Dresscode: corpos vestidos para comporem grupos sociais Dresscode: cuerpos vestidos para integrar grupos sociales |
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*Graduada em Moda pela Universidade Feevale **Doutora em Comunicação Social pela PUCRS; professora dos cursos de Mestrado em Processos e Manifestações Sociais e dos cursos de graduação em Comunicação Social e Design e pesquisadora do Grupo de Estudos em Cultura e Memória da Comunidade Universidade Feevale |
Juliana Sander Silveira* Denise Castilhos de Araujo** (Brasil) |
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Resumo O objetivo desse texto é compreender as relações que os indivíduos estabelecem entre a moda e a comunicação, através das composições que elaboram em seus figurinos, representando os grupos sociais dos quais fazem parte. Para tanto, realizou-se uma entrevista com alunos de uma instituição de ensino superior, bem como a análise dos elementos da vestimenta desses indivíduos. Unitermos: Moda. Linguagem. Comunicação. Semiótica.
Abstract The aim of this paper is to understand the relationships that individuals establish between fashion and communication, through compositions that draw on their costumes, representing the social groups to which they belong. To this end, an interview was held with students of a higher education institution, as well as analysis of the elements of dress these individuals. Keywords: Fashion. Language. Communication. Semiotics.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Moda e grupo social
O sistema da moda pode ser considerado uma forma de agrupar e separar os indivíduos; a linguagem das roupas e da moda pode aproximar e criar grupos sociais.
A moda diz que é preciso ser diferente. No entanto, ser diferente é parecer-se com os afins. Ninguém está sozinho e, de alguma forma, fará parte de um grupo, o grupo, por sua vez, precisa manter algumas qualidades para ser identificado, atraindo simpatizantes e repelindo os que não fazem parte dele e da identidade do grupo.
Crane (2006) diz que o vestuário é umas das formas mais importantes de construção social e identidade dos indivíduos. Roche (2007) coloca que a roupa é um tipo de máscara, em determinado momento revela ou esconde a posição social. Isso se dá pelas diversas transformações que ocorrem de tempos em tempos na forma de vestir-se da sociedade. Para Barthes (2005, p. 279), “o vestuário é, no sentido pleno, um “modelo social” [...]”. As roupas refletem um tempo, uma sociedade e podem ocultar ou exibir informações sobre um indivíduo, grupo ou civilização. Indicam a forma de vestir utilizada em uma determinada época, bem como valores econômicos e sociais de uma civilização.
2. Moda, comunicação e linguagem
A comunicação é, de fato, a intenção de transmitir uma mensagem. E Ferrara diz que a comunicação:
[...] não precisa ser, nem é exclusivamente verbal. O traje usado para cobrir o corpo, o meio de transporte adotado não são de ordem estritamente funcional, ao contrário, dizem, sem palavras, nossas preferências, explicitam nossos gostos. Escolher cores, modelos, tecidos, marcas significa expectativas socioeconômicas, mas sobretudo revela o que queremos que pensem de nós; aquelas escolhas representam, são signos da auto-imagem que queremos comunicar (FERRARA, 2007, p. 6).
Barnard (2003) afirma que as pessoas emitem mensagens sobre seus estilos através de suas roupas. Considerando-se, então, a moda uma linguagem não verbal, podemos, então, dizer que as roupas possuem significados. A linguagem das roupas permite colher algumas informações básicas ou não sobre o usuário, pode-se, muitas vezes, identificar a classe social, a que grupo pertence, suas preferências e sexualidade, conforme Lurie (1997).
Castilho e Martins (2005, p. 47) dizem que “Na moda, o sujeito da comunicação manifesta-se por seu corpo vestido e adornado, cujas escolhas discursivas, estabelecem diálogos com outros sujeitos sociais”. A partir do conhecimento dos elementos, é possível então atribuir significados aos discursos dos sujeitos.
O objetivo, nesse texto, é compreender os significados que os signos presentes nos trajes podem ter, gerados pelas composições elaboradas pelos indivíduos, referenciando, então, a moda como forma de comunicação, de linguagem não verbal que pode ser interpretada como um texto repleto de significações.
Muitas vezes o local e tipo de trabalho apresentam certas exigências em relação às vestimentas, as quais podem ser percebidas como expressões de valores culturais, que representam determinados grupos sociais, bem como a necessidade de uma pessoa estar de acordo com os demais membros:
O modo de vestir, como símbolo social, modifica-se em função das alterações da estrutura e do estado geral da sociedade; mas compreender escolhas pessoais diante do guarda-roupa não é tarefa fácil. Afinal, seres humanos são complexos. Seu comportamento tem como base valores e atitudes profundamente arraigadas, uma visão do mundo e do lugar que ocupam nele, o que pensam a respeito de si próprios e o que desejam que outros pensem deles: racionalidade e bom senso, bem como caprichos e impulsos (GARCIA; MIRANDA, 2007, p. 28).
