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A presença de valores relacionados ao olimpismo 

em jovens atletas da cidade de Juiz de Fora, MG

La presencia de valores relacionados con el olimpismo en deportistas juveniles de la ciudad de Juiz de Fora, MG

 

*Bacharel em Esportes pela USP. Mestrado e Doutorado pela Escola de Educação Física

da USP e atualmente é professor Adjunto II do Departamento de Educação Física

da Universidade Federal de Lavras, UFLA

**Graduando em Educação Física pela Universidade Federal de Lavras, UFLA

***Licenciado em Educação Física. Mestre e Doutor em Educação pela USP e atualmente

é professor Adjunto II do Departamento de Educação Física

da Universidade Federal de Lavras, UFLA

Prof. Dr. Raoni Perrucci Toledo Machado*

raoni13@uol.com.br

Yuri de Almeida Costa Campos**

reiclauy@hotmail.com

Prof. Dr. Fabio Pinto Gonçalves dos Reis***

fabioreis@def.ufla.br
(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O texto propõe uma discussão sobre as possíveis formas de apropriação dos princípios e valores relacionados ao Olimpismo por jovens atletas do município mineiro de Juiz de Fora. Para tanto, uma pesquisa de campo foi realizada com a finalidade de levantar alguns dados que pudessem aproximar os conteúdos da narrativa dos sujeitos investigados aos valores expressos pela Carta Olímpica, nossa principal fonte primária de análise. Chegamos à conclusão de que os atletas compreendem, de maneira geral, os valores cultuados pela doutrina filosófica Olímpica, principalmente no que se refere ao prazer que a prática desportiva lhes proporciona.

          Unitermos: Jovens atletas. Olimpismo. Esporte.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A eleição do Brasil, especificamente a cidade do Rio de Janeiro como a sede oficial dos Jogos Olímpicos de 2016, causou inicialmente um grande e estrondoso impacto na sociedade brasileira. A cobertura dos fatos e a divulgação do resultado da eleição promovida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), por intermédio da mídia televisiva e escrita de todo país, levou a maioria da população brasileira a um verdadeiro estado de euforia. Certamente, esse megaevento irá produzir modificações acentuadas no perfil da cidade do Rio de Janeiro, uma vez que a capital carioca irá ganhar novas e modernas instalações. Sua beleza natural e as características culturais do povo em questão serão expostas internacionalmente pelos veículos de comunicação do mundo todo, elevando o potencial turístico e gerando benefícios imensuráveis para economia local. Paralelamente a essas mudanças infraestruturacionais e econômicas, devemos destacar o movimento conhecido como Olimpismo e seus ideais pautados nos valores educativos, na ética, na visão mais abrangente do desporto, que vai muito além das competições esportivas.

    Estas manifestações provenientes do que conhecemos por Olimpismo acompanham a humanidade desde a antiguidade, sendo que por meio das Competições e dos Jogos sua influência influencia diretamente no comportamento e na cultura dos povos desde aquela época. Na Grécia Antiga em meados dos séculos IV e V a.C., por exemplo, existiam centenas de competições esportivas nas quais quase todos os cidadãos poderiam participar. Inicialmente, somente a aristocracia tinha acesso a essas disputas pela própria característica da sociedade grega. Sabemos que há pouquíssimos registros de atletas não pertencentes a essa elite que conseguiram triunfar nos Jogos Olímpicos da antiguidade.

    O movimento intitulado de Olimpismo Moderno ocorre a partir do Barão Pierre de Coubertin, no século XIX, haja vista que ideologicamente o Movimento Olímpico surge a partir de uma filosofia que buscava no esporte a educação completa dos jovens. Ao conscientizá-lo à respeito do seu papel transformador na sociedade, contribuía para a construção de um mundo melhor. Para Georgiadis (2007), o ideário Olímpico deve ressaltar a essência desportiva, ou seja, a utilização dessa prática como um elemento educativo que pode contribuir para constituição de uma sociedade saudável e virtuosa.

