efdeportes.com

O trato do conteúdo lutas: análise da produção do conhecimento 

veiculado pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte (1979-2011)

El tratamiento del contenido luchas: análisis de la producción del conocimiento 

publicado por la Revista Brasileña de Ciencias del Deporte (1979-2011)

 

*Graduado, Licenciatura Plena em Educação Física (UEPA)

**Professora Orientadora, Mestre em Educação (UEPA)

(Brasil)

Franklin Jacinto da Silva*

frankbombombeirao@hotamil.com

Eliane do Socorro de Sousa Aguiar**

eliane_aguiar@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

            O presente estudo objetiva compreender o trato do conteúdo lutas na produção do conhecimento, especificamente aquele veiculado pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte (1979-2011). Caracteriza os estudos por autoria, instituição de origem, região geográfica; Verifica as principais temáticas evidenciadas nas pesquisas e realiza o mapeamento das principais lutas trabalhadas e o campo de intervenção das mesmas (escolar e não escolar). Utiliza a abordagem qualitativa, sendo uma pesquisa exploratória, valendo-se de um estudo bibliográfico e para interpretar os dados coletados, uma análise de conteúdo. Colabora para a compreensão qualificada do estágio de desenvolvimento desse conteúdo na produção do conhecimento.

            Unitermos: Lutas. Educação Física. Análise da produção do conhecimento.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    O presente estudo busca compreender o trato do conteúdo lutas no contexto da Educação Física, por acreditarmos que este conteúdo é significativo, mas ainda percebemos que existe uma incompreensão do mesmo, tanto por parte de professores quanto de alunos, no sentido de entendê-lo como capaz de proporcionar conhecimentos relevantes para a formação humana e social dos indivíduos.

    A aproximação com o tema de estudo deu-se em diferentes momentos da minha vida. Primeiramente, tive a experiência do Karatê, não nas aulas de Educação Física, mas como uma proposta alternativa na escola de ensino fundamental Anésia da Costa Chaves, onde estudei na cidade de Paragominas.

    Depois, ao ingressar no Curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (CEDF/UEPA), ao cursar a disciplina Lutas, percebi que esse conteúdo era tratado de forma técnica e mecânica. Não sendo contemplado plenamente nas discussões e vivências proporcionadas na disciplina, princípios pedagógicos importantes para compreender o ser humano em suas distintas dimensões – biológicas, sociais, humanas e culturais. Sendo que tal disciplina pudesse nos auxiliar depois da formação acadêmica, não apenas na escola, mas em todos os campos de intervenção do professor de Educação Física, pois entendemos que independente do espaço, a dimensão pedagógica deve acompanhar esse professor.

    Outro momento que propiciou reflexões sobre o trato com o conteúdo lutas foi a partir da disciplina Estágio Supervisionado, onde pudemos perceber a negação desse conteúdo e observar que a maioria dos professores preza pela esportivização das aulas de educação física, ou seja, há uma “prioridade dos conteúdos esportivos em detrimento dos demais conhecimentos produzidos pela humanidade” (PARAISO, 2011, p.170). Temos acordo também com Kunz (2004 p. 63) quando o mesmo afirma que “O conceito de esporte que se vincula hoje a Educação Física é um conceito restrito, pois se refere apenas ao esporte que tem como conteúdo o treino, a competição, o atleta e o rendimento esportivo [...]”.

    Para tanto, nossa compreensão de Educação Física vincula-se ao que defende o Coletivo de Autores (1992), especificamente, quando apontam como conteúdos a serem tratados pela Educação Física o esporte, a dança, as lutas, a ginástica e o jogo. Mas como podemos perceber, o que tem predominado historicamente, principalmente no contexto escolar, é a seleção de um único conteúdo – o esporte. Desta forma, sendo negado os demais conhecimentos, que foram culturalmente desenvolvidos e historicamente acumulados, dentre estes, nossa preocupação prioritária vincula-se ao conteúdo das lutas.

    Para realizar a apropriação e conhecimento do conteúdo em questão é que buscamos em um periódico cientifico de grande circulação na área – RBCE – elementos esclarecedores para saber o estágio de desenvolvimento das lutas. Nesse sentido, a delimitação desse estudo volta-se para a análise do trato do conteúdo lutas na produção do conhecimento veiculado na Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE) no período de 1979 a 2011. Em que nossa pergunta cientifica materializa-se a partir do quadro problemático explicitado e da delimitação desse estudo, e assim, busca saber o seguinte: De que forma o conteúdo lutas é tratado na produção do conhecimento veiculada pela RBCE no período de 1979 a 2011?