Contudo, entende-se que, além de identificar os múltiplos signos gerados por um indivíduo a fim de enviar mensagens sobre si mesmo, torna-se necessário avaliar o local no qual está inserido, valores culturais, grupos que compartilha, valores e visão que possui de si mesmo, bem como a forma que gostaria de ser percebido. É uma leitura complexa, e sem regras muito fixas.
3. Análise das vestimentas de alunos
A fim de se identificar os sentidos que os indivíduos dão às suas roupas, foram selecionados alunos1 de uma instituição de ensino superior em Novo Hamburgo/RS/BR. Esses alunos foram fotografados e perguntados a respeito dos sentidos que pretendiam revelar com a composição realizada. A seguir, seguem algumas análises.
Figura 1. Aluno do curso de Artes Visuais. Fonte: Elaborado pelas autoras
A figura 1 é de um estudante do curso de Artes Visuais. O estudante menciona que sempre que está de bom humor utiliza cores mais vibrantes em suas roupas, como na figura acima e busca imprimir a mensagem de conforto pelas roupas que veste. Acredita transmitir sempre a mensagem desejada, pois entende que suas roupas mais despojadas indicam conforto, lazer esportivo e estudo. Já suas roupas mais alinhadas indicam atividades de lazer social, distintas do trabalho que realiza, como eventos formais, passeios ao shopping, cinema e jantares.
Percebe-se que ele usa camiseta e casaco esportivos, em contraposição de cores. A camiseta remete à informalidade e o casaco de moletom esportivo transmite a imagem de uma pessoa jovem. É sabido que o uso de moletons é associado popularmente, ao vestuário adolescente.
Ele usa uma bermuda abaixo dos joelhos em jeans. De acordo com Barros (1998), o jeans remete a casualidade e rebeldia. Barros (1998, p. 16) diz que o no século XX, o uso do jeans, camiseta e paletó deram origem “[...] a junção entre as roupas clássicas e o estilo mais informal, que valoriza o conforto [...]”. O autor menciona que a combinação era símbolo de espontaneidade e elegância e marcou o surgimento da roupa casual. A rebeldia, segundo Barros (1998), foi um termo associado a partir do filme, O selvagem, em que Marlon Brando utilizava uma calça jeans e casaco de couro. Os tênis são também símbolos de conforto.
A cor amarela da camiseta, de acordo com Mirkin (2001), é uma cor de alerta, estimulante e pode causar inquietação nos demais indivíduos. No entanto, pode ser reconfortante e otimista, se associada às roupas de equipes de resgate de incêndios e ao sol, que é a energia responsável pela vida. Dessa forma, a escolha do entrevistado pode ser uma tentativa de chamar a atenção. Já a cor cinza, conforme Mirkin (2001) remete a idade e sabedoria, indicando refinamento e classe.
Pode-se supor que as roupas que o aluno usa tem relação com seu curso, artes, bem como a associação da composição com uma personalidade jovem e a possibilidade de que o indivíduo irá realizar uma atividade que exija conforto, no entanto não é uma atividade física. Pode-se dizer, então, que o efeito provocado, é o estilo mais jovial, esportivo e informal. A roupa esportiva e informal pode não transmitir confiança, pois não está ligada a credibilidade e posição social, e foi primeiramente adotada por jovens no pós guerra, na década de 60, de acordo com Crane (2006).
A composição transmite uma ideia de conforto, bem como o uso de uma cor mais vibrante como representação do humor. No entanto, a imagem jovial e informal associada à ausência de credibilidade pode não ter sido intencional. Assim, a mensagem enviada pelo estudante pode ter sido distorcida, por acrescentar informações que o estudante não planejou transmitir.
Figura 2. Aluna do curso de Design de Moda e Tecnologia
Fonte: Elaborado pelas autoras
A figura 2 é de uma estudante do curso de Design de Moda e Tecnologia. A mesma explica que a mensagem que gostaria de transmitir através da roupa é que seu humor é estável, um pouco nostálgico e que seu estilo é próprio de alguém que cultua tempos passados, “retrô” e um estilo clássico. Entende também que por não variar muito os seus grupos sociais, as pessoas com quem convive já possuem mais afinidade e intimidade, e por essa razão, entendem suas mensagens.
A aluna usa uma manta em nó encobrindo o pescoço e o decote, indicando a intenção de esconder algo ou proteger-se de algo (frio), e pode revelar traços da sua personalidade conservadora.
