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A antropometria como determinante de fator de risco ao 

desenvolvimento de doenças cardíacas e metabólicas 

relacionadas ao Perfil de Estilo de Vida Individual (PEVI)

La antropometría como determinante del factor de riesgo al desarrollo de enfermedades 

cardíacas y metabólicas relacionadas con el Perfil de Estilo de Vida Individual (PEVI)

 

*Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Universidade da Região da Campanha-URCAMP-São Borja.

Professor de Efetivo de Educação Física do Município de São Borja/RS

E Professor do Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha

** Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Professor efetivo do Instituto Federal Farroupilha São Borja, RS

Emerson Gonçalves de Oliveira*

prof.emersonoliveira@hotmail.com

Giancarlo Machado Bazarele Bruno**

gbasket@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo procurou analisar o fator de risco ao desenvolvimento de doenças de cunho cardíaco e metabólico bem como a possível relação entre este risco e o perfil de estilo de vida de 50 mulheres de São Borja, RS. Estas foram submetidas a aferições e medidas e a aplicação do questionário conhecido como Pentáculo do Bem Estar. Verificou- se que a alimentação rica em gordura e pobre em frutas, bem como o fator do relacionamento das pessoas podem estar relacionados ao risco acentuado encontrado entre a amostra.

          Unitermos: Antropometria. Doenças cardíacas e metabólicas. Perfil de Estilo de Vida.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O estilo de vida sedentário aliado a problemas de stress, de nutrição, de bem estar social e de ausência de um comportamento preventivo, está diretamente relacionado ao aparecimento de diversas doenças. Muitas delas consequência da obesidade, que se alastra com uma pandemia e atinge todas as classes de população. Fato que causa uma enorme preocupação por parte de toda a rede de saúde. Uma vez que, representa fator de risco ao desenvolvimento de diversas doenças de cunho cardíaco e metabólico.

    Com isso, vem à tona a importância de uma atenção básica a saúde da população. As doenças de cunho cardiovascular e metabólico, como a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, entre inúmeras outras causam muitas despesas aos cofres públicos. Quando o ideal é se pensar um pouco mais no tratamento preventivo.

    Diagnosticar, com o uso da antropometria, a presença de fatores de risco ao desenvolvimento dessas doenças. Bem como, relacioná-lo ao estilo de vida que a população leva, com o uso do questionário conhecidos como Pentáculo do Bem-Estar (Perfil do Estilo de Vida Individual PEVI) validado por Nahas; Barros e Francalacci (2000). Torna-se de suma importância aos envolvidos. E coloca em pauta o trabalho do Educador Físico na área da saúde com o intuito de se realizar um trabalho de qualidade e de prevenção.

1.     Antropometria

    A palavra Antropometria, deriva do grego Anthropos (homem) e Metron (medida). Salientam Petroski, Pires Neto e Glaner (2010, p.9) que se trata da “ciência que estuda as proporções e medidas do corpo humano”. Garantindo-nos, assim, uma maior gama de subsídios que nos conduzem a uma melhor compreensão dos níveis de condicionamento e saúde.

    O uso da antropometria vem se expandindo cada vez mais. Diversos são os estudos que fazem uso desta técnica com o objetivo de elucidar muitas questões. Dentre as principais técnicas utilizadas estão o Índice de Massa Corporal (IMC), o Perímetro da Cintura (PC), a Relação Cintura Quadril (RCQ), além, do Índice de Conicidade (IC) e as Dobras Cutâneas (DC).

    Salientando-se a importância da antropometria como indicador das práticas à promoção da saúde. Torna-se exacerbada a necessidade de estudos que demonstram e que contribuam, de forma bastante eficaz, às iniciativas na área da saúde pública. Observando esta através de um novo prisma, ou seja, tendo como foco o trabalho preventivo.

    Afim de que se tenha ideia da importância do uso do método antropométrico na saúde pública, Petroski, Pires Neto e Glaner (2010, p. 70) salientam que

    as medidas antropométricas como determinantes de indicadores de risco à saúde, associados principalmente à obesidade, apresentam conteúdos teóricos e metodológicos, importantes para efetivar a sua aplicação na saúde pública, partindo para uma proposta de não apenas medir ou avaliar, mas também, de informar e conscientizar a população sobre a importância de controlar determinados riscos.

