O trato do conteúdo lutas: análise da produção do conhecimento veiculado pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte (1979-2011) El tratamiento del contenido luchas: análisis de la producción del conocimiento publicado por la Revista Brasileña de Ciencias del Deporte (1979-2011) |
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*Graduado, Licenciatura Plena em Educação Física (UEPA) **Professora Orientadora, Mestre em Educação (UEPA) (Brasil) |
Franklin Jacinto da Silva* Eliane do Socorro de Sousa Aguiar** |
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Resumo O presente estudo objetiva compreender o trato do conteúdo lutas na produção do conhecimento, especificamente aquele veiculado pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte (1979-2011). Caracteriza os estudos por autoria, instituição de origem, região geográfica; Verifica as principais temáticas evidenciadas nas pesquisas e realiza o mapeamento das principais lutas trabalhadas e o campo de intervenção das mesmas (escolar e não escolar). Utiliza a abordagem qualitativa, sendo uma pesquisa exploratória, valendo-se de um estudo bibliográfico e para interpretar os dados coletados, uma análise de conteúdo. Colabora para a compreensão qualificada do estágio de desenvolvimento desse conteúdo na produção do conhecimento. Unitermos: Lutas. Educação Física. Análise da produção do conhecimento.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
O presente estudo busca compreender o trato do conteúdo lutas no contexto da Educação Física, por acreditarmos que este conteúdo é significativo, mas ainda percebemos que existe uma incompreensão do mesmo, tanto por parte de professores quanto de alunos, no sentido de entendê-lo como capaz de proporcionar conhecimentos relevantes para a formação humana e social dos indivíduos.
A aproximação com o tema de estudo deu-se em diferentes momentos da minha vida. Primeiramente, tive a experiência do Karatê, não nas aulas de Educação Física, mas como uma proposta alternativa na escola de ensino fundamental Anésia da Costa Chaves, onde estudei na cidade de Paragominas.
Depois, ao ingressar no Curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (CEDF/UEPA), ao cursar a disciplina Lutas, percebi que esse conteúdo era tratado de forma técnica e mecânica. Não sendo contemplado plenamente nas discussões e vivências proporcionadas na disciplina, princípios pedagógicos importantes para compreender o ser humano em suas distintas dimensões – biológicas, sociais, humanas e culturais. Sendo que tal disciplina pudesse nos auxiliar depois da formação acadêmica, não apenas na escola, mas em todos os campos de intervenção do professor de Educação Física, pois entendemos que independente do espaço, a dimensão pedagógica deve acompanhar esse professor.
Outro momento que propiciou reflexões sobre o trato com o conteúdo lutas foi a partir da disciplina Estágio Supervisionado, onde pudemos perceber a negação desse conteúdo e observar que a maioria dos professores preza pela esportivização das aulas de educação física, ou seja, há uma “prioridade dos conteúdos esportivos em detrimento dos demais conhecimentos produzidos pela humanidade” (PARAISO, 2011, p.170). Temos acordo também com Kunz (2004 p. 63) quando o mesmo afirma que “O conceito de esporte que se vincula hoje a Educação Física é um conceito restrito, pois se refere apenas ao esporte que tem como conteúdo o treino, a competição, o atleta e o rendimento esportivo [...]”.
Para tanto, nossa compreensão de Educação Física vincula-se ao que defende o Coletivo de Autores (1992), especificamente, quando apontam como conteúdos a serem tratados pela Educação Física o esporte, a dança, as lutas, a ginástica e o jogo. Mas como podemos perceber, o que tem predominado historicamente, principalmente no contexto escolar, é a seleção de um único conteúdo – o esporte. Desta forma, sendo negado os demais conhecimentos, que foram culturalmente desenvolvidos e historicamente acumulados, dentre estes, nossa preocupação prioritária vincula-se ao conteúdo das lutas.
Para realizar a apropriação e conhecimento do conteúdo em questão é que buscamos em um periódico cientifico de grande circulação na área – RBCE – elementos esclarecedores para saber o estágio de desenvolvimento das lutas. Nesse sentido, a delimitação desse estudo volta-se para a análise do trato do conteúdo lutas na produção do conhecimento veiculado na Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE) no período de 1979 a 2011. Em que nossa pergunta cientifica materializa-se a partir do quadro problemático explicitado e da delimitação desse estudo, e assim, busca saber o seguinte: De que forma o conteúdo lutas é tratado na produção do conhecimento veiculada pela RBCE no período de 1979 a 2011?
