A importância da ginástica
enquanto conteúdo La importancia de la gimnasia como contenido de la Educación Física escolar |
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Mestra em Educação pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, MG (CES, MG) Especialista em Natação. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC, MG) Especialista em Psicopedagogia. Fundação Dom André Arcoverde de Valença, RJ (FAA) Especialista em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Faculdades Integradas de Jacarepaguá Graduada em Educação Física. Universidade Federal de Juiz de Fora, MG (UFJF) Graduada em Pedagogia. Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, MG (CES, JF) Professora do Curso de Educação Física. Faculdades Presidente Antônio Carlos (FAPAC) Leopoldina, MG Professora do Curso de Educação Física. Faculdades Sudamérica. Cataguases, MG Professora do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) Unidade Leopoldina, MG |
Martha Bezerra Vieira (Brasil) |
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Resumo A abordagem da ginástica como disciplina integrante dos currículos das escolas de Educação Física brasileiras, é fundamental para uma melhor compreensão desta modalidade como uma possibilidade importante na formação da sociedade, assim como também oferece a possibilidade de mostrar aos futuros profissionais da área, como a mesma pode oportunizar a expressão de ações criativas e originais, permitindo mostrar a diversidade da nossa cultura. Unitermos: Ginástica. Educação Física. Sociedade.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Um dos principais fundamentais do desenvolvimento motor do aluno, é que se permita na sua vivência corporal várias experiências de movimento. A Educação Física é um processo de Educação em Saúde, seja por vias formais ou não formais, pois ao promover uma educação afetiva para a saúde e uma ocupação saudável do tempo livre de lazer, constitui-se um meio afetivo para a conquista de um estilo de vida ativo e com qualidade (LEGUETE, 1987)
Durante muito tempo a aula de Educação Física na escola foi vista como hora de lazer ou momento de trabalhar o corpo, desenvolvendo suas funções físicas, reforçando uma concepção dicotômica de corpo e mente, atualmente, por força legal, a Educação Física é considerada disciplina integrante do projeto pedagógico da escola. (PEREIRA, 2006)
A Educação Física escolar é uma matéria de ensino adorável, e de grande importância, independente da modalidade a ser trabalhada. Algumas pessoas dizem que a Educação Física traz desordem nas escolas, mas não sabem que esta é benéfica e restauradora para a instituição, pois sua desordem é portadora de uma ordem interna, que lhe é peculiar e que pode criar, ou vir a criar uma outra ordem na escola. (LISTELLO, 1979)
Segundo Nascente (1988), a Ginástica é “conjunto de exercícios corporais com o objetivo de aprimorar ou corrigir as capacidades físicas”. Já para Holanda (1986), “arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo, e dar-lhe agilidade; o conjunto de exercícios corporais sistematizados para esse fim, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, artísticos, terapêuticos, etc.”.
Assim, podemos entender a Ginástica, como forma de trabalho corporal, realizado em espaço fechado, ao ar livre, na água, com ou sem aparelhos e materiais, com ou sem utilização de musica, proporcionando experiências corporais que visam à conscientização do próprio corpo, suas possibilidades de movimento e a busca de um estilo individual de executá-lo, através de movimentos ritmados, alegres, expressivos, com variações dinâmicas, geral e localizados.
A palavra ginástica diz-se vir do grego “Gymnastiké”, arte de fortificar o corpo e dar-lhe agilidade, ou “Gimos”, que significa nu. Mas, já para o homem pré-histórico, a atividade física tinha um papel importante para sua sobrevivência, expressa principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O exercício físico utilitário e sistematizado de forma rudimentar era transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades. Na antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos apareceram nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação militar de maneira geral (BOURGEOIS, 1998).
Todas as crianças têm necessidade de desenvolver as habilidades físicas básicas e devem ser exploradas, abrangendo o manancial de movimentos que dispõem o corpo e a mente. Os primeiros passos para a atividade, pode ser considerado proveniente da evolução natural dos movimentos do ser humano, como deslocamentos simples, saltos, giros, apoiar nos aparelhos, balançar... (BOURGEOIS, 1998).
Como modalidade esportiva a ginástica teve sua oficialização e regulamentação há pouco tempo, enquanto que na mera condição de prática metódica de exercícios física já a encontramos nas civilizações da China e da Índia, nos idos do ano 2.600 AC., tendo sido amplamente desenvolvido pelos gregos e daí seguiu o rastro cultural do Helenismo, passando ao Império Romano e chegando aos nossos dias. (BOURGEOIS, 1998).
