Percepções dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental acerca das aulas de Educação Física Las percepciones de los alumnos de los grados iniciales de enseñanza básica sobre las clases de Educación Física |
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*Licenciado em Educação Física. Mestre e Doutor em Educação pela USP e atualmente é professor Adjunto II do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Lavras, UFLA **Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal de Lavras, UFLA (Brasil) |
Prof. Dr. Fabio Pinto Gonçalves dos Reis* Daniele Silva** |
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Resumo O presente estudo teve por objetivo verificar como as crianças do ensino fundamental 1º ao 5º ano da escola Estadual Tiradentes de Lavras-MG percebem suas aulas de Educação Física. Participaram da pesquisa 206 alunos que foram divididos em dois ciclos, isto é, o primeiro ciclo representado pelos alunos do primeiro e segundo ano e no segundo ciclo os correspondentes ao terceiro, quarto e quinto ano. Para tanto, foi elaborado um questionário com nove perguntas fechadas no qual os alunos responderam em sala de aula. Ao analisarmos os dados foi possível perceber que a preferência pelas aulas de Educação Física vai se confirmando a cada estudo e que o conteúdo que os alunos mais gostam são os esportes, os jogos e as brincadeiras. Os motivos que os levam a gostar das aulas são por considerá-las mais fáceis, bem como, porque aprendem brincando. Além disso, a importância da Educação Física ficou pautada pela diversão e devido aos possíveis benefícios que pode trazer à saúde. Por fim, os alunos demonstraram não gostar das competições e das propostas segundo as quais têm poucas habilidades. Unitermos: Educação Física. Alunos. Percepções. Ensino fundamental.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Sabemos que os planejamentos escolares, quando existem, muitas vezes seguem os roteiros pré-estabelecidos pelos documentos oficiais e quase nunca levam em consideração as percepções, preferências e, sobretudo, o universo cultural dos alunos. Sendo assim, o presente trabalho aborda as formas pelas quais os alunos de uma escola pública da cidade de Lavras MG percebem suas aulas de Educação Física. A motivação para a realização desse trabalho partiu da necessidade de entender como funcionam as aulas desse componente curricular sob o ponto de vista dos educandos. De fato, as aulas de Educação Física são desenvolvidas com base quase sempre nos mesmos conteúdos e, mesmo assim, ainda é possível perceber o prazer e a motivação da maioria dos educandos ao realizarem essas atividades.
1. Breve caracterização do Ensino Fundamental brasileiro
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB, 1996) o ensino fundamental é obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. Essa Lei ainda assegura o atendimento ao educando por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
De acordo com a LDB, o currículo do ensino fundamental é dividido em duas partes, sendo uma base nacional comum a ser adotada por todos os sistemas de ensino e a outra diversificada que contempla as características regionais e locais (relativas à sociedade, cultura, economia). Em relação aos objetivos do ensino fundamental, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS, 1998, p. 18) destacam que ao final dessa etapa os alunos sejam capazes:
compreender a cidadania como participação social e política, assim como, o exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País;
conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;
perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;
questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
2. Educação Física no Ensino Fundamental
A Educação Física escolar deve sistematizar situações de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso a conhecimentos práticos e conceituais. Para isso é necessário mudar a ênfase na aptidão física e no rendimento padronizado que caracterizava a Educação Física, para uma concepção mais abrangente que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal. É fundamental também que se faça uma clara distinção entre os objetivos da Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e das lutas profissionais, pois, embora seja uma referência, o profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola. Assim, a Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos. Nesse sentido, cabe assinalar que os alunos portadores de deficiências físicas não podem ser privados das aulas de Educação Física (PCN, 1998).
Essa é discussão relativamente nova, mais que vem ganhado força ao longo dos últimos anos, ao considerarmos que a Educação Física está em processo de organização dos seus conhecimentos. Conforme Neira (2010) o objetivo da Educação Física no ensino fundamental:
É o mesmo objetivo da escola: colaborar na formação das pessoas para que elas possam ler criticamente a sociedade e participar dela atuando para melhorá-la. Dentro dessa missão, cada disciplina estuda e aprofunda uma pequena parcela da cultura. O que a Educação Física analisa é o chamado patrimônio corporal. Nosso papel é investigar como os grupos sociais se expressam pelos movimentos, criando esportes, jogos, lutas, ginásticas, brincadeiras e danças, entender as condições que inspiraram essas criações e experimentá-las, refletindo sobre quais alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-las no espaço escolar (p. 12).