    Para tanto, temos como objetivo geral: Analisar o trato do conteúdo lutas na produção do conhecimento veiculado pela RBCE de 1979 a 2011. E como objetivos especificos: Identificar os estudos relacionados ao conteúdo lutas ao longo da existência da RBCE (1979-2011), por autoria, instituição de origem e região geográfica; Verificar as principais temáticas evidenciadas nas pesquisas; e Mapear quais são as principais lutas trabalhadas e o campo de intervenção das mesmas (escolar e/ou não escolar)

    A pesquisa em questão é de suma importância para a compreensão do conteúdo lutas, pois perspectiva apresentar o balanço da produção do conhecimento sobre essa temática. Para isso, fundamenta-se nos constructos teóricos de Saviani (1991) referentes à Monografia de base, que essencialmente significa a organização do conhecimento, visando posteriormente estudos mais amplos e aprofundados. O estudo visa organizar um banco de dados, para aqueles que queiram identificar lacunas ou problemáticas significativas referentes a lutas, assim como pode ser considerado uma boa fonte para se perceber o estágio de desenvolvimento desse tema.

2.     O trato do conteúdo lutas: problemáticas evidenciadas sobre esse conteúdo

    É Importante compreender o trato do conteúdo lutas na atualidade, devido às distintas influencias que a mesma recebe, principalmente a midiática. Neste sentido, vemos uma forte associação das lutas com a violência e até mesmo a compreensão que atribui a ela um certo esvaziamento de sentido e significado. Para refletir sobre isso, fazemos menção as Mixed Martial Arts (MMA), nomeclatura em inglês que significa artes marciais mistas, que acabam por evidenciar muito esse fator de violência e pratica esvaziada. Consideramos que a veiculação das lutas, nos moldes do MMA deturpa o que vem a ser realmente essa atividade e sua filosofia, uma vez que, a mídia está utilizando as lutas como esporte espetáculo, proporcionando assim, uma ideia descontextualizada do que realmente estas representariam socialmente e culturalmente. Isso acaba refletindo na forma como as pessoas visualizam esse conteúdo, ou seja, associado aos atos de violência e as práticas descontextualizadas. E não é isso que pensamos, pois segundo Lançanova (ano, p.08):

    Importante é perceber o quanto e como as lutas e artes marciais estão presentes em nossa sociedade atualmente, os meios e as formas pelas quais chegam até nós. Podemos passar quase despercebidos das suas manifestações, esquecendo que são parte da cultura do movimento humano, historicamente produzidas e enriquecidas com a cultura dos seus povos de origem.

    Para morais (2001), os desenhos animados, geram grandes influencias nos telespectadores mirins, pois eles veem nos personagens uma grande identificação e acham que podem ser iguais aos super-heróis, detendo suas habilidades de lutas e suas forças, acham que quando crescerem poderão ser iguais aos personagens que admiram.

    As lutas sempre foram procuradas nas academias, com diversas finalidades pelas pessoas, mais muitas delas acreditam que aprendendo uma luta poderão se defender de ataques de outras pessoas e muitos também acham que sairão dando “pancada” em todo mundo. Esse pensamento é bastante fortalecido, com o apoio da mídia que vincula nos meios televisivos as lutas de forma deturpada, como já mencionamos antes, associando estas a idéia de violência e pratica descontextualizada. Para tanto, entendemos que os meios televisivos estão promovendo aos espectadores uma imagem de esporte telespetáculo, que segundo Betti (1997, p.34):

    [...] a televisão, importa tanto a forma de mostrar o esporte, como seu conteúdo. Uma consequência imediata é a fragmentação e a distorção do fenômeno esportivo, pois a televisão seleciona imagens esportivas, e as interpreta para nós, propõe um certo "modelo" do que é "esporte" e "ser esportista".

    Esse mesmo autor complementa afirmando que a televisão demonstra posicionamentos no que se refere a “cultura de massa” ou da “indústria cultural”, se coloca como conservadora e alienante, gerando uma forma de dominação das grandes massas, direcionando e manipulando a opinião das pessoas, promovendo uma cultura de mercado, voltada para o processo capitalista (BETTI, 1997). Toda essa manipulação da mídia gera nas pessoas uma consciência distorcida do verdadeiro sentido das lutas o que elas realmente são e o que tem para oferecer como cultura e também de filosofia, pois as artes marciais, na sua grande maioria demonstram uma filosofia de vida que seria um espelho para aqueles que almejam uma vida mais serena e compreensiva.

