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Sistemas de defesa e ataque no handebol

Defense systems and attack in handball

Sistemas de defensa y de ataque en balonmano

 

Profissional de Educação Física e pesquisador, membro da equipe da USP

do Núcleo de Estudos, Ensino e Pesquisa do Programa

de Assistência Primária de Saúde Escolar, PROASE

Prof. Dr. José Eduardo Costa de Oliveira

prof.zedu@usp.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O desporto que durante o seu processo de criação sofrera várias influências de culturas e regiões do mundo, derivado do Torball do Alemão Max Heiser, que durante a Primeira Guerra Mundial foi aperfeiçoado por Karl Schelenz, que alterou suas regras e seu nome, definitivamente, para “Handball”, caracteriza-se pela coletividade, pela oposição e a cooperação (VIEIRA e FREITAS, 2007). Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar o Handebol, o presente texto propõe fazê-lo a partir de uma perspectiva tática que envolva os principais sistemas de defesa e ataque na modalidade. Por fim, numa perspectiva de uma análise conclusiva, está nas marcações por zona esta a chave para se marcar no Handebol, por configurar-se como o posicionamento defensivo que menos vulnerabiliza a defesa, impedindo os arremessos e as infiltrações dos atacantes, e, dependendo do tipo adotado dificulta-se a troca de passes dos adversários. Já na marcação individual, o sistema concentra-se nos processos afetos a anulação individual de cada adversário, atuando-se, defensivamente, de acordo com cada particularidade dos atacantes, respeitando cada potencialidade e/ou deficiência no momento de eleger os marcadores e marcados, mas, configurando-se num posicionamento mais vulnerável, por expor lacunas que podem favorecer a movimentação e a troca de passes ofensivos. Os sistemas ofensivos, por sua vez, perfazem todos os processos que visam o desequilíbrio defensivo, na intencionalidade de encontrar um espaço/situação que propicie que a equipe realize uma tentativa de gol, dentro da maior assertividade possível, sendo que o ataque é dividido em contra-ataque, ataque sustentado e equilíbrio defensivo; onde os sistemas se dão através da utilização de movimentos predefinidos, resultando na organização ofensiva da equipe, e, por fim, determinando o seu produto final: as finalizações.

          Unitermos: Handebol. Ataque. Defesa. Sistemas.

 

Resumen

          El deporte que durante su proceso de creación sufrió varias influencias de las culturas y regiones del mundo, derivado del Torball del alemán Max Heiser que durante la Primera Guerra Mundial fue perfeccionada por Karl Schelenz, que cambió sus reglas y su nombre definitivamente a "Handball", caracterizado por la agrupación, la oposición y la cooperación (VIEIRA y FREITAS, 2007). Así, partiendo de la intención de debatir y analizar el balonmano, este texto se propone hacer esto desde una perspectiva táctica relacionada con los sistemas más importantes de la defensa y la forma de ataque. Por último, desde la perspectiva de un análisis concluyente, es en la marca en zona la clave para anotar en Balonmano, estableciéndose como posición defensiva que menos hace vulnerable a la defensa, impidiendo los remates y las infiltraciones de los atacantes, y, en función de la forma que se adopta, se dificulta los pases entre los oponentes. En cuanto a la marcación individual, el sistema se centra en el proceso de anulación de cada oponente individual, actuando a la defensiva, de acuerdo con cada característica de los atacantes, respetando cada capacidad y/o deficiencia en el momento de elegir a los marcadores y marcados y también mediante la creación de una posición más vulnerable, por exponer los espacios libres que pueden favorecer la circulación y el intercambio de pases ofensivos. Los sistemas ofensivos, a su vez, cuentan para todos los procesos buscan desequilibrar a la defensa, con la intención de encontrar un lugar/situación que permita al equipo realizar un intento de gol, dentro de la mayor eficacia posible, siendo que el ataque se divide en contraataque, ataque sostenido y el equilibrio defensivo, donde los sistemas se dan mediante el uso de movimientos preestablecidos, lo que resulta en la organización del equipo a la ofensiva, y por último, la determinación de su producto final: las acciones finales.

