Atenção auditiva sustentada: análise da eficácia e desempenho em atletas paralímpicos pós treinamento auditivo Atención sostenida auditiva: análisis de la eficacia y el rendimiento de los atletas paralímpicos después del entrenamiento auditivo |
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN (Brasil) |
Elys Costa de Sousa | Michelle Vasconcelos de Oliveira Leilany Silva de Souza | Angélica Silva de Souza Jeferson Tafarel | Pereira do Rêgo |
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Resumo O treinamento da habilidade de atenção auditiva sustentada em atletas paraolímpicos da modalidade de atletismo pode possibilitar melhor performance durante as suas provas no que se refere a otimizar seu tempo de largada. Este estudo tem o objetivo de analisar a eficácia e o desempenho da habilidade de atenção auditiva por meio do teste de habilidade de atenção auditiva sustentada – THAAS, antes e após o treinamento auditivo em atletas paralímpicos da modalidade de atletismo. Metodologia: A pesquisa foi caracterizada como estudo de intervenção do tipo série de caso e a análise dos dados foi feita de forma qualitativa. A amostra foi composta por cinco atletas paralímpicos da modalidade de atletismo que apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). O THAAS foi aplicado antes e após 10 sessões de treinamento auditivo formal. Conclusão: O treinamento auditivo mostrou-se compatível a proposta uma vez que o resultado após o treinamento não houve erros. Havendo necessidade agora de mais estudos com outras modalidades esportivas que solidifiquem estes achados. Unitermos: Atenção auditiva. Atletas paralímpicos. Treinamento auditivo.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O processamento auditivo acontece quando o cérebro reconhece e interpreta sons em torno de uma pessoa, ou seja, é o que fazemos com que ouvimos. E pode se dizer que é um conjunto de habilidades que o indivíduo utiliza para interpretação do que ouve. Uma dessas habilidades é a habilidade de atenção auditiva que permite prestar atenção em um estímulo e inibir outro (CARVALO, 2003).
Para o desenvolvimento das habilidades auditivas, a ferramenta utilizada é o treinamento auditivo, que tem como base a plasticidade neuronal. Sendo que, o treinamento auditivo hoje só é realizado no caso de deficiência e não para melhorar essa habilidade já desenvolvida. Recentemente foi proposto um novo enfoque para treinamento auditivo não voltado para patologia, mas a estimulação, para melhorar a performance dos atletas paralímpicos, não sendo estes paralímpicos surdos, mas sim com alguma deficiência física, onde obteveram resultados satisfatórios (QUEIROZ & AMARAL, 2009).
Samulski & Noce (2002) afirmam que o desporto paralímpico tem conquistado um espaço cada vez maior no cenário nacional e mundial. Dessa forma, tem-se evidenciado a necessidade de melhoras nas condições de treinamento e também de melhor suporte para o atleta paralímpico dedicar-se às atividades esportivas.
É necessário que a habilidade de atenção auditiva esteja bastante desenvolvida permitindo a interpretação dos estímulos sonoros presente, por exemplo, no momento da largada, onde o sujeito deve manter a concentração e reação diante do estímulo. No momento da competição os atletas estão expostos a olhares desafiadores dos competidores produzindo ambiente de rivalidade e intimidação, passando por momentos de angustia e ansiedade, e ainda podem estar tomados de dor física pela fadiga muscular que freqüentemente causa fragilidade emocional. Dessa forma, com o uso do treinamento auditivo sua condição geral poderá ser beneficiada (MUSIEK, 1999; QUEIROZ & AMARAL, 2009). Estudos mostram que esportistas em situação de competição podem receber estímulos cerebrais através dos sons já que estes possibilitam uma resposta física e emocional (DE PAULA & PORTO, 2010).
Com base na significância da otimização da habilidade de atenção auditiva para a população de atletas paraolímpicos, o presente estudo tem como objetivo analisar a eficácia e o desempenho da habilidade de atenção auditiva sustentada por meio do teste de habilidade de atenção auditiva sustentada – THAAS, antes e após o treinamento auditivo em atletas paralímpicos na modalidade de atletismo.
