efdeportes.com

Avanços e desigualdades entre homens e mulheres
no mercado de trabalho

Avances y desigualdades entre hombres y mujeres en el mercado de trabajo

 

*Mestranda do Programa de Pós-graduação

em Desenvolvimento Social – Unimontes

**Professora do Programa de Pós-graduação

em Desenvolvimento Social – Unimontes

(Brasil)

Maria do Carmo dos Santos Carvalho*

carminhacarvalho21@yahoo.com.br

Maria da Luz Alves Ferreira**

mariadaluz@oi.com.br

Caroline Marci Fagundes*

karol_marci@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo através do método comparativo traça um panorama do lugar das mulheres e dos homens no mercado de trabalho, destaca algumas das principais tendências da inserção laboral das brasileiras, marcada por progressos e atrasos de um lado, a intensidade e a constância do aumento da participação feminina no mercado de trabalho. As informações usadas para a comparação entre homens e mulheres provêm do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), dessa maneira pretende-se confrontar as desigualdades que ainda persistem entre homens e mulheres no setor laboral.

          Unitermos: Mercado de trabalho. Homens e mulheres. Desigualdades.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Desigualdade no mercado de trabalho: avanços e desafios

    Nas últimas décadas do século XX, ocorreram mudanças na economia mundial, causando fortes impactos nas relações de trabalho. A partir dos anos 60 e 70, com a ocorrência de movimentos sociais mundiais a cultura da sociedade foi se modificando, a parcela de mulheres economicamente ativas aumentou consideravelmente.

    Segundo Vieira (2006), a crescente urbanização e industrialização contribuíram para um ambiente propicio à entrada de novos trabalhadores no mercado de trabalho, inclusive as mulheres. Assim, o trabalho deixou de ser um elemento sem sexo, para se transformar em uma categoria sexuada, ou, como define Souza-Lobo (1991), de dois sexos distintos.

    O aumento do nível de escolaridade e a queda da taxa de fecundidade, juntamente com o aumento da expectativa de vida, dentre outros fatores acompanharam a evolução das mulheres no mercado de trabalho, esses fatores explicam não apenas o crescimento da atividade feminina, mas também a transformação do perfil da força de trabalho desse sexo. (BRUSCHINI; PUPINN, 2004).

    O mercado de trabalho passou a retratar as discriminações sofridas pelas mulheres na esfera pública, incentivando, apesar de algumas mudanças, a persistência da diferença entre o trabalho de homens e mulheres.

    Dessa maneira, as conquistas no trabalho feminino são ainda marcadas por menos proteção das legislações trabalhistas e pelas organizações sindicais. (Araújo e Ferreira, 2000).

    Para Bruschinni (1987), com a inserção das trabalhadoras no mercado, a tendência verificada é a de segregar as mulheres em determinados setores industriais e em algumas ocupações específicas

    Os dados das Pnads sinalizam a persistência dos já conhecidos padrões diferenciados de inserção feminina e masculina segundo setores ou grupos de atividades econômicas. Os setores do mercado nos quais as trabalhadoras continuam encontrando maiores oportunidades de trabalho e emprego são, pela ordem, prestação de serviços, agropecuária, setor social, comercio de mercadorias e indústria. (p. 24).

    Outro papel guardado ao trabalho feminino, é o de que as mulheres trabalhadoras são utilizadas pelo capital como instrumentos para desmantelar ainda mais as normas de emprego dominantes, levando a uma precarização ainda maior para o conjunto da classe trabalhadora, incluindo o contingente masculino. (HIRATA, 2002).

    Nogueira (2010) nos afirma que a precarização do trabalho feminino se deve ao capitalismo, pois este utilizou da divisão sexual do trabalho para estimular a competição dos trabalhadores, rebaixando os salários em decorrência do ingresso da força de trabalho feminina, incorporada à classe trabalhadora e percebendo salários ainda mais reduzidos.

    Uma nova classificação adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2005 permite perceber melhor como se distribuem as mulheres ocupadas no setor de serviços, já que neste mesmo ano, o setor de serviços era ocupado a maior parte pelas trabalhadoras, cerca de 40% delas estão concentradas em três subsetores: "educação, saúde e serviços sociais", "serviços domésticos" e "outros serviços coletivos, pessoais e sociais". (BRUSCHINI; RICOLDI; MERCADO, 2008).

    Podemos afirmar que, o nicho ocupacional por excelência é o emprego doméstico remunerado, no qual mais de 90% dos trabalhadores são mulheres, ele se manteve como importante fonte de ocupação, praticamente estável até 2005, absorvendo 17% da força de trabalho feminina no Brasil, 15% no Nordeste e 19% no Sudeste. (BRUSCHINI; RICOLDI; MERCADO, 2008).

