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Análise do desempenho técnico de escolares praticantes 

de futsal de uma escola municipal de Ponta Grossa, PR

Análisis del rendimiento técnico de estudiantes que practican futsal de una escuela municipal de Ponta Grossa, PR

Analysis of the technical performance of students practicing soccer of Ponta Grossa’s school city, PR

 

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Especialização em Esporte Escolar

(Brasil)

Jackson Lincoln Lopes

jacksonlincoln@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Um dos conteúdos programáticos da educação física é o esporte. De forma massiva em nossas escolas, o futsal é considerado uma das atividades esportivas mais praticadas nessas instituições de ensino. Como as aulas de educação física são compostas por crianças de ambos os gêneros, o presente artigo teve como objetivo comparar as diferenças técnicas encontradas em meninos e meninas. A população desse estudo consiste em 36 escolares com idade entre nove e onze anos de uma escola pública municipal da cidade de Ponta Grossa, PR. O instrumento de medida utilizado para a coleta de dados desta pesquisa foi uma adaptação do Skills do futebol, da Federação Portuguesa de Futebol para o futsal. Para a analise dos dados foi utilizado o programa Microsoft Excel onde os dados foram tabulados e transformados em tabelas. Já para a comparação e relação entre grupos e variáveis, foi adotado o software Assitat v. 7.6 Beta (2011), a princípio os resultados foram ponderados pelo teste Shapiro-Wilk. De modo geral, podemos dizer que os resultados foram satisfatórios, com exceção da especificidade de chute a gol. Já com relação à comparação dos testes específicos entre meninos e meninas, as duas diferenças encontradas com significância, foram nas especificidades de condução de bola e domínio de bola (rebatidas), enquanto que no chute a gol e passes não foram encontradas diferenças significativas.

          Unitermos: Futsal. Desempenho técnico. Escolares.

 

Abstract

          One of the syllabuses of physical education is the sport. Massively in our schools, futsal is considered one of the most practiced sports in these educational institutions. As the physical education classes are composed of children of both genders, this paper aims to compare the technical differences found in boys and girls. The studied population consists of 36 children aged between nine and eleven years old of a public school in the city of Ponta Grossa, PR. The measuring instrument used for data collection for this research was to adapt the skills of football, the Portuguese Football Federation for indoor soccer. For the data analysis was performed using the Microsoft Excel where the data were tabulated and converted into tables. As for the comparison and relationship between groups and variables, we adopted the software Assitat v. 7.6 Beta (2011), at first the results were weighted by the Shapiro-Wilk. In general we can say that the results were satisfactory, except for the specificity of goal´s shooting. Now with respect to comparison of specific tests between boys and girls, both with significant differences found were the specifics of conducting ball and ball control (batting), while the goal kick and passes were not significant differences.

          Keywords: Futsal. Technical performance. School.

 

          Artigo monográfico apresentado ao curso de especialização em Esporte Escolar (2ª Edição), do Colegiado de Educação Física na Universidade Estadual de Ponta Grossa, como requisito para obtenção do título de especialista em Esporte Escolar. Orientador: Prof. Ms. Flávio Guimarães Kalinowski.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Uma importante ferramenta para o desenvolvimento integral da criança durante a educação infantil é a socialização por meio de atividades esportivas (GALATTI e PAES, 2006). Diante disso, podemos afirmar que o esporte acaba se tornando um grande aliado na construção integral do sujeito e também na aquisição de princípios e valores. Para Marinho (1981), praticar uma ou mais atividades físicas, recreativas e esportivas é importante até mesmo para desenvolver trabalhos em equipe, ou seja, unindo-se entre as pessoas e também obter responsabilidade.

    No entanto, um dos grandes problemas enfrentados pelos professores de educação física na escola deve-se ao fato das atividades propostas não agradar os dois gêneros presentes em suas aulas. É de praxe observarmos meninos não participarem de aulas quando envolvem expressões corporais, ritmo, dança, entre outros conteúdos que as meninas tem mais interesse. Como também é rotineiro percebermos as meninas não praticando alguns esportes quando este é o conteúdo da aula de educação física. Isso não deveria ocorrer, pois participar das atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando suas capacidades físicas, não discriminando por características físicas, sexuais ou sociais, é um dos objetivos da nossa educação física (BRASIL, 1998).