    Assim, constitui-se essa nova visão. Pois, através de um trabalho com uma fundamentação teórica forte e com o uso de métodos oportunos pode-se ter uma real noção do nível de saúde da população. Alertando a mesma com o intuito de se adotar uma vida menos sedentária e melhor nas esferas biopsicossocial.

    Baseado nisto, torna-se recomendada à utilização de medidas e indicadores específicos, a fim de identificar e controlar fatores de risco, além de doenças já instaladas. Desta forma, realizar-se-á estratégias de promoção à saúde, bem como do uso meios ligados a um modo de vida mais saudável à população. (PETROSKI, PIRES NETO e GLANER, 2010, p. 75).

2.     Relação do IMC e do PC com o risco de doenças cardíacas e metabólicas

    O uso de indicadores antropométricos no diagnostico de doenças cardíacas e metabólicas se faz presente em diversos estudos. O Índice de Massa Corporal (IMC) é um indicador que “considera as diferenças existentes na composição corporal, definindo a adiposidade através da relação do peso do indivíduo em quilogramas dividido pela estatura ao quadrado em metros (IMC = kg/m²)”. Assim dá-se um indicativo de distribuição da massa corporal por área. (RICARDO, ARAUJO, 2002) apud (SILVA, 2006).

    Dentre os indicadores antropométricos, o IMC apresenta-se com bastante frequência em estudos relacionados ao surgimento da obesidade e seus agravantes. Santos e Sichieri (2005, p.164) argumentam que o IMC “é amplamente utilizado como indicador do estado nutricional por sua boa correlação com a massa corporal (r≈0,80) e baixa correlação com a estatura”.

    Ainda a respeito da utilização deste indicador, Damascena, Pereira Neto e Pereira (2010) relatam que

    O Índice de Massa Corporal (IMC) é um índice frequentemente utilizado em estudos epidemiológicos, em saúde pública e na área clínica, como preditor de sobrepeso e obesidade, e desnutrição energética em pessoas não atletas, recomendado como indicador nutricional, adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

    Assim, o uso deste indicador nos conduz a um diagnóstico bastante eficaz no que diz respeito à classificação de um volume corporal considerado bom à saúde. Incorporando assim, um diagnóstico que aponte à obesidade. Em virtude de a mesma estar associada ao desenvolvimento de diversas doenças, além de retratar um quadro clínico que já merece uma atenção especial, por si só apresentar-se como doença.

    Já o Perímetro da Cintura (PC), trata-se de um indicador antropométrico que “permitem avaliar a distribuição da gordura”, (PETROSKI, PIRES NETO e GLANER, 2010, p. 70). Argumentam os autores que a perda de gordura abdominal e consequentemente diminuição do PC estão relacionados à redução no risco de doenças cardiovasculares.

    De acordo com Damascena, Pereira Neto e Pereira (2010), “o acúmulo de tecido adiposo na região abdominal é reconhecido, principalmente, como fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes e síndrome metabólica”. Esta obesidade abdominal é causada pelo aumento de tecido adiposo na região abdominal e representa risco quando comparada a outras formas de distribuição de gordura corporal.

    Ainda a respeito disso Godoy-Matos (2005) apud Araújo et al (2010) afirma que

    o excesso de peso corporal está associado com maior risco de doenças cardiovasculares e com mortalidade aumentada, tanto por DCV quanto com mortalidade por outras causas, e que, de fato, a gordura central acumulada está associada com este risco.

    No entanto, o fato da obesidade representar fator de risco a doenças cardíacas e metabólicas vem sendo alvo de estudos numerosos e de grande aporte acadêmico. Em um estudo publicado em 1993, pode-se concluir que o fator de necrose tumoral (TNF α) pelo tecido adiposo exercem papel direto na resistência a insulina relacionada à obesidade. Fato este, que conduziu a conclusão de que o estado crônico de inflamação sistêmica, subclínica, poderia anteceder ambas as condições. Diversos outros estudos concluíram que processos inflamatórios antecedem a doenças metabólicas. (LUFT, 2010, p.34).

