efdeportes.com

Análise da força dos membros inferiores em atletas 

de voleibol correlacionado ao método dermatoglífico

Análisis de la fuerza de los miembros inferiores en jugadores de voleibol correlacionado con el método dermatoglífico

 

*Graduados em Educação Física pela Universidade do Vale do Sapucaí, Univás

**Doutor em Ciências da Cultura Física (UCCFD, Cuba)

Laboratório de Aptidão Física e Performance Humana, LAFIPE, Univás

(Brasil)

Diogo de Assis Daniel*

Maurício Borges de Oliveira**

Bruna Oliveira Araujo*

Luiz Guilherme Lima Felippe*

mauriciocambuquira@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O voleibol é um esporte muito praticado na atualidade. Criado em 1895 está em ampla evolução passando a exigir muitos de seus praticantes durante o jogo. Um dos pontos bastante exigido é a força dos membros inferiores de seus atletas, pois necessitam dos mesmos para realizar os fundamentos do voleibol. Para que o voleibol continue nessa evolução estudos são realizados e através da Dermatoglifia, estudos das impressões digitais podem verificar a predominância genética de seus atletas. O estudo foi realizado com onze atletas de voleibol da faixa etária de 15 a 19 anos do projeto “Bola Cheia” da cidade de Pouso Alegre, MG.

          Unitermos: Voleibol; Força de membros inferiores; Dermatoglifia.

 

Abstract

          Volleyball is a sport much practiced today. Created in 1895 is largely in flux and require many of its practitioners during the game. A lot of points required are the strength of the lower limbs of their athletes because they need to perform the same fundamentals of volleyball. For volleyball continues this evolution studies are conducted and through Dermatoglyphics, studies of fingerprints can confirm the predominance of their genetic athletes. The study was conducted with eleven volleyball players aged from 15 to 19 years of the project "Bola Cheia" the city of Pouso Alegre, MG.

          Keywords: Volleyball. Strength of the lower limbs. Dermatoglyphics.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O voleibol esta em ampla evolução, cada vez mais seus praticantes precisam evoluir com o esporte. Essa evolução se faz, dentre outros aspectos, com a melhora de sua condição física através de treinamentos específicos para cada atleta. Essa condição física seria quanto a potencia de membros superiores e inferiores, onde os membros inferiores são mais exigidos, pois são os responsáveis por realizar fundamentos do voleibol como o ataque, bloqueio, saque em suspensão, etc.

    A força dos membros inferiores também protege os atletas de lesões nos joelhos por causa da queda dos saltos, os ligamentos dos mesmos, torção do tornozelo entre outras lesões que podem ser ocasionadas durante uma partida.

    Com essa evolução vários estudos são realizados para que cada vez mais continue crescente o desenvolvimento do voleibol. Um desses estudos seria a Dermatoglifia, uma avaliação já utilizada para verificar e assim direcionar os jovens atletas em diferentes modalidades esportivas. Com a Dermatoglifia o treinador pode verificar qual a predominância genética dos atletas de maneira não invasiva e assim direcionar o treino para desenvolver o que o seu atleta pode corresponder, podendo ser velocidade, coordenação e força. Varias seleções mundiais já usam esse método de identificação.

Objetivo

    Analisar a força dos membros inferiores através do teste de salto horizontal (TSH) em voleibolistas do sexo masculino correlacionado com o método dermatoglífico protocolo proposto por Midlo; Cummins (1942) verificando assim se os atletas que registraram os maiores índices de força nos saltos possuem a tendência genética de força na analise de suas impressões digitais.

Material e método

    O presente estudo tem característica descritiva segundo Thomas; Nelson; Silverman (2007) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univás sob protocolo número 1556, de 25 de maio de 2011.

    Foram avaliados 11 atletas de voleibol, na faixa etária de 15 a 19 anos pertencentes a equipe masculina de Voleibol do Projeto Bola Cheia da cidade de Pouso Alegre – MG que jogaram o campeonato Sul Mineiro de Voleibol.