    O primeiro princípio fundamental do Olimpismo está na Carta Olímpica (IOC, 2010):

    Filosofia de vida que exalta e combina em equilíbrio as qualidades do corpo, espírito e mente. Ao associar esporte com cultura e educação, o Olimpismo se propõe a criar um estilo de vida baseado na alegria do esforço, o valor educativo do bom exemplo e o respeito pelos princípios éticos fundamentais universais.

    Dessa maneira, devemos discutir a efetividade desse discurso na sociedade desportiva brasileira, tanto nos treinadores, quanto nos jovens atletas, a partir dos princípios fundamentais do Olimpismo descritos na Carta Olímpica. Principalmente, se esses valores disseminados pelo Movimento Olímpico são de fato incorporados e associados de forma importante pela juventude esportista, ou são apenas frutos de mera repetição retrógada e inconsciente das atitudes em questão. Uma vez que podem ser reproduzidos ocasionalmente no vocabulário de ex-treinadores e ex-atletas em diversos programas e entrevistas divulgados corriqueiramente pela mídia esportiva brasileira.

1.     Fundamentação teórica

    A pesquisa recorrerá aos diversos estudos e referenciais bibliográficos que discutem o Movimento Olímpico e, sobretudo, o Olimpismo como um conjunto de atitudes voltadas ao esporte e que pode influenciar de alguma forma o processo educativo da sociedade ao longo dos anos.

    No que se refere à literatura brasileira voltada ao estudo do Olimpismo, encontramos um variado número de pesquisas, originadas, sobretudo, a partir dos estudos de Tubino e Lamartine DaCosta na década de 1990. Em seguida, vários outros pesquisadores tem-se dedicado ao estudo do Olimpismo no Brasil. Podemos citar os estudos de Otávio Tavares, Neíse Abreu, Fernando Portela, Marta Gomes, Cristiano Belém, Marcio Turini, Nelson Todt, Ana Miragaya, Katia Rubio, Letícia Godoy, entre outros.

    Nessa direção, foi possível localizar também várias publicações de livros referentes a essa temática (TAVARES & DACOSTA, 1999; TURINI & DACOSTA, 2002; DACOSTA & HATZIDAKIS, 2001; TAVARES; DACOSTA & MIRANDA, 2000; REPPOLD & TODT, 2000; BARA FILHO; SILVA, 2000, 2002). Concomitantemente, na literatura internacional podemos destacar, além da literatura clássica de Coubertin, os estudos do professor Norbert Müller.

    Entretanto, o documento fundamental para este trabalho é a Carta Olímpica, pois pontua sistematicamente os princípios fundamentais do Olimpismo. São eles (IOC, 2010):

  1. O Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina de forma equilibrada as qualidades do corpo, da vontade e do espírito. Aliando o desporto à cultura e educação, o Olimpismo é criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais.

  2. O objetivo do Olimpismo é o de colocar o desporto ao serviço do desenvolvimento harmonioso do Homem em vista de promover uma sociedade pacífica preocupada com a preservação da dignidade humana.

  3. O Movimento Olímpico é a ação, concertada, organizada, universal e permanente, de todos os indivíduos e entidades que são inspirados pelos valores do Olimpismo, sob a autoridade suprema do COI. Estende-se aos cinco continentes e atinge o seu auge com a reunião de atletas de todo o mundo no grande festival desportivo que são os Jogos Olímpicos. O seu símbolo é constituído por cinco anéis entrelaçados.

  4. A prática do desporto é um direito do homem. Todo e qualquer indivíduo deve ter a possibilidade de praticar desporto, sem qualquer forma de discriminação e de acordo com o espírito Olímpico, o qual requer o entendimento mútuo, o espírito de amizade, de solidariedade e de fair play. A organização, administração e gestão do desporto devem ser controladas por organizações desportivas independentes.

  5. Toda a forma de descriminação relativamente a um país ou a uma pessoa com base na raça, religião, política, sexo ou outra, é incompatível com a pertença ao Movimento Olímpico.

  6. Pertencer ao Movimento Olímpico exige o respeito da Carta Olímpica e o reconhecimento pelo COI.

2.     Problema de pesquisa

    A narrativa dos jovens atletas da cidade de Juiz de Fora - MG apresenta valores relacionados à filosofia do Olimpismo?