Conforme os PCNs (1998, p. 24), a Educação Física no ensino fundamental almeja que os alunos sejam capazes de:
participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais;
adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência;
conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para a integração entre pessoas e entre diferentes grupos sociais;
reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de recuperação, manutenção e melhoria da saúde coletiva;
solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e dosando o esforço em um nível compatível com as possibilidades, considerando que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento das competências corporais decorrem de perseverança e regularidade e devem ocorrer de modo saudável e equilibrado;
reconhecer condições de trabalho que comprometam os processos de crescimento e desenvolvimento, não as aceitando para si nem para os outros, reivindicando condições de vida dignas;
conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o consumismo e o preconceito;
conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão.
Sabemos que a maioria das aulas de Educação Física não segue um planejamento que leva em consideração trabalhar os aspectos citados acima. O que percebemos é uma prevalência dos esportes e do espírito de competição não organizada de forma processual e pedagógica. E isso acaba favorecendo alguns alunos e desmotivando outros.
3. Redefinindo as rotas ao consideramos a “voz” dos alunos
Ao organizarmos o planejamento das nossas aulas de Educação Física devemos considerar a percepção dos alunos como seres humanos possuidores de preferências e desejos, pois existem estudos demonstrando que eles gostam muito das aulas de Educação Física, mas não as consideram importante.
Betti (2003) fez um estudo com alunas de 4 escolas, sendo 2 escolas particulares e 2 publicas totalizando 352 alunas. Seu objetivo era descrever a perspectiva que as alunas possuem da Educação Física, considerando aspectos tais como: se gostam das aulas, importância da disciplina e preferências em relação aos conteúdos, dentre outros. Com os resultados percebeu-se que a Educação Física é a disciplina que as alunas mais gostavam, porém, era a que julgavam ter a menor importância.
Rosário e Darido (2005) fizeram um trabalho com a intenção de abordar qual era o entendimento que os professores de Educação Física que trabalham na rede pública tinham a respeito do projeto político pedagógico no cotidiano da escola. O resultado demonstrou que era necessário estabelecer melhor a função e o papel da escola, bem como, o da Educação Física enquanto componente curricular. Destacaram ainda que é preciso repensar e organizar o espaço escolar a partir de uma perspectiva pedagógica, política e coletiva, pois, somente dessa forma as ações fazem sentido para os alunos e professores.
4. Metodologia
Este trabalho que pode se caracterizar como uma pesquisa de levantamento, que segundo Selltiz et alii (1987), coletam-se dados de uma população relativamente grande, relacionados às variáveis socioculturais ou características das pessoas (sexo, idade, religião, nível socioeconômico etc.), comportamento, opiniões e atitudes, em geral utilizando questionário e/ou entrevista.
Participaram da pesquisa 206 alunos do ensino fundamental I da Escola Estadual Tiradentes de Lavras MG. Eles foram divididos em dois ciclos, sendo o primeiro representado primeiro e segundo ano e o segundo correspondendo ao terceiro, quarto e quinto ano. Convém ressaltar que para cada etapa de ensino foram selecionadas duas turmas.
A aplicação do questionário foi realizada em horário de aula e todos responderam simultaneamente seguindo as instruções que eram oferecidas a cada pergunta sempre que necessário, porém, de uma forma que não interferisse nas respostas. Nesse sentido, não podemos deixar de destacar que alguns comentários dos alunos durante a aplicação do questionário foram de suma importância para a interpretação dos resultados.
5. Resultados e discussão
Depois de aplicados os questionários, os gráficos abaixo revelam as informações referentes à visão dos alunos sobre suas aulas de Educação Física em relação a alguns aspectos. Os gráficos mostrarão sempre uma comparação entre as respostas dos alunos do 1º e do 2º ciclo.
Gráfico 1
Gráfico 2
Os gráficos 1 e 2 mostram a preferência dos alunos em relação a Educação Física, pois é o componente curricular que os alunos mais se identificam com mais de 50% da preferência em ambos os ciclos. Os resultados aqui confirmam o que está presente na literatura especializada como, por exemplo, o estudo de Betti (2003).
Há no segundo ciclo um aumento significativo de alunos que gostam de Matemática. Foi realizado um estudo diagnóstico com alunos do ensino fundamental de uma escola publica de Lavras - MG e quando questionados sobre a disciplina que mais gostavam, Matemática e Educação Física apareceram como as maiores preferências.