    Outra característica da precarização do trabalho feminino é a desigualdade de gênero presente no mercado de trabalho, pois as mulheres ganham menos do que seus colegas de profissão, e isso é recorrente não só no Brasil, mas também no mundo, segundo Bruschini; Puppin (2004), essa diferença se acentua principalmente quando se comparam os empregos nos setores econômicos, os grupos de horas trabalhadas, a posição na ocupação de estudo, para as autoras as desigualdades salariais se repetem e são marcas pela discriminação que ainda existe sobre as trabalhadoras apesar de suas conquistas.

    Dessa maneira o trabalho feminino ainda é marcado pela presença das mulheres em empregos nos quais a precarização se encontra acentuada, há um elevado grau de discriminação não só em relação à qualidade das ocupações tanto no setor formal quanto no informal, mas principalmente nas desigualdades salariais entre homens e mulheres. (PROBST, 2003).

    Apesar das mulheres ainda estarem em sua maioria em “guetos” femininos, elas vem ocupando profissões de prestigio, como a advocacia, medicina, arquitetura, engenharia, chefes de grandes empresas, dentre outros postos de trabalho, nos quais eram ambientes de trabalho antes, ocupado somente pelos homens. Isso nos mostra os progressos que as mulheres têm alcançado no mercado de trabalho.

    De acordo com Bruschini e Puppin (2004) ao analisarem as empresas segundo o ramo de atividade, verifica-se que os empregos femininos em nível de diretoria predominam em empresas de serviços comunitários e sociais, nas quais pouco mais da metade dos cargos desse nível eram ocupados por mulheres.

    É preciso atentar e perceber que as mulheres ocupam ainda em pequena quantidade os postos de trabalho profissionais que antes eram ocupados somente pelos homens. O importante é perceber que a participação feminina vem ampliando as possibilidades de inserção das mulheres em postos de trabalhos mais qualificados, ao menos para aquelas mulheres mais escolarizadas. (BRUSCHINI; LOMBARDI, 2003).

    De acordo Lombardi (1999),

    A atividade econômica feminina continua sendo caracterizada pela segregação ocupacional, em setores de baixo status, com remuneração menor que a dos homens, mesmo quando elas exercem a mesma carga horária e têm níveis equivalentes de escolaridade. Além disso, nas áreas que estão abrindo novas oportunidades para as mulheres, as atividades, em grande parte, são de empregos part-time, ou em postos precários e menos qualificados, além de uma presença forte no mercado informal. (p. 124).

    Outras dificuldades são enfrentadas pelas mulheres, Phostuma e Lombardi (1998), apontam que, após estudos realizados no Brasil e no exterior, que

    o aumento de atividades como a subcontratação de trabalhadores por tempo determinado, de trabalhadores part-time e de trabalhadores em domicilio são tendências que absorvem uma grande parte das mulheres que ingressam na atividade econômica, ocorrendo, muitas vezes, em condições inseguras, geralmente levando à intensificação da carga de trabalho,à redução da remuneração e à perda da proteção oferecida pela legislação trabalhista. ( p. 126).

    Segundo as Nações Unidas, aproximadamente 45% das mulheres do mundo entre 15 e 64 anos de idades estão economicamente ativas. (Lim, 1996, p. 11). Nota-se uma diferença entre a natureza de participação dos homens e das mulheres na maioria das regiões do mundo: a taxa feminina da força de trabalho aumentou tanto durante períodos de prosperidade como nos de recessão, enquanto a participação masculina tem decrescido. Além disso, mais mulheres continuam ativas economicamente, mesmo durante o período em que estão gerando e cuidando de filhos. (PHOSTUMA e LOMBARDI, 1998, p.126).

    Souza-Lobo (1991) lembra que a forma em que a divisão sexual de trabalho dentro da fabrica é determinada e construída reflete as expectativas de tarefas "masculinas" ou "femininas" - e é a partir destas identidades de gênero da força de trabalho que se definem a função, o salário e a qualificação (Kergoat apud Souza-Lobo, 1991, p. 56). Para melhor analisar a relação entre qualificação e divisão sexual de trabalho que resulta destas identidades de gênero, Souza-Lobo (1991, p. 56) faz uma distinção entre a tarefa e quem a faz.

    Podemos perceber que apesar dos avanços das mulheres no mercado de trabalho, elas ainda sofrem discriminações no mercado de trabalho, pois há uma diferenciação de gênero para a contratação e permanências nos empregos.