Para tanto, temos como objetivo geral: Analisar o trato do conteúdo lutas na produção do conhecimento veiculado pela RBCE de 1979 a 2011. E como objetivos especificos: Identificar os estudos relacionados ao conteúdo lutas ao longo da existência da RBCE (1979-2011), por autoria, instituição de origem e região geográfica; Verificar as principais temáticas evidenciadas nas pesquisas; e Mapear quais são as principais lutas trabalhadas e o campo de intervenção das mesmas (escolar e/ou não escolar)
A pesquisa em questão é de suma importância para a compreensão do conteúdo lutas, pois perspectiva apresentar o balanço da produção do conhecimento sobre essa temática. Para isso, fundamenta-se nos constructos teóricos de Saviani (1991) referentes à Monografia de base, que essencialmente significa a organização do conhecimento, visando posteriormente estudos mais amplos e aprofundados. O estudo visa organizar um banco de dados, para aqueles que queiram identificar lacunas ou problemáticas significativas referentes a lutas, assim como pode ser considerado uma boa fonte para se perceber o estágio de desenvolvimento desse tema.
2. O trato do conteúdo lutas: problemáticas evidenciadas sobre esse conteúdo
É Importante compreender o trato do conteúdo lutas na atualidade, devido às distintas influencias que a mesma recebe, principalmente a midiática. Neste sentido, vemos uma forte associação das lutas com a violência e até mesmo a compreensão que atribui a ela um certo esvaziamento de sentido e significado. Para refletir sobre isso, fazemos menção as Mixed Martial Arts (MMA), nomeclatura em inglês que significa artes marciais mistas, que acabam por evidenciar muito esse fator de violência e pratica esvaziada. Consideramos que a veiculação das lutas, nos moldes do MMA deturpa o que vem a ser realmente essa atividade e sua filosofia, uma vez que, a mídia está utilizando as lutas como esporte espetáculo, proporcionando assim, uma ideia descontextualizada do que realmente estas representariam socialmente e culturalmente. Isso acaba refletindo na forma como as pessoas visualizam esse conteúdo, ou seja, associado aos atos de violência e as práticas descontextualizadas. E não é isso que pensamos, pois segundo Lançanova (ano, p.08):
Importante é perceber o quanto e como as lutas e artes marciais estão presentes em nossa sociedade atualmente, os meios e as formas pelas quais chegam até nós. Podemos passar quase despercebidos das suas manifestações, esquecendo que são parte da cultura do movimento humano, historicamente produzidas e enriquecidas com a cultura dos seus povos de origem.
Para morais (2001), os desenhos animados, geram grandes influencias nos telespectadores mirins, pois eles veem nos personagens uma grande identificação e acham que podem ser iguais aos super-heróis, detendo suas habilidades de lutas e suas forças, acham que quando crescerem poderão ser iguais aos personagens que admiram.
As lutas sempre foram procuradas nas academias, com diversas finalidades pelas pessoas, mais muitas delas acreditam que aprendendo uma luta poderão se defender de ataques de outras pessoas e muitos também acham que sairão dando “pancada” em todo mundo. Esse pensamento é bastante fortalecido, com o apoio da mídia que vincula nos meios televisivos as lutas de forma deturpada, como já mencionamos antes, associando estas a idéia de violência e pratica descontextualizada. Para tanto, entendemos que os meios televisivos estão promovendo aos espectadores uma imagem de esporte telespetáculo, que segundo Betti (1997, p.34):
[...] a televisão, importa tanto a forma de mostrar o esporte, como seu conteúdo. Uma consequência imediata é a fragmentação e a distorção do fenômeno esportivo, pois a televisão seleciona imagens esportivas, e as interpreta para nós, propõe um certo "modelo" do que é "esporte" e "ser esportista".
Esse mesmo autor complementa afirmando que a televisão demonstra posicionamentos no que se refere a “cultura de massa” ou da “indústria cultural”, se coloca como conservadora e alienante, gerando uma forma de dominação das grandes massas, direcionando e manipulando a opinião das pessoas, promovendo uma cultura de mercado, voltada para o processo capitalista (BETTI, 1997). Toda essa manipulação da mídia gera nas pessoas uma consciência distorcida do verdadeiro sentido das lutas o que elas realmente são e o que tem para oferecer como cultura e também de filosofia, pois as artes marciais, na sua grande maioria demonstram uma filosofia de vida que seria um espelho para aqueles que almejam uma vida mais serena e compreensiva.