3.     Objetivo geral

  • Identificar na narrativa dos jovens atletas alguns vestígios que podem se relacionar a doutrina filosófica do Olimpismo.

Objetivo Específico

    Por um lado, temos como objetivo analisar se o Olimpismo produz algum sentido ou é cultuado pela juventude esportista juizforana com base no estudo das narrativas dos entrevistados. Por outro, pretendemos verificar se esses comportamentos são inerentes aos sujeitos devido ao fato de serem amplamente divulgados pelos seus treinadores e pela mídia esportiva como um todo.

4.     Hipóteses

  1. Os atletas apresentam em sua narrativa aspectos ligados ao Olimpismo

  2. Os atletas não apresentam em sua narrativa aspectos ligados ao Olimpismo.

5.     Justificativa

    O esporte insere-se nos tempos modernos como um estrondoso fenômeno social, revelando assim, um mundo que necessita continuamente ser estudado. A universalidade desportiva tornou-se parte integrante da discussão de fatores vinculados aos aspectos econômicos, sócio-antropológicos e políticos (MARTINS et al., 2002).

    Segundo Otávio Tavares (2008), a educação é um dos pontos de sustentação do Movimento Olímpico, sendo o foco central dos seus fundadores, dentre eles o Barão Pierre de Coubertin. No entanto, essa função educacional pela via do esporte ainda é questão de debate ainda não esgotado. Devemos verificar se essa educação por meio do Olimpismo acontece de fato no âmbito brasileiro.

    Um variado número de entrevistas constantemente associa o esporte a palavras “mágicas” como: disciplina, respeito e ética, mas essa prerrogativa defendida pode ser colocar em cheque por ser reproduzida de forma acrítica durante vários anos no meio esportivo brasileiro. Será que ela já virou uma espécie de “verdade absoluta”? Será que os treinadores atuais detêm o conhecimento sobre os princípios fundamentais do Olimpismo ou apenas reproduzem o que é dito há décadas? A juventude esportista conhece o Olimpismo e o porquê da realização dos Jogos Olímpicos?

    Essas são questões que estão na pauta do dia, pois advogamos sobre a necessidade de elevar o conhecimento dos jovens atletas concernente ao Olimpismo. São os esportistas que divulgam e promovem a importância dos Jogos Olímpicos para a sociedade (MAES, 2007).

    De posse dessa problemática, torna-se necessária uma pesquisa que identifique o conhecimento sobre Olimpismo no meio esportivo da cidade de Juiz de Fora - MG.

6.     O Olimpismo

    De acordo com Rubio (2009), o Olimpismo apresenta-se como sendo uma filosofia de vida que exalta e reúne de maneira equilibrada e harmoniosa as qualidades do corpo, espírito e mente, interligando o desporto, a cultura e a educação. Essa filosofia preconiza a criação de um estilo de vida baseado no prazer do esforço, nos valores educativos do bom exemplo, respeitando os princípios éticos e fundamentais aos seres humanos. Assim, o Olimpismo corresponde a um conjunto de princípios e valores significativos que procuram expandir os ideais que lhes são intrínsecos. Diante desses fatores, apresenta como propósito contribuir para a formação do ser humano, no ensinamento do conceito de liberdade e, sobretudo, na criação de artifícios para a sua coexistência social (TODT et al., 2006).

7.     Educação Olímpica

    Segundo Müller (2009), a expressão Educação Olímpica surgiu e foi constantemente mencionada durante a década de 1970, inspirando-se em estudos que envolviam a educação e as pesquisas olímpicas. Podemos ressaltar que a Educação Olímpica é um legado de Coubertin, considerado o pioneiro na expansão da educação por meio do esporte pelo mundo (MIRAGAYA & DACOSTA, 2006). Assim, a Educação Olímpica procura o desenvolvimento do ser humano em sua plenitude, constratando com a educação atual a cada dia mais especializada (MÜLLER, 2009).

