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Análise dos testes de campo com corrida 

contínua para obtenção do VO2máx em atletas

Análisis de las pruebas de campo con carrera continua para la obtención del VO2máx en atletas

Analysis of field tests with continuous running for obtaining VO2max in athletes

 

*Graduados do Curso de Bacharel em Educação Física da Faculdade

dos Guararapes, FG. Jaboatão dos Guararapes, PE

**Professor do Curso de Educação Física da Faculdade dos Guararapes, FG

Faculdade Boa Viagem, FBV. Mestrando em Hebiatria

Treinador da Seleção Brasileira de Atletismo

(Brasil)

Renato Rodrigo da Silva Araújo*

piscinadofundo@hotmail.com

Rodrigo Lopes Feliciano Silva*

felicianojump@gmail.com

Tássia Fernandes Alves*

tassinhaalves@hotmail.com

Luiz Eduardo Gomes Moreno*

legm_eduardo16@hotmail.com

Vanthauze Marques Freire Torres**

vanthauze@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Os valores do consumo máximo de oxigênio (VO2max) é uma variável fundamental para determinar a capacidade cardiorrespiratória, pois o mesmo é citado internacionalmente como melhor parâmetro para avaliar a capacidade funcional. Objetivo: analisar em artigos publicados nas bases de dados eletrônicas os testes de campo com corrida contínua para obtenção do VO2máx em atletas. Métodos: Pesquisa em artigos indexados nas bases de dados eletrônicas da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e na revista eletrônica Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com), publicados entre os anos de 1998 a 2012 e que continham resumos. Foram utilizados como descritores: teste de campo; consumo de oxigênio; avaliação indireta. Resultados: Foram encontrados 64 artigos, destes foram selecionados 5 artigos que possuíam os critérios de inclusão. Os artigos discutiam a melhora da resistência geral, a estimativa do VO2max e a importância do aquecimento prévio na melhoria dos resultados. Conclusão: Os testes de campo com corrida contínua utilizados neste estudo demonstraram ser validos para estimar VO2máx nas modalidades esportivas.

          Unitermos: Teste de campo; Consumo de oxigênio; Avaliação indireta.

 

Resumen

          Los valores del consumo máximo de oxígeno (VO2máx) son una variable clave en la determinación de la aptitud cardiorrespiratoria, porque ha sido citado internacionalmente como el mejor parámetro para evaluar la capacidad funcional. Objetivo: Analizar los artículos publicados en bases de datos electrónicas de las pruebas de campo con carrera continua para la obtención de VO2máx en deportistas. Métodos: Artículos de investigación indexados en bases de datos electrónicas de América Latina y del Caribe en Ciencias de la Salud (Lilacs) y la revista electrónica Lecturas: Física Educación y Deportes (EFDeportes.com), publicados entre los años 1998 a 2012 y que contienen resúmenes. Se utilizaron como descriptores: prueba de campo, consumo de oxígeno, evaluación indirecta. Resultados: Se encontraron 64 artículos; 5 de estos artículos han sido seleccionados porque cumplieron los criterios de inclusión. Los artículos plantean la mejora de la resistencia global, la estimación del VO2máx y la importancia de calentamiento previo en la mejora de los resultados. Conclusión: Las pruebas de campo con carrera continua utilizados en este estudio demostraron ser válidas para la estimación del VO2máx en esos deportes.

          Palabras clave: Pruebas de campo. Consumo de oxígeno. Evaluación indirecta.

 

Abstract

          The values ​​of maximum oxygen consumption (VO2max) are a key variable in determining the cardiorrespiratory fitness, because it is cited internationally as the best parameter to assess functional capacity. Objective: To examine articles published in electronic databases field tests with continuous running for obtaining VO2max in athletes. Methods: Research articles indexed in electronic databases of Latin American and Caribbean Health Sciences (Lilacs) and the electronic journal Lecturas: Educacion Fisica y Deportes (EFDeportes.com), published between the years 1998 to 2012 and containing summaries. Were used as descriptors: field test, oxygen consumption; indirect evaluation. Results: We found 64 articles, 5 of these articles were selected that had the inclusion criteria. The articles discussed the improvement of overall strength, the estimation of VO2max and the importance of preheating on improving results. Conclusion: The field tests with continuous running used in this study proved to be valid for estimating VO2max in those sports.

