

    Já o atleta 3 do grupo senso comum realizou 3.668 ações durante os treinos com 3.510 acertos e 158 erros, isso nos mostra uma média de acertos por treino de 117 que corresponde a 95,69% de aproveitamento e 4,31% de ações negativas o que da uma média de 5,27 erros por treino.

    O atleta 4 participou também de 3.668 ações, onde obteve 3.493 acertos e 175 ações negativas e sua média de acertos por treino foi de 116,43 que corresponde a 95,23% de aproveitamento e 4,77% de ações negativas o que da uma média de 5,83 erros por treino.

    Em um estudo realizado por Soares, Espírito Santo e Rodriguez (2010) os mesmos analisaram as ações de um goleiro que disputou 38 jogos no campeonato brasileiro de 2008 e verificaram que esse atleta realizou 1068 ações, com uma média de 28,10 ações por jogo. Dessas 1068 intervenções do goleiro, 915 foram de acertos, atingindo uma média de 24,07 por jogo. Onde esse goleiro apresentou 153 erros com média de 4,02 por jogo.

    Para colaborar com o presente estudo Domingues (1997) realizou uma pesquisa com o goleiro Reginaldo Paes Leme, onde esse atleta disputou 143 jogos, nesses jogos o goleiro realizou 4.342 ações. Conseguindo uma marca de 4.123 defesas positivas que equivale a 94,96% das intervenções realizadas e 219 erros que a 5,04% das defesas negativas.

    Com esses dados pode-se verificar que os goleiros apresentam uma grande significância de acertos do que de erros, isso significa conforme Domingues (1997) muito satisfatório, pois através desses dados os goleiros e treinadores têm valores básicos e concretos para posteriormente manter e melhorar sua performance ou até mesmo aumentar seu rendimento.

    Na tabela 5 (abaixo) mostra que no teste de agilidade do goleiro 1 do grupo referenciado, realizou seu pré teste em 9,87 s., onde em seu pós teste esse atleta obteve o tempo de 8,98 s., melhorando seu rendimento em 0,89 s., e o goleiro 2 em seu pré teste foi 9,50 s., e em seu pós teste foi de 9,03 s., assim, melhorando sua performance em 0,47s.

    Com isso o grupo 1 no pré teste obteve uma média de 9,68 ± 0,26 e no pós teste foi de 9,00 ± 0,03,. Assim esse grupo melhorou em 0,68 ± 0,29 s.

    O goleiro 3 realizou o pré teste em 9,22 s., onde apresentou no pós teste um tempo de 9,13 s., melhorando seu rendimento em 0,09 s., Já o goleiro 4 em seu pré teste foi 9,75 s., e seu pós teste foi de 9,31 assim melhorando sua performance em 0,44 s.

    Portanto, o grupo 2 no pré teste obteve uma média de 9,45 ± 0,37 e no pós teste foi de 9,22 ± 0,12,. Assim esse grupo 2 melhorou em 0,26 ± 0,24 s.

    Pelo motivo de ter poucos atletas na pesquisa não se pode fazer uma comparação/correlação para analisar se houve uma diferença estatisticamente significativa na agilidade, mas através da média e desvio padrão pode-se observar que o grupo 1 treino referenciado teve uma grande melhora na agilidade 0,68 ± 0,29 seg., comparado com o grupo senso comum que também teve uma melhora de 0,26 ± 0,24 seg.

    Ambos os grupos foram classificados no teste de shuttle run pela AAHPER (1976) apud Silva et al (2011) Com rendimento médio.

Tabela 4. Valores das médias de agilidade de pré e pós do teste de shuttle run

Fonte: Souza e Robles, 2012

    Em estudo realizado por oliveira (2004) em 3 goleiras de futebol feminino em uma pré-temporada esse autor encontrou no teste de agilidade (Shuttle Run) o valor médio de 10,92 segundos com um desvio padrão de 0,51.

    Já na pesquisa de Silva et al (2011) em atletas juvenis de voleibol realizada em 22 atletas com uma idade média de 14,7 ± 1,3 anos sendo 10 atletas do sexo masculino e 12 atletas do sexo feminino, todos fisicamente ativos. Encontram uma média de agilidade nos atletas do sexo masculino de 10,3 ± 0,63 s., e o grupo feminino sua média de agilidade foi de 11,1 ± 0,98 s. assim eles concluíram que esses indivíduos estão em um desempenho regular e baixo.

    No estudo Claro, Galoza e Lopes (2012) com meninos de 6 a 8 anos de idade que praticam futsal verificaram no grupo experimental no pré teste a média dessas crianças foi de 13,40 segundos e após o período de treinamento o tempo médio foi para 12,70 segundos. No grupo controle a média do tempo em segundos era de 15,45 enquanto no pós-teste esse tempo foi para 14,50 segundos. Com esses dados os autores concluíram que mesmo realizando um trabalho correto no treinamento de futsal, não foi possível conseguir uma diferença significativa (p<0,05) na agilidade de crianças de 6 a 8 anos.