Metodologia
População e amostra
A população pesquisada foi de atletas paralímpicos do Rio Grande do Norte, Brasil, da modalidade de atletismo. A amostra foi composta por cinco atletas do sexo masculino, com faixa etária de 18 a 36 anos, escolhidos de maneira aleatória do universo amostral, sendo selecionados os atletas que apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e curvas timpanométricas do tipo “A”, com presença de reflexos estapedianos bilateralmente após avaliação auditiva, com deficiência física não surdez, que se disponibilizassem e assegurassem sua participação após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
Critérios de exclusão: Foram excluídos da pesquisa atletas que possuíssem quaisquer anormalidades nos níveis auditivos, assim como deficiência mental que impossibilitasse a realização do teste e ainda atletas do sexo feminino.
Procedimentos e instrumentos
A coleta dos dados foi realizada inicialmente com o Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) baseado em Feniman (2007). Este teste consiste na apresentação contralateral, de uma lista de 100 palavras monossilábicas, sendo apresentada uma palavra por segundo, nas quais são incluidos 20 vezes o monossílabo (não), que deve ser identificado. Esta lista foi apresentada seis vezes sem interrupção, totalizando 600 palavras monossilábicas. A intensidade do estímulo foi de 40 dB. As respostas foram marcadas no protocolo de respostas (lista de monossílabos) com Xis “X” em frente a cada palavra do teste para qual a pessoa levanta a mão. Os dados foram analisados tendo em vista as respostas obtidas no THAAS. Em seguida foram realizadas 10 sessões de treinamento auditivo formal, com duração de 30 minutos cada. Estas se deram em cabina acústica utilizando CD player da marca Sony, com auxílio do audiômetro AC40 da marca Interacoustics, o CD apresentava as listas do estímulo alvo, que era o som da buzina de largada sendo este seguido da apresentação de outros sons não verbais, para que o atleta identificasse o som alvo. Após o treinamento auditivo foi aplicado novamente o THAAS para que se pudesse ser realizado o comparativo da mesma forma anteriormente aplicada, marcando um Xis “X” em frente a cada palavra do teste para qual, o avaliado foi instruído a levantar a mão. Este procedimento foi previamente explicado a todos os avaliados, a fim de minimizar erros de comunicação durante a realização do teste.
Resultados e discussões
Foi observado que no primeiro teste de habilidade de atenção auditiva sustentada, todos os participantes apresentaram erros de impulsividade e decréscimo de vigilância e quatro deles apresentaram erros de desatenção. Os erros de impulsividade variaram entre 3 e 14, os erros de desatenção entre 1 e 4 e o decréscimo de vigilância entre 1 e 3 erros (Tabela1).
Tabela 1. Teste de Habilidade Auditiva Sustentada em atletas paralímpicos de atletismo
Após 10 sessões de treinamento auditivo foram obtidos resultados similares quanto aos atletas pesquisados, onde todos apresentaram uma diminuição dos erros de impulsividade, desatenção e decréscimo de vigilância. Os erros de desatenção e impulsividade diminuíram para um ou nenhum erro, e o decréscimo de vigilância apresentou variações entre -1 e 1.
Tabela 2. Teste de Habilidade Auditiva Sustentada após 10 sessões de treinamento auditivo em atletas paralímpicos de atletismo
Os atletas da modalidade de atletismo são indivíduos que apresentam um nível médio-alto de ansiedade podendo ser justificado pela grande pressão física e psíquica a que estão expostos, uma vez que, a vitória ou o fracasso vai depender da rapidez dos seus movimentos e do tempo em que gasta na execução dos mesmos, segundo Santos e Pereira (1997) apud Cratty (1984). O que se torna compatível com os achados do primeiro THAAS, onde os atletas tiveram como resultado maiores erros de impulsividade do que de desatenção.
Para os atletas, os erros de impulsividades interferem diretamente no seu desempenho na modalidade, bem como, para uma melhor condução de treinamento auditivo. De acordo com Riccio, Cohen e Hynd (1996), erros de impulsividade são imprescindíveis para elaborar um diagnóstico diferencial.
No estudo realizado por Feniman (2007) com crianças, foram considerados como erros dois tipos de repostas: Erro de desatenção, quando a criança não levantou a mão em resposta à palavra-alvo “não” antes da apresentação da palavra seguinte e Erro de impulsividade, quando a criança levantou a mão para outra palavra ao invés da palavra “não” o que se assemelha com o presente estudo.