    Isso vem de acordo com Cardoso (1994) mostrando que seu entendimento da educação física em sua especificidade, pode estimular ações que venham somar estilos próprios a cada ser, sem distinção e sexo, permitindo que sua potencialidade motora o habilite a fugir do padrão, instalados social e culturalmente. É evidente que existem diferenças no comportamento de meninos e meninas durante as aulas de educação física, então, deve estar atento quanto a essa questão de gênero nessa disciplina curricular, pois assim será uma forma de ajudar os jovens a construir relações de gênero com justiça, respeitando as diferenças e tornando pessoas mais abertas e equilibradas (DARIDO, 2002).

    Nesse sentido, podemos afirmar então que tanto as crianças do sexo masculino quanto as crianças do sexo feminino deveriam participar e ter oportunidades para conhecerem as manifestações de cultura corporal presentes em nosso cotidiano. Betti (1993) comenta que cultura corporal pode ser caracterizada pelo domínio dos valores e padrões das atividades físicas, tendo grande enfoque nas atividades institucionalizadas, por exemplo, o esporte.

    De acordo com Paes (2001), precisamos refletir sobre o esporte com múltiplas possibilidades, ora sendo como questão de saúde, ora sendo como ocupação do tempo livre pelos que os praticam. Logo, isso nos faz pensar que o professor de Educação Física é um dos principais agentes que tem a obrigação de conscientizar os alunos sobre a real importância social que do esporte, ainda mais pelo esporte ser direito assegurado pela Constituição de nosso país, quando no Artigo 217 diz, é dever do Estado promover práticas desportivas formais e não formais (BRASIL, 1988).

    Para Darido e Rangel (2011), modalidades esportivas podem ser divididas ou classificadas segundo suas características, podendo ser definida por um equipamento, como uma bola, ou até mesmo pelo ambiente praticado. Uma das modalidades esportivas mais vistas nas aulas de Educação Física em nosso país é o Futsal, antigamente conhecido também como futebol de salão. O futsal é um esporte que tem suas raízes no tradicional futebol de campo e acabou sendo adaptado em função de poder ser praticado em um menor espaço (VOISER e GIUSTI, 2002).

    Devido a este espaço reduzido, a maioria das instituições escolares no Brasil tem uma mini-quadra ou em alguns casos uma quadra oficial de Futsal, fator esse que faz o esporte se difundir cada vez mais na atual sociedade e provavelmente ser o que os alunos mais praticam no ambiente escolar, já que o esporte acaba sendo um dos conteúdos programáticos dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

    Isso também explica o fato do Brasil ser um dos países que mais produzem jogadores tanto de Futsal como de Futebol de campo, pois grande parte das crianças vivencia um chute em uma bola dentro do âmbito escolar, sendo as aulas de Educação Física a grande construtora desses sonhos iniciais de um pequeno gesto motor se transformar em uma grande ambição para o futuro.

    Evidentemente que a partir do momento no qual a criança começar a se encantar pela magia de um determinado esporte, ela irá se apegar e tenderá a criar uma série de interesses para qualquer que seja esta modalidade. Em alguns locais de ensino, a instituição poderá oferecer algum programa de apoio de iniciação desportiva.

    Posto estas argumentações, essa pesquisa tem como questão problema: qual o desempenho técnico em escolares praticantes da modalidade futsal?

Justificativa

    O presente trabalho tem origem primeiramente, devido ao pesquisador estar ligado diretamente a este tema, já que atua como professor de Educação Física em uma escola municipal da cidade de Ponta Grossa onde existe um grupo de alunos que praticam a modalidade futsal, inclusive com crianças do sexo feminino praticando o desporto, mas em um número pouco significativo ainda aos olhos do pesquisador.

    Em segundo lugar, podemos identificar neste local de trabalho que o futsal precisa ser mais difundido, já que a maioria dos alunos tanto do sexo feminino quanto do sexo masculino tem preferência por outra atividade: a queimada, um jogo muito tradicional da cidade de Ponta de Grossa.