Devemos ressaltar que as lutas também fazem parte dos conteúdos que devem ser ensinados na escola, pois estão inseridos em um contexto social, com os alunos e professores. Portanto, o que vemos é a negação das praticas corporais de maneira geral, e no caso especifico das lutas, e ao negarmos este e outros conteúdos aos alunos, estamos privando o acesso ao conhecimento que foi produzido, elaborado e desenvolvido pela humanidade, e que desta forma, fazem parte da construção humana.
A grande pergunta que muitos professores fazem é se o conteúdo lutas não irá trazer para o ambiente escolar mais violência, esse “medo” nos remete a pensar como esses professores tratam às lutas, pois a luta a ser ensinada na escola não deve ter como objetivo formar lutadores ou competidores e sim, proporcionar uma vivência dessa cultura a partir de princípios pedagógicos. De acordo com Ramalho (2002 apud AGUIAR, 2008, p.03)
É obvio que existem algumas modalidades esportivas discutíeis. Por isso, é bem difícil distinguir um conteúdo educativo que não nos remeta a pensar em violento como o boxe, no jiu-jitsu ou no chamado ‘vale-tudo’, por exemplo. Isso não constitui, contudo, que você possa ignorá-las.
Para colaborar, Alves Junior (2006, p. 7) afirma que “[...] devemos ter consciência que qualquer atividade física esportiva ou não é nem nociva nem virtuosa em si, ela transforma-se segundo o contexto”. O importante é ter definido como e para que estamos utilizando as lutas. Temos que decidir qual caminho queremos seguir, caso contrário os resultados obtidos podem ficar longe de serem os pretendidos.
3. Procedimentos metodológicos
No presente estudo utilizamos a pesquisa qualitativa a partir da compreensão de Minayo (2000) onde ela diz que são aquelas metodologias possíveis de “incorporar a questão do Significado e da Intencionalidade como inerentes aos atos, as relações e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas” (p. 10).
O estudo caracteriza-se por ser do tipo explicativo, pois segundo Gil (2007) busca entender os fatores que são determinantes ou que auxiliem no processo da realização dos fenômenos. Sendo que, este tipo de pesquisa é o que mais se aproxima da realidade, porque procura explicar a razão e o porquê das coisas.
A partir da opção pelo tipo de estudo, essa pesquisa é do tipo bibliográfica, que de acordo com Gil (1991), corresponde a uma pesquisa elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. Considerando essa acepção, buscamos compreender como o conteúdo lutas foi tratado na produção do conhecimento, especificamente aquela veiculada na RBCE de 1979 a 2011. A opção por esse periódico cientifico, justifica-se pela consolidação e enorme representatividade na área, por ela ser indexada em indicadores internacionais e por isso reconhecida por sua grande qualidade no sistema Qualis/Capes1.
Para a realização da coleta de dados nos apropriamos do CD de 25 anos da entidade, que compila a produção de 1979 a 2003. No período de 2004 a 2011, levantamento de 32 anos de RBCE totalizou 105 edições.
Posteriormente, passamos para a seleção do material de análise. Para efeito de delimitação, das 105 edições, analisamos apenas os artigos, devido à originalidade e estrutura dos mesmos, e assim, descartando a análise de editoriais, pontos de vista, relatos de experiência, resumo de teses e dissertações e resenhas.
Após essa fase de leitura do material coletado, o próximo passo foi a analise de conteúdo, que de acordo com Trivinõs (1987, p.161) divide-se da seguinte forma: pré-análise (organização do material), descrição analítica dos dados (codificação, classificação, categorização) e interpretação referencial (tratamento e reflexão).
A partir das etapas evidenciadas pelo autor elaboramos metodologicamente os seguintes passos da pesquisa: 1) Identificação dos estudos referentes a lutas na RBCE de 1979 a 2011; 2) Reconhecimento das edições da revista para identificar os textos de interesse; 3) Leitura do material selecionado e analise do conteúdo; 4) Organização dos dados coletados.