          Keywords: Field testing. Oxygen consumption. Indirect evaluation.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A freqüência cardíaca é uma das variáveis mais importantes no teste ergométrico, relevância reconhecida na literatura há quase quarenta anos. Ao se iniciar uma ergometria, almeja-se alcançar pelo menos a frequência cardíaca máxima prevista1, 2. De acordo com as literaturas, os métodos direto e indireto são os únicos existentes que preconiza avaliar a capacidade aeróbica máxima. Os testes diretos realizados em ambiente laboratorial (espiro ergométrico) aferem o VO2máx, exigindo um esforço com cargas crescentes e analisando as frações expiradas de oxigênio e dióxido de carbono durante o esforço e ventilação pulmonar, obtendo um resultado mais fidedigno. O examinador corre ou pedala em cargas de trabalho cada vez maiores até a exaustão3.

    Em relação aos métodos indiretos do VO2máx, são utilizados os chamados testes de campo, onde os cálculos dessa variável são feito através de equações baseadas em tempos ou distancias preestabelecidas. É considerado um método eficiente, pois através do mesmo pode ser avaliadas varias pessoas ao mesmo tempo e o custo é baixo e as condições do teste, em alguns casos, são mais próximas da situação e especificidade da prática. No entanto, sua eficácia muitas vezes é questionada, tendo em vista que muitas dessas equações são específicas para grupos predeterminados (por ex.: homens brancos sedentários, mulheres negras atletas, etc.)4.

    A importância da mensuração do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) é justificada por sua aceitação internacional como o melhor parâmetro fisiológico para avaliar capacidade funcional do sistema cardiorrespiratório tanto em atletas como em não atletas. Dessa forma o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) é um importante parâ­metro preditor do desempenho aeróbio, utilizado no controle e pres­crição do treinamento; é um índice muito utilizado para determinar e classificar a capacidade funcional cardiorrespiratória, em especial para atletas que realizam esforços de média e longa duração e dependem prioritariamente da via metabólica oxidativa5,6.

    A escassez de estudos no que diz respeito à predição do VO2máx faz com que programas de exercícios e de preparação física sejam elaborados com grandes erros, podendo vir a prejudicar em muitos casos, quem os seguem, na esperança da melhora da forma física, estão se preparando em cima de parâmetros errados, causando resultados pouco satisfatórios7.

    Este estudo tem como objetivo analisar em artigos publicados nas bases de dados eletrônicas os testes de campo com corrida contínua para obtenção do Vo2máx em atletas.

Métodos

    Este é um estudo de revisão integrativa que é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado7. Portanto foi desenvolvida com produção cientifica indexada nas seguintes bases eletrônicas de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (BIREME/LILACS) e na revista eletrônica Lecturas Educación Física y Deportes (EFDESPORTES). Foram utilizadas as combinações dos descritores em “teste de campo”, “consumo de oxigênio” e “avaliação indireta.” Como forma de delimitar os estudos foram selecionados artigos em língua portuguesa, contendo resumo e publicados no período 1998 a 2012, tendo como período de levantamento desta pesquisa o mês de agosto até novembro de 2012. Além disso, para atender os critérios de inclusão os artigos deveriam preencher as seguintes variáveis: a) Vo2máx b) testes de campo. Foram utilizados como critérios de exclusão, artigos sem resumo e publicados em língua diferente do português, bem como aqueles que não se enquadravam na temática do assunto. Nos 64 (sessenta e quatro) artigos encontrados foram analisados os títulos e resumos e aqueles que atenderam os critérios de inclusão foram na integra e incluídos ao estudo.

Resultados

    Na busca realizada nas bases de dados referidas, foram encontrados 64 (sessenta e quatro) artigos, sendo que 59 (cinquenta e nove) artigos não se enquadravam na temática do assunto e foram excluídos, o que representavam 92% dos artigos encontrados. Resultando na analise 5 (cinco) artigos9-13 que representa 8% deste total. O maior índice de publicações foi encontrado na da base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde BIREME/LILACS com 3 (três) publicações9,10,13 e a revista eletrônica Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com) com 2 (duas) publicações11,12.

Tabela 1. Distribuição das publicações segundo o autor, ano, base de dados, teste e formula

Discussão

    Dos trabalhos pesquisados há uma concordância de idéias dos autores 9-13, no que diz respeito à predição do VO2máx como melhor parâmetro fisiológico para avaliar a capacidade cardiorespiratoria5,6.

    É importante ressaltar que em estudo realizado por Altini et. al. (2006)9, com o objetivo de verificar a influência do treinamento nas variáveis neuromotoras e orgânicas em 9 atletas do voleibol do sexo feminino na faixa etária de 14 e 15 anos em diferentes momentos do programa. Foi realizado o teste alcance de ataque e bloqueio e o teste de 1.000 metros, com o objetivo de avaliar o programa de treino sugerido, logo foi possível concluir ao final deste estudo que na etapa geral do período preparatório houve aumento nos índices de força de membros inferiores e da resistência geral9.