          Palabras clave: Balonmano. Ataque. Defensa. Sistemas.

 

Abstract

          The sport that during its creation process suffered several influences of cultures and regions of the world, derived from the German Max Heiser torball that during the First World War was perfected by Karl Schelenz, which changed their rules and his name definitely to "Handball", characterized by society, the opposition and cooperation (VIEIRA and FREITAS, 2007). Thus, based on the intent to discuss and analyze the Handball, this text proposes to do this from a tactical perspective involving major systems in defense and attack mode. Finally, from the perspective of a conclusive analysis, is in this area by marking the key to scoring in Handball, by setting up as defensive positioning that less vulnerabiliza defense, blocking shots and the infiltration of the attackers, and, depending adopted the difficult type to exchange passes from opponents. In the individual marking, the system focuses on the annulment process affects each individual opponent, acting up, defensively, according to every particular of the attackers, respecting each capability and / or disability at the time of electing the markers and marked but by setting up a more vulnerable position, for exposing gaps that may favor the movement and exchange of passes offensive. The offensive systems, in turn, account for all processes that target the defensive imbalance, intent on finding a place / situation that fosters the team perform a goal attempt, within the greater assertiveness possible, and the attack is divided into counterattack, sustained attack and defensive balance, where the systems are given by using preset movements, resulting in the organization of the offensive team, and finally, determining your final product: the submissions.

          Keywords: Handball. Attack. Defense. Systems.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O desporto que durante o seu processo de criação sofrera várias influências de culturas e regiões do mundo, derivado do torball do Alemão Max Heiser, que durante a Primeira Guerra Mundial foi aperfeiçoado por Karl Schelenz, que alterou suas regras e seu nome, definitivamente, para “Handball”, caracteriza-se pela coletividade, pela oposição e a cooperação (VIEIRA e FREITAS, 2007).

    Composto por habilidades específicas quer sejam contínuas ou intermitentes, onde companheiros de equipe, adversários, limites de tempo e espaço determinam uma imprevisibilidade, tornando-o um dos esportes mais dinâmicos e variados do mundo.

    Nesse cenário, o Handebol vem se desenvolvendo ao longo do tempo, tornando-se um jogo de táticas complexas, minuciosas que vislumbram a maximização dos resultados defensivos e ofensivos.

    Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar o Handebol, o presente texto propõe fazê-lo a partir de uma perspectiva tática que envolva os principais sistemas de defesa e ataque na modalidade.

Fundamentos táticos no handebol

    Para tanto, inicia-se pelo próprio conceito balizador desses sistemas, o conceito de – tática – que deriva do grego - taktiké - significando a arte de manobrar (tropas), sendo qualquer elemento componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir a meta desejada num determinado empreendimento. Sendo a tática, uma capacidade sensocognitiva que se basiea em processos psicofisiológicos, ou seja: a capacidade de capatção e tranmissão de informações advindas do meio (o jogo de Handebol), a sua interpretação e a eleboração de respostas, tendo como base os conhecimentos pré-adquiridos, objetivando a melhor solução para um determinado problema (SIMÕES, 2002).

    A tática aplicada ao handebol é alusiva à utilização de recursos para definir situações dentro de uma equipe, englobando os sistemas de jogo, quer sejam defensivos ou ofensivos, situações coletivas ou individuais, podendo ser resumida no “o que fazer” para resolver uma determinada situação-problema durante uma partida ou competição.

    Subdividida em tática individual e coletiva, onde esta primeira é a capacidade que um atleta tem para executar os fundamentos do jogo, de acordo com situações momentâneas, tais como a sua posição na quadra, as atitudes do adversário, as exigências da equipe técnica, o contexto do jogo e etc., e, englobando três momentos distintos:

    Num primeiro, onde o jogador observa o que ocorre na quadra levando em conta o posicionamento e as características de jogo de seus companheiros e adversários. Segundo, é feita a escolha da resposta a ser dada em função do que foi identificado no meio. E, por fim, o gesto técnico é executado. Este processo todo é conceitualmente denominado de - tomada de decisão - e constitui o elemento central da tática.