4. Analise e discussão dos dados coletados na RBCE
A coleta de dados na RBCE (1979-2011) priorizou a seleção de artigos científicos, sendo que das 105 edições, identificamos apenas 11 artigos que tratam da discussão das lutas, em que apresento a seguir os indicadores de analise: A) Caracterização dos autores: Identificar quem são os autores dos trabalhos? Titulação? Se produzem individualmente, em dupla, em trio, a partir de grupo de pesquisa? Seus vínculos institucionais? Seus estados e regiões de origem? B) Temáticas evidenciadas nas pesquisas: O que tem sido pesquisado sobre o conteúdo lutas? Quais as temáticas mais pesquisadas? As menos pesquisadas? C) Lutas trabalhadas e o campo de intervenção: identificar quais são as principais lutas trabalhadas nos distintos campos de intervenção (escolar e não escolar).
Artigos sobre o conteúdo lutas
Nº |
ANO |
VOL./Nº/MÊS |
TITULO |
AUTORES |
01 |
1995 |
Vol.16, Nº 3, Maio |
O processo de escolarização da Capoeira no Brasil |
José Luiz Ciqueira Falcão Membro de corpo editorial da Motrivivência, Membro de corpo editorial da Revista do Centro de Educação da UFSM, Professor Adjunto III da Universidade Federal de Goiás, Membro de corpo editorial da Pensar a Prática (UFG) e Membro de corpo editorial do Movimento (UFRGS. Impresso). |
02 |
2002 |
Vol. 23, N° 2, Janeiro
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O ensino da Capoeira: por uma prática nagô |
Luiz Vitor Castro Junior Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) Professor da Faculdade Social da Bahia (FSBA) Aluno do Mestre João Pequeno de Pastinha desde 1986
José Sant'Anna Sobrinho Professor do Colégio Cleriston Andrade |
03 |
2002 |
Vol 24, N° 1, Setembro |
Avaliação da intensidade de esforço da luta de caratê por meio da monitorização da freqüência cardíaca |
Marcelo de Castro Cesar
Ídico Luiz Peligrinotti Educação Física da UNIMEP – Núcleo de Performance Humana
Eduardo Silvestre Penatti
Graziela Augusta Chiavoloni |
04 |
2002 |
Vol 24, N° 1, Setembro |
Análise da suplementação nutricional dos atletas da seleção brasiliense de Karatê |
Michel Santos da Silva Especialista em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional
Michel Soares de Carvalho Licenciado em Educação Física
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05 |
2004 |
Vol. 25, N° 2, Janeiro |
Capoeira Angola: olhares e toques cruzados entre historicidade e ancestralidade |
Luiz Vitor Castro Junior Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) Professor da Faculdade Social da Bahia (FSBA) Aluno do Mestre João Pequeno de Pastinha desde 1986 |
06 |
2004 |
Vol. 26, N° 1, Setembro |
Sistematização da preparação física do judoca Mário Sabino: um estudo de caso do ano de 2003 |
Paulo Henrique da Silva Marques De Azevedo Especialista em Fisiologia do Esforço – Universidade Federal de São Carlos
Alexandre Janotta Drigo Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Formação Profissional no Campo da Educação Física Universidade Estadual Paulista – Rio Claro
Paulo Roberto de Oliveira Faculdade de Educação Física – Universidade Estadual de Campinas Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo
Mauro César Gurgel de Alencar Carvalho Judojô - Grupo de Estudos em Judô
Mário Sabino Atleta da Seleção Brasileira de Judô |
07 |
2006 |
Vol. 27, N° 2, Janeiro |
Corpos, cultura, paradoxos: observações sobre o jogo de Capoeira |
Muleka Mwewa Licenciado em português e mestre em educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea.
