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Qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho. Uma 

revisão integrativa dos diferentes números de publicações

Calidad de vida y calidad de vida en el trabajo. Una revisión integrativa de las diferentes cantidades de publicaciones

Quality of life and quality of work life: An integrative review of different numbers of publications

 

*Graduado em Educação Física e Quiropraxia, Especialista em atividade Física e Saúde

Aluno do Mestrado Profissional em Inclusão Social e Acessibilidade

pela Universidade Feevale, Rio Grande do Sul

**Graduado em Educação Física, Especialista em Medicina Esportiva e Ciência do Esporte

Mestre e Doutor em Ciências do Movimento Humano pela Universidade

Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

***Graduado em Educação Física, Mestre em Ciência do Movimento Humano

Doutor em Ciências da Comunicação. Professor do Mestrado Profissional

em Inclusão Social e Acessibilidade, Universidade Feevale, Rio Grande do Sul

****Graduada em Fisioterapia, Especialista em Saúde e Trabalho

Mestre e Doutora em Engenharia de Produção com ênfase em Ergonomia

Professora do Mestrado Profissional em Inclusão Social e Acessibilidade

Universidade Feevale, Rio Grande do Sul

*****Graduado em Letras e Educação Física, Especialista em Ginástica

Mestre e Doutor em Educação Física. Professor do Mestrado Profissional

em Inclusão Social e Acessibilidade, Universidade Feevale, Rio Grande do Sul

Marcos Vinícius Zirbes*

Guilherme Garcia Holderbaum**

Gustavo Roese Sanfelice***

Jacinta Sidegum Renner****

João Carlos Jaccottet Piccoli*****

marcosviniciusz@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O tema qualidade de vida no trabalho (QVT) vem cada vez mais conquistando seu espaço, principalmente na filosofia dentro de empresas, no meio acadêmico e em bases científicas, porém, este assunto ainda é reduzido numericamente em comparação ao tema que lhe originou, a qualidade de vida (QV). Esta pesquisa objetivou, por meio de revisão integrativa em 3 diferentes bases de dados, comparar em 2 momentos distintos (período de 5 meses), as diferenças numéricas de publicações entre a qualidade de vida (QV) e a qualidade de vida no trabalho (QVT), buscando com isso, a sensibilização dos números crescentes de publicações e a demonstração da importância de se pesquisar cada vez mais sobre QVT, engrandecendo assim, não só a quantidade, mas a qualidade de pesquisas sobre esta temática. Os resultados desta pesquisa mostraram que as publicações sobre QVT cresceram em ambos momentos, porém, ainda se encontram reduzidas em comparação com a QV, o que reforça ainda mais as informações anteriormente descritas.

          Unitermos: Qualidade de vida. Qualidade de vida no trabalho.

 

Abstract

          The theme of quality of work life (QWL) is increasingly conquering his place, especially in philosophy within companies, the academic and scientific basis, however, this subject is still numerically small compared to the subject that it led to quality of life (QL). This study aimed, through integrative review of literature in three different databases, in comparing two different times (5-month period), the numerical differences between the publications quality of life (QOL) and quality of work life (QWL), seeking with this, awareness of the increasing numbers of publications and demonstration of the importance of researching more and more about QVT, enlarging thus not only the quantity but the quality of research on this subject. The results of this research showed that publications on QWL grown in both instances, however, it is still quite low compared QL, which further reinforces the information described above.

          Keywords: Quality of life. Quality of work life.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Após a sociedade ter se sensibilizado pelo tema qualidade de vida (QV), cada vez mais surgiram conceitos para este, caracterizando-o como um assunto bastante subjetivo, propiciando o interesse paralelamente em termos como “padrão de vida” e “motivação”, utilizados estes por filósofos, políticos, pesquisadores da área da saúde e das áreas sociais (REIS JÚNIOR; PILATTI, 2008). Estudos sobre QV estão cada vez mais presentes na atualidade, sendo que estes não visam apenas analisar a QV propriamente dita, mas também identificar relações existentes entre esta variável e outros assuntos pertencentes a vida cotidiana, sendo que, tais relações possibilitaram o surgimento de ramificações deste termo, sendo estas a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e a qualidade de vida no trabalho (QVT) (CHEREMETA et al., 2011).

