efdeportes.com

Nível de aptidão física em idosos do Grupo 

Artístico Cultural do Município de Pinhalzinho, SC

Nivel de aptitud física en personas mayores del Grupo Artístico Cultural del Municipio de Pinalzinho, SC

 

*Formada em Educação Física - Licenciatura/2011 e Bacharelado/ 2012

Acadêmica de Pós Graduação. Especialização em Educação física e Praticas Contemporâneas

**Graduação em Educação Física pela Universidade da Região de Joinville (2006)

Mestrado em Ciências do Desporto na Faculdade de Desporto da Universidade

do Porto (2010), com reconhecimento pela Universidade de São Paulo, USP

Aluno de doutorado em Ciências do Desporto

na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

Alexandra Cristina Gomes*

Prof. Me. Ezequiel Muller

biblioteca@horus.edu.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O processo de envelhecimento está ligado ao surgimento de várias doenças, que podem ser evitadas ou até amenizadas através da pratica de atividades físicas regulares. Porém, com o aumento evidente do numero de idosos, várias áreas do conhecimento iniciaram a busca por elementos que levam os indivíduos a envelhecer com qualidade. Muitos fatores determinam a capacidade dos idosos, em realizar atividades consideradas básicas e um deles é a independência. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar o desempenho de idosos, através de um teste que avalia o nível de aptidão física dos mesmos. Participaram da pesquisa, 14 idosas, do sexo feminino, com idade superior a 60 anos, integrantes do Grupo Artístico Cultural do município de Pinhalzinho-SC. As idosas foram avaliadas no mês de setembro/2011, onde se aplicaram alguns testes para analisar os seguintes componentes da aptidão física: força muscular, resistência aeróbia, flexibilidade (de membros superiores e inferiores), agilidade e equilíbrio, índice de massa corporal. Analisando o fato de que o grupo avaliado faz parte de um programa regular de atividades físicas, o resultado do desempenho das idosas foi considerado satisfatório e dentro dos níveis esperados de aptidões físicas, para a faixa etária correspondente.

          Unitermos: Envelhecimento. Aptidão física. Idosos. Teste.

 

Trabalho apresentado à Horus Faculdades de Pinhalzinho-SC, no ano de 2011, para a conclusão do curso de Educação Física – Bacharelado.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O crescente aumento do número de idosos no mundo todo incentiva o desenvolvimento de práticas e estratégias para diminuir os efeitos negativos do avanço da idade. Tais práticas tem o intuito de promover a manutenção da capacidade funcional dos indivíduos e sua autonomia, para que possam ter uma vida mais longa e menos dependente.

    A preocupação aparente em prolongar o limite e as condições de vida dos idosos, algumas vezes parece ir contra o próprio estilo de vida desta parte da população que acaba por isolar-se, deixando de lado o cuidado com a própria saúde e com a aparência. Com a diminuição das atividades funcionais, os idosos se tornam mais frágeis e isto também faz com que se sintam incapazes de levar a vida normalmente.

    Alguns indivíduos vivem os últimos anos de suas vidas totalmente dependentes de suas famílias, necessitando de ajuda para realizar as tarefas cotidianas. Grande parte dessa dependência ocorre pela baixa nos níveis de atividades físicas, contribuindo para a diminuição da aptidão funcional e a manifestação de diversas doenças.

    Desta forma, a prática de atividades físicas vem sendo enfatizada, como parte estratégica, na prevenção de perdas funcionais no organismo dos idosos, aparecendo como um excelente meio capaz de diminuir a degeneração provocada pelo envelhecimento, tanto no que diz respeito aos aspectos físicos, como psicológicos e sociais.

    Sendo assim, despertou-se a curiosidade em elaborar um trabalho relacionado à aptidão em indivíduos da melhor idade, do Grupo Artístico Cultural do Município de Pinhalzinho - SC, para avaliar a condição física dos mesmos, através do Teste de Aptidão Física em Idosos (TAFI), de Rikli e Jones (2008), com o intuito de verificar se os programas de atividades em que estão submetidos contribuem para a manutenção da saúde e da qualidade de vida desta população.

Descrição metodológica

    Este estudo teve por finalidade, avaliar o nível de aptidão física de idosos, do Grupo Artístico e Cultural de Pinhalzinho – SC, onde foram colhidos os dados para uma posterior analise dos resultados, visando o desempenho dos mesmos. Sendo assim a pesquisa bibliográfica foi fundamentada em livros, artigos, textos, entre outros. Na pesquisa de campo foi aplicado um questionário, baseado em perguntas retiradas do Questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ). Posteriormente foi aplicado o Teste de Aptidão Física – TAFI, conforme o protocolo proposto por Rikli e Jones (2008), sendo filmado e fotografado durante toda a execução.