Alexandre Fernandez Vaz Doutor em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade de Hannover, Alemanha; professor do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSC; coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea; pesquisador nível 2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Fundamentos da Educação Apoio CNPq/Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc)/ Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) |
08 |
2006 |
Vol. 27, N° 2, Janeiro |
O jogo da Capoeira em jogo |
José Luiz Cirqueira Falcão Doutor em educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) (2004). Professor adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Integrante do Grupo de Estudos da Capoeira (GECA) e do Núcleo de Estudos Pedagógicos da Educação Física (NEPEF). Sócio Pesquisador do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE). |
09 |
2009 |
Vol. 30, N° 2, Janeiro |
Alguns sentidos e significados da capoeira, da linguagem corporal, da educação física... |
Gilbert de Oliveira Santos Professor assistente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
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10 |
2011 |
Vol. 33, N° 4, Outubro/ Dezembro |
Capoeira nas aulas de educação física: alguns apontamentos sobre processos de ensino-aprendizado de professores |
Paula Cristina da Costa Silva Professora Adjunta do Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Espírito Santo (CEFD/UFES) Pesquisadora do PRÁXIS (CEFD/UFES) e LABORARTE (Faculdade de Educação/UNICAMP) |
11 |
2011 |
Vol. 33, N° 4, Outubro/Dezembro |
Incidência de lesões e desvios posturais em atletas de Taekwondo’ |
Aline Cavalheiro Tamborindeguy Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS) Doutoranda em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina – Brasil)
Adriana Seára Tirloni Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) Doutoranda em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC).
Diogo Cunha dos Reis Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) Doutorando em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina - Brasil)
Cíntia de La Rocha Freitas Doutora em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS) Professora adjunta do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)
Antônio Renato Pereira Moro Doutor em Ciências do Movimento Humano pelo Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria (CDS/UFSM) Professor associado do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)
Saray Giovana dos Santos Doutora em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC) Professora Associada do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)
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A. Caracterizações dos autores
Identificamos que a maioria dos estudos foi produzido individualmente. Onde, 05 autores produziram individualmente, 03 em dupla, 01 em quarteto, 01 em quinteto e 01 sexteto. Podemos ainda verificar que a maioria dos professores estão vinculados a universidades federais, totalizando 13 professores, nas universidades estaduais 06 professores, nas universidades particulares 02, em grupos de estudos 03, e ainda encontramos um atleta que participou da elaboração de um artigo, não identificamos textos produzidos por professores da educação básica. Podemos perceber que, alguns desses professores produziram tanto em universidades como em grupos de estudo. Verificamos ainda que, dos 11 artigos encontrados nos periódicos da RBCE, 11 foram produzidos por Doutores, 06 Mestres, 02 Especialistas, 01 Graduado e 01 Atleta de Judô. Observamos ainda, que a região Norte não teve nenhuma produção nesta linha de pesquisa, a região Sudeste teve 03 produções, a Sul 03, Nordeste 03, Centro-Oeste 02.
Caracterização dos autores
Nº |
AUTOR |
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM (NA ÉPOCA QUE ESCREVEU O ARTIGO) |
PÚBLICA/PRIVADA/GRUPO DE ESTUDO |
TITULAÇÃO |
REGIÃO GEOGRÁFICA |
01 |
Paula Cristina da Costa Silva |
Professora Adjunta do Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Espírito Santo (CEFD/UFES) Pesquisadora do PRÁXIS (CEFD/UFES) e LABORARTE (Faculdade de Educação/UNICAMP)
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Federal |
Doutorado |
Sudeste |
02 |
Gilbert de Oliveira Santos |
Professor assistente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
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Federal |
Doutorado |
Sudeste |
03 |
José Luiz Ciqueira Falcão |
Membro de corpo editorial da Motrivivência, Membro de corpo editorial da Revista do Centro de Educação da UFSM, Professor Adjunto III da Universidade Federal de Goiás, Membro de corpo editorial da Pensar a Prática (UFG) e Membro de corpo editorial do Movimento (UFRGS. Impresso).
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Federal |
Doutorado |
Centro-oeste |
04 |
Luis Vitor Castro Júnior |
Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) Professor da Faculdade Social da Bahia (FSBA) Aluno do Mestre João Pequeno de Pastinha desde 1986
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Estadual |
Mestrado |
Nordeste |
05 |
Marcelo de Castro Cesar
Ídico Luiz Peligrinotti
Eduardo Silvestre Penatti
Graziela Augusta Chiavoloni
|
Educação Física da UNIMEP – Núcleo de Performance Humana |
Federal
Estadual
Particular
Particular |
Doutorado
Doutorado
Mestrado
Mestrado |
Sudeste |
06 |
Aline Cavalheiro Tamborindeguy
Adriana Seára Tirloni
Diogo Cunha dos Reis
Cíntia de La Rocha Freitas
Antônio Renato Pereira Moro
Saray Giovana dos Santos
|
Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS) Doutoranda em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina – Brasil)
Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) Doutoranda em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC).