No caso da vigilância houve uma variável de decréscimo entre-1e 1 na realização do primeiro THAAS, o que se dá devido ao tempo da tarefa realizada. Para Feniman et al. (2007), ocorre durante o tempo na tarefa de vigilância, onde um significativo decréscimo pode indicar déficit de atenção. O decréscimo apresentado neste caso não é significativo, a ponto de ser considerado indicativo de déficit de atenção. O decréscimo da vigilância pode se tornar aparente quando uma tarefa ou teste tem um tempo ou requer que o indivíduo esteja alerta para receber estímulos contínuos. Assim, a pessoa começa a falhar ou perder itens, aumenta sua ansiedade e seu desempenho correto decresce. Uma tarefa de duração longa pode levar ao aumento de erros de impulsividade (FENIMAN, 2007). Alguns estudos verificaram por meio deste teste (ACPT) que os erros de desatenção foram três vezes mais freqüentes que os erros de impulsividade. Feniman (2004) em seu estudo encontrou proporção média de 3,5.
Feniman et al (2011) citam que alguns autores, estudando a atenção em crianças, verificaram que com a repetição do teste as crianças que foram melhores num primeiro momento, tornaram-se mais impulsivas e menos atentas na segunda apresentação, sendo discordante com os resultados verificados neste estudo onde os atletas apresentaram melhoras significativas após treinamento auditivo.
Podemos verificar que nos atletas estudados a média de acertos antes do Treinamento Auditivo (TA) no Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada, e que foi repetido na avaliação final (após TA), apresentaram uma diferença significante, sendo melhor após o TA.
Musieket et al. (2002); e Zalcman & Schochat (2007) concordam que as características gerais de um programa de treinamento auditivo são capaz de torná-lo eficaz e apesar de algumas diferenças, todos são unânimes em afirmar que o mesmo precisa ser intensivo, conter atividades desafiantes ao sistema auditivo e suficientemente interessante de modo a manter a motivação do paciente, evitando sua frustração.
A resposta positiva após o treinamento auditivo (TA) concorda com estudo de caso realizado por Queiroz & Amaral (2009), onde foi encontrada uma diferença significante na média de acertos de um atleta de 27 anos da modalidade de atletismo em prova de 400 m enfatizado também a média de acertos antes do TA no Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada, tendo sido repetido na avaliação final, sendo estes resultados bem positivos após TA.
Chermak & Montegomery (1992) estão em concordância com os achados, onde verificaram um desempenho médio melhor na segunda apresentação de uma lista que avaliava atenção seletiva, acreditando que esse fato estava relacionado ao efeito de aprendizagem.
A melhora após o treinamento auditivo pode também ser relacionada com a idéia defendida por outros autores, onde de acordo com Musiek e Berge (1998), a melhora das habilidades auditivas provavelmente surgiu como resposta à influência ambiental previamente determinada e modificada de maneira desejada, que levou a uma mudança neural associada. Ou seja, o treinamento auditivo (influência ambiental) estimulou as estruturas neurais relacionadas à performance da habilidade auditiva que foi treinada, favorecendo assim o resultado melhor na segunda aplicação do THAAS, o que provavelmente poderá ser evidenciada na performance dos atletas no momento da largada.
Para SAMULSKI (1995) é fundamental que o atleta conheça as características de sua modalidade e seja flexível para se ativer aos estímulos relevantes das situações mais comuns em sua modalidade. O treinamento deve desenvolver nos seus atletas um alto nível de flexibilidade da atenção, visto que no esporte de rendimento, atletas que não dispõem de uma atenção suficientemente flexível, não alcançam de uma forma geral um alto nível no rendimento esportivo, proposta esta que coincide com as possibilidades oferecidas pela realização de treinamento auditivo, como um diferencial no seu programa de treinamento neste caso, seria um treinamento auditivo em campo para a realidade dos atletas. Os resultados foram positivos, pois houve melhora na habilidade de atenção auditiva sustentada nos atletas em estudo. De acordo com Feniman (2010) o treinamento auditivo representa experiências auditivas intensivas para melhorar a habilidade auditiva.
Segundo QUEIROZ & AMARAL (2009) acreditam que a estimulação adequada no período do desenvolvimento do individuo tende a estabilizar a conectividade neural, pois a transmissão neural em muitas sinapses é fortalecida com o uso repetido. Portanto, acredita-se que o treinamento auditivo fortalece os processos e habilidades auditivas, além de facilitar as estratégias de compreensão.
Conclusões
O treinamento auditivo se mostrou eficaz, pela melhora significativa das respostas comparadas entre a primeira e segunda aplicação do THAAS, comprovando a melhora no desempenho da largada do atleta após treinamento auditivo.
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