    Com isso, muitas doenças podem estar relacionadas ao diagnóstico do IMC e do PC. Tais como a obesidade, que por si só já é uma doença além de representar um fator de risco ao surgimento de diversas outras como hipertensão arterial, as doenças coronarianas, o diabetes mellitus, a síndrome metabólica, infarto agudo do miocárdio, câncer etc...

3.     A influência do estilo de vida no desenvolvimento de doenças

    A população mundial vem de se defrontando cada vez mais com uma vida sedentária. A prática de atividade de física, a alimentação adequada, a convivência em grupos, a importância dada a questões preventivas tudo é posto em segundo plano. O homem moderno acaba por ter como prioridade a vida corrida do dia a dia sem muito tempo para questões que são de suma importância à sua saúde.

    Após a Organização Mundial de Saúde (OMS) adotar o conceito de saúde não simplesmente com a ausência de doença, mas também com a presença de um bem estar nas esferas biopsicossocial pode-se ter uma noção da importância dos fatores mencionados anteriormente.

    No entanto, diversas são as doenças relacionadas ao estilo de vida que a população leva. Se ter uma boa qualidade de vida em aspectos relacionados a saúde, a socialização, a nutrição, está intimamente relacionada ao surgimento das mesmas.

    O aumento excessivo da quantidade de gordura e peso corporal deverá repercutir de maneira negativa tanto na qualidade como na expectativa de vida dos indivíduos. Em populações onde há predominância elevada de consumo de alimentos, associado a estilo de vida essencialmente sedentário, criam-se condições ideais para maior acúmulo de gordura e consequentemente desenvolvimento do excesso de peso corporal. (GUEDES, 1998).

    Com isso, a obesidade e seus agravantes salientam-se. Contribuindo de forma bastante exacerbada no aparecimento de diversas outras doenças de cunho cardíaco e metabólico. Que representam hoje, segundo a OMS umas das principais causas de morte em todo o mundo.

    Além do mais, o sedentarismo, como mencionado, é outro fator de grande importância. A prática regular de atividade física apresenta uma relação inversa com risco de doenças crônico-degenerativas e tem um efeito positivo na qualidade de vida e em outras variáveis psicológicas (OEHLSCHLAEGER E COL. 2008).

    Este fato representa uma grande preocupação para entidades do mundo inteiro. Há muita preocupação e muito se tem feito com o objetivo de se inibir este negativo quadro. Oferecendo a prática de atividades físicas como uma maneira de se ter inúmeros benefícios à saúde. Prevenindo doenças e fazendo com que as pessoas vivam mais felizes. O que acaba por ajudar em doenças como a depressão.

4.     Metodologia

    O presente trabalho procurou retratar aspectos relacionados à antropometria associada ao desenvolvimento de doenças cardíacas e metabólicas associadas ao perfil de estilo de vida de mulheres atendidas pelas Estratégias de Saúde Família (ESF) do município de São Borja – RS.

    A metodologia utilizada neste trabalho de conclusão de curso foi à pesquisa direta, de cunho quantitativo exploratório.

    Para realização do trabalho, foi necessária autorização através da Carta de Apresentação entregue à Enfermeira de cada Estratégia de Saúde da Família (ESF). Bem como, de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para os participantes, contendo o questionário conhecido como Pentáculo do Bem-Estar (Perfil do Estilo de Vida Individual - PEVI), validado por Nahas; Barros e Francalacci (2000), para confirmar o nível de qualidade de vida dos participantes.

    A coleta dos dados ocorreu pelo período da manhã, no mês de novembro de 2010, como forma de auxiliar a pesquisa de campo exploratória. Esta coleta se realizou junto a ESF. A qual disponibilizou uma sala ampla e balanças da marca Welmy, que apresentam estadiômetro acoplado para se aferir o peso e a altura das participantes. Também foi utilizado como material, folhas do tipo A4 e canetas para anotar os resultados das aferições de peso, altura e perímetro da cintura. Para aferição desta última foi utilizada uma fita métrica.