Mestre em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) Doutorando em Educação Física pelo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) (Florianópolis - Santa Catarina - Brasil)
Doutora em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRGS) Professora adjunta do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)
Doutor em Ciências do Movimento Humano pelo Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria (CDS/UFSM) Professor associado do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC)
Doutora em Engenharia de Produção pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC) Professora Associada do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC) |
Federal
Federal
Federal
Federal
Federal
Federal |
Doutorado
Mestrado
Mestrado
Doutorado
Doutorado
Doutorado |
Sul
|
07 |
Luiz Vitor Castro Junior
José Sant'Anna Sobrinho |
Professor auxiliar da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS Professor do Colégio Oficina Professor auxiliar da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS
Professor do Colégio Cleriston Andrade |
Estadual
Estadual |
Mestrado
Mestrado |
Nordeste
|
08 |
José Luiz Ciqueira Falcão |
Doutor em educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) (2004). Professor adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Integrante do Grupo de Estudos da Capoeira (GECA) e do Núcleo de Estudos Pedagógicos da Educação Física (NEPEF). Sócio Pesquisador do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE).
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Federal Grupo de estudo |
Doutorado |
Nordeste |
09 |
Muleka Mwewa
Alexandre Fernandez Vaz
|
Licenciado em português e mestre em educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea.
Doutor em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade de Hannover, Alemanha; professor do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSC; coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea; pesquisador nível 2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Fundamentos da Educação Apoio CNPq/Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc)/ Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) |
Federal
Federal |
Mestrado
Doutorado |
Sul |
10 |
Paulo Henrique da Silva Marques de Azevedo
Alexandre Janotta Drigo
Paulo Roberto de Oliveira
Mauro César Gurgel de Alencar Carvalho
Mário Sabino |
Especialista em Fisiologia do Esforço – Universidade Federal de São Carlos
Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Formação Profissional no Campo da Educação Física Universidade Estadual Paulista – Rio Claro
Faculdade de Educação Física – Universidade Estadual de Campinas Grupo de Estudos dos Fundamentos Metodológicos do Treinamento Desportivo
Judojô - Grupo de Estudos em Judô
Atleta da Seleção Brasileira de Judô |
Federal
Estadual grupo de estudo
Estadual grupo de estudo
Grupos de estudos
|
Especialista
Doutorado
Doutorado
Mestrado
Estudante |
Sul
|
11 |
Michel Santos da Silva
Michel Soares de Carvalho |
Especialista em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional
Licenciado em Educação Física |
|
Especialista
Graduado |
Centro-Oeste |
B. Temáticas evidenciadas nas pesquisas
Os artigos coletados na RBCE foram analisados a partir de categorias elencadas a priori, que de acordo com Minayo (2008 p. 178) descreve que, categorias são considerações classificatórias. Organiza-se através de meios expressivos, onde se pensa os fatos de maneira hierarquizadas. As Categorias Analíticas referem-se às relações históricas sociais que são fundamentais, que servem de base teórica e direcionam para um conhecimento dos elementos evidenciados nas suas formas mais amplas. Enquanto, que as Categorias Operacionais são desenvolvidas com intuito de demonstrar a aproximação com o objeto de análise. Para isso, levando em consideração a forma como serão elaboradas essas pesquisas (na forma empírica), onde o objetivo e ressaltar e analisar o trabalho de campo. Nas Categorias Empíricas, são desenvolvidas a posteriori, quando observadas e compreendidas através de atores sociais, que favoreceram para elaboração da construção de relação do grupo que esteja sendo pesquisado (MINAYO, 2008).
Nesse estudo, a análise dos textos sobre o conteúdo lutas permitiu sua organização em 04 categorias, identificadas da seguinte forma: luta e saúde; luta e cultura; luta e educação; luta e história.
Dos 11 artigos encontrados na RBCE, 04 trataram das lutas e saúde, 03 abordaram as lutas e cultura, 02 trataram lutas e história e outras 02 lutas e educação. Portanto, ficou evidente que as lutas foram mais discutidas em um contexto voltado para a saúde e pouca abordada na questão educacional.