    A QVT foi definida inicialmente sobre a reação e percepção das pessoas em relação ao seu trabalho, sendo estes, resultados individuais que estão diretamente relacionados à satisfação com tarefas e a saúde mental, sendo que, a QVT posteriormente passou a conceber uma abordagem ou um método, passando a ser definida em termos e técnicas usadas para reformular o trabalho, visando o enriquecimento de tarefas e cargos, grupos de trabalho e outros (PAIVA; COUTO, 2008). Após isto, a QVT teve sua definição como sendo algum tipo de movimento, uma ideologia que busca valores sociais positivos, destacando temas como "democracia industrial" e "administração participativa", que por fim, a QVT foi encarada como um conceito globalizado que abrange todos os tipos de programas e perspectivas focados a problemas de qualidade, insatisfação de funcionários e competição externa (PAIVA; COUTO, 2008).

    É bastante perceptível que o trabalho ocupa uma grande parcela da vida das pessoas, fato este que justifica intervenções na vida de trabalhadores. Mesmo tendo variáveis bastante semelhantes que se interrelacionam, os conceitos de QV e QVT apresentam uma acentuada e complexa distinção (PEDROSO; PILATTI, 2010). A sobreposição entre a QV e o trabalho, uma vez que a QV é multifatorial, mostra que as vivências no ambiente de trabalho tem influência direta e significativa sobre esta na vida do trabalhador (TOLFO; PICCININI, 2001).

    A relação entre a humanidade e as máquinas vem se intensificando cada vez mais, sendo que a tecnologia propicia modificações impactantes no que diz respeito à utilização do tempo em atividades domésticas, escolares, profissionais e sociais, esta que tende a alterar a QV dos indivíduos. O aumento gradativo de horas de trabalho diários culminou com a desvalorização de profissões, acarretando em grandes insatisfações e o surgimento de movimentos, a fim de obter melhores salários e condições de trabalho, que na maioria das vezes não acarretaram no sucesso esperado, restando assim a estes funcionários, continuar exercendo o seu trabalho para garantir sua sobrevivência (PEDROSO; PILATTI, 2010). O salário instigou a delimitação de uma jornada semanal de trabalho, bem como, as demandas industriais resultaram na extinção da maioria dos feriados e datas festivas da vida dos funcionários, muitas vezes pondo um ponto final em diversos hábitos da vida em sociedade (DECCA; MENEGUELLO, 1999).

    O objetivo principal deste artigo, por meio de revisão integrativa, é comparar a diferença dos números de publicações científicas entre temas distintos e provenientes, em duas diferentes datas (período de 5 meses), levando em conta que, a qualidade de vida no trabalho (QVT) surgiu a partir da qualidade de vida (QV).

Revisão da literatura

Qualidade de vida

    O conceito de qualidade de vida (QV) é algo bastante variável entre as pessoas, sendo que, aspectos que possam ser geradores de QV para algumas pessoas podem não ser positivos para outras. Desta forma, estabelecer um conceito único de QV é bastante difícil, devido a sua subjetividade e multidisciplinariedade (REIS JÚNIOR; PILATTI, 2008). Para Minayo et al (2000), qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, esta que é uma junção do grau de satisfação encontrado na vida social, ambiental, amorosa e familiar, sendo que, a síntese de todos estes fatores direciona ao conforto e bem-estar. Relatos de França (2004) mostram que o significado para o termo QV não se limita em apenas um conceito, sendo que este tema é composto por infinitas relações que acabam gerando um conceito muito particular de QV. Complementando, Minayo et al (2000) relatam que o termo QV é muito abrangente, refletindo diferentes experiências e conhecimentos vividos pelo indivíduo em diferentes momentos, resultando em uma construção social marcada pela relatividade cultural.

    A definição de qualidade de vida em um único conceito fechado e absoluto ainda é impossível, isto ocorre devido a sua subjetividade baseada em impressões individuais, estas que são um resultado de diversos fatores experimentais de cada momento vivido (GASPAR, 2001). A afirmação anterior demonstra que a qualidade de vida tem sua variação de uma forma bastante pessoal, resultante das diversas experiências vivenciadas por cada pessoa. Para Santos et al. (2002), uma qualidade de vida satisfatória deve abranger condições para que o indivíduo venha a desenvolver suas potencialidades de uma forma plena nos mais distintos tipos de atividades cotidianas.