    Após as medidas antropométricas as participantes respondiam um questionário (Pentáculo do Bem-Estar: Perfil do Estilo de Vida Individual - PEVI, validado por Nahas; Barros e Francalacci (2000)). Este foi composto por perguntas fechadas referentes ao estilo de vida, relacionados ao bem-estar individual, tais como: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e stress.

    Os dados coletados foram tratados com o uso da estatística descritiva. Apresentado resultados em forma de tabelas seguidas de inferências que melhor as interpretam e justifiquem sua fidedignidade.

    Para classificação dos mesmos utilizou-se como critério a seguinte tabela. A mesma foi desenvolvida pelo colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) apud Petroski, Pires Neto e Glaner (2010, p. 75) e estabelece uma relação entre o IMC e o PC, com o objetivo de classificar o risco de doenças cardíacas e metabólicas.

Tabela 1. Análise conjunta das medidas de PC e IMC para determinação de riscos Cardiovasculares e Metabólicos (ACSM)

    A população foi composta por pessoas atendidas pelas 12 ESF’s do município de São Borja. As mesmas foram previamente selecionadas pelas (os) enfermeiras (os) de cada uma dessas ESF’s. Com isso, estabeleceu-se uma amostra de 50 mulheres. Com uma média de idade referente a 50 anos.

5.     Resultados e discussões

    Os resultados da pesquisa são apresentados na forma descritiva para melhor explicação do estudo. Sendo demonstrados na forma de tabelas e gráficos seguidos de inferências para uma melhor interpretação e entendimento. Inicialmente é apresentada uma estimativa quanto à média, os valores mínimo e máximo e o desvio padrão das variáveis da população estudada.

Tabela 2. Características demográficas da amostra

Fonte: Pesquisa (2010)

    A análise da tabela nos conduz a uma interpretação geral da amostra estudada. Assim, pode-se constatar que se trata de uma população de meia idade. Que em média apresenta um IMC classificado como sobrepeso. O que justifica as afirmações de Brasil (2006, p.17) que salienta que após os 40 anos de idade a mulher tem mais prevalência ao aumento de peso. A qual pode ser duas vezes mais elevada do que em homens de mesma faixa etária. Em um estudo realizado por Juarbe e Col apud Guimarães e Baptista (2008), com mulheres de meia idade, concluiu-se que o IMC pode influenciar a qualidade de vida relacionada à saúde da mulher. Envolvendo particularidades psicológicas e físicas. O estudo concluiu também que geralmente o aumento de peso encontra-se associado a uma menor qualidade de vida.

    Para classificação do risco de desenvolvimento de doenças cardíacas e metabólicas, cabe ressaltar que foram analisadas duas variáveis, o IMC e o PC. Com relação ao IMC, 42% da amostra se classificou com sobrepeso, outros 42% se classificou com algum tipo de obesidade (I,II ou III) e apenas 16% classificou-se como normal. Já a perimetria da cintura ficou com uma média de 93,76cm. Assim, pode-se classificar este risco através da tabela proposta pela ACSM citada por Petroski, Pires Neto e Glaner (2010, p. 75). O gráfico abaixo representa os índices da amostra estudada.

Gráfico 1. Fator de risco ao desenvolvimento de doenças cardíacas e metabólicas

Fonte: (Pesquisa 2010)

    Pode-se verificar que a prevalência na amostra foi o diagnóstico de um risco muito alto ao desenvolvimento de doenças cardíacas e metabólicas. Estudos realizados na Paraíba, por Damascena Pereira Neto e Pereira (2010), assemelham-se com os resultados obtidos no trabalho. O estudo contou com uma amostra de 60 mulheres de meia idade, variando entre 25 e 60 anos, e procurou ressaltar a correlação existente entre obesidade abdominal, IMC e o risco de doenças cardiovasculares. O estudo concluiu que 88,33% da amostra apresentou um risco muito alto.

