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Prevalências e afetamentos relacionados 

ao excesso peso corporal em adolescentes

Influencia y padecimiento relacionados con el excesivo corporal en adolescentes

Prevalence and consequences related to excess body weight in adolescents

 

*Laboratório de Atividade Motora Adaptada, Centro de Ciências da Saúde

e do Esporte, Universidade do Estado de Santa Catarina

**Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Centro de Ciências

da Saúde e do Esporte, Universidade do Estado de Santa Catarina

(Brasil)

Carla Regiane Vargas* **

Gisele Graziele Bento* **

Franciele Cascaes da Silva* **

Beatriz Angélica Valdívia Arancibia*

Paulo José Barbosa Gutierres Filho*

Rudney da Silva* **

rudney.silva@udesc.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo analisar as prevalências e afetamentos relacionados ao excesso de peso em adolescentes. Para tanto, foram tratados artigos que apresentavam resultados diretos ou indiretos sobre prevalências de estado nutricional, e foram incluídas obras da literatura especializada sobre as consequências deletérias do excesso de peso corporal. Foram selecionados somente artigos completos, escritos em língua inglesa e portuguesa e publicados na última década. Deste modo, pode-se verificar que a prevalência de excesso de peso corporal varia entre 9% e 33% e está associada a fatores comportamentais e ambientais. Deste modo, com base nos estudos levantados, pode-se concluir que o excesso de peso corporal atinge significativamente adolescentes de diferentes regiões, classes econômicas e níveis educacionais, e que, portanto, pode ser considerada uma fase crítica para a saúde pública na atualidade.

          Unitermos: Adolescência. Excesso de peso corporal. Prevalência.

 

Resumen

          Este estudio tiene como objetivo analizar la influencia y el padecimiento relacionado al exceso de peso en adolescentes. Para ello, fueron tratados artículos que mostraron resultados directos e indirectos sobre la influencia del estado nutricional, y además, fueron incluidos textos de literatura especializada sobre las consecuencias no deseadas del peso corporal. Fueron solamente seleccionados artículos completos, escritos en lengua inglesa y portuguesa, publicados en la última década. De este modo, se puede verificar que la influencia del exceso de peso corporal varía entre 9% y 33% y está asociado a factores de comportamiento y ambientales. Así, con base en estas investigaciones, se puede concluir que el exceso de peso corporal recae significativamente en adolescentes de diferentes regiones, clases sociales y nivel educacional, y que, por lo tanto, puede ser considerada una fase crítica para la salud pública en la actualidad.

          Palabras clave: Adolescencia. Exceso de peso corporal. Influencia.

 

Abstract

          This study aimed to analyze the prevalence and afetamentos related to overweight in adolescents. For both, were treated articles that had direct or indirect results on prevalence of nutritional status, and included works of literature on the deleterious consequences of excess body weight. We selected only full articles, written in English and Portuguese language and published in the last decade. Thus, it can be seen that the prevalence of excess body weight varies between 9% and 33% and is associated with behavioral and environmental factors. Thus, based on the studies surveyed, it can be concluded that excess body weight significantly affects adolescents from different regions, social classes and educational levels, and therefore, can be considered a critical public health today.

          Keywords: Adolescence. Excess body weight. Prevalence.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As exigências do estilo de vida atual têm modificado os padrões e comportamentos nutricionais, que, associados ao sedentarismo predominante, altera as características da composição corporal de adolescentes que favorece o aumento da prevalência dos estados de sobrepeso e de obesidade (ALMEIDA, SILVA, CYRINO, 2009), afetando as condições de saúde destes indivíduos, principalmente pela influência ao consumo e utilização dos nutrientes (CHRISTAKIS, 1973; VASCONCELOS, 2008). Poth (2010) afirma que, atualmente, a obesidade afeta a maioria dos países industrializados em praticamente todas as regiões do mundo, mas principalmente da América do Norte e Europa. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos da América, através do programa Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (Nacional Health and Nutricion Examination Survery – NHANES III), evidencia que a obesidade pediátrica está aumentando em um ritmo alarmante entre todos os grupos étnicos e raciais (LEMURA; DUVILLARD, 2006). Comparativamente, estudo realizado com minorias étnicas norte-americanas constatou uma prevalência de excesso de peso de 11,2% entre indivíduos do sexo feminino e 11,8% entre os indivíduos do sexo masculino (ROSE; BODOR, 2006).