    O termo qualidade de vida (QV) foi pela primeira vez utilizada pelo presidente norte americano Lyndom Johnson em um discurso no ano de 1964, mencionando este que os objetivos de uma nação não poderiam ser mensurados através de seu balanço bancário, mas sim, da QV que esta população realmente possua (FLECK, 1999). Os primeiros estudos sobre QV surgiram em 1950 com Eric Trist e colaboradores, no Tavislock Institute, em Londres. Na época, foram realizados estudos sócio-técnicos sobre a organização do trabalho, relacionando o indivíduo com a organização e o trabalho (REIS JÚNIOR; PILATTI, 2008; PEDROSO; PILATTI, 2010).

    Segundo Minayo et al., (2000) existem três aspectos que exercem influência sobre o conceito de QV, sendo estes o contexto sócio-cultural; referente aos valores pessoais; o período histórico no qual o indivíduo se encontra; referente ao momento econômico, social e tecnológico; e a estratificação das classes sociais; referentes aos diferentes conceitos baseados pelo nível social que o indivíduo está inserido. No entanto, a autora acrescenta que tais inconstâncias não impedem que um conceito global e hegemônico de QV venha a ser desenvolvido no futuro, porém, este pode vir a ser influenciado pelos costumes ocidentais, mais urbanizados, associados a certos valores como: viagens, carro, computador, conforto, prazer, entre outras.

Qualidade de vida no trabalho

    Com a ocorrência de sucessivas manifestações trabalhistas no século XX estudiosos de várias áreas foram impulsionados a pesquisar sobre a qualidade de vida no ambiente de trabalho, esta que indiretamente é um resultado da sua variável de origem, a QV, dando origem a qualidade de vida no trabalho (QVT) (PEDROSO; PILATTI, 2010).

    Embora o tema qualidade de vida no trabalho e suas pesquisas possam parecer recentes, tal preocupação já é antiga, destacando-se a lei das alavancas, criada por Arquimedes em 287 a.C., visando reduzir o esforço físico durante a realização de atividades laborativas (FRANÇA JÚNIOR; PILATTI, 2004). A partir de 1970 a QVT passa a ser pesquisada em vários países, porém, segundo Ayres e Silva (2004), apenas em 1980 é que surgiu o interesse de se pesquisar tal assunto no Brasil.

    O surgimento e a consolidação do capitalismo culminaram com o aparecimento de diversas crises e crescimentos, alterando o modo de organização do trabalho e da produção, formas de controle sobre os funcionários, a qualificação destes, as inovações tecnológicas, entre outras. O Conjunto destas transformações caracterizou-se pelo nome de Revolução Industrial (MERLO; LAPIS, 2007). A revolução industrial deteriorou as condições de trabalho a ponto de estas serem consideradas desumanas, agravando rapidamente com o crescimento do número de trabalhadores em um curto espaço de tempo, o que levou a um colapso das cidades por não conseguirem comportar tamanha demanda, propiciando assim, mínimas condições de moradia e higiene (PILATTI, 2007).

    A segunda fase da revolução industrial ocorreu entre 1860 e 1914, sendo esta mais conhecida como a revolução do aço e da eletricidade. Esta segunda revolução foi desencadeada pelo desenvolvimento do aço, resultando na invenção e confecção do motor de combustão. (REIS JÚNIOR; PILATTI, 2008). Com os avanços tecnológicos, as empresas passaram a exigir uma mão-de-obra cada vez mais qualificada, desempregando muitos trabalhadores, e por conseguinte, aumentando os números de pessoas miseráveis (PILATTI, 2007).

    Após a passagem da revolução industrial, o trabalho passou a ser mais humano, sendo que, condições subumanas levaram trabalhadores a lutar por salários justos, menores jornadas de trabalho e melhores condições de trabalho (PEDROSO; PILATTI, 2010). Na atualidade, a preocupação com o bem-estar e a saúde do trabalhador vem ganhando espaço potencialmente, sendo que, o estresse e a insatisfação financeira tendem a ocasionar uma redução na produtividade. Pensando nesta perspectiva de que a empresa deve oferecer atividades que incentivem os trabalhadores, é interessante algo que compense de certo modo, seus esforços destinados a produção da empresa (KETS DE VRIES, 2001; AYRES; SILVA, 2004; PEDROSO; PILATTI, 2010).

    O ser humano dispende atualmente, aproximadamente 10 horas diárias dedicadas ao trabalho, somando estas ao tempo de deslocamento e intervalos, ou seja, trabalhando este muitas vezes mais tempo do que realmente deveria trabalhar diariamente (RUGISKI; PILATTI, 2007). A necessidade de se ter uma produção cada vez maior e obter ao mesmo tempo realização pessoal foi analizada por Pilatti (2007), afirmando que, a valorização humana tem se mostrado muitas vezes algo incompatível, pois é preciso produzir cada vez mais em menos tempo, reduzindo custos e atendendo padrões de qualidade, exigindo com isso, uma maior qualificação dos trabalhadores.