O universo da ginástica no contexto escolar é muito abrangente, e as possibilidades de movimento e expressão através da ginástica são diversas. A ginástica é uma atividade corporal completa, pois contribui para o desenvolvimento da criança, nos seus aspectos, motor, cognitivo, força e agilidade, e servem de base para a prática de outros esportes e atividades, além de benefícios como coordenação, confiança, disciplina, organização e criatividade. (SOUZA, 1997),
A ginástica é muito importante para a vida da criança, tanto para seu desenvolvimento, quanto de forma lúdica, pois é uma atividade completa e satisfaz a criança.
Revisão da literatura
História da Ginástica
A ginástica é um Desporto que envolve a prática de uma série de movimentos que exigem força, flexibilidade e coordenação motora. Ela se desenvolveu a partir dos exercícios físicos que eram feitos pelos soldados da Grécia antiga, incluindo habilidades para montar e desmontar num cavalo, e habilidades semelhantes às executadas num circo. Naquela época, os ginastas praticavam o esporte nus (gymnos – do grego, nu), nos chamados gymnasios, patronados pelo deus Apolo. O esporte só voltou a ser retomado com ênfase no final do século XVIII na Europa com a Escola Alemã, de movimentos lentos e ritmados, e com a Escola Sueca, que introduziu aparelhos na prática do esporte. (BOURGEOIS, 1998).
A história da Ginástica confunde-se com a história do homem. A Ginástica entendida por Ramos (1982: 15) como a prática do exercício físico “vem da Pré-história, afirma na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea”. No homem pré-histórico a atividade física tinha papel relevante para sua sobrevivência, expressa principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O exercício físico de caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar era transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades.
Na antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira geral. Na Grécia nasceu o ideal da beleza humana (corpos esculturais e musculosos), o qual pode ser observado nas obras de arte espalhadas pelos museus em todo o mundo, onde a prática do exercício físico era altamente valorizada como educação corporal em Atenas e como preparação para a guerra em Esparta. O fato de ser Grécia o berço dos Jogos Olímpicos, disputados 293 vezes durante quase 12 séculos (776 a. C. 393 d. C.), demonstra a importância da atividade física nesta época. Em Roma, o exercício física tinha como objetivo principal a preparação militar e num segundo plano a prática de atividades desportivas como as corridas de carros e os combates de gladiadores que estavam sempre ligados às questões bélicas. Recordações das magnificas instalações esportivas desta época como as termas, o circo, o estádio, ainda hoje impressionam quem os visita pela magnitude de suas proporções. (GYMNASTIK FUR JUGEND, 1973).
Na Idade Média os exercícios físicos foram a base da preparação militar dos soldados, que durante os séculos XI, XII e XIII lutaram nas Cruzadas empreendidas pela igreja. Entre os nobres eram valorizadas a esgrima e a equitação como requisitos para a participação nas Justas e Torneios, jogos que tinham como objetivo enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto.
Há inda registros de outras atividades praticadas neste período como o manejo do arco e flecha, a luta, a escalada, a marcha, a corrida, o salto, caça e a pesca e jogos simples e de pelota, um tipo de futebol e jogos de raqueta (RAMOS, 1982).
Segundo Langlade e Langlade (1970), até 1800 as formas comuns de exercício físico eram os jogos populares, as danças folclóricas e regionais e o atletismo. Para estes autores, a origem da atual Ginástica data do início do século XIX, quando surgiram quatro grandes escolas: A Escola Inglesa, a Escola Alemã, a Escola Sueca e a Escola Francesa, sendo a primeira mais relacionada aos jogos, atividades atléticas e ao esporte. As demais escolas foram as responsáveis pelo surgimento dos principais métodos ginásticos, que por sua vez determinaram a partir de 1900 o início de três grandes movimentos ginásticos na Europa. São eles: o Movimento do Oeste na França, o Movimento do Centro na Alemanha, Áustria e Suíça e o Movimento do Norte englobando os países da Escandinávia.
Estes movimentos vão até 1939 quando foi realizada a primeira Lingiada em Estocolmo, um festival internacional de Ginástica Sueca, dando início ao período que se estende até os dias de hoje, determinando “influências recíprocas e universalização dos conceitos ginásticos. (LANGLADE e LANGLADE, 1970).