    Devemos ressaltar que as lutas também fazem parte dos conteúdos que devem ser ensinados na escola, pois estão inseridos em um contexto social, com os alunos e professores. Portanto, o que vemos é a negação das praticas corporais de maneira geral, e no caso especifico das lutas, e ao negarmos este e outros conteúdos aos alunos, estamos privando o acesso ao conhecimento que foi produzido, elaborado e desenvolvido pela humanidade, e que desta forma, fazem parte da construção humana.

    A grande pergunta que muitos professores fazem é se o conteúdo lutas não irá trazer para o ambiente escolar mais violência, esse “medo” nos remete a pensar como esses professores tratam às lutas, pois a luta a ser ensinada na escola não deve ter como objetivo formar lutadores ou competidores e sim, proporcionar uma vivência dessa cultura a partir de princípios pedagógicos. De acordo com Ramalho (2002 apud AGUIAR, 2008, p.03)

    É obvio que existem algumas modalidades esportivas discutíeis. Por isso, é bem difícil distinguir um conteúdo educativo que não nos remeta a pensar em violento como o boxe, no jiu-jitsu ou no chamado ‘vale-tudo’, por exemplo. Isso não constitui, contudo, que você possa ignorá-las.

    Para colaborar, Alves Junior (2006, p. 7) afirma que “[...] devemos ter consciência que qualquer atividade física esportiva ou não é nem nociva nem virtuosa em si, ela transforma-se segundo o contexto”. O importante é ter definido como e para que estamos utilizando as lutas. Temos que decidir qual caminho queremos seguir, caso contrário os resultados obtidos podem ficar longe de serem os pretendidos.

3.     Procedimentos metodológicos

    No presente estudo utilizamos a pesquisa qualitativa a partir da compreensão de Minayo (2000) onde ela diz que são aquelas metodologias possíveis de “incorporar a questão do Significado e da Intencionalidade como inerentes aos atos, as relações e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas” (p. 10).

    O estudo caracteriza-se por ser do tipo explicativo, pois segundo Gil (2007) busca entender os fatores que são determinantes ou que auxiliem no processo da realização dos fenômenos. Sendo que, este tipo de pesquisa é o que mais se aproxima da realidade, porque procura explicar a razão e o porquê das coisas.

    A partir da opção pelo tipo de estudo, essa pesquisa é do tipo bibliográfica, que de acordo com Gil (1991), corresponde a uma pesquisa elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. Considerando essa acepção, buscamos compreender como o conteúdo lutas foi tratado na produção do conhecimento, especificamente aquela veiculada na RBCE de 1979 a 2011. A opção por esse periódico cientifico, justifica-se pela consolidação e enorme representatividade na área, por ela ser indexada em indicadores internacionais e por isso reconhecida por sua grande qualidade no sistema Qualis/Capes1.

    Para a realização da coleta de dados nos apropriamos do CD de 25 anos da entidade, que compila a produção de 1979 a 2003. No período de 2004 a 2011, levantamento de 32 anos de RBCE totalizou 105 edições.

    Posteriormente, passamos para a seleção do material de análise. Para efeito de delimitação, das 105 edições, analisamos apenas os artigos, devido à originalidade e estrutura dos mesmos, e assim, descartando a análise de editoriais, pontos de vista, relatos de experiência, resumo de teses e dissertações e resenhas.

    Após essa fase de leitura do material coletado, o próximo passo foi a analise de conteúdo, que de acordo com Trivinõs (1987, p.161) divide-se da seguinte forma: pré-análise (organização do material), descrição analítica dos dados (codificação, classificação, categorização) e interpretação referencial (tratamento e reflexão).

    A partir das etapas evidenciadas pelo autor elaboramos metodologicamente os seguintes passos da pesquisa: 1) Identificação dos estudos referentes a lutas na RBCE de 1979 a 2011; 2) Reconhecimento das edições da revista para identificar os textos de interesse; 3) Leitura do material selecionado e analise do conteúdo; 4) Organização dos dados coletados.

4.     Analise e discussão dos dados coletados na RBCE

    A coleta de dados na RBCE (1979-2011) priorizou a seleção de artigos científicos, sendo que das 105 edições, identificamos apenas 11 artigos que tratam da discussão das lutas, em que apresento a seguir os indicadores de analise: A) Caracterização dos autores: Identificar quem são os autores dos trabalhos? Titulação? Se produzem individualmente, em dupla, em trio, a partir de grupo de pesquisa? Seus vínculos institucionais? Seus estados e regiões de origem? B) Temáticas evidenciadas nas pesquisas: O que tem sido pesquisado sobre o conteúdo lutas? Quais as temáticas mais pesquisadas? As menos pesquisadas? C) Lutas trabalhadas e o campo de intervenção: identificar quais são as principais lutas trabalhadas nos distintos campos de intervenção (escolar e não escolar).