    Diante do estudo realizado por Cureton et al. (1995)10 citado por Almeida (2010)10, com o objetivo de analisar a validade da equação em estimar o VO2máx de brasileiros jovens a partir de um teste de 1.600, em 30 homens fisicamente ativos, concluiu-se que a equação de Cureton, et al. (1995)10, elaborada a partir de resultados de amostra norte-americana, subestimou o VO2máx de brasileiros jovens e fisicamente ativos. Por outro lado, a equação proposta no presente estudo se mostrou válida para estimar o VO2máx através do teste de desempenho de 1.600 metros para a população estudada10.

    Segundo estudo realizado por Santos et al. (2010)11, com objetivo de investigar a aptidão cardiocirculatória em indivíduos de 20 a 30 anos praticantes de atividade física em academia em pelo menos seis meses. Para medir o VO2 máx. foi utilizado o teste de 2.400 metros e o teste espirométrico de circuito aberto pelo protocolo de Bruce, e foi revelado pelos autores, que os praticantes de atividade física que aquecem, obtém melhores resultados aos que não aquecem previamente aos treinos11.

    Já em pesquisa descrita por Franco et. al. (2010)12, no qual foi investigado o consumo máximo de oxigênio em atletas de futsal e funcionários de coleta de lixo urbano na faixa etária e 22 a 32 no município de São Borja, Rio Grande do Sul. Para mensurar o VO2máx, utilizou-se da medida indireta por meio do teste de Cooper de 12 minutos e através do mesmo verificou-se que todos os indivíduos pesquisados, atletas e não atletas, no entanto fisicamente ativos revelam excelentes níveis de resistência aeróbia conseguinte fato de proteção contra doenças cardiorespiratórias12.

    Segundo Marin et.al. (2004)13, como objetivo de comparar as respostas da FCM obtida em provas de campo, junto a uma prova de perfil anaeróbico em um grupo de 34 sujeitos (25 homens e 9 mulheres), em uma faixa etária entre 20 e 29 anos e ativos a pelo menos 5 meses, utilizou-se quatro provas de corrida e uma pista de atletismo de 400 metros. Uma das provas foi de perfil anaeróbico (T – C 600 metros = teste de corrida de 600 metros); e as outras três como características aeróbicas, para se determinar o Vo2máx (TC – C 12min = teste de Cooper de 12 minutos; TC – C 2400 metros = teste de Cooper de 2400 metros; TC – C3200metros = teste de corrida de 3200 metros). Concluiu que os teste de campo aplicados neste estudo para estimativa da FCM e Vo2máx são possíveis tomar como referencia, assim como uma prova de perfil anaeróbico, com a de 600 metros com máxima velocidade13.

    Em suma, universalmente o Vo2máx e o melhor parâmetro para avaliar a capacidade do sistema cardiorrespiratório tanto de atletas quanto em participantes de modalidades esportivas. Sendo assim, verificasse que os testes analisados têm uma melhor aplicabilidade na modalidade esportiva atletismo ou em esportes que a corrida continua e um alto VO2máx são necessários para um melhor desempenho. Destacasse que os referidos testes de campo não são específicos, nem presos diretamente a uma modalidade esportiva, sendo mais utilizados em esportes de corrida continua com media e longa duração.

Conclusão

    Pode-se concluir que os testes de campo com corrida contínua utilizados neste estudo para a predição do vo2máx em atletas demonstraram ser válidos para estimar a capacidade aeróbica. Desta forma verificasse que a simplicidade dos testes, permitem serem aplicados em pessoas com diferentes condições cardiorrespiratórias, levando-as a conhecer o seu corpo em situações de esforço e suas limitações fisiológicas. Adicionalmente torna-se interessante a instrumentalização deste material para os profissionais de educação física que se identificam com a área, de modo a colaborar com os programas de treinamento.

Referências

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  10. ALMEIDA, JEESER ALVES. Validade de equações de predição em estimar o VO2máx de brasileiros jovens a partir do desempenho em corrida de 1.600m. Rev Bras Med Esporte, Fev 2010, vol.16, no.1, p.57-60. ISSN 1517-8692.

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  13. MARIN JCB, FERNANDES MD. Comparação da frequência cardíaca máxima por meios de provas com perfil aeróbico e anaeróbico. Fitness & Performance Journal, v.3, n.3, p. 166-174, 2004.

  14. WHITTEMORE R, KNAFL K. The integrative review: update methodology. J Adv Nurs. 2005; 52(5):546-53.

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