Método

    Para realização deste artigo, foi empregado o método de revisão integrativa, que segundo Souza, Silva e Carvalho (2010) consiste em uma forma de pesquisa que visa sintetizar o conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados na prática. Esta pesquisa teve como objetivo principal, comparar as diferenças dos números de pesquisas publicadas entre a qualidade de vida (QV) e a qualidade de vida no trabalho (QVT) em dois diferentes espaços de tempo, buscando com isso, não só o engrandecimento das bases de dados científicas, mas também, a sensibilização da importância de se pesquisar cada vez mais o tema QVT, que na atualidade, se encontra com números de publicações consideravelmente mais baixos do que os de seu precursor, a QV.

    Para a realização das buscas dos artigos científicos em dois momentos diferentes, foram utilizadas três diferentes bases de dados científicas definidas por conveniência, sendo estas, MEDLINE; SciELO e ScienceDirect. A primeira busca aconteceu no mês de julho de 2011 e a segunda busca ocorreu no mês de dezembro de 2011. Em ambos os momentos, foram realizadas buscas avançadas e refinadas de artigos científicos com a utilização das seguintes palavras-chave: “Qualidade de vida” e “Qualidade de vida no trabalho”, utilizando suas variantes na língua inglesa. Para os artigos científicos serem incluídos nesta revisão integrativa, os mesmos deveriam conter algumas das palavras-chave acima citadas em seu título.

    Cabe ressaltar que o presente trabalho foi realizado na disciplina Desenvolvimento corporal no contexto da sociedade e da cultura, pertencente ao Mestrado Profissional em Inclusão Social e Acessibilidade da Universidade Feevale.

Resultados

    Verificou-se que na base de dados MEDLINE, o resultado da primeira busca (mês de julho) sobre o termo “Qualidade de vida” encontrou 1845 artigos, sendo que, na mesma base de dados o resultado da busca pelo termo “Qualidade de vida no trabalho” foi de 100 artigos. Na base de dados SciELO, a primeira busca (mês de julho) resultou em 826 artigos sobre o tema “Qualidade de vida”, sendo que o resultado da busca por “Qualidade de vida no trabalho” foi de 8 artigos. Na base de dados ScienceDirect, foram encontrados na primeira busca (mês de julho) 140 artigos sobre “Qualidade de vida” e 42 artigos sobre “Qualidade de vida no trabalho”.

    A segunda busca (dezembro de 2011), na base de dados MEDLINE, resultou em 2003 artigos sobre “Qualidade de vida” e 111 artigos sobre “Qualidade de vida no trabalho”, ou seja, comparado com a primeira busca (julho de 2011), ocorreram aumentos de 8,5% nas publicações de QV e 11% nas pesquisas de QVT. Na base de dados SciELO, a segunda busca resultou em 896 artigos sobre “Qualidade de vida” e 9 artigos sobre “Qualidade de vida no trabalho”, evidenciando com isso que, comparado com a primeira busca (julho de 2011), ocorreram aumentos de 8,4% nas publicações de QV e 12,5% nas pesquisas de QVT. A segunda busca (dezembro de 2011), na base de dados ScienceDirect, resultou em 320 artigos sobre “Qualidade de vida” e 88 artigos sobre “Qualidade de vida no trabalho”, ou seja, comparado com a primeira busca (julho de 2011), ocorreram aumentos de 128,5% nas publicações de QV e 109,5% nas pesquisas de QVT.

Tabela 1. Qualidade de vida (QV) x Qualidade de vida no trabalho (QVT)

Discussão

    Excesso da jornada de trabalho diária, esforços físicos demasiados, falta de higiene e inadequação fabril foram fatores que contribuíram para deixar o ambiente de trabalho cada vez mais impróprio, resultando em um número elevado de acidentes de trabalho e na ploriferações de diferentes doenças (PILATTI, 2007). O ambiente de trabalho pode manifestar uma contradição, podendo haver na mesma cidade ambientes que proporcionam alta tecnologia e melhoria na QV, versus, condições subumanas e proliferações de doenças. O cenário da atualidade propiciou uma maior preocupação com a QV, tornando-se esta um assunto altamente pesquisado nos últimos anos. Tendo a visão de que o ser humano apresenta-se como um que passa cada vez mais a conquistar o seu espaço, fortalece a idéida de que o seu desempenho esteja fortemente relacionado com a sua QV (PEDROSO; PILATTI, 2010).