Gráfico 3
Gráfico 4
Os gráficos 3 e 4 mostram o quanto os alunos gostam das suas aulas de Educação Física, de modo que mais de 89% dos alunos de ambos os ciclos afirmaram gostar muito das aulas e apenas 1,33 % no primeiro ciclo e 0,76% no segundo dizem não gostar das aulas de Educação Física.
Sendo assim, questionamos os alunos sobre o quanto gostavam das aulas de Educação Física, obtendo cerca de 79% dos alunos declarando que gostam ou gostam muito das aulas de Educação Física.
Ao analisarmos os dados foi possível perceber que algumas crianças responderam que a disciplina que mais gostavam era a Educação Física, porém, quando questionadas o quanto gostavam afirmaram gostar ou gostar pouco das aulas. De outro modo, quase todas as crianças que marcaram as disciplinas das outras áreas como as preferidas, também apontaram gostar muito das aulas de Educação Física.
Gráfico 5
Gráfico 6
Nos gráficos 5 e 6 estão representados os conteúdos da Educação Física que os alunos mais gostam, e o esporte é o mais citados entre os alunos, com maior evidencia no segundo ciclo. Um dos motivos dessa indicação parece ser o fato de que a cultura escolar na cidade configura-se quase que exclusivamente em práticas esportivizadas. Nos primeiros anos do ensino fundamental os esportes são trabalhados com base na massificação dos aspectos técnicos mecanizados visando a formação de atletas, principalmente, para defender o nome da escola nos jogos escolares municipais e estaduais.
As opções como danças, lutas e ginásticas são raramente trabalhadas nas aulas. Em um relato a professora explicitou que o motivo pelo qual um número significativo de alunos gostarem de ginástica se deve ao fato da participação em projetos extracurriculares no período contrário ao das aulas formais.
Assim, podemos afirmar que o esporte tem sido colocado como conteúdo predominante nas aulas de Educação Física como uma mera reprodução do esporte-espetáculo difundido pelos meios de comunicação. Na maioria das vezes, outros conteúdos importantes não são trabalhados nas aulas e acabam, em muitos casos, ficando sem sentido para os alunos que os vivenciam.
Gráfico 7
Gráfico 8
Um fato bem interessante apresentado dos gráficos 7 e 8 diz respeito ao numero de alunos que querem ser profissionais da área, totalizando em cada ciclo mais de 20 %. Parte das crianças gostam de aprender os conteúdos escolares brincando, assim como, consideram as aulas de Educação Física como sendo a mais fácil entre todas as existentes no currículo.
Gráfico 9
Gráfico 10
Diante dos gráficos, as respostas entre os ciclos não foram tão diferentes. Nesse sentido, podemos perceber que os esportes, os jogos e as brincadeiras foram os mais citados pelos alunos. Vale lembrar que algumas das opções de conteúdos não são trabalhadas nas aulas dessa escola, o que nos leva a pensar que as crianças confundem algumas praticas corporais com outras ou fazem essas atividades fora do ambiente escolar.
As respostas aqui encontradas mostram a predominância dos esportes nas aulas de Educação Física, uma realidade que atinge quase todas as escolas, principalmente, as públicas de Lavras - MG. Sabemos da existência de um amplo repertorio de conteúdos que podem ser trabalhado nas aulas, mas o que percebemos são propostas tecnicistas para o aprendizado do esporte, muitas vezes, restringindo-se aos mais tradicionais.
Podemos notar que essa predominância do conteúdo esporte na Educação Física esta associada, além desses fatores já citados, a indução dos espaços de práticas corporais demarcados pelas linhas da quadra de forma restrita a algumas modalidades esportivas, deixando de reconhecer as necessidades dos outros conteúdos, como salas para dança, ginástica e lutas. Além da questão dos espaços, temos a questão do acesso aos materiais, que em geral, também são esportivos. Tatames, trampolins, equipamentos de som, que são recursos necessários para a organização de outras práticas, dificilmente são vistos nas escolas. Todo esse conjunto de fatores facilita a hegemonia do universo esportivo, ao mesmo tempo em que limitam o acesso aos demais conhecimentos da cultura corporal.
Temos a crença de que falta de espaço e material não pode ser o motivo da negação do conhecimento de outras atividades para os alunos. O professor deve achar meios adaptados para realizar as atividades e ainda, juntamente com toda a comunidade escolar, buscar meios para solucionar esses problemas.