A denominação Ginástica, inicialmente utilizada como referencia à todo tipo de atividade física sistematizada, cujos conteúdos variavam desde as atividades necessárias à sobrevivência, aos jogos, ao atletismo, às lutas, à preparação de soldados, adquiriu a partir de 1800 com o surgimento das escolas e movimentos ginásticos acima descritos, uma conotação mais ligada à prática do exercício físico, a partir desta época, a Ginástica passou a desempenhar importantes funções na sociedade industrial, “apresentando-se como capaz de corrigir vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as suas vinculações com a medicina e, desse modo, conquistando status”. (SOARES, 1994).
Inúmeros métodos ginásticos foram sendo desenvolvidos principalmente nos países europeus, os quais influenciaram e até os dias de hoje influenciam, a Ginástica mundial e em particular a brasileira. Dentre aqueles que tiveram maior penetração no Brasil destacam-se as escolas alemãs, sueca e francesa. Essas questões são amplamente analisadas por autores como Ramos (1982), Marinho (1992), Langlade e Langlade (1970, Castellani Filho (1988), Soares (1994) entre outros, os quais tem estudado os aspectos históricos relacionados à Educação Física e à Ginástica e contribuído de forma significativa para a compreensão de sua evolução em nível nacional e internacional.
Com a evolução da Educação Física, a ginástica se especializou, de acordo com as finalidades com que é praticada ou então em correspondência com os movimentos que a compõem. A ginástica como modalidades esportiva vem se desenvolvendo bastante nos últimos tempos. No elenco de provas esportivas dos Jogos Olímpicos talvez seja um dos espetáculos mais belos e de maior poder de atração. As provas de ginástica, normalmente são aquelas que se enquadram nos ramos conhecidos como ginástica olímpica, ginástica rítmica e ginástica acrobática como modalidade esportiva. (CARLOS MADEIRO, 2001)
Sem dúvida a Ginástica é uma arte, e a cada dia que passa a ginástica vem nos surpreendendo, transformando-se no esporte mais lindo de todos, com gestos e coreografias fascinantes. E hoje a busca pela ginástica em academias e clubes vem crescendo consideravelmente, fruto do sucesso dos ginastas brasileiros.
O papel do professor de Educação Física escolar
O professor de Educação Física deve antes de tudo ter prazer pelo que faz, ter formação em licenciatura, buscar conhecimentos, ter postura, atitude, paciência, atenção, meticulosidade, criatividades, buscar a formação continuada a autenticidade firmando-se como pesquisador, com o intuito de executar com eficiência, habilidade e competência o seu papel de educador. (SOARES, REZENDE, SOUSA, NOGUEIRA, SILVA e ABRANCHES, 2006).
O professor é o grande agente do processo educacional, e é a alma de qualquer instituição de ensino. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campo de futebol – sem negar a importância de todo esse instrumental –, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e a importância do professor. (CHALITA, 2006)
Entre os profissionais de Educação Física do Brasil, existem diferentes entendimentos do papel da Educação Física escolar. Poderíamos dizer que um grande grupo pensa e age de acordo com uma visão biológica, a partir da qual o papel da Educação Física seria melhorar a aptidão física dos indivíduos, com o que estaria, automaticamente, contribuindo para o desenvolvimento social, uma vez que os indivíduos estariam aptos a atuar na sociedade e, portanto, seriam mais úteis a ela. (SAVIANI, 1984)
Outro grupo de profissionais, que juntamente com a anterior, perfazem a maioria, superam de certo modo a visão anterior, agregando à melhoria da aptidão física o desenvolvimento psíquico. Esta segunda visão que denominamos de biopsicológica reconhece como papel da Educação Física a melhoria da aptidão física, o desenvolvimento intelectual e a manutenção do equilíbrio afetivo ou emocional; utilizando uma abordagem sistêmica, dizia-se que a Educação Física atua sobre os domínios psicomotor, cognitivo e afetivo. Nestas duas visões, porém, a análise da relação da Educação Física com o contexto social é funcionalista, na medida que é seu papel formar física e psiquicamente um cidadão que desempenhe melhor possível (dentro da atual estrutura social), o papel a ele atribuído na prática social. (SAVIANI, 1984)
Dessa forma, são visões históricas do papel social da Educação Física, como também, circunscrevem-se no âmbito das teorias críticas da educação, por não reconhecerem os condicionamentos sociais da Educação Física e da atividade pedagógica. (SAVIANI, 1984)
Entendemos que não devemos permanecer mais com visões parciais e falseadas da nossa prática social, produzidas por uma metodologia positivista e fragmentadas. Neste sentido, não podemos prescindir de uma análise crítica que possa identificar o papel social que a Educação Física concretamente cumpre neste momento histórico de nossa sociedade. (BRACHT, 1986)
O professor precisa acreditar no que diz ter convicção em seus ensinamentos para que os alunos também acreditem e se sintam envolvidos. Precisa de preparo para ir no rumo certo e alcançar os objetivos que almeja.