    Em suma, a Educação Olímpica pode ser entendida como um:

    Processo que traz a filosofia do Olimpismo para todos através do ensinamento dos ideais olímpicos. Baseada no Olimpismo pode representar uma política pública para alcançar o objetivo de um desenvolvimento humano e social mais justo, igual e fraterno através do esporte (TODT, 2009, p. 378).

8.     Pesquisa de Campo

Amostra

    A amostra foi composta por 2 sujeitos do sexo masculino, sendo que um deles pratica um esporte de característica coletiva e o outro individual, respectivamente o basquete e a natação. Ambos os indivíduos possuem idades que variam entre 13 e 16 anos e experiência de no mínimo 4 anos na modalidade praticada. A entrevista aconteceu no Esporte Clube Bom Pastor na cidade de Juiz de Fora – MG e as características da amostra estão expostas na tabela abaixo.

Tabela: Características da amostra

Procedimentos

a.     Pergunta específica

    Os sujeitos foram orientados a responder a seguinte pergunta: “O que o esporte representa na sua vida?”.

b.     Forma de coleta dos dados

    A pergunta e a resposta dos indivíduos foram gravadas por meio de um ipod para posteriormente serem analisadas.

c.     Análise das respostas

    Para a análise das respostas a narrativa dos sujeitos receberam recortes, a fim de que fosse possível realizar a avaliação por meio da análise de conteúdo das falas dos indivíduos.

d.     Análise de conteúdo

    Buscou-se identificar nas narrativas os valores que são inerentes à doutrina filosófica do Olimpismo, buscando levantar hipóteses sobre os possíveis fatores responsáveis por esse pensamento.

Resultados

a.     Sujeito 1

    “Áh o esporte é tudo para mim... Gosto de jogar todo o dia e quando não tem treino eu já sinto falta sabe. Comecei a joga basquete porque meu médico recomendou porque eu tava ficando um pouco gordinho pra minha idade, daí escolhi o basquete porque meu pai já tinha jogado. O basquete me diverte demais e eu adoro vim pra cá treinar. O pessoal daqui é gente boa e agente tem amizade fora do treino também, pra saí e tudo mais”.

b.     Sujeito 2

    “O esporte me ajudou a vencer... Ganhei vários campeonatos municipais, ganhei 2 regionais e consegui chegar em terceiro nos 25m no mineiro ano passado. As vezes eu fico um pouco sem tempo pra sair e um pouco cansado pra ir pra escola porque treino antes de ir. Nesse ano passei a treinar mais e isso me deixa um pouco cansado. A natação é meu esporte favorito, gosto de tá sempre treinando e melhorando minhas marcas... mas ainda curto peladinha nos fins de semana pra distrair e é isso”.

Discussão

    O primeiro fator relevante para discussão corresponde ao fato da escolha da entrevista como forma de identificar, por meio da narrativa, valores que remetem a doutrina filosófica do Olimpismo. A entrevista foi utilizada devido à média de idade dos participantes ser entre 13 e 16 anos. Podemos ressaltar que durante essa faixa etária os jovens possuem uma imensa capacidade em expressar-se verbalmente. Dessa maneira, os sujeitos antes da entrevista, foram abordados e orientados sobre como ocorreria o processo, ou seja, foi explicado que seria feita uma pergunta e, posteriormente, suas respectivas respostas seriam gravadas para a análise dos dados. Mediante a essa explicação e essa conversa anterior à pergunta, foi possível amenizar o grau de formalidade da pesquisa, deixando os sujeitos “à vontade” para a resposta.

    Ao analisar individualmente os investigados, percebemos que o sujeito 1 se sente bem em praticar esporte, ou seja, essa manifestação tornou-se parte do seu cotidiano. Como é demonstrado nas falas:

    “Áh o esporte é tudo para mim... Gosto de jogar todo o dia e quando não tem treino eu já sinto falta sabe...”.

    "Me diverte demais e eu adoro vim pra cá treinar...”.

    Podemos dizer que esses dois recortes retratam o prazer que o indivíduo sente ao desenvolver a prática desportiva. Assim, foram encontrados nesses fragmentos de resposta os argumentos interligados ao Olimpismo, no que é descrito no seu princípio primário fundamental encontrado na Carta Olímpica (2010), “... o Olimpismo é criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço...”