Artigos sobre o conteúdo lutas

ANO

VOL./Nº/MÊS

TITULO

AUTORES

01

1995

Vol.16, Nº 3, Maio

O processo de escolarização da Capoeira no Brasil

José Luiz Ciqueira Falcão

Membro de corpo editorial da Motrivivência, Membro de corpo editorial da Revista do Centro de Educação da UFSM, Professor Adjunto III da Universidade Federal de Goiás, Membro de corpo editorial da Pensar a Prática (UFG) e Membro de corpo editorial do Movimento (UFRGS. Impresso).

02

2002

Vol. 23, N° 2, Janeiro

 

O ensino da Capoeira: por uma prática nagô

Luiz Vitor Castro Junior

Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

Professor da Faculdade Social da Bahia (FSBA)

Aluno do Mestre João Pequeno de Pastinha desde 1986

 

José Sant'Anna Sobrinho

Professor do Colégio Cleriston Andrade

03

2002

Vol 24, N° 1, Setembro

Avaliação da intensidade de esforço da luta de caratê por meio da monitorização da freqüência cardíaca

Marcelo de Castro Cesar

 

Ídico Luiz Peligrinotti

Educação Física da UNIMEP – Núcleo de Performance Humana

 

Eduardo Silvestre Penatti

 

Graziela Augusta Chiavoloni

04

2002

Vol 24, N° 1, Setembro

Análise da suplementação nutricional dos atletas da seleção brasiliense de Karatê

Michel Santos da Silva

Especialista em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional

 

Michel Soares de Carvalho

Licenciado em Educação Física

 

05

2004

Vol. 25, N° 2, Janeiro

Capoeira Angola: olhares e toques cruzados entre historicidade e ancestralidade

Luiz Vitor Castro Junior

Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

Professor da Faculdade Social da Bahia (FSBA)

Aluno do Mestre João Pequeno de Pastinha desde 1986

06

2004

Vol. 26, N° 1, Setembro

Sistematização da preparação física do judoca Mário Sabino: um estudo de caso do ano de 2003

Paulo Henrique da Silva Marques De Azevedo

Especialista em Fisiologia do Esforço – Universidade Federal de São Carlos

 

Alexandre Janotta Drigo

Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas

Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Formação Profissional no Campo da Educação Física

Universidade Estadual Paulista – Rio Claro

 

 

Paulo Roberto de Oliveira

Faculdade de Educação Física – Universidade Estadual de Campinas

Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo

 

Mauro César Gurgel de Alencar Carvalho

Judojô - Grupo de Estudos em Judô

 

Mário Sabino

Atleta da Seleção Brasileira de Judô

07

2006

Vol. 27, N° 2, Janeiro

Corpos, cultura, paradoxos: observações sobre o jogo de Capoeira

Muleka Mwewa

Licenciado em português e mestre em educação pela Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC); membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea.

 

Alexandre Fernandez Vaz

Doutor em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade de Hannover, Alemanha;

professor do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSC;

coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea;

pesquisador nível 2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Fundamentos da Educação

Apoio CNPq/Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc)/

Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

08

2006

Vol. 27, N° 2, Janeiro

O jogo da Capoeira em jogo

José Luiz Cirqueira Falcão

Doutor em educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) (2004).

Professor adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Integrante do Grupo de Estudos da Capoeira (GECA) e

do Núcleo de Estudos Pedagógicos da Educação Física (NEPEF).

Sócio Pesquisador do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE).

09

2009

Vol. 30, N° 2, Janeiro

Alguns sentidos e significados da capoeira, da linguagem corporal, da educação física...

Gilbert de Oliveira Santos

Professor assistente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

 

10

2011

Vol. 33, N° 4, Outubro/ Dezembro

Capoeira nas aulas de educação física: alguns apontamentos sobre processos de ensino-aprendizado de professores

Paula Cristina da Costa Silva

Professora Adjunta do Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Espírito Santo (CEFD/UFES)

Pesquisadora do PRÁXIS (CEFD/UFES) e LABORARTE (Faculdade de Educação/UNICAMP)

11

2011

Vol. 33, N° 4, Outubro/Dezembro

Incidência de lesões e desvios posturais em atletas de Taekwondo’

Aline Cavalheiro Tamborindeguy

Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS)

Doutoranda em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina – Brasil)

 

Adriana Seára Tirloni

Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

Doutoranda em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC).