A importância da Educação Física escolar
Todos sabemos da importância de fazer uma atividade física e de se manter ativo. Mas isto deve ser trabalhado já na infância, aliando a Educação Física, à educação moral e intelectual, formando o indivíduo como um todo.
Infelizmente muitos professores ainda desperdiçam o tempo da aula, dando uma bola aos alunos para que eles joguem futebol, vôlei, enfim, ou o que acharem melhor. Há muitos professores que não se preocupam em motivar os alunos. Não planejam as aulas e não tem um objetivo ou finalidade pré-determinada da aula. A Educação Física não se resume a corre, brincar, jogar bola, fazer ginástica... (ALVIN, 2007)
A Educação Física deve sim, integrar o aluno na cultura corporal de movimento, mas de uma forma completa, transmitir conhecimentos sobre a saúde, sobre várias modalidades do mundo dos esportes e do fitness, adaptando o conteúdo das aulas à individualidade de cada aluno e a fase de desenvolvimento em que estes se encontram. É uma oportunidade de desenvolver as potencialidades de cada um, mas nunca de forma seletiva e sim, incluindo todos os alunos no programa. (CARVALHO, 1994)
Os alunos não devem acreditar que a aula de Educação Física é apenas uma hora de lazer ou recreação, mas que é uma aula como as outras, cheia de conhecimentos que poderão trazer muitos benefícios se inseridos no cotidiano. Mas, para que estes benefícios sejam notados é essencial manter uma regularidade nas atividades e desta forma, a aula de Educação Física deveria ocorrer pelo menos três vezes por semana. (ALVIN, 2007)
As aulas devem ser dinâmicas, estimulantes e interessantes. Os conteúdos precisam ter uma complexidade crescente a cada serie acompanhando o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno. O professor tem de inovar e diversificar, pois o campo de trabalho envolve muitas atividades que podem ser trabalhadas com os alunos como jogos, competições, dança, música, teatro, expressão corporal, práticas de aptidão física, jogos de mímica, gincanas, leituras de textos, trabalhos escritos e práticos, dinâmica em grupo, uso de TV, DVD, etc. o campo é muito amplo, basta o professor ser responsável, ter seriedade e muita criatividade. Um trabalho bem feito deve estimular a longevidade com qualidade. (ALVIN, 2007)
Conteúdos e estruturas da ginástica
Todo movimento ginástico, assim como os movimentos característicos dos esportes, evoluíram dos movimentos naturais do ser humano, ou habilidades específicas do ser humano que são aquelas que se caracterizam por estar presentes em todos os seres humanos, independentes de seus lugar geográfico e nível sócio-cultural e que servem de base para aquisição de habilidades culturalmente determinadas. (GALLARDO, 1993)
Estes movimentos naturais ou habilidades específicas do ser humano, quando analisados e transformados, visando o aprimoramento da performance do movimento, entendida aqui de acordo com vários objetivos como: economia de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do movimento entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos (exercícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um movimento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos esportes onde ele aparece: salto em altura, em distancia e triplo no atletismo, cortado e bloqueio no voleibol, salto sobre o cavalo na Ginástica Artística, salto “jeté” na Ginástica Rítmica Desportiva entre outros. (GALLARDO, 1993)
Uma das principais características da Ginástica é a possibilidade de utilização de uma enorme variedade de aparelhos, entre eles os de grande porte como o trampolim acrobático, a trave de equilíbrio, as rodas ginásticas, as barras paralelas; os aparelhos de sobrecarga como os halteres, as bicicletas ergométricas, os aparelhos de musculação; aparelhos portáteis como a corda, a bola, as maças, até os aparelhos adaptados ou alternativos provenientes da natureza ou da fabricação humana. (STEPLHANYY, 2007)
Não há prática educativa sem conteúdo, quer dizer sem objeto de conhecimento a ser ensinado pelo educador e aprendido, para poder ser aprendido pelo educando, isto porque a prática educativa é naturalmente gnosiológica e não é possível conhecer nada a não ser que nada se substantive e vire objeto a ser conhecido, portanto vire conteúdo. A questão fundamental é política. Tem que ver com: que conteúdos ensinar, a quem e a favor de que e de quem, contra quê, como ensinar. Tem que ver com quem decide sobre que conteúdos ensinar, que participação têm os estudantes, os pais, os professores, os movimentos populares na discussão em torno da organização dos conteúdos programáticos. (FREIRE, 1989)