    Num primeiro momento foram coletadas as impressões digitais (ID) utilizando o protocolo proposto por Midlo; Cummins (1942) que consistiu em:

  1. Coletar as impressões digitais dos 10 dedos das mãos;

  2. Contar o número de desenhos (Arco, Presilha e Verticilo, conforme a figura 1, para verificar a predominância dos mesmos);

Figura 1. Tipos e significado dos desenhos dactilares (MEDEIROS, 2011)

  1. De acordo com a predominância dos desenhos classificar os sujeitos.

    Num segundo momento foi avaliada indiretamente a força de membros inferiores (Fmi) aplicando TSH realizado da seguinte forma: foi afixada no solo, de forma linear no sentido horizontal, uma fita métrica com precisão de 1 cm, marca Mandrak, modelo FT com 5 m x 0,16 m, fabricante Gemini LTDA, fabricado na China, onde o avaliado ficou com os pés paralelos, no ponto de partida (marca zero da fita métrica) e ao sinal do avaliador, o avaliado saltou no sentido horizontal, tentando alcançar o ponto mais distante possível. Foi permitida a movimentação livre dos braços e tronco. Foram realizadas três tentativas registrando-se a maior distância alcançada. A medição foi feita na parte posterior do pé (calcanhar) que estivesse mais próximo do ponto de partida do salto (PITANGA, 2008, p. 195).

    De posse desses dados foi verificado se o atleta que apresentou o melhor resultado no TSH teve a predominância de força na avaliação das ID.

Resultados

    A tabela 1 apresenta os resultados da aplicação do TSH e a análise das ID com a predominância dos desenhos dermatoglíficos dos sujeitos investigados.

Tabela 1. Resultados dos melhores saltos horizontais e a predominância dos desenhos dermatoglíficos

    De acordo com a tabela 1, o atleta que obteve o melhor salto (X6) possui a predominância de Presilha (velocidade) nos desenhos de sua ID, o que contradiz a literatura, ou seja, deveria ter a predominância de arco (força).

    Neste estudo também foi encontrado apenas três atletas (X1, X9 e X11) que possuem a predominância de 100% de suas ID a um tipo de desenho. Tanto o X1 quanto o X9 possuem a predominância total de Presilha, já o X11 teve a predominância total de verticilo. Em porcentagem o X1 e X9 têm 17,5% do total de Presilhas encontradas e o X11 apresentou 21,7% do total de Verticilos encontrados entre os atletas.

    O resultado do estudo demonstra que foram encontrados 110 desenhos no total, sendo que 51,81% são Presilhas, 41,81% são Verticilos e 6,36% são Arcos.

    Dos 11 atletas de voleibol que participaram do estudo apenas seis passaram de dois metros no TSH. Desses, quatro possuem a predominância em Presilhas e dois em Verticilo.

    Quanto ao Salto horizontal, a amostra apresentou o maior salto sendo 2,26 metros e o menor sendo 1,72 metros. A média obtida em relação a todos foi de 2,00±0,15 metros e o melhor salto teve em percentagem 10,22% do valor geral.

Discussão

    O número de atletas com o desenho de Presilha nas suas impressões digitais é maior quanto ao número de Verticilos e de Arcos, esse resultado é semelhante ao encontrado nos estudos feitos por Fernandes Filho (1997) e de Fonseca et al (2008), onde os atletas de voleibol masculino e feminino de alto nível obtiveram o desenho de Presilha como o desenho mais encontrado.

    Com esses dados verifica-se que a predominância dos 11 atletas analisados em geral é de Presilha, sendo semelhante ao resultado do estudo feito por Fonseca et al. (2008) que encontrou nos atletas de alto nível a predisposição em força explosiva e de resistência de velocidade, já no presente estudo foi encontrado em maior número a resistência de velocidade e de coordenação e resistência motora.

    No estudo realizado por Gomes Silva et al. (2010) os atletas possuíam um maior número de Presilhas quanto aos desenhos de Verticilos e Arcos, mostrando que os mesmos passam a ter uma predisposição maior em desenvolver velocidade, que segundo a literatura, são características de modalidades de alta potência e de curto tempo (DANTAS; FERNANDES FILHO, 2002). Comparar com o que foi encontrado nesse estudo mostra que houve uma semelhança quanto à predominância de Presilha.