Gráfico 11
Gráfico 12
Nos gráficos 11 e 12 identificamos que mais de 95 % dos alunos responderam não terem aulas teóricas de Educação Física, afirmando ter somente aulas práticas.
Gráficos 13
Gráfico 14
Quando questionados sobre a importância das aulas de Educação Física, menos de 2 % dos alunos em cada ciclo disseram não achá-las importante. Para o primeiro ciclo a importância das aulas se dá principalmente pelas brincadeiras porque por meio delas eles aprendem esportes e consideram adquirir mais saúde com esse componente curricular. Sendo assim, não fica difícil localizar na literatura especializada alguns estudos que demonstram que os alunos acreditam ser o principal benefício da Educação Física a questão do “desempenho físico” e da “saúde”.
Gráfico 15
Gráfico 16
Os gráficos acima mostram que os alunos mais novos não gostam das competições existentes nas aulas, talvez pelo motivo dessa faixa etária ainda gostar mais das atividades lúdicas. Já para o segundo ciclo o que justifica a resposta com quase 50% no tópico “outras coisas” foi o fato dos alunos relatarem gostar de tudo na Educação Física. Os alunos do segundo ciclo também não gostam de propostas de práticas corporais nas quais possuem pouca habilidade.
Podemos salientar que os conteúdos repetitivos e a falta de compreensão dos alunos com os próprios colegas, bem como a postura de determinados professores, são os principais fatores que afastam os educandos das aulas. Principalmente os menos “habilidosos”; fato que pode ser mais bem compreendido ao observarmos a necessidade de uma maior compreensão quanto aos contextos culturais que esses alunos estão inseridos.
Gráfico 17
Gráfico 18
O tempo de duração das aulas foi o que a maior parte dos alunos mudaria nas aulas de Educação Física. De acordo com alguns relatos colhidos por nós durante a aplicação dos questionários, percebemos que os alunos gostam tanto das aulas que gostariam de ter mais aulas ou que elas durassem mais tempo.
Considerações finais
Ao analisarmos os dados foi possível perceber que a preferência pelas aulas de Educação Física vai se confirmando a cada estudo e que os alunos tendem a gostar muito dessa área de conhecimento, mesmo que se restringindo somente ao aprendizado superficial das modalidades esportivas.
Percebemos ainda que a cultura esportiva impregnada nas escolas afeta diretamente o gosto dos alunos, já que em ambos os ciclos o esporte foi o conteúdo mais preferido Será que essa preferência não tem relação com o fato de não terem acesso a outros conteúdos?
Bem, essa cultura esportivista se confirma quando os alunos são questionados a respeito dos conteúdos que aprendem nas aulas, já que a maioria diz aprender esportes, jogos e brincadeiras. No entanto, os alunos parecem mesmo gostar das aulas de esporte, pois quando questionados sobre o que mudariam nas aulas de Educação Física, mais de 50% queriam que as aulas tivessem uma maior duração. A pergunta que fica é: será que eles não gostam de outras atividades ou eles de fato não conhecem?
Em relação ao que os fazem gostar das aulas, notamos que o componente é considerado mais fácil e que eles aprenderem brincando. No entanto, quando questionados sobre a importância das aulas a maioria diz ser importante e os motivos variam de um ciclo para o outro, com destaque para a questão das brincadeiras e a importância se dá pelos benefícios da saúde.
Contudo, para a maioria desses estudantes as aulas podem continuar sendo ministrada da mesma forma, porém, com um tempo de duração maior. As únicas coisas que os alunos parecem não gostar são as competições (na visão do primeiro ciclo) e das propostas nas quais têm pouca habilidade (no caso do segundo ciclo).
Referências
BETTI, M.; LIZ, M. T. F. Educação Física escolar: a perspectiva de alunas do ensino fundamental. In: Revista Motriz, Rio Claro, v. 9, p. 135-142, set./dez. 2003.
BRASIL. [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB : Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional : lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. – 5. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2010.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília, 1998.
COSTA, V. B. Inclusão escolar na educação física: reflexões acerca da formação docente. In: Revista Motriz, Rio Claro, v.16 n.4 p.889-899, out./dez. 2010
ROSÁRIO L. F. R., DARIDO S. C. A sistematização dos conteúdos da educação física na escola: a perspectiva dos professores experientes In: Revista Motriz, Rio Claro, v.11 n.3 p.167-178, set./dez. 2005.
SELLTIZ, C. et alii.. Métodos de pesquisa nas relações sociais. 2ed. São Paulo: E.P.U, 1987. v.1.
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