Para a melhor compreensão do universo da Ginástica e sua evolução, faz-se necessário, analisar sua estrutura organizacional em nível mundial. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) é a organização mais antiga e com maior abrangência internacional na área da Ginástica. Está subordinada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), sendo responsáveis palas modalidades gímnicas que são competidas nos Jogos Olímpicos. É portanto a Federação com maior poder e influência na Ginástica mundial. (VANUSA SOUZA, 2008)
A FIG é um órgão que tem com objetivo orientar, regulamenta, controlar, difundir e promover eventos na área da Ginástica. Tem sua origem nas Federações Europeias de Ginástica (Fédérations Européennes de Gymnastique – FEG), estabelecidas em 23 de Julho de 1881 em Bruxelas, Bélgica, com a participação da França, Bélgica e Holanda. Apesar de reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional desde 1986, a FEG só participou como federação oficial de Ginástica Artística nos Jogos Olímpicos de Londres em 1908. (SOUZA, 2008)
Em 7 de Abril de 1921 a FEG incluiu em seu quadro outros países, resultando na fundação da Federação Internacional de Ginástica – FIG com a participação de 16 federações (países) membros. Atualmente tem sua rede em Moutier, na Suíça, e possui 121 países filiados. Cada uma destas Federações nacionais representam o órgão máximo da Ginástica em seu país, tendo em nível nacional os mesmos objetivos da FIG. Ainda relacionadas a FIG estão as Federações que controlam a Ginástica no âmbito continental, entre elas a União Asiática de Ginástica fundada em 1964, a União Pan-americana de Ginástica fundada em 1982, e a União Africana de Ginástica fundada em 1990. (VANUSA SOUZA, 2008)
A FIG atualmente é composta de 5 comitês sendo 4 relativos às modalidades competitivas (Ginástica Artística Masculina, Ginástica Artística Feminina, Ginástica Rítmica Desportiva e Ginástica Aeróbica) e um relativo a Ginástica Geral que tem caráter demonstrativo. (VANUSA SOUZA, 2008)
Segundo o “Gymnaestrada Guide – X World Gymnaestrada Berlim 1995”, em 1994 a Ginástica Aeróbica foi admitida pela FIG realizado em Atlanta em 1996, foi primeiro campeonato. No Congresso da FIG realizado em Atlanta em 1996, foi decidida a inclusão e toda regulamentação para a sua incorporação, estão sendo preparados para serem apresentados no Congresso da FIG de 1998. Também foi discutida em Atlanta a inclusão na FIG, do Trampolim Acrobático e dos Esportes Acrobáticos, representados respectivamente pela FIT – Federação Internacional de Trampolim e pela IFSA – Federação Internacional de Esportes Acrobáticos, as quais encontram-se em fase de preparação e mudanças dos estatutos e regulamentos, para serem submetidos à aprovação no próximo Congresso da FIG em 1998. (ARAÚJO, 2007)
A intenção da FIG de incorporar outras modalidades gímnicas, pode ser claramente observada nos Jogos Olímpicos de Atlanta – 1996, na realização de sua Festa de Gala (FIG Gala), após o término de todas as competições na área da Ginástica, onde os melhores ginastas de Ginástica Artística, Ginástica Rítmica Desportiva, Ginástica Aeróbica, Ginástica Acrobática, Trampolim Acrobático e Tumbling fizeram uma belíssima apresentação sem caráter competitivo. (GALLARDO, 1993)
A convivência de modalidades competitivas e demonstrativas numa mesma federação, é uma característica da FIG reafirmada nas palavras de Yuri Titov, presidente desta instituição de 1976 a 1996, no documento de propaganda da Ginástica Geral (FIG [199?]: 04): “Nós somos a primeira federação internacional que se dedica tanto ao esporte competitivo como ao esporte recreativo...“. Este é um aspecto interessante que destaca a FIG das demais federações desportivas, vindo ao encontro de sua natureza e objetos diferenciados, os quais se harmonizam perfeitamente com o espírito e tradições desta entidade. (FONTOURA, 2001)
A presença da Ginástica Geral como um comitê específico dentro da estrutura da FIG a partir de 1984, vem demonstrando a importância deste fenômeno de massa que envolve um incontável número de participantes em todo o mundo, ultrapassando em larga escala o total de atletas das modalidades competitivas dirigidas pela mesma federação. (SANTOS, 2001)
Coexistem com a FIG, outras federações internacionais que regulamentam modalidades gímnicas não abrangidas por ela até o momento. Entre elas destaca-se a Federação Internacional de Trampolim (FIT) responsável pelo Trampolim Acrobático e pelo Duplo Mini-Trampolim, ambas modalidades competitivas porém não olímpicas e a Federação Internacional de Esportes Acrobáticos (IFSA) que coordena a Ginástica Acrobática e o “Tumbling”. (FONTOURA, 2001)