    Na América do Sul, especificamente no Brasil, estudos têm constatado valores expressivos sobre a prevalência do excesso de peso e obesidade de adolescentes, principalmente nas classes econômicas mais altas (COLE et al., 2000; BALABAN; SILVA, 2001; SILVA; BALABAN; MOTTA, 2005; CAMPOS; LEITE; ALMEIDA, 2006; MONDINI et al., 2007; LUNARDI; PETROSKI, 2009). Dessa forma, estudos realizados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil demonstram prevalências significativas de sobrepeso (8,5%) e obesidade (26,2%) (BALABAN; SILVA, 2001), principalmente em adolescentes de classes sociais mais altas (SILVA; BALABAN; MOTTA, 2005). Já estudos realizados na região Centroeste do Brasil apontam prevalência de obesidade de 29,4% e sobrepeso de 27%, respectivamente nos estudos de Giugliano e Carneiro (2004) e de Giugliano e Melo (2004). Da mesma forma, estudos realizados na região Sudeste do Brasil também indicam prevalência de obesidade nos estudantes de 36%, e nas estudantes de 27% (ALBANO; SOUZA, 2001; MONDINI et al., 2007), dos quais 18% são oriundos de escolas particulares e 15% de escolas públicas (COSTA; CINTRA; FISBERG, 2006). Na região Sul do Brasil, estudos demonstram prevalência de obesidade de 19,3% a 21,4% e de sobrepeso (7,2%) em adolescentes, apontando maior risco nestes indivíduos (GUEDES et al., 2006; DUTRA; ARAÚJO; BERTOLDI, 2006; LUNARDI; PETROSKI, 2009), principalmente no sexo masculino e nas estudantes de renda familiar baixa, indicando prevalência de 24,6% de risco de alteração do estado nutricional, com índices variando de 15,4% a 17,9% para sobrepeso e de 6,0% a 6,7% para obesidade (SOAR; VASCONCELOS; ASSIS, 2004; SILVA et al., 2008; RICARDO et al., 2009).

    Considerando as altas prevalências de alterações do estado nutricional, bem como as consequências para a saúde de adolescentes, este estudo teve como objetivo analisar as prevalências e afetamentos relacionados ao excesso de peso em adolescentes. Foram realizados levantamentos bibliográficos durante os anos de 2011 e 2012, nos portais de buscas principalmente no portal de Periódicos Capes, além das bibliotecas universitárias da região metropolitana da capital do estado de Santa Catarina. Os artigos foram selecionados os quais possuíam resultados diretos ou indiretos sobre as prevalências de estado nutricional escritos em inglês e português e publicados na última década. Foram levantadas ainda obras disponíveis na literatura especializada sobre as consequencias deletérias do excesso de peso corporal. Para a análise do material levantado, utilizaram-se ferramentas elementares da análise de conteúdo e da revisão sistemática para identificação, seleção, padronização e apresentação dos resultados, neste caso, das prevalências disponíveis nos artigos identificados (BARDIN, 2000; LAVILLE; DIONE, 2003).