    Por último e não menos importante, faz-se necessário a realização desse estudo para testar quantitativamente a precisão desses alunos na modalidade futsal, devido aos mesmos almejarem uma possível participação em jogos escolares da cidade de Ponta Grossa.

Objetivos

Objetivo geral

  • Analisar o desempenho técnico em escolares praticantes de futsal de uma escola pública municipal de Ponta Grossa.

Objetivos específicos

  • Comparar as diferenças técnicas encontradas em ambos os gêneros;

  • Proporcionar a prática conjunta de meninos e meninas nas aulas de educação física na modalidade futsal;

  • Encaminhar possíveis alunos com desempenho significativo nos testes específicos de futsal para locais onde se possam aumentar ainda mais seu grau de habilidade.

Metodologia

    O presente estudo teve caráter descritivo, uma vez que teve como objetivo principal observar, registrar e analisar fenômenos, entretanto, sem interferir ou influenciar os mesmos, com uma posterior comparação dos resultados obtidos pelos grupos avaliados (THOMAS e NELSON, 2002). Essa pesquisa apontou as possíveis diferenças e motivos das especificidades técnicas do futsal praticado por meninas e meninos.

    A população foi constituída por crianças com idades entre 9 e 11 anos praticantes de futsal da Escola Municipal Professora Adelaide Thomé Chamma de Ponta Grossa, Paraná. Os dados foram coletados no período compreendido no mês de novembro. Fizeram parte da amostra 36 crianças dessa escola pública.

    Como instrumento de medida para este trabalho, foi utilizado os testes específicos de futebol, chamados de Skills, da Federação Portuguesa de Futebol (1986), adaptados ao futsal, conforme o trabalho de Silva (2010).

Condução de bola (circuito M)

Figura 1. Domínio de bola foi realizado em um circuito na forma da letra “M”

    O aluno teve que conduzir a bola em um circuito na forma de “M”. Este percurso tem vinte metros de extensão, havendo um obstáculo a cada cinco metros onde o avaliado contornará esse obstáculo não deixando a bola escapar de seu alcance. O percurso é cronometrado após um sinal de partida e o relógio é paralisado assim que completado o trajeto. A unidade de medida é registrada em segundos.

Domínio de bola (rebatidas)

Figura 2. O testado rebateu a bola contra a parede o maior número de vezes

    Marcadas por duas linhas paralelas, sendo a primeira a 195 centímetros da parede e outra a 350 centímetros da mesma, o avaliado deve ficar dentro desse espaço demarcado no chão e rebateu a bola ao comando de início. Durante trinta segundos, o aluno foi submetido ao teste e rebateu o maior número de vezes contra essa parede.

Precisão de chutes

Figura 3. Cada quadrante do gol teve uma pontuação

    A partir da linha central da quadra, o avaliado inicia o teste conduzindo a bola e realizou o fundamento chute do futsal próximo a linha da área do gol. O gol é dividido em nove partes de diferentes tamanhos com cordas. Cada espaço marcado na trave com as cordas teve um valor em pontos. O avaliado teve cinco oportunidades para a execução deste fundamento.

Precisão dos passes

Figura 4. A bola percorre o caminho das áreas delimitadas através dos cones

    Ao longo do piso foram marcados quatro pontos, sendo colocado um cone em cada um desses pontos. Os dois primeiros cones ficaram a sete metros de distancia de onde o avaliado realizou tal fundamento do futsal. Outros dois cones estavam distantes quinze metros de onde o avaliado fez o passe. Cada par de cones é separado por um metro de distância, local onde a bola teria que passar após o passe.

Tratamento estatístico

    Os dados foram analisados inicialmente por meio do programa Microsoft Excel 2010 e apresentados em tabelas, utilizando nesse momento a estatística descritiva simples, com frequência, percentual, média e desvio padrão. Já para a comparação e relação entre grupos e variáveis, foi adotado o software Assitat v. 7.6 Beta (2011), a princípio os resultados foram ponderados pelo teste Shapiro-Wilk não encontrou normalidade (p<0,05) nas variáveis “Idade” e “Circuito em M” e de forma contrária (p>0,05) no “Chute a Gol”, “Passes” e “Rebatida”.