 

Diogo Cunha dos Reis

Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

Doutorando em Educação Física pelo Centro de Desportos

da Universidade Federal de Santa Catarina

(CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina - Brasil)

 

Cíntia de La Rocha Freitas

Doutora em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS)

Professora adjunta do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

 

Antônio Renato Pereira Moro

Doutor em Ciências do Movimento Humano pelo Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria (CDS/UFSM)

Professor associado do Centro de Desportos da Universidade

Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

 

Saray Giovana dos Santos

Doutora em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC)

Professora Associada do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

 

A.     Caracterizações dos autores

    Identificamos que a maioria dos estudos foi produzido individualmente. Onde, 05 autores produziram individualmente, 03 em dupla, 01 em quarteto, 01 em quinteto e 01 sexteto. Podemos ainda verificar que a maioria dos professores estão vinculados a universidades federais, totalizando 13 professores, nas universidades estaduais 06 professores, nas universidades particulares 02, em grupos de estudos 03, e ainda encontramos um atleta que participou da elaboração de um artigo, não identificamos textos produzidos por professores da educação básica. Podemos perceber que, alguns desses professores produziram tanto em universidades como em grupos de estudo. Verificamos ainda que, dos 11 artigos encontrados nos periódicos da RBCE, 11 foram produzidos por Doutores, 06 Mestres, 02 Especialistas, 01 Graduado e 01 Atleta de Judô. Observamos ainda, que a região Norte não teve nenhuma produção nesta linha de pesquisa, a região Sudeste teve 03 produções, a Sul 03, Nordeste 03, Centro-Oeste 02.

Caracterização dos autores

 

 

AUTOR

 

INSTITUIÇÃO DE ORIGEM

(NA ÉPOCA QUE ESCREVEU O ARTIGO)

 

PÚBLICA/PRIVADA/GRUPO DE ESTUDO

 

 

TITULAÇÃO

 

REGIÃO GEOGRÁFICA

 

01

 

Paula Cristina da Costa Silva

 

Professora Adjunta do Centro de Educação Física e Desporto da

Universidade Federal do Espírito Santo (CEFD/UFES)

Pesquisadora do PRÁXIS (CEFD/UFES) e LABORARTE (Faculdade de Educação/UNICAMP)

 

 

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

Sudeste

 

02

 

Gilbert de Oliveira Santos

 

Professor assistente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

 

 

 

Federal

 

 

Doutorado

 

 

Sudeste

 

03

 

 

 

 

 

 

 

José Luiz Ciqueira Falcão

 

Membro de corpo editorial da Motrivivência, Membro de corpo editorial da Revista do Centro de Educação da UFSM, Professor Adjunto III da Universidade Federal de Goiás, Membro de corpo editorial da Pensar a Prática (UFG) e Membro de corpo editorial do Movimento (UFRGS. Impresso).

 

 

 

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

 

Centro-oeste

 

04

 

Luis Vitor Castro Júnior

 

Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

Professor da Faculdade Social da Bahia (FSBA)

Aluno do Mestre João Pequeno de Pastinha desde 1986

 

 

 

 

 

 

Estadual

 

 

 

 

 

Mestrado

 

 

 

 

 

Nordeste

 

05

 

Marcelo de Castro Cesar

 

Ídico Luiz Peligrinotti

 

 

Eduardo Silvestre Penatti

 

Graziela Augusta Chiavoloni

 

 

 

 

 

Educação Física da UNIMEP – Núcleo de Performance Humana

 

Federal

 

 

Estadual

 

 

 

Particular

 

 

Particular

 

Doutorado

 

 

Doutorado

 

 

 

Mestrado

 

 

Mestrado

 

 

 

 

 

 

Sudeste

 

06

 

 

 

 

 

Aline Cavalheiro Tamborindeguy

 

 

 

 

 

 

 

 

Adriana Seára Tirloni

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diogo Cunha dos Reis

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cíntia de La Rocha Freitas

 

 

 

 

 

 

 

 

Antônio Renato Pereira Moro

 

 

 

 

 

 

 

Saray Giovana dos Santos

 

 

 

 

Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS)

Doutoranda em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal

de Santa Catarina (CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina – Brasil)

 

 

Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade

Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

Doutoranda em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico

da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC).