Prevalência de excesso de peso em adolescentes

    Nos últimos anos, um dos agravos à saúde, associado aos problemas nutricionais que mais acometem adolescentes em todo mundo, refere-se ao aumento de excesso de peso e à obesidade nessas faixas etárias (ALBANO; SOUZA, 2001; PADEZ et al., 2004; ALMEIDA; SILVA; CYRINO, 2009). Em países da América do Norte, como os Estados Unidos e o Canadá, além de diversos países industrializados, em praticamente todas as regiões do mundo, o estado nutricional mais evidenciado nas pesquisas é a obesidade, por acarretar riscos à saúde (POTH, 2010). A Nacional Health and Nutricion Examination Survery – NHANES III evidencia que a obesidade pediátrica, nos Estados Unidos, está aumentando em um ritmo alarmante entre todos os grupos étnicos e raciais (LEMURA; DUVILLARD, 2006). Estudo realizado com minorias étnicas norte-americanas constatou uma prevalência de excesso de peso de 11,2% entre adolescentes do sexo feminino e 11,8% entre os adolescentes do sexo masculino (ROSE; BODOR, 2006). Em estudos europeus, altas percentagens de obesidade e sobrepeso são evidenciadas (PADEZ et al., 2004; CAMPOS; GOMES; OLIVEIRA, 2008), pois pesquisas realizadas em Portugal constataram uma representatividade desde 31,5% (PADEZ, 2004) até 32,7% com sobrepeso ou obesidade (CAMPOS; GOMES; OLIVEIRA, 2008). Além disso, estudo asiático comparando o aumento de peso de adolescentes nos anos de 1995 e 2005, identificou que, em 1995, a obesidade representava 2,92% entre adolescentes do sexo masculino e 1,72% entre as adolescentes do sexo feminino; no entanto, em 2005, os resultados foram de 10,78% entre os indivíduos do sexo masculino e 5,76% entre os indivíduos do sexo feminino.

    Já em estudos realizados na América do Sul, especificamente no Brasil, valores expressivos sobre a prevalência do sobrepeso e da obesidade de adolescentes foram identificados, principalmente nos níveis econômicos elevados (COLE et al., 2000; BALABAN; SILVA, 2001; SILVA; BALABAN; MOTTA, 2005; CAMPOS; LEITE; ALMEIDA, 2006; MONDINI et al., 2007; LUNARDI; PETROSKI, 2009). Estudos brasileiros realizados nas regiões Norte e Nordeste demonstram prevalências significativas de sobrepeso e obesidade. Pesquisas realizadas na cidade de Recife constataram um significativo percentual de sobrepeso e obesidade (26,2% de sobrepeso e 8,5% de obesos) (BALABAN; SILVA, 2001), sendo mais prevalentes em adolescentes de melhor condição socioeconômica (SILVA; BALABAN; MOTTA, 2005), assim como pesquisa realizada em Fortaleza verificou que 24,8% possuíam nível socioeconômico alto e 17,4% nível socioeconômico baixo (CAMPOS; LEITE; ALMEIDA, 2006).

    Em investigações realizadas na região Centroeste do Brasil, a prevalência de obesidade e sobrepeso teve maior representatividade em classes altas, sendo similares para ambos os sexos, pois estudos realizados em Brasília indicaram prevalência de 27% de sobrepeso e 29,4% de obesidade, dos quais 21,2 e 22,9% foram atribuídos ao sexo feminino e 18,8 e 21,1% ao sexo masculino, respectivamente nos estudos de Giugliano e Carneiro (2004) e de Giugliano e Melo (2004). Além disso, estudos realizados na região Sudeste do país indicam que sobrepeso e obesidade são frequentes, sendo acentuados no sexo masculino e em escolas particulares. Em estudo realizado em São Paulo, a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 32,6% entre os estudantes masculinos e 26,5% entre as estudantes femininas (ALBANO; SOUZA, 2001); em Presidente Prudente, foi de 35,7% entre os homens e 20% entre as mulheres (MONDINI et al., 2007); em Santos, foi de 18% entre crianças e adolescentes advindos de escolas particulares e 15,7% entre escolas públicas (COSTA; CINTRA; FISBERG, 2006).