Verificamos através da análise de conteúdos extraídos da RBCE, que a maioria dos artigos analisados, tratou do conteúdo lutas através de manifestações da luta e cultura, onde identificamos 06 artigos que tratavam desse conteúdo de forma histórica (lutas e história) e por meio de relatos de alguns praticantes de determinadas lutas, no caso dos artigos aqui encontrados a capoeira, 04 estavam relacionados à luta e saúde, aptidão física, rendimento e treinamento de atletas e apenas 02, que tinham o cunho pedagógico estava relacionado à luta e educação, com o objetivo de mostrar que a luta pode ser trabalhada no contexto escolar de forma pedagógica e com o intuito de colaborar para a formação social, cultural e intelectual do individuo.
Lutas trabalhadas e o campo de intervenção
Nº |
ANO |
VOL./Nº/MÊS |
TITULO |
CATEGORIA |
LUTAS |
CAMPOS DE INTERVENÇÃO |
AUTORES |
01 |
1995 |
Vol. 16, N° 3, Maio |
O Processo De Escolarização Da Capoeira No Brasil |
Luta e Cultura |
Capoeira |
Ambiente Escolar |
José Luiz Ciqueira Falcão |
02 |
2002 |
Vol. 23, N° 2, Janeiro
|
O Ensino Da Capoeira: Por Uma Prática Nagô |
Luta e Saúde |
Capoeira |
Ambiente Escolar |
Luiz Vitor Castro Junior
José Sant'Anna Sobrinho |
03 |
2002 |
Vol. 24, N° 1, Setembro |
Avaliação Da Intensidade De Esforço Da Luta De Caratê Por Meio Da Monitorização Da Freqüência Cardíaca |
Luta e Educação |
Karatê |
Não Escolar (Testes Laboratórias) |
Marcelo de Castro Cesar
Ídico Luiz Peligrinotti
Eduardo Silvestre Penatti
Graziela Augusta Chiavoloni |
04 |
2002 |
Vol. 24, N° 1, Setembro |
Análise Da Suplementação Nutricional Dos Atletas Da Seleção Brasiliense De Karatê |
Luta e Saúde |
Karatê |
Não Escolar (Análises por meio de questionários) |
Michel Santos da Silva
Michel Soares de Carvalháliseso |
05 |
2004 |
Vol. 25, N° 2, Janeiro
|
Capoeira Angola: Olhares E Toques Cruzados Entre Historicidade E Ancestralidade |
Luta e Cultura |
Capoeira |
Ambiente Escolar |
Luiz Vitor Castro Junior |
06 |
2004 |
Vol. 26, N° /Setembro |
Sistematização Da Preparação Física Do Judoca Mário Sabino: Um Estudo De Caso Do Ano De 2003 |
Luta e Saúde |
Judô |
Não Escolar (Estudo de Caso) |
Paulo Henrique da Silva Marques de Azevedo
Alexandre Janotta Drigo Paulo Roberto de Oliveira
Mauro César Gurgel de Alencar Carvalho
Mário Sabino |
07 |
2006 |
Vol. 27, N° 2, Janeiro |
Corpos, Cultura, Paradoxos: Observações Sobre O Jogo De Capoeira |
Luta e Cultura |
Capoeira |
Não Escolar (Relatos) |
Muleka Mwewa
Alexandre Fernandez Vaz |
08 |
2006 |
Vol. 27, N° 2, Janeiro |
O Jogo Da Copoeira Em Jogo |
Luta e Cultura |
Capoeira |
Não Escolar (Relatos) |
José Luiz Cirqueira Falcão |
09 |
2009 |
Vol. 30, N° 2, Janeiro |
Alguns Sentidos E Significados Da Capoeira, Da Linguagem Corporal, Da Educação Física... |
Luta e Cultura |
Capoeira |
Não Escolar (Relatos) |
Gilbert de Oliveira Santos |
10 |
2011 |
Vol. 33, N° 4, Outubro/Dezembro |
Capoeira Nas Aulas De Educação Física: Alguns Apontamentos Sobre Processos De Ensino-Aprendizado De Professores
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Luta e Educação |
Capoeira |
Ambiente Escolar |
Paula Cristina da Costa Silva |
11 |
2011 |
Vol. 33, N° 4, Outubro/Dezembro |
Incidência De Lesões E Desvios Posturais Em Atletas De Taekwondo’ |
Luta e Saúde |
Taekwondo |
Não Escolar (Análises por meio de questionários) |
Aline Cavalheiro Tamborindeguy
Adriana Seára Tirloni
Diogo Cunha dos Reis
Cíntia de La Rocha Freitas
Antônio Renato Pereira Moro Saray Giovana dos Santos |
C. Lutas trabalhadas e o campo de intervenção
Quando passamos para compreensão das lutas trabalhadas e o campo de intervenção da mesma (escolar e não escolar), percebemos através dos 11 artigos da RBCE, que tal conteúdo pode se tratado, nas escolas, academias, projetos sociais, etc. Entretanto o que constatamos é que a maioria dos trabalhos estão voltados para o ambiente não escolar, no caso dos 11 artigos analisados 07 tratam as lutas em um contexto que não estava relacionado à escola e apenas 04 estavam enfatizando esse conteúdo no ambiente escolar.