 

 

Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade

Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

Doutorando em Educação Física pelo Centro de Desportos

da Universidade Federal de Santa Catarina

(CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina - Brasil)

 

 

 

Doutora em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS)

Professora adjunta do Centro de Desportos da Universidade Federal

de Santa Catarina (CDS/UFSC)

 

 

 

Doutor em Ciências do Movimento Humano pelo Centro de Educação Física e

Desportos da Universidade Federal de Santa Maria (CDS/UFSM)

Professor associado do Centro de Desportos da Universidade

Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

 

 

Doutora em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC)

Professora Associada do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Federal

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mestrado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mestrado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sul

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

07

 

Luiz Vitor Castro Junior

 

 

 

 

 

José Sant'Anna Sobrinho

 

Professor auxiliar da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

Professor do Colégio Oficina

Professor auxiliar da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

 

Professor do Colégio Cleriston Andrade

 

Estadual

 

 

 

 

 

 

Estadual

 

Mestrado

 

 

 

 

 

 

Mestrado

 

 

 

Nordeste

 

 

 

 

 

 

 

 

08

 

 

 

 

 

 

José Luiz Ciqueira Falcão

 

Doutor em educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) (2004).

Professor adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Integrante do Grupo de Estudos da Capoeira (GECA) e

do Núcleo de Estudos Pedagógicos da Educação Física (NEPEF).

Sócio Pesquisador do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE).

 

 

 

 

 

 

 

Federal

Grupo de estudo

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

Nordeste

 

09

 

Muleka Mwewa

 

 

 

 

 

 

Alexandre Fernandez Vaz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Licenciado em português e mestre em educação pela Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC); membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea.

 

Doutor em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade de Hannover, Alemanha;

professor do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSC;

coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea;

pesquisador nível 2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Fundamentos da Educação

Apoio CNPq/Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc)/

Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

 

Federal

 

 

 

 

 

 

Federal

 

Mestrado

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

Sul

 

10

 

Paulo Henrique da Silva Marques de Azevedo

 

 

 

Alexandre Janotta Drigo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Paulo Roberto de Oliveira

 

 

 

 

Mauro César Gurgel de Alencar Carvalho

 

 

 

 

Mário Sabino

 

Especialista em Fisiologia do Esforço – Universidade Federal de São Carlos

 

Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas

Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Formação Profissional no Campo da Educação Física

Universidade Estadual Paulista – Rio Claro

 

 

Faculdade de Educação Física – Universidade Estadual de Campinas

Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo

 

 

Judojô - Grupo de Estudos em Judô

 

 

 

 

 

Atleta da Seleção Brasileira de Judô

 

Federal

 

 

 

 

 

Estadual grupo de estudo

 

 

 

 

 

 

 

 

Estadual grupo de estudo

 

 

 

 

 

Grupos de estudos

 

 

 

 

 

 

 

Especialista

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Doutorado

 

 

 

 

 

 

 

Mestrado

 

 

 

 

 

 

Estudante

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sul

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

11

 

Michel Santos da Silva

 

 

Michel Soares de Carvalho

 

Especialista em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional

 

Licenciado em Educação Física

 

 

 

 

 

Especialista

 

 

 

Graduado

 

 

 

Centro-Oeste

B.     Temáticas evidenciadas nas pesquisas

    Os artigos coletados na RBCE foram analisados a partir de categorias elencadas a priori, que de acordo com Minayo (2008 p. 178) descreve que, categorias são considerações classificatórias. Organiza-se através de meios expressivos, onde se pensa os fatos de maneira hierarquizadas. As Categorias Analíticas referem-se às relações históricas sociais que são fundamentais, que servem de base teórica e direcionam para um conhecimento dos elementos evidenciados nas suas formas mais amplas. Enquanto, que as Categorias Operacionais são desenvolvidas com intuito de demonstrar a aproximação com o objeto de análise. Para isso, levando em consideração a forma como serão elaboradas essas pesquisas (na forma empírica), onde o objetivo e ressaltar e analisar o trabalho de campo. Nas Categorias Empíricas, são desenvolvidas a posteriori, quando observadas e compreendidas através de atores sociais, que favoreceram para elaboração da construção de relação do grupo que esteja sendo pesquisado (MINAYO, 2008).

    Nesse estudo, a análise dos textos sobre o conteúdo lutas permitiu sua organização em 04 categorias, identificadas da seguinte forma: luta e saúde; luta e cultura; luta e educação; luta e história.

    Dos 11 artigos encontrados na RBCE, 04 trataram das lutas e saúde, 03 abordaram as lutas e cultura, 02 trataram lutas e história e outras 02 lutas e educação. Portanto, ficou evidente que as lutas foram mais discutidas em um contexto voltado para a saúde e pouca abordada na questão educacional.