    As investigações realizadas no Sul do Brasil sobre a prevalência do sobrepeso e da obesidade indicaram um agravamento, sendo mais acentuado nas classes altas, pois estudo realizado em Apucarana identificou maior risco de obesidade entre adolescentes pertencentes às classes socioeconômicas mais privilegiadas (GUEDES et al., 2006), de forma que, em Pelotas, o índice foi de 19,3% de sobrepeso (DUTRA; ARAÚJO; BERTOLDI, 2006); e, em Santa Maria, a prevalência foi de 21,4% de sobrepeso e 7,2% de obesidade (LUNARDI; PETROSKI, 2009). Já no estado de Santa Catarina, estudos constataram prevalências significativas de sobrepeso e obesidade, principalmente no sexo masculino e nas adolescentes de renda familiar baixa, pois pesquisa realizada nas regiões do estado identificaram prevalência de 15,4% de sobrepeso e 6,0% de obesidade (RICARDO et al., 2009). Em outro estudo com adolescentes dessas regiões, foi verificado que 12,7% dos jovens do sexo masculino possuem excesso de peso corporal, destacando que jovens do sexo feminino de renda familiar baixa apresentam tendência significante para excesso corporal (SILVA et al., 2008). Na cidade de Florianópolis, foi identificado risco de obesidade de 24,6%, dos quais 17,9% referem-se aos índices de sobrepeso e 6,7% aos índices de obesidade (SOAR; VASCONCELOS; ASSIS, 2004). Portanto, apesar do grande número de estudos levantados, pode-se afirmar que os dados brasileiros com relação à obesidade na adolescência são ainda limitados, e a maioria dos estudos nacionais são baseados em amostras de estudantes (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2003).

Consequências deletérias da obesidade

    As conseqüências das alterações físicas, mentais e sociais que ocorrem em adolescentes com obesidade podem ser muito extensas, intensas e variadas, dependendo de adolescente para adolescente. Todavia, podem ser reversíveis desde que se consiga a redução de peso e que não tenha havido acometimentos nas estruturas orgânicas (SOARES; PETROSKI, 2003). A adolescência é uma das fases mais acometidas pela epidemia da obesidade e, com isso, ocorre à antecipação de doenças crônicas que antes eram encontradas apenas em faixa etária maior. Por exemplo, atualmente, há um grande número de adolescentes com diagnóstico de diabetes tipo 2, que, em gerações passadas, eram praticamente inexistentes, conforme especificado no Quadro 1, as diferentes dimensões das consequências da obesidade e os tipos de doenças (CATENACCI; HILL; WYATT, 2009).

Quadro 1. Tipos de doenças causadas pela obesidade

    A obesidade durante a adolescência poderá impactar negativamente em curto prazo e também há evidências de que as doenças cardiovasculares têm suas origens na adolescência, pois o aumento dos níveis de gordura corporal na adolescência poderá aumentar o risco de doença na vida adulta (REILLY et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2004; FLEGAL; TABAK; OGDEN, 2006; WELLS; FEWTRELL, 2008). Reilly et al. (2003), em estudos sobre a obesidade, evidenciaram associações entre obesidade e os principais fatores de risco cardiovascular, como pressão arterial elevada, dislipidemia e resistência à insulina. O tempo de duração da obesidade está diretamente associado à morbi-mortalidade por doenças cardiovasculares. Há também o risco de o adolescente obeso permanecer neste estado quando adulto se comparado aos indivíduos eutróficos (OLIVEIRA et al., 2004).

    A obesidade aumenta o risco para obtenção da dislipidemia, com aumento do colesterol, triglicerídeos e redução da fração do colesterol de alta densidade – HDL. No entanto, a perda de peso melhora o perfil lipídico e diminui o risco de doenças cardiovasculares (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). As principais alterações do perfil lipídico são: níveis aumentados de colesterol de muito baixa densidade – VLDL, devido à maior produção de triglicérides e ao menor catabolismo; redução dos níveis e da fração do colesterol de alta densidade e maior catabolismo, em razão da maior concentração de triglicérides; e partículas de colesterol de baixa densidade menores e mais densas, mais ricas em apolipoproteína (OLIVEIRA et al., 2004). Outro fator de risco causado pela obesidade é o aumento da insulina plasmática, que pode ser considerado um sinal de alerta para o obtenção do diabetes mellitus tipo 2 e das outras alterações metabólicas relacionadas (ESCRIVÃO et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2004; FLEGAL; TABAK; OGDEN, 2006). A Associação Americana de Diabetes recomenda que se faça triagem em adolescentes propensos a desenvolverem diabetes que possuem excesso de peso, história familiar com diabetes tipo 2, pertencentes a grupos étnicos e que apresentam sinais de resistência à insulina (FLEGAL; TABAK; OGDEN, 2006).