    O recorte: “... O pessoal daqui é gente boa e agente tem amizade fora do treino também, pra saí e tudo mais...”, também exalta outro valor vinculado ao Olimpismo, localizado no quarto princípio fundamental referente a Carta Olímpica (2010), “... O espírito de amizade, de solidariedade e de fair play...”. Podemos perceber que durante o treino todos se enfrentam, mas com respeito mútuo entre todas as partes que os levam a terem um grau de amizade fora dos treinos.

    O sujeito 2 demonstra um apreço pela a atividade física, tanto como esportista na natação, quanto como divertimento no futebol:

    “... A natação é meu esporte favorito, gosto de tá sempre treinando e melhorando minhas marcas... mas ainda curto “peladinha” nos fins de semana pra distrair...”.

    Podemos afirmar que ele se sente satisfeito e feliz praticando o desporto, porém, é importante complementar com a seguinte fala:

    “... Às vezes eu fico um pouco sem tempo pra sair e um pouco cansado pra ir pra escola porque treino antes de ir. Nesse ano passei a treinar mais e isso me deixa um pouco cansado...”.

    Sendo assim, é observado que mesmo com todo prazer que o esporte lhe proporciona, ele também demonstra alguns malefícios que são afirmados pelo indivíduo nesse recorte mencionado acima. Atribuímos esse “cansaço” a rotina exaustiva de treinamento que é imposta a esse jovem que, mesmo com pouca idade, carrega consigo uma responsabilidade tamanha, participando de campeonatos e conseguindo êxito expressivo na maioria das competições. Podemos afirmar que apesar da idade de 14 anos, o sujeito apresenta um comportamento de atleta, representado na seguinte fala:

    “... O esporte me ajudou a vencer... Ganhei vários campeonatos municipais, ganhei 2 regionais e consegui chegar em terceiro nos 25 metros no mineiro ano passado...”.

    Ele menciona as suas conquistas antes de expressar o prazer em praticar o esporte. Fazendo uma comparação com o sujeito 1, que treina apenas 3 vezes por semana e ainda não participa de tantas competições, o esporte para ele é uma atividade recreativa, ou seja, ele pratica a manifestação pelo prazer que o mesmo lhe proporciona. O que há em comum entre os dois sujeitos é a questão do prazer que o esporte proporciona em suas vidas. Seja como um simples praticante do basquete, no caso o sujeito 1, ou como um atleta que vem ganhando destaque nas competições de natação, no caso o sujeito 2.

    Ao perscrutar os recortes das narrativas, pode-se inferir que nenhum deles sofrem influência da mídia esportiva, nem tão poucos dos seus treinadores, que não contemplam com seus atletas em momento algum os valores sobre o verdadeiro espírito esportivo. Esses resultados puderam demonstrar que a doutrina filosófica do Olimpismo parece estar inerente no comportamento dos atletas apesar de não conhecerem essa temática Olímpica a fundo. Eles conseguem compreender e perceber o prazer que o esporte proporciona em suas vidas no que tange a ideologia do esforço, tantas vezes mencionada pelo Barão Pierre de Coubertin. Além disso, os valores Olímpicos parecem fluir na mente e no comportamento dos avaliados de forma coerente, que os levam a expressar, mesmo que inconscientemente, uma das essências principais proposta pela filosofia do Olimpismo.

Conclusão

    Ao nos basearmos na análise dos resultados, podemos concluir que os atletas compreendem, de maneira geral, os valores cultuados pela doutrina filosófica Olímpica, principalmente no que se refere ao prazer que a prática desportiva lhes proporciona. No entanto, eles expressam inconscientemente esses valores ao passo que parecem estar impressos inteiramente em suas vidas, mesmo sem a influência linear da mídia e dos seus treinadores.

Referências

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  • TUBINO, M. J. G. Dimensões Sociais do Esporte. São Paulo: Cortez, 1992. 80 p. vol. 44.

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