Com relação aos Jogos Olímpicos a Ginástica é oficialmente representada nas modalidades Ginástica Artística Masculina desde 1908 em Londres, a Ginástica Artística Feminina desde 1928 em Amsterdã e a GRD desde 1984 em Los Angeles. Sem caráter competitivo, a Ginástica Geral tem sempre abrilhantado as Cerimônias de Abertura dos Jogos, caracterizando-se como um dos pontos altos destes eventos, onde a criatividade, a plasticidade, a expressão corporal se fazem presentes na participação sincronizada de um grande número de ginastas. (PUBLIO, 2002).
Modalidades mais comuns da ginástica
Existem vários tipos de ginástica, porém as modalidades mais comuns são a ginástica geral, olímpica (artística), acrobática e rítmica.
A Ginástica Geral é um campo bastante abrangente da ginástica, valendo-se de vários tipos de manifestações, tais como, danças, expressões folclóricas e jogos, apresentados através de atividades livres e criativas, sempre fundamentadas em atividades ginásticas. Objetiva promover o lazer saudável, proporcionando bem estar físico, psíquico e social aos praticantes, favorecendo a performance coletiva, respeitando as individualidades, em busca da auto separação pessoal, sem qualquer tipo de limitação para sua prática, seja quanto às possibilidades de execução, sexo, ou idade, ou ainda quanto à utilização de elementos materiais, musicais e coreográficos, havendo a preocupação de apresentar neste contexto aspectos da cultura nacional, sempre sem competitivos, sem esquecer que a Ginástica Geral está inserida no contexto da Educação Física e é uma ferramenta importante da Educação Geral. (FONTOURA, 2001)
A Ginástica Geral é uma modalidade de ginástica, reconhecida pela Federação Internacional de Ginástica, com o seu regulamento técnico próprio, que inclui seus objetivos e suas funções junto aos praticantes em todo o mundo. Entretanto, por sua característica de apropriar-se das opções de outras modalidades, adaptando-as, mixando-as e recriando-as, conforme as suas próprias propostas, a modalidade Ginástica Geral, pela sua multiplicidade de possibilidades de expressão e pela facilidade de incorporação dos processos formativos e educacionais, caracterizada pela universidade de gestos, facilmente transforma-se numa atividade, que pode contribuir de forma bastante significativa no processo global educacional, de forma pessoal e na prática da Educação Física continuada, dependendo da metodologia utilizada para trabalhá-la. (FONTOURA, 2001)
De acordo com as informações da Confederação Brasileira de Ginástica a “Ginástica Para todos” é uma modalidade bastante abrangente que, fundamentada nas atividades ginásticas, valendo-se de vários tipos de manifestações, tais como danças, expressões folclóricas e jogos, expressos através de atividades livres e criativas, objetivo promover o lazer saudável, proporcionando bem estar físico, psíquico e social aos praticantes, favorecendo a performance coletiva, respeitando as individualidades, em busca da auto-separação pessoal, sem qualquer tipo de limitação para a sua prática, seja quanto às possibilidades de execução, sexo ou idade, ou ainda quanto à utilização de elementos materiais, musicais e coreográficos, havendo a preocupação de apresentar nesse contexto, aspectos da cultura nacional, sempre sem fins competitivos. (AYOUB, 2003)
A Ginástica Geral pode apropriar-se ou utilizar-se de outras manifestações, como as modalidades esportivas, danças folclóricas, ballet, jazz, etc..., desde que as ações gímnicas estejam presentes. Assim, a manifestação pura ou idêntica dessas atividades não seria considerada Ginástica Geral, posto que cada uma delas possui um campo de atuação próprio, pré-estabelecido. (TOLEDO, 1996)
A Ginástica Geral enquanto elemento formador, integrante do processo educativo através da atividade física, atende plenamente os princípios da Educação Física, sendo que seu principal alvo de atenção deve ser a pessoa que pratica, sendo as suas metas fundamentais promover a integração entre pessoas e grupos e desenvolver o interesse pela prática da ginástica com prazer e criatividade. A liberdade de expressão e a criatividade são os pontos marcantes da Ginástica Geral. (FONTOURA, 2001)
A Ginástica olímpica ou artística pode ser dividida por vários aparelhos, sendo dividida por sexo. Os aparelhos masculinos são: solo, cavalo com alça, argolas, salto, barras paralelas simétricas e barra horizontal/fixa. E os aparelhos masculinos são: paralelas assimétricas, salto, trave de equilíbrio e solo.