    Já a tática coletiva se apoia na tática individual e reúne pequenos núcleos de jogadores, ou até a equipe toda, envolvendo circunstâncias mais complexas e que dependem de um sincronismo de ações, que após serem predefinidas configuram as diferentes estratégias desportivas, que por sua vez buscam a visão do "macro", do conjunto, de forma sistêmica, relativamente ao jogo, pois a tática ocupa-se da visão "micro", no sentido particular em relação ao todo, e quando aplicada ao Handebol, constitui-se do plano teórico de organização da equipe a curto, médio ou em longo prazo (ALMEIDA e DECHECHI, 2012).

    Portanto, o que diferencia a tática coletiva da individual é o aumento de elementos alternativos e execuções possíveis, bem como a globalidade da cooperação e oposição, não bastando que cada componente de uma equipe atue sozinho. Os companheiros devem perceber, coletivamente, a situação e julgar com a maior sintonia possível a ação mais conveniente a ser executada.

    Estas mesmas estratégias são definidas por fatores como o tipo e a duração de uma temporada; o material humano disponível; os adversários; situações momentâneas de uma competição/jogo; a classificação da equipe na tabela, ou seja: a estratégia é responsável pelas adequações necessárias para se alterar o planejamento da equipe, onde outros três aspectos também são fundamentais:

    Primeiro, a estratégia a ser formulada a partir de um objetivo principal e outros específicos; segundo, deve se constituir no planejamento prévio da atuação a curto, médio e longo prazo; e, por fim, em sua formulação, todos os aspectos que interferem na atuação da equipe são contemplados. Assim, a estratégia consiste no “saber o que fazer” (ALMEIDA e DECHECHI, 2012).

    No que tange aos sistemas de jogo, em razão do Handebol ter se desenvolvido exponencialmente, estudiosos e técnicos desenvolveram métodos que pudessem maximizar os resultados, quer fossem alusivos aos processos defensivos ou ofensivos.

Táticas defensivas

    Dentre esses, citam-se uma variedade de estratégias defensivas que enfatizam a redução da diferença no placar ou romper com sistemas ofensivos; sendo as táticas defensivas os principais fatores do estilo de jogo de uma equipe.

    No processo de formulação dessas estratégias existem os processos de organização dos jogadores na defesa, onde os espaços que devem ser ocupados em quadra estão divididos em função de algumas linhas e zonas defensivas.

    As linhas defensivas referem-se à divisão da quadra em sua profundidade, tomando como base as áreas dos 9 metros e dos 6 metros, configurado a primeira e a segunda linha defensiva, respectivamente.

    Em relação às zonas defensivas, elas também constituem divisões da quadra, mas, em sua largura, a partir do referencial das linhas laterais, configurando quatro posições básicas.

    Na posição 1, encontram-se os defensores direito e esquerdo 1, formada pelos jogadores que se posicionam o mais próximos da intersecção das linhas laterais com a linha de fundo.

    O defensor 2, direito e esquerdo, que são direcionados a marcação dos armadores direito e esquerdo, respectivamente, tendo que, via de regra avançarem para atuar até a segunda linha defensiva.

    O defensor 3, direito e esquerdo são direcionados a região mais central da defesa, também denominada de base, onde devem marcar o armador central e o pivô.

    E, por fim, o goleiro, que constitui o estágio final de um sistema defensivo, devendo compreender numa função – não só – de guardar a meta, mas também de jogar em conjunto com a defesa, auxiliando no posicionamento defensivo da equipe e executando passes para a viabilização dos contra-ataques.

    Derivado dessas situações, no Handebol são usados difrentes principios taticos defensivos, que se constituiem de ações utilizadas para impedir ou dificultar o êxito dos atacantes.

    O ato de defender envolve alguns principios fundamentais, como primeiro marcar antecipando-se aos gestos técnicos dos adversários; cumprir com sua missão específica na marcação; ajudar na marcação de outros jogadores e deslocar-se em função da movimentação dos adversáios e da bola, sendo que a defesa inicia-se tão logo a equipe ofensora peder a posse de bola, o que resulta na transição defensiva, atrav´ss da retomada da quadra defensiva, logo após o final de um ataque.