    Com a amostra analisada verificou-se que nenhum atleta obteve a predominância das ID em Força (Arco), porém conforme Fonseca et al (2008) os atletas de voleibol necessitam de elevados níveis de força explosiva e de resistência de velocidade para que tenham uma performance muito elevada na modalidade.

    Em um estudo realizado por Nassau; Gentil et al (2006) mostrou que não encontraram uma correlação significativa em relação ao resultado do TSH com o desenho de Arco, sendo semelhante ao apresentado por esse estudo, onde os atletas que mostraram um alto valor no salto horizontal não foi encontrado uma predominância com o desenho de Arco nas suas ID.

Considerações finais

    O resultado obtido com o TSH para verificar a força do atleta não condiz com o resultado da predisposição dos desenhos das impressões digitais.

    A grande incidência de Presilhas nas ID e o pequeno número de Arcos mostra que os atletas não possuem uma predisposição a força, porém quanto ao voleibol os jogadores precisam de velocidade e força para obter uma maior potência. Alem disso, as correlações entre outros resultados de atletas de alto nível não ficaram muito diferentes, pois nesses estudos também foram encontrados uma predominância de Presilhas nas amostras.

    Vale ressaltar que a amostra estudada possui características predominantemente amadoras e que possivelmente ainda não possuem um treinamento específico para o melhoramento das condições físicas de cada atleta.

Referências

  • DANTAS, P. M. S.; FERNANDES FILHO, J. Identificação dos perfis, genético, de aptidão física e somatotípico que caracterizam atletas masculinos, de alto rendimento, participantes do futsal adulto, no Brasil. Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28 – 36, 2002.

  • FERNANDES FILHO J. Impressões dermatoglíficas - marcas genéticas na seleção dos tipos de esporte e lutas (a exemplo de desportista do Brasil). Tese de Doutorado. Moscou, Rússia, 1997.

  • FONSECA, C.L.T, SOUSA,M.V.G, AREDES,S.G, RAQUETI, P., FERNANDES FILHO, J. Perfil dermatoglífico, somatotípico e da força explosiva de atletas da seleção brasileira de voleibol feminino. Fitness & Performance Journal, v. 7, n. 1, p. 35-40, 2008.

  • GOMES SILVA, H; ALVES COSTA, C.L.; MENDES DA SILVA, H.;SOUZA CAPISTRANO, R.D. Perfil dermatoglífico e qualidades físicas básicas de jovens atletas de Voleibol. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 8, n. 1, p. 1- 15, 2010.

  • MIDLO, C.; CUMMINS, H. Palmar and plantar dermatoglyphics in primates. The American Anatomical Memoirs. Philadelphia: The Wistae Institute of Anatomy and Biology, n. 20, October, 1942.

  • MEDEIROS, N. Análise das impressões digitais aponta talentos esportivos de atletas. Superesportes. Brasília. 2011. Disponível em: http://www.df.superesportes.com.br/app/19,66/2011/04/06/noticia_maisesportes,16576/analise-das-impressoes-digitais-aponta-talentos-esportivos-de-atletas.shtml. Acesso em: 10 maio 2012.

  • NASSAU, F. F.; GENTIL, P.; LOBATO, S. R. U; MACHADO COSTA, P.I. A.; ROCHA JUNIOR, V. A. Correlação entre perfil datiloscópico e performance nos testes de 12 minutos e de impulsão horizontal em jovens do sexo masculino. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 11 - N° 100, 2006. http://wwww.efdeportes.com/efd100/datilos.htm

  • PITANGA, F. J. G. Testes, medidas e avaliação em Educação Física e esportes. São Paulo: Phorte, 2008.

  • THOMAZ, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. 5. ed., Porto Alegre: Artmed, 2007.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 180 | Buenos Aires, Mayo de 2013  
© 1997-2013 Derechos reservados