    Segundo o IBGE, em 2011, as mulheres recebiam, em média, 72,3% do salário masculino, proporção que se mantém inalterada desde 2009. Por outro lado, a jornada de trabalho das mulheres é inferior à dos homens. Em 2011, as mulheres trabalharam, em média, 39,2 horas semanais, contra 43,4 horas dos homens, uma diferença de 4,2 horas. Entretanto, 4,8% das que estavam ocupadas em 2011 gostariam de aumentar sua jornada semanal.

    Apesar das diferenças entre os sexos permanecerem, levantamentos do IBGE constataram também que o desnível de inserção entre homens e mulheres foi reduzido em 2011, com as mulheres aumentando sua participação em todas as formas de ocupação. Em 2003, por exemplo, a proporção de homens com carteira assinada no setor privado era de 62,3%, enquanto a das mulheres era de 37,7%, uma diferença de 24,7 pontos percentuais. Em 2010, essas proporções foram de 59,6% e de 40,4%, fazendo com que essa diferença diminuísse para 19,1 pontos percentuais. Porém, o maior crescimento de participação feminina foi observado no emprego sem carteira no setor privado (36,5% em 2003 para 40,5% em 2011).

    Em janeiro de 2008 a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 10,1% e de 6,2% entre os homens. Em relação a janeiro de 2003 observou-se queda na taxa de desocupação entre homens e mulheres, sendo que entre elas essa queda foi de 3,4 pontos percentuais, enquanto que entre os homens essa redução foi de 3,2 pontos percentuais, como mostra o gráfico a seguir.

Tabela 1. Mulheres predominam entre os que procuram trabalho

    Com relação à precariedade do trabalho feminino, Posthuma e Lombardi (1998) assinala que um aspecto importante a ser destacado no que tange às mudanças no mundo do trabalho, é que as mulheres têm sido requisitadas, até mais que os homens, para executarem atividades que exigem habilidades, como destreza manual, atenção a detalhes e paciência para realizar trabalhos repetitivos os quais as qualificaram para o desenvolvimento de tarefas ditas femininas. Essas habilidades, no entanto, não são reconhecidas como qualificadas, o que justifica o fato de as trabalhadoras serem submetidas a salários inferiores, quando comparados aos dos trabalhadores no desempenho de mesmas funções.

    O rendimento médio habitual das mulheres em janeiro de 2008 foi de R$ 956,80, enquanto que o dos homens foi de R$ 1.342,70 para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A partir desses valores, verifica-se que as mulheres recebem 71,3% do rendimento dos homens. Na análise de cada região metropolitana, esse percentual foi de 75,9% em Recife, 74,2% em Salvador, 65,2% em Belo Horizonte, 75,6% no Rio de Janeiro, 70,4% em São Paulo e 69,3% em Porto Alegre.

    Para Sanches (2000), a disparidade de rendimentos é o argumento mais eloqüente de que a discriminação no mercado de trabalho persiste, apesar do crescimento significativo da participação das mulheres em número e qualidade, no que se refere à ocupação de novos postos, ao ingresso em novos setores da atividade econômica e aos níveis de escolaridade cada vez mais altos que as mulheres vêm alcançando. Dentre os novos setores, destaca-se a economia informal, devido ao grande contingente de mulheres que nela se encontram.

    A elevação da escolaridade feminina tem impactos significantes na condição de agente das mulheres, pois a expansão da escolarização tem afetado diretamente o acesso das mulheres ao mercado de trabalho, dados apresentados por Bruschini; Ricoldi; Mercado (2008), em sua pesquisa mostra que em 2005, 32% das trabalhadoras tinham mais de 11 anos de estudos, contra 25%dos trabalhadores.

    Para as mulheres que possuem nível superior completo, de acordo com o IBGE, o rendimento médio habitual foi de R$ 2.291,80 em janeiro de 2008; enquanto que para os homens esse valor foi de R$ 3.841,40. Ainda que comparando trabalhadores que possuem o nível superior, o rendimento das mulheres é cerca de 60% do rendimento dos homens, indicando que mesmo com grau de escolaridade mais elevado as discrepâncias salariais entre homens e mulheres não diminuem.

    Entre as mulheres trabalhadoras, 51,3% possuíam 11 anos ou mais de estudo em janeiro de 2003, contra 59,9% em janeiro de 2008. Entre os homens, esses mesmos níveis de escolaridade eram de 41,9% e 51,9%, respectivamente, nos meses de janeiro de 2003 e de 2008.

    Segundo o IBGE, a explicação para a remuneração em média 30% inferior a dos homens decorre das características de inserção das mulheres no mercado de trabalho. Elas costumam concentrar sua atuação no setor de serviços e em ocupações pouco qualificadas e de baixa remuneração. A trajetória profissional das mulheres também costuma ser marcada pela menor ocupação de cargos de comando ou chefia.