    As complicações ortopédicas são bastante frequentes em indivíduos obesos devido ao excesso de peso, causando traumas nas articulações. Normalmente as articulações mais atingidas são joelhos e o deslizamento da epífise da cabeça do fêmur (ESCRIVÃO et al., 2000; SUÑÉ et al., 2007). Outra complicação ocasionada pela obesidade é a alteração na função pulmonar, com a diminuição do volume residual, volume expiratório máximo e uma redução no volume total pulmonar. Entre as alterações pulmonares mais graves, estão a síndrome Pickwik, caracterizada como hipoventilação, provocando sonolência diurna e apnéia do sono (ESCRIVÃO et al., 2000; MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Além das complicações físicas, a obesidade é associada aos problemas psicossociais, como discriminação, aceitação diminuída pelos pares, isolamento e afastamento das atividades sociais, sendo considerado pelos estudiosos como a pior consequência, pois irá refletir pelo resto da vida do sujeito (FISBERG, 1995; SIGULEM et al., 2001). Os obesos tendem a ter menor sociabilidade, menor rendimento escolar, baixa autoestima, além de distúrbios de humor e sono (SUÑÉ et al., 2007). Enfim, os principais riscos da obesidade são: elevação dos triglicerídeos e do colesterol, hipertensão, alterações ortopédicas, dermatológicas e respiratórias. Com relação aos problemas psicossociais, destacam-se a discriminação por seus pares não obesos, podendo sofrer alterações negativas, em sua personalidade, levando à baixa autoestima e depressão.

    Todas essas complicações para a saúde do adolescente também trazem implicações nos custos dos sistemas de saúde de maneira direta e indireta. Os custos diretos dizem respeito à prevenção, ao diagnóstico e aos serviços relacionados com o tratamento para a obesidade. Já os custos indiretos estão relacionados à morbidade e são devidos ao absentismo e à atividade restrita (CATENACCI; HILL; WYATT, 2009). De acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (2001), o total dos custos diretos e indiretos atribuídos ao excesso de peso e obesidade foi de 117 bilhões de dólares em 2000.

    Com base no exposto, pode-se sugerir que a adolescência é uma fase crítica para hábitos que não favorecem a atividade física e facilitam a ingesta calóricas, (ALVES, 2003; SILVA; PIRES; MATIELLO, 2005; STRONG, et al., 2005; TOIGO, 2007; MATIELLO; GONÇALVES; MARTINEZ, 2008). Portanto, pode-se sugerir que as consequências da obesidade estão relacionadas, em grande parte, ao estilo de vida da maioria das sociedades contemporâneas e provocam graves alterações físicas, mentais e sociais à saúde de adolescentes.

Considerações finais

    Os elevados índices de excesso de peso e obesidade têm como principais causas o consumo alimentar inadequado e os hábitos sedentários, e que os principais riscos para a saúde referem-se aos aspectos biológicos, sociais, psíquicos e comportamentais. Ainda, os valores mais expressivos de prevalência de sobrepeso e obesidade foram encontrados em adolescentes de níveis econômicos elevados. Apesar do grande número de estudos levantados, pode-se afirmar que os dados brasileiros com relação à obesidade na adolescência são ainda limitados, e a maioria dos estudos nacionais são baseados em amostras de estudantes. Deste modo, considerando a obesidade como uma epidemia global, justifica-se a prevenção e o tratamento visando minorar os malefícios à saúde pública e individual, atenuando os custos humanos e econômicos dos sistemas de saúde, sejam eles públicos ou privados, os quais impactam significativamente nos gastos financeiros em grande parte das sociedades industrializadas.

Referencias

Outros artigos em Portugués

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