    Verificamos através da análise de conteúdos extraídos da RBCE, que a maioria dos artigos analisados, tratou do conteúdo lutas através de manifestações da luta e cultura, onde identificamos 06 artigos que tratavam desse conteúdo de forma histórica (lutas e história) e por meio de relatos de alguns praticantes de determinadas lutas, no caso dos artigos aqui encontrados a capoeira, 04 estavam relacionados à luta e saúde, aptidão física, rendimento e treinamento de atletas e apenas 02, que tinham o cunho pedagógico estava relacionado à luta e educação, com o objetivo de mostrar que a luta pode ser trabalhada no contexto escolar de forma pedagógica e com o intuito de colaborar para a formação social, cultural e intelectual do individuo.

Lutas trabalhadas e o campo de intervenção

ANO

VOL./Nº/MÊS

TITULO

CATEGORIA

LUTAS

CAMPOS DE INTERVENÇÃO

AUTORES

01

1995

Vol. 16, N° 3, Maio

O Processo De Escolarização Da Capoeira No Brasil

Luta e Cultura

Capoeira

Ambiente Escolar

José Luiz Ciqueira Falcão

02

2002

Vol. 23, N° 2, Janeiro

 

 

 

 

O Ensino Da Capoeira: Por Uma Prática Nagô

Luta e

Saúde

Capoeira

Ambiente Escolar

Luiz Vitor Castro Junior

 

José Sant'Anna Sobrinho

03

2002

Vol. 24, N° 1, Setembro

Avaliação Da Intensidade De Esforço Da Luta De Caratê Por Meio Da Monitorização Da Freqüência Cardíaca

Luta e Educação

Karatê

Não Escolar (Testes Laboratórias)

Marcelo de Castro Cesar

 

Ídico Luiz Peligrinotti

 

Eduardo Silvestre Penatti

 

Graziela Augusta Chiavoloni

04

2002

Vol. 24, N° 1, Setembro

Análise Da Suplementação Nutricional Dos Atletas Da Seleção Brasiliense De Karatê

Luta e

Saúde

Karatê

Não Escolar (Análises por meio de questionários)

Michel Santos da Silva

 

Michel Soares de Carvalháliseso

05

2004

Vol. 25, N° 2, Janeiro

 

Capoeira Angola: Olhares E Toques Cruzados Entre Historicidade E Ancestralidade

Luta e Cultura

Capoeira

Ambiente Escolar

Luiz Vitor Castro Junior

06

2004

Vol. 26, N° /Setembro

Sistematização Da Preparação Física Do Judoca Mário Sabino: Um Estudo De Caso Do Ano De 2003

Luta e

Saúde

Judô

Não Escolar (Estudo de Caso)

Paulo Henrique da Silva Marques de Azevedo

 

Alexandre Janotta Drigo

Paulo Roberto de Oliveira

 

Mauro César Gurgel de Alencar Carvalho

 

Mário Sabino

07

2006

Vol. 27, N° 2, Janeiro

Corpos, Cultura, Paradoxos: Observações Sobre O Jogo De Capoeira

Luta e Cultura

Capoeira

Não Escolar (Relatos)

Muleka Mwewa

 

Alexandre Fernandez Vaz

08

2006

Vol. 27, N° 2, Janeiro

O Jogo Da Copoeira Em Jogo

Luta e Cultura

Capoeira

Não Escolar (Relatos)

José Luiz Cirqueira Falcão

09

2009

Vol. 30, N° 2, Janeiro

Alguns Sentidos E Significados Da Capoeira, Da Linguagem Corporal, Da Educação Física...

Luta e Cultura

Capoeira

Não Escolar (Relatos)

Gilbert de Oliveira Santos

10

2011

Vol. 33, N° 4, Outubro/Dezembro

Capoeira Nas Aulas De Educação Física: Alguns Apontamentos Sobre Processos De Ensino-Aprendizado De Professores

 

Luta e Educação

Capoeira

Ambiente Escolar

Paula Cristina da Costa Silva

 

11

 

2011

 

Vol. 33, N° 4, Outubro/Dezembro

 

Incidência De Lesões E Desvios Posturais Em Atletas De Taekwondo’

 

Luta e

Saúde

 

Taekwondo

Não Escolar (Análises por meio de questionários)

 

Aline Cavalheiro Tamborindeguy

 

Adriana Seára Tirloni

 

Diogo Cunha dos Reis

 

Cíntia de La Rocha Freitas

 

Antônio Renato Pereira Moro

Saray Giovana dos Santos

 

C.     Lutas trabalhadas e o campo de intervenção

    Quando passamos para compreensão das lutas trabalhadas e o campo de intervenção da mesma (escolar e não escolar), percebemos através dos 11 artigos da RBCE, que tal conteúdo pode se tratado, nas escolas, academias, projetos sociais, etc. Entretanto o que constatamos é que a maioria dos trabalhos estão voltados para o ambiente não escolar, no caso dos 11 artigos analisados 07 tratam as lutas em um contexto que não estava relacionado à escola e apenas 04 estavam enfatizando esse conteúdo no ambiente escolar.