    Esta mesma transição pode ser subdividida em defesa temporária, que se constitui no prolongamento da transição defensiva, onde o defensor deve retronar à sua quadra em linha reta e o mais rápido possível, a fim de não predispor vulnerabilidade a sua equipe.

    Noutra fase, a da organização, consiste no período em que os jogadores ocupam suas posições específicas defensivas.

    E, a defesa em sistema, que se dá após a orgnização, resultando na realização das ações táticas e posicionamentos especificos, na intencao de impedir ou dificultar as movimentação e as finalizações (SIMÕES, 2002).

    É nesse mesmo sentido que existem dois tipos básicos de defesa. Um que se baseia na marcação por zona, onde o jogador responsabiliza-se por uma determinada área (zona) da quadra, sendo a mais usual no Handebol, e acontece no entorno das áreas dos seis e/ou dos nove metros; e outro que se fundamenta na marcação - específica - de um determinado jogador, denominada de marcação individual.

    Assim, citam-se uma variedade de possibilidades de marcações em zona, e exemplo da 6x0, sendo a mais utilizada, tendo por objetivo diminuir os espacos de infiltrações e dificultar as movimentações do pivô e reduzir as possibildades de arremessos das pontas (SIMÕES, 2002). No entanto, e vulnerável aos arremessos da segunda linha defensiva.

    No 6x0, os seis jogadores são distribuídos em torno da linha dos seis metros, sendo que cada defensor é responsável por uma determinada área na zona de defesa.

    Outro Sistema, o 5x1, onde cinco jogadores se posicionam na linha dos 6 metros e um jogador (bico ou pivô) se posiciona mais à frente que os outros. Nele, o objetivo e dificultar a troca de passes entre os armadores ou trorna-la mais lenta, facilitando a organização da defesa. No entanto, deixa a primeira linha defensiva mais vulnerável, contribuindo para as infiltrações e os deslocamentos do pivô.

    Uma variação do 5x1 e a formação com cinco jogadores na primeira linha, em zona, e um fazendo marcação individual de algum jogador adversário com habildades especiais, com grandes possibildades em desequilibrar uma partida e que necessita de uma atenção defensiva especial, portanto. Assim, exemplificando outras possibildades defensivas, que são as defesas mistas, que se utilizam da combinacao da defesa em zona com a individual. Neste sistema, é fundamental a distribuição de responsabilidades entre os companheiros de equipe, para que seja garantida a eficiência defensiva.

    Ja no sistema defensivo 4x2, o mesmo é utilizado contra equipes com dois especialistas de arremessos de meia-distância, cujos jogadores de seis metros são de pouca técnica. Assim, quatro jogadores ocupam a zona dos seis metros e dois colocam-se na zona dos nove metros.

    Um ponto positivo e a dificuldade, ainda maior, de se trocar passes com velocidade pelo ataque, em razão da presenca desses defensores avancados, mas, o que deixa a primeira linha defensiva mais vulnerável às infiltracoes e aos deslocamentos dos pivôs. Também existe a possibilidade de se mesclar com os quatro na linha dos 6m em zona, e outros dois marcando individualmente dois ofensores especiais.

    Noutro sistema, o 3x3, atua-se com três jogadores em cada linha defensiva, visando dificultar a troca de passes em lateralidade e os arremessos da segunda linha defensiva. No entanto, ficam prejudicadas as coberturas e em caso de falhas individuais, porporciona uma grande vulnerabilidade à primeira linha defensiva e as infiltrações pelas pontas.

    O sistema defensivo 3x2x1, baseia-se em três linhas defensivas, onde o defensor lateral direito, esquerdo e o central formam a primeira, junto à área dos seis metros, o defensor lateral direito e esquerdo formam a segunda, que se situa a cerca de dois passos à frente e o defensor avançado forma a terceira linha defensiva, nos nove metros.