Os estudos apontam a capoeira como a luta mais evidenciada, sendo que encontramos 07 trabalhos que discutiam a capoeira, 02 tratam do karatê, 01 do judô e 01 do Taekwondo.
Podemos notar que a capoeira é a luta mais tratada neste estudo. Onde se esta sendo discutida mais no âmbito da cultura corporal e pouco relacionada ao ensino – aprendizagem nas escolas.
A Educação Física brasileira precisa, assim, resgatar a capoeira enquanto manifestação cultural, ou seja, trabalhar com a sua historicidade, não desencarná-la do movimento cultural e político que a gerou. Esse alerta vale nos meios da Educação Física, inclusive para o judô que foi, entre nós, totalmente despojado de seus significados culturais, recebendo um tratamento exclusivamente técnico (COLETIVO DE AUTORES 1992, p.53).
O que percebemos é que a capoeira é bem evidenciada nos artigos encontrados na RBCE. No entanto, sobre formas de relatos e histórias da sua construção no Brasil. E assim, deixando de discutir uma capoeira que esteja inserida no contexto geral e também mostrando como tratá-la no contexto escolar, possibilitando uma socialização desse conteúdo e que possa somar para a formação dos cidadãos.
5. Conclusão
A presente pesquisa teve o intuito de averiguar como foi tratado o conteúdo lutas em um periódico cientifico de grande circulação na área – RBCE – para identificar, a partir dos eixos de análise elencados, o estágio de desenvolvimento da produção do conhecimento do conteúdo em questão.
Nesse sentido, evidenciamos que as questões levantadas no inicio desse artigo foram plenamente respondidas, sendo que, os objetivos propostos foram contemplados nesse processo de desenvolvimento do estudo. Relatamos que nessa caminhada investigativa, tivemos algumas dificuldades, pois nossa intenção inicial era a compreensão do conteúdo lutas apenas no contexto escolar, mas conforme fomos nos apropriando do material de análise, percebemos que não haveria material suficiente para realizar uma análise consistente, por isso, resolvemos redimensionar nosso questionamento e objetivos iniciais, para compreender a luta numa dimensão mais abrangente.
O fato de não ter muita produção voltada para o trato da luta na escola, nos pareceu uma problemática, que acabou confirmando uma impressão que nos acompanha na vida pessoal e acadêmica, de que realmente esse conteúdo é negado nesse ambiente, e de que há uma incompreensão referente ao trato do mesmo. Mas redimensionar o estudo, não trouxe prejuízos ao mesmo, pois acreditamos que visualizar a luta de forma abrangente ampliou as referências, e possibilitou um olhar critico e reflexivo para esse conteúdo, em que entendemos que o mesmo deve ser foco de debates e pesquisas cientificas rigorosas, visto as representações, incompreensões e lacunas existentes.
Diante disso, pensamos ser de extrema importância estudos que problematizem o trato do conteúdo lutas na escola, que lutas são trabalhadas, e a partir de que pressupostos teórico-filosóficos etc. Com isso, podemos dar uma enorme contribuição para o desenvolvimento desse conteúdo, especificamente aquele evidenciado no “chão da escola”.
Notas
Segundo a CAPES, o Qualis é a classificação referência dos veículos de publicação da produção intelectual dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil, que visa à fundamentação e o aperfeiçoamento dos indicadores que subsidiam o processo de avaliação do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Esta classificação materializa-se na listagem dos periódicos científicos, classificados por área de avaliação. Ver mais informações a respeito no sítio: http://www.capes.gov.br/avaliacao/qualis
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