Em cada prova se realizam dois conjuntos de exercícios, um chamado de obrigatório e outro chamado de livre, criado pelo próprio atleta. Para contagem dos pontos são levados em consideração: dificuldade, combinação, originalidade e execução. (BOURGEOIS, 1998)
Já a Ginástica Acrobática (Esportes Acrobáticos), embora seja o nome oficial do esporte, ela é frequentemente chamada de Acrobacia. E embora a Acrobacia fosse grandemente desenvolvida no século VII devido a criação do circo, ela como um esporte é relativamente jovem. As primeiras competições mundiais datam de 1973. Muitos ginastas se aposentam da ginástica olímpica para passar à ginástica acrobática. (PUBLIO, 2002)
A Ginástica Acrobática é dividida nas modalidades masculino com dupla e quarteto, feminina com dupla e trio, e mista que é somente em dupla. Os acrobatas em grupo devem executar três séries. Uma de equilíbrio, uma dinâmica e outra combinada. As séries dinâmicas são mais ativas e com elementos de lançamentos com voos do parceiro. As séries de equilíbrio valorizam os exercícios estáticos. Em níveis mais altos, a terceira série é uma combinação das duas séries anteriores. Todas as séries são executadas com música e com coreografia. Isto ajuda enriquecer o movimento do corpo. (RAMOS, 2007)
Existe também a Ginástica Rítmica, cuja história nos mostra que é um esporte recente, muito complexo e que teve seu início na necessidade e competência de um grande profissional em querer desenvolver a percepção musical através de movimentos corporais e expressivos. É interessante como a Ginástica Rítmica cada vez mais praticada no mundo e em constante reestruturação procura aprimorar a estreita relação entre a perfeição técnica e a arte de executar movimentos expressos através da música. Seu objetivo é analisar através do da história o desenvolvimento da Ginástica Rítmica no Brasil e no mundo e perceber suas características e especificidades. (MOLINARI, 2000)
Ginástica Rítmica ou G.R., é uma modalidade especificamente feminina, encanta pelo fato de aliar a arte potencial do movimento expressivo do corpo, com a técnica da utilização ou não de aparelhos a ela característicos, somados a interpretação de uma música. É um esporte arte que empolga, motivado pela competição e desejo de chegar à perfeição. (MOLINARI, 2000)
Caracterizou-se por substituir os movimentos mecânicos pelos orgânicos, os métricos pelos rítmicos e os de força pelos dinâmicos. A leveza, o ritmo, a fluência e a dinâmica trouxeram amplas possibilidades de se desenvolver a agilidade, a flexibilidade, a graça e a beleza dos movimentos. (MOLINARI, 2000)
O movimento é algo inato ao ser humano. E a ginástica tem na prática dos movimentos o seu objetivo principal. Um dos papeis da Ginástica Rítmica é ajudar no desenvolvimento, aprimoramento e melhoria das categorias motoras (estabilização, locomoção, manipulação). Isto incorpora uma ampla série de experiências de movimentos, para que as crianças desenvolvam e refinem suas habilidades motoras, além de promover o desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e social, a Ginástica Rítmica favorece a essa compreensão, pois é uma modalidade que tem o ritmo como um dos seus fundamentos. (MOLINARI, 2000)
A Ginástica Rítmica visa desenvolver o corpo em sua totalidade. É fundamentada no aprimoramento dos movimentos naturais do ser humano, no aperfeiçoamento de suas capacidades psicomotoras. A Ginástica Rítmica não existe tanto tempo assim e merece a interessante definição e interpretação: A G. R como um Esporte-arte. (LAFRANCHI, 2001)
A ginástica rítmica, geral, olímpica, acrobática, enfim, as modalidades da ginástica são complementos de um esporte bastante trabalhado e bem visto pela população e pela mídia, não só pelo quanto vem crescendo ao longo dos anos, mas também pelo empenho dos ginastas brasileiros que só nos enchem de orgulho dessa nação.