    As tabelas a seguir apresentam as respostas dadas ao questionário aplicado. Estes foram divididos em cinco componentes (Nutrição, Atividade Física, Comportamento Preventivo, Relacionamentos e Controle do Stress). Cada um dos componentes foi constituído de três perguntas. As mesmas foram fechadas e o pesquisado deveria responder escolhendo uma das quatro alternativas disponíveis. Formando assim uma escala: (0) absolutamente não faz parte do seu estilo de vida; (1) às vezes corresponde ao seu comportamento; (2) quase sempre verdadeiro no seu comportamento; (3) a afirmação é sempre verdadeira no seu dia-a-dia: faz parte do seu estilo de vida. Assim, foram diagnosticados os seguintes resultado.

Componente: Nutrição

  1. Sua alimentação diária inclui, pelo menos, 5 porções de frutas e hortaliças.

  2. Você evita ingerir alimentos gordurosos (carne gorda, frituras) e doces.

  3. Você faz 4 refeições variadas ao dia, incluindo um bom café da manhã.

Tabela 3. Componente Nutrição

    Nessa análise, pode-se constatar que hábitos de alimentação saudáveis fazem parte de forma discreta na dieta da amostra estudada. Em virtude de um não controle na ingestão de alimentos ricos em gordura. Bem como, da ausência de frutas de forma rotineira na dieta. Isso remete a um quadro bastante problemático no surgimento de doenças decorrentes da obesidade. Uma vez que, esta é um dos fatores de risco mais importantes para o surgimento de outras doenças, com destaque especial para as de cunho cardiovascular e metabólicas (Diabetes). Muitos estudos demonstram que obesos morrem relativamente mais de doenças do aparelho circulatório, principalmente de acidente vascular-cerebral e infarto agudo do miocárdio, que indivíduos com peso adequado (FEDERACIÓN LATINOAMERICANA DE SOCIEDADES OBESIDAD, 1998; FRANCISCHI, 2000) apud (BRASIL, 2003, p.23).

Componente: Atividade física

  1. Você realiza, ao menos, 30 minutos de atividades físicas moderadas/intensas, de forma contínua, 5 ou mais vezes por semana.

  2. Ao menos duas vezes por semana você realiza exercícios que envolvam força e alongamentos musculares.

  3. No seu dia-a-dia, você caminha ou pedala como meio de transporte, preferencialmente, usa escada ao invés de elevadores.

Tabela 4. Componente Atividade Física

    Pode-se diagnosticar que a atividade física se faz presente na vida das pesquisadas. Atividades de alongamento e força são realizadas com uma freqüência regular pela amostra. Bem como, a caminhada e a bicicleta, que são atividades aeróbicas e frequentemente utilizadas como meio de transporte. Fato este considerado positivo a adoção de uma vida saudável. A atividade física passou por um período de aceitação e em dias atuais acaba por se tornar algo cada vez mais frequente na vida da população. Favorecendo a perda de gordura corporal na medida em que determina balanço energético negativo, ou seja, maior gasto do que ingestão calórica, sem necessariamente impor grande restrição alimentar. (OLIVEIRA, RAMIRES, LANCHA JUNIOR, 2004, p. 7).

Componente: Comportamento preventivo

  1. Você conhece sua PRESSÃO ARTERIAL, seus níveis de COLESTEROL e procura controlá-los.

  2. Você NÃO fuma e NÃO ingere álcool (ou ingere com moderação).

  3. Você respeita as normas de trânsito (como pedestre, ciclista ou motorista): se dirige: usa sempre cinto de segurança e nunca ingere álcool.

Tabela 5. Componente Comportamento preventivo

    Percebe-se que em relação ao comportamento preventivo houve uma grande variação entre os dados. Prevalecendo uma atenção, quase sempre presente no comportamento da amostra, a fatores relacionados aos cuidados com a pressão arterial, colesterol, respeito às regras de transito. Um fato bastante relevante é prevalência de não fumantes em relação a fumantes. Algo que se torna bastante positivo, uma vez que, segundo a OMS o fumo é um dos maiores causadores de morte no mundo. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Caso as atuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos). (OMS, 2003).

Componente: Relacionamentos

  1. Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos.

  2. Seu lazer inclui encontros com amigos, atividades esportivas em grupo, participação em associações ou entidades sociais.

  3. Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social.