    Classifica-se esta pesquisa, como quali-quantitativa. Nas pesquisas qualitativas o pesquisador busca entender os fenômenos, e a partir daí passa a interpretar os dados colhidos (NEVES, 1996). Na pesquisa quantitativa é realizada a análise das características, avaliações e programas, caracterizando-se por um controle estatístico com finalidade de fornecer dados para verificações e hipóteses (LAKATOS; MARCONI, 2010).

    Toda pesquisa realizada têm seus objetivos, fatores que diferenciam umas das outras. No caso deste estudo, a mesma adota uma abordagem descritiva, ou seja, que tem por objetivo descrever determinados fenômenos para que posteriormente sejam realizadas análises, sendo elas quantitativas ou qualitativas conforme o número de informações obtidas (MARCONI; LAKATOS, 2010).

    O estudo foi realizado inicialmente, através de pesquisas bibliográficas, que são baseadas em material já publicado, como livros, jornais, revistas, teses, dissertações e anais de eventos científicos e tem como finalidade colocar os pesquisadores em contato direto com o estudo realizado (GIL, 2010).

    A pesquisa foi realizada através de um estudo de campo, período após o estudo bibliográfico. Nesta etapa, foram definidos os objetivos, as hipóteses, a maneira em que foram coletados os dados, a quantidade da amostra e como os mesmos foram analisados (MARCONI & LAKATOS, 2010).

Amostras

    O presente trabalho foi realizado com idosas entre 60 e 90 anos de idade, do Grupo Artístico Cultural do Município de Pinhalzinho-SC, durante o mês de outubro/2011. A amostra se constituiu de 14 alunas, que participam das aulas de dança e atividades artísticas e culturais desenvolvidas com o grupo. O teste não é exclusivo para mulheres podendo também ser aplicado em homens, porém estes não frequentam o grupo de dança.

Protocolos utilizados

    Para a coleta de dados, utilizou-se o Teste de Aptidão Física para Idosos (TAFI) de Rikli e Jones (2008). O mesmo avalia a maior parte dos componentes da aptidão física que se julgou necessário: força, resistência aeróbia, flexibilidade, agilidade e equilíbrio, índice de massa corporal, necessários para que os idosos desenvolvam com autonomia as atividades diárias.

    Inicialmente foi aplicado o questionário com base no IPAQ (GUEDES; LOPES; GUEDES, 2005), visto que, é importante avaliar a condição de saúde das idosas. Ao responder as questões, automaticamente a aluna estaria apta ou não, a realizar as atividades.

Descrição dos resultados

    Os dados foram analisados, através dos procedimentos adotados no TAFI, onde primeiramente serão abordados os resultados, dos seguintes testes: a) teste de levantar da cadeira; b) teste de flexão do braço, c) teste de marcha estacionária de 2 minutos; d) índice de massa corporal (peso e altura); e) teste de sentar e alcançar os pés; f) teste de alcançar as costas; g) teste de levantar e caminhar.

    Primeiramente foi analisado o questionário de anamnese, baseado em questões existentes no IPAQ, onde foram colhidas as informações pessoais de cada idosa participante, juntamente com questionamentos relevantes sobre o estado físico das alunas. Desta forma 3 idosas avaliadas realizam algum tipo de trabalho remunerado, as demais somente se ocupam com as tarefas cotidianas e em suas residências. Quanto ao grau de escolaridade, somente 2 idosas, tem o ensino médio e o fundamental, respectivamente completos. As demais, somente concluíram o ensino dos anos iniciais. Em relação às patologias, verifica-se que 2 idosas não apresentam nenhuma doença. Enquanto isso, 7 idosas sofrem de hipertensão, 2 delas relataram apresentar problemas cardíacos, 2 declararam ter diabetes, outras 2 apresentam níveis de colesterol alto, 2 idosas tem problemas de coluna e 1 delas possui osteoporose. Em função da satisfação da saúde verifica-se que as idosas classificam-se como “Excelente” (2), “Muito Boa” (7), “Boa” (2) e “Regular” (3). Portanto, nenhuma das idosas avaliadas declara sua saúde como “Ruim”.

    Nos resultados obtidos pelas idosas no teste de levantar da cadeira, que avaliou a força dos membros inferiores, 5 idosas apresentaram índices normais de força, enquanto as demais se encontram acima da média esperada para suas respectivas idades. O declínio da massa muscular e também da força pode estar relacionado a vários fatores como genética, enfermidades e nutrição, porém o mais importante, é o relacionado a falta de atividade física, pois sabe-se que através dos exercícios, ocorre a recuperação da maior parte da força e também da massa muscular perdidas (RIKLI, JONES, 2008).