A blusa colada conforme Mirkin (2001) remete à sensualidade, pois realça as curvas. Os desenhos revelam certa transparência, sendo extremamente sensuais. Eles lembram a renda que, juntamente com a fita em cetim da gola, remetem ao romantismo. O jeans remete ao estilo casual e contrabalança o ar tradicional de sua personalidade. É justo e acompanha as curvas da blusa, Mirkin (2001) referencia que, ao se optar por roupas colantes, se está ao mesmo tempo evidenciando, projetando e moldando partes do corpo com a intenção de sensualidade e atração. O cós alto de cintura marcada remete à feminilidade, relembrando a cintura marcada da indumentária feminina do século XIX. O estilo da estudante lembra a cintura alta e marcada dos anos 40 e 50, que é símbolo de juventude, pois de acordo com Mirkin (2001, p. 152) “[...] a cintura fina e a barriga plana, enfatizam o momento na vida da mulher em que essas partes do corpo ainda não se alargaram com o parto”.
Os sapatos indicam o gosto pelo clássico inspirado no modelo bicolor preto e branco inventados nos anos 20 pelo francês André Perugia, segundo Ribeiro (2008). O desenho do sapato da estudante relembra os sapatos Oxford, só não caracterizando o mesmo, por não ser amarrado. O bico arredondado pode funcionar como um símbolo de delicadeza, pois pode ser associado às sapatilhas das bailarinas.
As cores remetem ao humor, o rosa da manta, conforme Mirkin (2001, p.37) “[...] é o vermelho despido de sua raiva e erotismo, mas não de sua sensualidade”. Transmite romantismo e feminilidade. É uma cor de efeito calmante e denota traços de uma pessoa gentil e afetuosa. O cinza, já mencionado, pode significar sabedoria, e é considerada também uma cor de refinamento e classe. O azul como menciona a autora é tido como a cor que remete à confiança, fidelidade e respeito, e o tom escuro remete ao tradicionalismo, e o preto e branco dos seus sapatos podem ser referenciais de elegância.
O efeito causado dessa composição pode ser a presença de uma pessoa romântica, clássica, conservadora, gentil, que transparece bom gosto pela harmonia revelada em sua composição, juventude e confiança denotada pelas cores utilizadas.
A análise revela que a mensagem que a estudante gostaria de transmitir a respeito de seu estilo “retrô” foi bem percebida, levando-se em consideração os sapatos, a cintura marcada e a textura da blusa e manta.
Figura 3. Aluna do curso de Direito. Fonte: Elaborado pelas autoras
A estudante de Direito, da figura 3, afirma que a mensagem que gostaria de transmitir através da roupa que está vestindo, é de ser percebida como uma pessoa segura e transmitir confiança. Acredita que, ao vestir-se para o trabalho, consegue sempre transmitir a mensagem desejada. No entanto, afirmou que nas horas de lazer modifica seu estilo, utilizando roupas mais confortáveis, como, tênis, jeans e cores mais vibrantes. Diz que a profissão escolhida lhe impede de comunicar sua verdadeira identidade: de uma pessoa mais aberta e despojada.
O traje masculino utilizado pelas mulheres é, de fato, uma tentativa de buscar igualdade em status. O blazer, camisa e calças remetem ao traje inicialmente restrito aos homens. Por essa razão, Mirkin (2001) diz que tal composição transmite a mensagem de competência e autoconfiança. Diz também que os ternos femininos são mais poderosos do que os tailleurs, pois os tailleurs são tradicionalmente mais femininos, enquanto que o terno é tradicionalmente masculino. Indicando posição social e poder, status referencial masculino. O cinto é também um referencial masculino. Transmite segurança, e é um acessório utilizado para segurar o cós das calças.
A mochila carregada pela estudante sugere que a mesma precisa levar grande quantidade de material para o seu local de estudo e pode ser também um indicativo de que necessita passar mais tempo fora de casa.
O preto, de acordo com Mirkin (2001), remete a mistério, elegância e bom gosto, mas pode significar insegurança, pois ao se optar pelo preto entende-se que há dúvida sobre o uso de outras cores. Entende-se, assim que a sua escolha profissional faz com que precise enviar mensagens de segurança e confiança, tanto para seus clientes como para seus colegas do sexo masculino, em uma tentativa de obter respeito. O branco de sua camisa, segundo Mirkin (2001), contrabalança a seriedade do preto e o traje masculino, pois remete à feminilidade e pureza, transmite confiança por estar ligada a inocência. É também símbolo de status, pois supõe-se que a pessoa que utiliza branco para trabalhar não realiza tarefas duras e subalternas e que pode manter suas roupas limpas.