A Educação Física escolar e a ginástica enquanto conteúdo
A Educação Física dentro do ambiente escolar deve se preocupar com o desenvolvimento integral dos alunos, considerando seus avanços motores, cognitivos, sociais e afetivos. Segundo Gonçalves (1994), a Educação Física Escolar é compreendida como a prática sistemática de atividades físicas, esportivas ou lúdicas, que estabelece relação dialética com outros campos do conhecimento, como a biologia, a psicologia, a sociologia e a filosofia. A qualidade das aulas de Educação Física depende de um conjunto de fatores que podem estar relacionados aos recursos financeiros das Instituições, competência pedagógica dos professores, entre outros. Contudo, tais fatores podem interferir na motivação, interesse e participação dos alunos nas aulas de Educação Física, gerando um quadro onde muitas vezes os alunos não se sentem atraídos pelas aulas.
A Ginástica é um conteúdo muito importante para a Educação Física escolar, no desenvolvimento das crianças e adolescentes. Esta modalidade além de ter um caráter lúdico, melhora flexibilidade, alongamento, resistência muscular, força de explosão, força estática e força dinâmica, além é claro de ajudar consideravelmente na melhora da coordenação motora.
Além dos benefícios fisiológicos da atividade física no organismo, as evidencias mostram que existem alterações nas funções cognitivas dos indivíduos envolvidos em atividade física regular. Essas evidências sugerem que o processo cognitivo é mais rápido e mais eficiente em indivíduos fisicamente ativos por mecanismos indiretos como: diminuição da pressão arterial, diminuição nos níveis de colesterol (LDL) no plasma, diminuição dos níveis de triglicerídeos e inibição da agregação plaquetária. (NIEMAN, 1999)
Dentre os efeitos psicológicos, a diminuição da tensão emocional pode ser considerada como um dos mais importantes, sendo alguns dos seus mecanismos a curto e longo prazo segundo Nieman (1999).
Conclusão
A ginástica deveria ser trabalhada no contexto escolar, pois dentro da Educação Física ela é importante para o aluno, seja no aspecto motor, social, cognitivo e até mesmo afetivo.
O fato da ginástica abranger todos os músculos do aluno, faz com que ele adquira uma maior flexibilidade, equilíbrio e força muscular. E tudo isso é conseguido de uma maneira que elas adoram.
Embora as vantagens da ginástica escolar sejam muitas, deve-se tomar um cuidado especial com a evolução dos exercícios. Deve seguir uma sequencia pedagógica adequada. Assim, todas as crianças terão um desempenho similar, não favorecendo uma comparação negativa entre elas e que pode gerar uma certa frustação e isolamento, contrariando um dos grandes benefícios da ginástica escolar que é o desenvolvimento afetivo e social.
O professor de Educação Física que se propõe a trabalhar com ginástica deve estar atento, pois se tratar de um exercício físico de muita complexibilidade e coordenação, e principalmente, por ser trabalhado com crianças, há um grande risco de que ocorram lesões devido a prática incorreta. Esta lesão além de atrasar o desenvolvimento da criança, pode ser também um estímulo a prática deste esporte.
A boa prática da ginástica escolar está também muito ligada ao apoio da escola. Deve dar totais condições de trabalho ao professor de Educação Física, fornecendo a ele local, aparelhos e materiais adequados para a prática segura das atividades.
Devido a todos os seus benefícios, expostos neste trabalho, a ginástica escolar vem crescendo de uma maneira considerável. Devido a sua grande repercussão, competições escolares vêm sendo criadas na modalidade da ginástica geral para todas as idades. Muitos alunos que tiveram ginástica como contexto da Educação Física escolar, hoje são ginastas profissionais.
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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 180 | Buenos Aires,
Mayo de 2013 |