    Pode-se observar nos estudos acima analisados que os autores mencionados encontraram uma media de agilidade no teste de shutle run acima de 10,00 seg. Comprando com o presente estudo esses dados estão abaixo da média encontrada no teste de agilidade dessa pesquisa.

    Para corroborar com esse estudo o trabalho de Campanholi Neto et al. (2011) em futebolistas da categoria juniores apresentaram uma média de agilidade, shutle run (9,65 segundos ± 0,353). Aonde os dados dessa pesquisa vêm de acordo com a presente pesquisa.

    Ainda esses mesmos autores sugerem que é de suma importância realizar trabalhos em cima da força explosiva de membros inferiores, pois eles são fundamentais para o desempenho da agilidade em futebolistas, reforçando essa idéia que os atletas de futebol devem enfatizar o treinamento de força explosiva de membros inferiores, pois a agilidade esta diretamente relacionada a ela. Quanto maior à força explosiva de membros inferiores, maior será agilidade.

    Vale ressaltar que os atletas que participaram do grupo 1, da presente obtiveram uma melhora maior do grupo 2 na agilidade, isso pode ser pelo motivo citado acima, pois grupo o referenciado realizou uma carga de treinamento mais elevada do que o grupo senso comum, provavelmente essa carga de treino, exigiu um trabalho excessivo de força explosiva de membros inferiores do grupo 1, conseqüentemente houve uma evolução na agilidade dos atletas.

    Gonçalves e Nogueira (2006) destacam a importância de se ter uma elaboração muito rigorosa para planejar o treinamento. Com base nisso esses autores, recomendam aos estudiosos do futebol e treinadores de goleiros, ter sempre em mãos estudos científicos sobre a periodização de treinamento, pois através desses estudos eles encontraram forma de preparação adequada de seus atletas. Muitos desses profissionais fundamentam-se sua forma de trabalho apenas no senso comum ou muitas vezes de ex-atletas profissionais.

    Para reforçar essa idéia Gallo et al. (2010) apud Soares, Espírito Santo e Rodriguez (2010) destacam que hoje em dia está havendo um avanço nas pesquisas referentes à área do esporte, onde para o treinamento de goleiro existem poucos trabalhos relacionados a este profissional.

    Soares, Espírito Santo e Rodriguez (2010) argumentam que os profissionais responsáveis pela preparação de goleiros devem-se aprofundar ainda mais com relação às questões do rendimento de seus atletas e sempre se baseando em estudos científicos e não realizar treinamentos pelo senso comum, pois assim haverá a preparação do individuo com maior eficácia.

Conclusão

    Com base nos resultados encontrados pode-se observar que o Índice de Massa Corporal (IMC) e o percentual de gordura, não houve alterações em ambos os atletas, tanto no pré e pós-teste, onde os treinamentos aplicados, não interferiram nessas variáveis, os goleiros avaliados já estavam em fase treinamento antes da presente pesquisa, assim não se podendo afirmar, mas possivelmente esses atletas já estavam em nível de treinamento elevado, o que pode ter interferido nessa melhora. Se tivesse um período a médio e longo prazo, provavelmente haveria um aumento em suas performances.

    Na análise dos dados apresentados nos 30 dias de treinamentos foi verificado que o grupo senso comum teve uma média de acertos maior que o grupo referenciado, essa vantagem do grupo senso comum deve ser pelo motivo desses atletas realizarem apenas de 6 a 8 repetições, dificilmente esses goleiros chegavam a um cansaço durante as atividades. Já o grupo referenciado realizava de 10 a 14 repetições por exercício, assim foi observado que esse grupo chegava a certo período do treinamento que eles cansavam e muitas vezes não agüentavam o treinamento, onde eram diminuídas as repetições, quando esses goleiros chegavam a esse cansaço, cometiam mais erros, possivelmente deve ser foi isso que prejudicou o grupo 1.

    Com relação agilidade, pelo presente estudo não ter uma população maior de atletas, assim não podendo fazer uma comparação para verificar se houve uma significância na agilidade, mas foi possível verificar através das médias e desvio padrão que os dois grupos, obtiveram uma evolução nessa variável, mas o grupo treino referenciado obteve uma melhora maior do que o grupo senso comum. Provavelmente essa melhora que houve, foi o que Campanholi Neto, et al. (2011) apresentaram em seu trabalho, que realizar atividades de força explosiva de membros inferiores são fundamentais para o melhor desempenho da agilidade em futebolistas. Onde os participantes dessa pesquisa realizaram muitas atividades de saltos e deslocamentos, se for de encontro o que os autores acima mencionados relataram essa melhora maior do grupo referenciado foi pelo motivo desses atletas realizarem mais repetições de atividades.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 180 | Buenos Aires, Mayo de 2013  
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