    Portanto, a defasagem entre os salários não diminui com o aumento da escolaridade. Mulheres com 11 anos ou mais de estudo ganham 58,6% do que homens com mesmo nível de escolaridade recebem. Entre os salários mais baixos, 32% da população masculina ocupada ganhavam em 2003 até um salário mínimo. Entre a população feminina este percentual sobe para 49%. Entre os empregadores, elas são minorias. Apenas 2,7% das mulheres ocupadas se enquadram nesta categoria, contra 5,5% de homens.

    Daune-Richard (2003), ao analisar as desigualdades de gênero no mercado de trabalho francês, destaca que o fato de as mulheres estudarem mais (41% das mulheres na faixa dos 25 aos 34 anos têm escolaridade superior, contra 33% dos homens na mesma faixa etária) não contribui para que elas alcancem maior acesso a ocupações qualificadas. Ao contrário, mesmo com escolaridade igual, há uma desvalorização dos diplomas das mulheres. Enquanto os homens se inserem em cargos técnicos industriais, as mulheres se concentram no setor terciário, e, neste caso, os empregos femininos são sempre menos qualificados.

    Assim, segundo Margaret (2008),

    os argumentos que até há poucos anos ainda podiam "legitimar" as desigualdades profissionais entre homens e mulheres perderam todo sentido: na maioria dos países europeus, as mulheres são mais instruídas que os homens. Uma grande parte delas tem trajetórias profissionais continuas, como os homens. Porém, elas permanecem sensivelmente menos bem pagas que eles têm carreiras profissionais mais estagnadas, experimentam um sobredesemprego e um subemprego patentes. Além disso, a segregação dos empregos continua forte. (p. 42).

    Bruschini (2000) defende que “o trabalho feminino não deixa de ser caracterizado como mais precário em relação ao masculino. Ao contrário, há várias evidências de que a desigualdade de gênero continua a demarcar o mercado de trabalho brasileiro” (BRUSCHINI, 2000, p. 31). E isto fica evidente quando se detecta que,

    apesar dos ganhos obtidos pelas trabalhadoras no que tange aos espaços ocupados no mercado de trabalho, os baixos rendimentos obtidos por elas e as desigualdades salariais entre os sexos refletem a permanência da discriminação sexual” (BRUSCHINI, 2000, p.42).

    Pesquisa realizada por Fonseca (2000), em uma empresa têxtil na região sul do Brasil, exemplifica a realidade vivenciada pelas mulheres, ou seja, os avanços e conquistas não implicaram melhorias correspondentes quanto à sua participação em cargos gerencias de níveis superiores, nem em melhorias quanto à autonomia que lhes são delegadas. As mulheres inseridas no mercado de trabalho ainda exercem, principalmente, ocupações operacionais e administrativas.

    Castells critica a situação afirmando: “as mulheres ocupam cargos que exigem qualificações semelhantes em troca de salários menores, com menos segurança no emprego e menores chances de chegar às posições mais elevadas” (CASTELLS, 1999, p.200).

Considerações finais

    Pode-se perceber então o papel fundamental que foi a inserção da mulher no mercado de trabalho para as transformações no meio social, pois elas ao fazerem parte da população economicamente ativa mudaram não só as suas vidas, mas também as das suas famílias e da sociedade em si, pois passaram a ter mais informações, e a ocupar mais espaços nas ruas, trabalhando e estudando. (MEDEIROS, 2006).

    Este artigo permitiu mostrar que, apesar da existência da legislação garantindo igualdade no tratamento para ambos os sexos no mundo do trabalho, a segmentação dos postos de trabalho na organização exprime desigualdades nas relações de gênero e constrói guetos femininos de ocupações.

    Os dados apresentados pelo IBGE e o MPE, mostram que as mulheres avançaram no mercado de trabalho, mas que comparado aos homens ainda há um longo caminho a ser percorrido para amenizar as desigualdades ainda enfrentadas por elas.

    Desta forma, gênero implica uma relação que, na maioria das vezes, o que é masculino tem mais valor, conseqüentemente, as relações de gênero acabam por produzir uma distribuição desigual de poder, autoridade e prestígio entre as pessoas, de acordo com o seu sexo. Isto confirma que as relações de gênero são relações de poder que são construídas ao longo da história.

    Assim, podemos perceber que, apesar do aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e da diminuição da diferença salarial média entre os dois gêneros, as mulheres ainda enfrentam uma grande dificuldade de serem remuneradas e promovidas em relação aos homens.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 180 | Buenos Aires, Mayo de 2013  
© 1997-2013 Derechos reservados