    Segundo Areias e Comandule (2006), a tecnologia, ao mesmo tempo que facilitou as pessoas da realização de inúmeros trabalhos braçais excessivos, estabeleceu um aumentando no número de pessoas desempregadas que acabaram por se sujeitar a realizar trabalhos em condições subhumanas, pondo em risco sua saúde e seu bem-estar. Para Pilatti (2007), muitas vezes os avanços da tecnologia e a QVT não são temas convergentes, e nem sempre a tecnologia irá aumentar a QVT, porém, em alguns casos os trabalhadores braçais podem ser beneficiados, mas os trabalhados que utilizam o conhecimento podem ser prejudicados pelo excesso de demandas ocasionadas pelas evoluções da tecnologia. Conforme Reis Júnior e Pilatti (2008), pesquisadores da área da QVT estão se esforçando cada vez mais para conseguir conceituar este termo tão amplo, buscando abranjer todos os elementos que possam influenciar sobre as condições de vida e de trabalho das pessoas.

    Na atualidade, o maior diferencial no âmbito empresarial provém de recursos humanos e não somente da tecnologia, sendo que esta é fundamental, mas o que difere uma empresa líder no mercado das demais empresas é o capital intelectual (FRANÇA JÚNIOR; PILATTI, 2004; PILATTI; BEJARANO, 2005). A implantação da tecnologia pode igualar empresas, porém, o que realmente faz a diferença são as pessoas que nela trabalham (PEDROSO; PILATTI, 2010). Conforme as informações anteriores, pode-se acreditar que o mercado de trabalho do futuro tende cada vez mais a valorizar o funcionário dentro da empresa, propiciando-lhe as melhores condições possíveis de trabalho para que este venha e desempenhar o máximo possível de suas potencialidades e também, renda seu melhor desempenho (REGO et al., 2003; PEDROSO; PILATTI, 2010).

    Em alguns países europeus utiliza-se uma terminologia específica para designar empresas voltadas para o desenvolvimento da QVT, estas são chamadas de "empresas autentizóticas" (REIS JÚNIOR, 2008). A terminologia "autentizótico" começou a ser utilizada a partir do final da década de 1990, sendo esta palavra derivada do grego: authenteekos e zoteekos. O primeiro termo significa se tratar de um organização autêntica, de confiança, e o segundo termo significa que a organização é algo de grande importância para os indivíduos. Pode-se dizer então, que o termo "autentizótico" descreve as empresas ou organizações que auxiliam seus funcionários a obter um correto equilíbrio entre o trabalho e a sua vida pessoal (REGO et al., 2003).

    Conforme Kets de Vries (2001), as empresas que são intituladas como sendo "as melhores empresas para trabalhar" adquirem cada vez mais confiança, respeito, inovação, trabalho em equipe, aprendizagem contínua e estão mais abertas para novas mudanças, portanto, baseado nas informações descritas por Rego et al. (2003) e as características apontadas por Kets de Vries (2001) caracterizam que "as melhores empresas para trabalhar" são organizações autentizóticas.

Conclusões

    Este estudo, no intuito de investigar as diferenças numéricas e percentuais de publicações entre a qualidade de vida e a qualidade de vida no trabalho, obteve as seguintes conclusões.

    Os dados obtidos nas três bases de dados científicas em datas distintas mostraram que a qualidade de vida no trabalho tem um número reduzido de publicações quando comparada com a sua temática precursora, no caso, a qualidade de vida, porém, no segundo momento de buscas (dezembro de 2011), em duas das três bases pesquisadas, a qualidade de vida no trabalho obteve um maior percentual do que a qualidade de vida, o que evidencia, que a qualidade de vida no trabalho vem sendo mais pesquisada na atualidade.

    Conclui-se, portanto, que esta revisão integrativa sobre a qualidade de vida no trabalho mostrou-se efetiva no que se diz respeito à obtenção de conhecimentos, aprendizado e qualidade de informações sobre a temática. Fica a sugestão para futuras pesquisas da mesma metodologia e temática que, utilizem-se maiores números de bases de dados científicas, enriquecendo com isso, cada vez mais, o conhecimento e as discussões sobre o assunto.

Referências

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