Tabela 6. Componente Relacionamento

    O que prevaleceu na amostra foi uma adoção de um estilo de vida baseado em pouco relacionamento com amigos, de convívio em grupo e de atuação em sua comunidade. O que acaba por retratar algo negativo. Pois a adoção de uma vida solitária contribui para o surgimento da depressão. É o que relatam estudos realizados na Harvard Medical School com 4161 mulheres, entre 30 e 40 anos de idade, revelaram maior índice no desenvolvimento da depressão em mulheres viúvas, separadas ou divorciadas e fumantes. (MARTINS, BARRETO, 2010, p.2). O que gera preocupação, pois estudos comprovam que há uma relação entre as disfunções cardíacas, com a solidão, depressão, abandono e isolamento. (KRAPELIM) apud (LEMOS 2005, p. 3).

Componentes: Controle do stress

  1. Você observa tempo (ao menos 5 minutos), todos os dias para relaxar.

  2. Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado.

  3. Você equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer.

Tabela 7. Componente Controle do stress

    Analisando a tabela, pode-se inferir que fatores causadores do stress tais como a falta de tempo para relaxar, aliados a uma vida corrida e carregada no trabalho, sem momentos dedicados ao lazer, se fazem presentes na amostra estudada. Com isso, pode-se dizer que as pessoas pesquisadas têm comportamentos que vão de encontro a aparecimento do stress. Pesquisas mostram que o stress está associado a diversas doenças. O sistema cardiovascular possui ampla participação na adaptação ao estresse, sofrendo por isso as conseqüências da sua exacerbação. Com isso, a pessoa estressada pode vir a desenvolver doença aterosclerótica coronariana, infarto agudo do miocárdio e Isquemia (LOURES et al, 2002).

    Os dados da pesquisa inferem que o risco muito alto ao surgimento de doenças cardíacas e metabólicas pode estar relacionado a uma alimentação não adequada, um estilo de vida muito solitário e a prevalência ao stress que pode ter contribuído para este resultado. Argumento este justificado pelos expressivos resultados nesses componentes.

    Como citado na revisão bibliográfica, à obesidade pode desencadear o surgimento de doenças cardíacas como a hipertensão arterial e outras doenças coronarianas. E também metabólicas como é o caso da diabetes. Nas questões que corresponde ao componente de nutrição, prevaleceu na amostra a adoção de uma dieta sem preocupação com a ingestão de grandes quantidades de gordura aliadas a uma pobre ingestão de frutas. O que somado ao um estilo de vida solitário e sem participação em atividades de inclusão na comunidade, bem como, com prevalência a comportamentos estressantes, podem estar aliados a este resultado negativo.

Considerações finais

    A prevalência de doenças de cunho cardíaca e metabólica causa inúmeras preocupações à saúde pública brasileira. Visto que são investidos milhões de reais no tratamento curativo das pessoas. A compra de remédio, aumento no número de consultas, exames, entre incontáveis outros fatores são os adicionais dessa conta.

    Há pouco tempo atrás se começou a pensar em um tratamento preventivo. Ou seja, algo que vem antes do encarecido tratamento curativo. O diagnóstico antecipado associado a uma mudança no estilo de vida acaba por criar novo prisma na saúde pública. E em especial para profissionais de Educação Física.

    Neste diagnóstico, o uso da Antropometria é fator de suma importância. Com o uso e o domínio desta técnica podem-se diagnosticar inúmeras situações de risco ao desenvolvimento de doenças. Em especial a obesidade e as suas agravantes. Fortalecendo o papel do profissional de Educação física na área da saúde. Fato este que vem somar com uma visão de empoderamento deste profissional.

    Contudo, este estudo acaba por fortalecer o laço entre o profissional e a saúde. Nele, prevaleceu o diagnóstico do fator de risco muito alto, o que pode estar aliado ao um estilo de vida prevalente a fatores de risco como a alimentação inadequada,a adoção de uma vida solitária, bem como a uma vida estressada. Porém, os dados podem servir como parâmetro para que o mesmo possa, dessa forma, prescrever a melhor atividade física a cada um dos envolvidos. Favorecendo assim, a adoção de um estilo de vida mais saudável nas esferas biológica, psicológica e social.

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