Resultados e discussão

    A tabela 1 apresenta a característica de todo o grupo, com médias e o desvio padrão (dp). Dos 36 pesquisados, 27,8% tinham idade de nove anos, quantia igualmente referida para os alunos com dez anos e a faixa etária com maior número no grupo foram as crianças com onze anos, que representaram 44,4% do total.

Tabela 1. Características quanto ao desempenho técnico no Futsal em alunos de uma escola municipal de Ponta Grossa, PR, 2011

    O resultado máximo que poderia ser alcançado no teste específico de chute ao gol é de 25 pontos e a média geral do grupo foi de 6,64 pontos. Traduzindo esses números em percentagem, teríamos um total de 26,56% da pontuação máxima que poderia ser obtida.

    Com relação ao número do acerto de passes, o desempenho geral foi melhor, quando comparado com o item anterior. A média geral do grupo foi de 6,92 pontos de no máximo quinze, que seriam possíveis de se conquistar. Convertendo em percentual, os pesquisados alcançaram 46,1% da totalidade. Pode se dizer, que o resultado foi satisfatório, já que os dados chegaram próximos a metade da totalidade do valor máximo que é possível de se alcançar.

    Nos testes específicos de rebatidas e de condução de bola, não é possível chegar a um número máximo a se alcançar, para obter um percentual de acertos, devido a ambos os testes serem realizados em função do tempo. Em um estudo semelhante, Silva (2010) obteve entre seus pesquisados a média de 11.61 segundos no teste de condução de bola, enquanto que no teste de domínio de bola chegou à média de 17.56 repetições. É importante destacar que no estudo citado, o autor utilizou crianças com 13 anos de idade de escolas públicas da cidade de Ponta Grossa, todos praticantes de futsal.

    Comparando com os números obtidos no presente trabalho, englobando meninas e meninos, a média em segundos da especificidade de condução de bola ficou em 11.92 e no domínio de bola em 20.14 repetições. É possível considerar que os alunos com a faixa etária de 9 a 11 anos tiveram desempenho satisfatório, lembrando que no estudo de Silva (2010) os pesquisados tinham idade superior em aproximadamente três anos e todos foram de sexo masculino. Gallahue e Ozmun (2002) apontam que na fase motora especializada dos sete aos dez anos, as crianças estão em um estágio de transição, onde ainda estão praticando varias atividades esportivas, enquanto crianças de onze a treze anos estão em outra fase, a de aplicação, caracterizada pelo início de seleção de um esporte a ser praticado. Ainda citando a pesquisa de Silva (2010), podemos tomar como efeito comparativo, crianças do sexo masculino que praticavam futsal também com treze anos de idade, mas de escolas privadas da cidade de Ponta Grossa. A média no teste de condução de bola foi de 9.73 segundos, enquanto que o de rebatidas ficou em 15.38 repetições.

    Em ambas as comparações, tanto com relação as escolas públicas e escolas privadas de Silva (2010), os alunos do presente estudo apresentaram números superiores na média do teste de especificidade em rebatidas (domínio de bola), porém, obtiveram valores inferiores no testes de condução de bola. Esses baixos valores podem ser explicados pelo fato da idade influenciar significamente nessa especificidade. A velocidade pode ser definida pela capacidade de se mover de um ponto a outro no menor tempo possível. Esse domínio de movimento pode ser melhorado com a prática. A velocidade melhora ano a ano e até os sete anos, os dois gêneros têm essa aptidão motora semelhante, mas a partir dos oito anos os meninos superam as meninas em todas as idades (GALLAHUE e DONNELLY, 2008).

    Mesmo apresentando índices satisfatórios, o professor de educação física deve estar voltado em sua aula para cumprir com o conteúdo programático do ano letivo e em uma possível oportunidade com um aluno de grande destaque em suas qualidades e habilidades técnicas, encaminhá-lo a um local especifico que possa aumentar o grau de suas destrezas, como uma escolinha de futsal, por exemplo.

    O esporte educação, ou seja, aquele praticado no âmbito escolar não pode ser compreendido como um prolongamento do desempenho esportivo (TUBINO, 1993). No entanto, vale ressaltar que o papel do esporte na escola não é o de desenvolver padrões técnicos em alunos/atletas, mas sim o de criar valores através das práticas esportivas.