Entende-se, então, que o seu traje masculino é um indício de sua profissão, e também símbolo de status masculino e formalidade. Percebe-se, também que sua mensagem foi transmitida corretamente de acordo com o pretendido em seu ambiente de trabalho, pois seu traje impõe respeito e suas cores transmitem elegância e segurança, conseguindo assim obter o respeito desejado.
Figura 4. Aluna do curso de Biomedicina
Fonte: Elaborado pelas autoras
A aluna da figura 4 diz que a mensagem que gostaria de transmitir através da roupa que está vestindo, é a de uma profissional qualificada. Acredita que nem sempre consegue transmitir a mensagem desejada.
Ela usa um casaco branco, que é uma peça informal e remete à esportividade, devido ao seu modelo. Na parte inferior do vestuário, a estudante veste uma calça jeans, também branca, que pode ser considerado um tecido casual.
O sapato é de estilo mocassim, e Mirkin (2001) diz que esses os sapatos refletem sensatez e, quando utilizados por mulheres, refletem identidades de mulheres práticas, e logo, também sensatas. O autor diz também que os demais indivíduos percebem uma mulher de mocassim como uma pessoa abordável. O uso das meias pode ser apenas um indício de frio.
Toda a composição do traje é feita com o uso do branco, exceto a bolsa, que é bege. Percebe-se claramente que sua profissão está ligada a área da saúde, mas não é possível distinguir a sua profissão.
A cor branca conforme Mirkin (2001) é utilizada por profissionais da área da saúde como uma forma de transmitir confiança, pois não é uma cor ameaçadora, e é associada à pureza, inocência e claridade, por ser a cor do leite materno, e também a cor utilizada nas túnicas dos anjos, retratados em desenhos e pinturas. De acordo com o autor, é utilizada também pelos profissionais da área da saúde como símbolo de higiene, pois se supõe que a roupa branca precisa sempre manter-se limpa, e exige um cuidado maior.
Dessa forma, percebe-se que sua mensagem foi transmitida em parte, pois identifica-se que a estudante pertence à área da saúde. No entanto, o uso da cor branca em toda composição, não é um indicativo de profissionais mais ou menos qualificados, ainda que a cor branca seja considerada símbolo dos profissionais que atuam na área da saúde.
4. Considerações finais
Esta reflexão revelou que as roupas por si só não possuem uma linguagem própria e, portanto, não comunicam algo, no entanto, as roupas utilizadas por um indivíduo ou uma civilização estão inseridas em um contexto, seja social ou individual, por isso passam a comunicar algo aos demais indivíduos. Comunicam suas ideologias, sexo, profissão, gostos pessoais, características de sua personalidade, e a qual grupos pertencem ou com quem possuem afinidade. Percebeu-se também que um indivíduo participa de vários grupos em um só dia, e por essa razão tornou-se necessário antes analisar o contexto em que se insere, seja, trabalho, lazer e estudo. Partindo então dessa informação, pôde-se entender o que de fato um indivíduo comunica através de suas roupas.
A moda continua agregando e separando os grupos sociais e os resultados das entrevistas demonstram isso, através dos estilos das roupas e mensagem que os indivíduos gostariam de transmitir. A semelhança é percebida entre os sujeitos da mesma área profissional. Percebe-se, que embora o sexo e as roupas sejam diferentes, ainda assim a mensagem e os elementos são semelhantes entre si. É uma forma de comunicação com o grupo, bem como simpatia por afinidade.
Nota
Para a realização da pesquisa, foram entrevistados 4 alunos, um representando cada um dos institutos da universidade (Ciências Exatas, Humanas e Artes, Ciências da Saúde, Ciências Socias)
Referências
BARNARD, Malcon. Moda e comunicação. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
BARROS, Fernando de. O homem casual: a roupa no novo século. São Paulo: Mandarim, 1998.
BARTHES, Roland. Inéditos vol.3: imagem e moda. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CASTILHO, Kathia; MARTINS, Marcelo, M. Discursos da Moda: semiótica, design e corpo. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2005. 112 p.
CRANE, Diana. A moda e seu papel social: classe, gênero e identidade das roupas. São Paulo, Editora Senac São Paulo, 2006. 503 p.
FERRARA, Lucrécia D’ Aléssio. Leitura sem palavras. São Paulo: Ática, 2007. 72 p.
GARCIA, Carol; MIRANDA, Ana Paula de. Moda é comunicação: experiências memórias, vínculos. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2007. 126 p.
MIRKIN, Toby Fischer. O código do vestir: os significados ocultos da roupa feminina. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. 242 p.
ROCHE, Daniel. A cultura das aparências: Uma história da indumentária (séculos XVII-XVIII). São Paulo: Senac, 2007. 526 p.
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Digital · Año 18 · N° 179 | Buenos Aires,
Abril de 2013 |