    No teste de flexão do braço que avalia a força dos membros superiores, 5 idosas tiveram um desempenho normal. As demais se classificaram acima da média para sua faixa etária. Assim como é importante desenvolver um bom nível de força nos membros superiores, o mesmo deverá acontecer com os membros superiores, importantes aos idosos , quando necessitarem carregar sacolas, levantar objetos, trocar itens de lugar entre outros fatores. (RIKLI, JONES, 2008).

    Segundo Nahas (2010), quanto mais usamos os músculos, mais firmes, fortes e flexíveis eles se tornam, permitindo assim, nos locomovermos com mais eficiência tanto no trabalho, quanto em situações cotidianas e de lazer. Além do mais, a partir dos 40 anos, bons níveis de força muscular, ajudam a prevenir a osteoporose e quedas, preservando a independência das pessoas na velhice.

    Na análise da resistência aeróbia 5 idosas apresentaram resultados normais para sua faixa etária, as demais se sobressaíram ficando acima da media geral. Os exercícios em que predominam as atividades físicas aeróbicas podem ser praticados pelos idosos por mais de uma hora por dia, desde que sempre respeite a condição física de cada pessoa. Muitos são os exercícios para se trabalhar o sistema cardiorrespiratório dos indivíduos, mas o mais recomendado para os idosos é a caminhada. Esta quando praticada regularmente possibilita inúmeros benefícios, entre eles: melhora na saúde, melhora na coordenação de braços e pernas, melhora na capacidade motora, articular, muscular e cardiorrespiratórias entre outros (MAZO, 2009).

    De maneira geral, na avaliação do IMC das idosas, não se obteve bons resultados, porém conclui-se que a prática regular de atividades físicas, proporciona resultados favoráveis nas capacidades físicas, fator que facilita o desempenho de atividades básicas diárias, uma vez que estas podem ser realizadas com mais segurança e eficiência, contribuindo para a autonomia das idosas.

    Com o objetivo de avaliar a flexibilidade dos membros inferiores, importante para que o indivíduo tenha uma boa postura, se movimente normalmente e possua uma boa mobilidade funcional, aplicou-se o teste, e todas as participantes apresentaram escore igual a zero, onde conclui-se que ficaram dentro da media normal para sua faixa etária. Segundo Nahas (2010), a flexibilidade é uma valência física que possibilita a amplitude dos movimentos e através de exercícios específicos de alongamento, pode-se aumentar a elasticidade dos músculos e tendões, fatores que podem trazer maiores benefícios para a saúde.

    No teste para avaliar a flexibilidade dos membros superiores, importante para que o indivíduo possa realizar tarefas simples como pentear o cabelo, vestir-se, colocar o cinto de segurança, dirigir entre outros e também para que possua uma boa mobilidade funcional. desta forma 5 idosas, apresentaram resultados classificados como indivíduos que apresentam risco de perda de mobilidade funcional dos membros superiores. Já 8 idosas ficaram com índices normais para suas respectivas faixas etárias e somente 1 delas se classificou acima da média, para sua faixa etária.

    Sugere-se para as idosas com riscos de perda de mobilidade, a realização de trabalhos específicos de alongamento. Atividades de pelo menos 10 minutos, com o maior número de tendões e músculos envolvidos ou atividades aeróbicas e de fortalecimento, para melhorar a mobilidade evitando assim, a perda progressiva dos mesmos (MACEDO, 2010).

    No teste de levantar e caminhar avalia-se a agilidade das idosas, assim como seu equilíbrio dinâmico, importante na realização de tarefas como descer e subir escadas, levantar para atender ao telefone, ir ao banheiro entre outras, observa-se que 7 idosas, apresentaram resultados classificados como indivíduos que apresentam risco de perda de mobilidade funcional, enquanto as demais estão dentro da classificação normal para a faixa etária. Embora a agilidade e o equilíbrio sejam componentes diferentes da aptidão física, eles devem trabalhar juntos para o desempenho satisfatório de muitas atividades diárias. Os exercícios mais recomendados para melhorar a agilidade e o equilíbrio são aqueles que variam de atividades simples para as complexas como, por exemplo, uma sequência de passos de dança (RIKLI, JONES, 2008).