    Na tabela 2 nota-se a diferença entre meninos e meninas, onde em relação à idade e desempenho técnico, identifica-se diferença significativa somente nas variáveis “Condução de bola” e “Rebatida” (Domínio de bola), as demais não diferem significantemente na estatística. Com exceção do teste de chute a gol, os pesquisados do gênero masculino levaram vantagem sobre o gênero feminino.

Tabela 2. Características quanto ao desempenho técnico no Futsal em alunos de uma escola municipal de Ponta Grossa, PR, 2011, de acordo com o sexo

    Essa mínima vantagem vista na diferença entre meninos e meninas no desempenho de chute a gol e passes é explicado por Gallahue e Donnelly (2008) e Weineck (1986) afirmando que a faixa etária referente ao período dos 8 aos 12 anos de vida é marcado pelos aumentos lentos, mas constantes, em altura e peso, ou seja, as mudanças na composição corporal são pequenas durante esses anos. Essa lentidão no crescimento é fator determinante para as crianças se acostumarem com esse ganho de peso e altura. O mesmo autor destaca que não há diferença de crescimento em meninas e meninos na segunda infância, fator esse que é determinante para ambos os gêneros participarem das mesmas atividades.

    Nos outros dois testes específicos, de condução de bola (circuito M) e o domínio de bola (rebatidas), foram encontradas grandes diferenças. Um dos fatores que pode contribuir para esses resultados do gênero feminino ficar atrás do masculino é a falta de opções que as meninas encontram fora da escola para se especializar em modalidades esportivas, como no futsal. Santana e Reis (2003) apontam que nem o clube, nem a iniciativa privada e tampouco as universidades atentaram para a formação de escolas de iniciação ao futsal feminino. Essa forma subliminar de exclusão ratifica, minimamente, a idéia de uma sociedade sexista. Isso se refletiu no próprio número de pesquisados, pois enquanto os meninos somaram 77,8% dos investigados, as meninas compuseram a pesquisa com apenas 22,8%. Isso fica mais nítido ainda, quando Gallahue e Ozmun (2002) em seu modelo de ampulheta do desenvolvimento humano, asseguram que os fatores individuais e fatores ambientais influenciam nas tarefas de desenvolvimento da habilidade motora, por isso o resultado das rebatidas apresentaram números inferiores significativos das meninas em relação aos meninos. Já no teste especifico de condução de bola, a aptidão motora velocidade como vimos em páginas anteriores, é determinante para essa diferença expressiva entre meninos e meninas.

Conclusão

    Diante das evidências encontradas neste estudo, nossas considerações finais puderam ser elaboradas. Podemos concluir que os pesquisados nesse estudo tiveram resultados abaixo do esperado na variável chute a gol, pois obtiveram aproximadamente apenas ¼ do que se poderia alcançar.

    Já nas demais especificidades, o desempenho adquirido foi bastante satisfatório, pois no teste de passes, os escolares chegaram próximo da metade do objetivo a ser conquistado. Nos outros dois componentes, condução de bola e o domínio de bola, tivemos como efeito comparativo outro estudo semelhante a esse, podendo analisar friamente os dados através da literatura. Os pesquisados aqui, com idade inferior ao do outro estudo, tiveram resultados próximos um dos outros, mesmo tendo a faixa etária menor e conseqüentemente também, as suas capacidade físicas, a velocidade sendo a principal, pois ela é fator determinante na condução de bola.

    É de extrema importância constatar que em duas das especificidades técnicas quando comparados meninos e meninas, os números não tiveram significância e ficaram bem próximos um dos outros, mas quando envolveu a capacidade física, as crianças do gênero feminino tiveram grande diferença com relação ao sexo masculino, como vimos no teste de condução de bola em que obtiveram performance muito inferior. O mesmo ocorreu na especificidade de rebatida, pois os fatores ambientais interferem diretamente na aquisição de tal habilidade.

    Dessa forma, seria interessante uma nova pesquisa com os mesmos escolares para efeito de comparação entre si, já que com o aumento de sua capacidades físicas em função da idade, deve se ter resultados superiores aos encontrados aqui, que como descrito acima, de uma forma geral foram satisfatórios.

Referências

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