    Os estudos apontam a capoeira como a luta mais evidenciada, sendo que encontramos 07 trabalhos que discutiam a capoeira, 02 tratam do karatê, 01 do judô e 01 do Taekwondo.

    Podemos notar que a capoeira é a luta mais tratada neste estudo. Onde se esta sendo discutida mais no âmbito da cultura corporal e pouco relacionada ao ensino – aprendizagem nas escolas.

    A Educação Física brasileira precisa, assim, resgatar a capoeira enquanto manifestação cultural, ou seja, trabalhar com a sua historicidade, não desencarná-la do movimento cultural e político que a gerou. Esse alerta vale nos meios da Educação Física, inclusive para o judô que foi, entre nós, totalmente despojado de seus significados culturais, recebendo um tratamento exclusivamente técnico (COLETIVO DE AUTORES 1992, p.53).

    O que percebemos é que a capoeira é bem evidenciada nos artigos encontrados na RBCE. No entanto, sobre formas de relatos e histórias da sua construção no Brasil. E assim, deixando de discutir uma capoeira que esteja inserida no contexto geral e também mostrando como tratá-la no contexto escolar, possibilitando uma socialização desse conteúdo e que possa somar para a formação dos cidadãos.

5.     Conclusão

    A presente pesquisa teve o intuito de averiguar como foi tratado o conteúdo lutas em um periódico cientifico de grande circulação na área – RBCE – para identificar, a partir dos eixos de análise elencados, o estágio de desenvolvimento da produção do conhecimento do conteúdo em questão.

    Nesse sentido, evidenciamos que as questões levantadas no inicio desse artigo foram plenamente respondidas, sendo que, os objetivos propostos foram contemplados nesse processo de desenvolvimento do estudo. Relatamos que nessa caminhada investigativa, tivemos algumas dificuldades, pois nossa intenção inicial era a compreensão do conteúdo lutas apenas no contexto escolar, mas conforme fomos nos apropriando do material de análise, percebemos que não haveria material suficiente para realizar uma análise consistente, por isso, resolvemos redimensionar nosso questionamento e objetivos iniciais, para compreender a luta numa dimensão mais abrangente.

    O fato de não ter muita produção voltada para o trato da luta na escola, nos pareceu uma problemática, que acabou confirmando uma impressão que nos acompanha na vida pessoal e acadêmica, de que realmente esse conteúdo é negado nesse ambiente, e de que há uma incompreensão referente ao trato do mesmo. Mas redimensionar o estudo, não trouxe prejuízos ao mesmo, pois acreditamos que visualizar a luta de forma abrangente ampliou as referências, e possibilitou um olhar critico e reflexivo para esse conteúdo, em que entendemos que o mesmo deve ser foco de debates e pesquisas cientificas rigorosas, visto as representações, incompreensões e lacunas existentes.

    Diante disso, pensamos ser de extrema importância estudos que problematizem o trato do conteúdo lutas na escola, que lutas são trabalhadas, e a partir de que pressupostos teórico-filosóficos etc. Com isso, podemos dar uma enorme contribuição para o desenvolvimento desse conteúdo, especificamente aquele evidenciado no “chão da escola”.

Notas

  1. Segundo a CAPES, o Qualis é a classificação referência dos veículos de publicação da produção intelectual dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil, que visa à fundamentação e o aperfeiçoamento dos indicadores que subsidiam o processo de avaliação do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Esta classificação materializa-se na listagem dos periódicos científicos, classificados por área de avaliação. Ver mais informações a respeito no sítio: http://www.capes.gov.br/avaliacao/qualis

Referências

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  • RAMALHO, P. Luta, sinônimo de paz. In: Nova Escola, Belo Horizonte, Ed. 155, set. 2002. Disponível em: www.novaescola.abril.uol.com.br. Acesso em: 18 novembro 2011.

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  • SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. Edição Comemorativa. Campinas: Autores Associados, 2008. 112p (Coleção Educação Contemporânea).

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