    Após a análise de todos dados, verificou-se que das 14 idosas avaliadas em seis testes de aptidão física, foram encontradas 84 classificações. Dessas, 28 dos resultados apresentados, enquadram-se como acima da média para a faixa etária apresentada. Já para os padrões considerados normais, foram apresentados 43 resultados. Para a classificação “Risco de Perda de Mobilidade” foram encontrados 12 resultados, que como citado acima, necessitam de trabalhos específicos para que não tenham sua mobilidade funcional comprometida, uma vez que, embora as avaliadas pratiquem a dança, necessitam de algum treino específico para melhorar a aptidão física. As atividades regulares que estão submetidas não são capazes de proporcionar uma boa aptidão física. Prova disso, é que o índice para risco da perda de mobilidade foi encontrado nos testes de alcançar as costas e levantar da cadeira, refletindo no comprometimento da flexibilidade e agilidade/equilíbrio das idosas.

    Através das análises, dos resultados dos testes, pode-se observar que no teste 1 (Levantar da cadeira), a média geral do grupo foi de 16,50±2,9, classificando-se acima da média para sua faixa etária. No teste 2 (flexão e extensão do braço), a média geral do grupo foi de 18,79±2,08, classificando-se acima da média para a faixa etária correspondente. Observando o resultado para o teste 3 (marcha estacionária de 2 minutos), a média geral do grupo foi de 112,71±17,62, classificando-se acima da média para a faixa etária correspondente.

    No teste 4 (sentar e alcançar os pés), a média geral do grupo foi 0,00±0,00, considerado normal para a faixa etária correspondente. Da mesma forma no teste 5 (alcançar as costas), observa-se que a média geral do grupo foi de -8,57±7,94, considerada normal para a faixa etária correspondente. No teste 6 (levantar e caminhar), a média geral do grupo foi de 6,64±1,55, considerada normal para a faixa etária.

    Conclui-se desta forma, que em relação às avaliações das aptidões físicas de força de membros superiores e inferiores e da capacidade cardiorrespiratória das idosas, os resultados enquadram-se como “acima da média”, conforme classificados pelos autores do teste. Já as avaliações feitas para analisar a flexibilidade, agilidade e equilíbrio, estiveram dentro dos padrões “normais”.

Conclusão

    Através deste trabalho, percebe-se a importância de incentivar a prática de atividades físicas na terceira idade. Julga-se importante a variedade de opções, como os exercícios com pesos, treinos de força, danças e atividades em grupo onde ocorrem, outros ganhos, que incluem o equilíbrio emocional, a autoestima e a integração social tão benéfica para esta fase da vida.

    Podemos observar que as idosas avaliadas, apresentaram boa aceitação em relação ao envelhecimento, no que diz respeito aos limites de suas capacidades funcionais, fator que contribui positivamente para que as mesmas tenham consciência da importância de participar do grupo de dança, de praticar exercícios físicos regularmente, pois através deles, sentem a diferença benéfica que lhes proporciona.

    Verificou-se que das 14 idosas avaliadas, em seis testes de aptidão física, foram encontradas 84 classificações, onde 72 delas enquadram-se como: acima da média ou normal, para a faixa etária apresentada. Para a classificação “Risco de Perda de Mobilidade”, foram encontrados 12 resultados, que como citado acima, necessitam de trabalhos específicos para que não tenham sua mobilidade funcional comprometida, uma vez que, embora pratiquem a dança, necessitam de algum treino específico para melhorar a aptidão física. As atividades regulares que estão submetidas não são capazes de proporcionar uma boa aptidão física.

    Conclui-se que boa parte da população idosa analisada, é independente para realizar as atividades da vida diária e para desempenhar diversos papéis na sociedade, uma vez que pratiquem atividades físicas regularmente, fator importante para a manutenção e melhora na aptidão física.

    Desta maneira, fica a sugestão para que se realizem trabalhos sobre os efeitos de programas de atividades físicas em idosos e sobre a qualidade de vida para esta parte da população, para que se possa entender melhor a relação entre os treinamentos existentes e a melhora na condição de vida durante o envelhecimento. A atividade física deve ser estimulada não somente no idoso, mas também no adulto, como forma de prevenir e controlar as doenças crônicas que aparecem mais frequentemente durante a terceira idade e como forma de manter a independência funcional. As atividades que devem ser mais estimuladas são as aeróbicas de baixo impacto, preferencialmente exercícios com pesos, para estimular a manutenção da força muscular dos membros superiores e inferiores, que deve ser a prioridade no idoso.

    Da mesma forma, o equilíbrio e os movimentos corporais totais devem fazer parte dos programas de exercícios para a terceira idade, além disso, a atividade física está associada também com uma melhora na mobilidade, capacidade funcional e qualidade de vida durante o envelhecimento. É importante salientar, que tão importante quanto estimular a prática deve-se adotar mudanças para ter um estilo de vida ativo, fundamental para ter um envelhecimento com saúde e qualidade.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 179 | Buenos Aires, Abril de 2013
© 1997-2013 Derechos reservados