    No caso da Marcação Individual, apesar de menos usual no Handebol, ela se fundamenta na marcação - específica - de um determinado jogador, sendo comum a sua utilização em situações extremas do jogo, a exemplo dos minutos finais, quando se perde por uma pequena diferença, na tentiva de se recuperar a bola. Este procedimento defensivo é dificultado pelas dimensões da quadra e na maioiria das vezes pelo cansaço decorrente do tempo de jogo, mas não deixa de ser útil, sendo de fundamental importância equivaler habilidades técnicas, funções táticas e competências físicas no momento de eleger marcadores e marcados.

Táticas ofensivas

    Já em relação aos elementos táticos ofensivos, esses são delimitados na tentativa de se maximizar o objetivo principal do jogo: fazer gols no adversário. Portanto, o ataque é algo que deve ser programado, pensado, delimitado, sistematizado, para que se tenha a maior possibilidade em alcançar êxitos (ALMEIDA e DECHECHI, 2012).

    O ataque inicia-se a partir do momento que uma equipe recupera a bola após o erro do adversário ou sofre um gol. A partir desse momento, o ataque passa a ser composto de algumas fases, entre elas: o contra-ataque, que no Handebol tem um sentido de uma resposta – imediata – contra o ataque do adversário, com outro ataque, sem possibilidades de uma organização defensiva prévia, sendo formado por três fases:

    A transição ofensiva, configurada a partir do momento em que se recupera a bola e inicia-se o processo de transição da quadra de defesa para a de ataque, podendo se dar através do contra-ataque direto ou do sustentado.

    O contra-ataque direto se dá aproveitando de qualquer situação do jogo, balizado pelo oportunismo momentâneo, fruto da recuperação da bola e na intenção de atacar o adversário em superioridade numérica. O contra-ataque sustentado se dá quando um defensor consegue evitar um gol, em função dos resultados de uma boa organização defensiva e inicia o ataque a partir de movimentos táticos pré-definidos.

    Para tanto, o jogadores engajados no contra-ataque podem se utilizar de alguns - meios táticos - individuais ou coletivos, para maximizar as chances de gols.

    Individualmente, esses processos se dão através das infiltrações, que são as passagens dos jogadores ofensivos por algum espaço mal ocupado pelos defensores, e que lhe dá chances de finalizações, e que podem ser exemplificadas na infiltração do tipo par, que se dá quando há uma aproximação em direção ao defensor direto do atacante com a posse de bola; a infiltração do tipo impar, quando a aproximação se dá na direção do defensor indireto; e a do tipo par-impar, quando se da à aproximação do atacante na direção, tanto do defensor direto como do indireto.

    Outra possibilidade é a fixação, que se dá quando há aproximação do atacante da linha de 6m, em posse da bola, visando que o defensor mantenha-se fixo em sua posição ou atraindo-o para a trajetória do atacante, abandonando sua posição na linha de defesa (ALMEIDA e DECHECHI, 2012).

    Já coletivamente, alguns meios táticos também podem ser utilizados, a exemplo do – engajamento – que se dá através de aproximações simultâneas da linha de 6m, até que um dos atacantes esteja em condições de finalização; do – cruzamento – que consiste na troca de posição entre os atacantes, onde o jogador progride em direção a zona do companheiro de equipe, e onde este último ocupa o mesmo espaço deixado pelo companheiro.

    Outra possibilidade é a utilização da cortina, que se dá quando um atacante, em posse da bola, invade a posição de um companheiro na intenção de atrair a atenção do defensor, para que o mesmo companheiro, sem bola, desloque-se em condições de recebê-la sem marcação.

    O "passa e vai", que consiste no simples ato de passar a bola para um companheiro, atraindo a atenção defensiva e deslocar-se em direção ao gol para receber o passe, sem marcação e em condições de finalização (SIMÕES, 2002).

    No entanto, nem todas as formas de contra-ataque resultam em possibilidades de finalizações, surgindo à possibilidade de uma segunda fase do ataque, a fase ofensiva propriamente dita, através do ataque organizado.

    Esta se configura a partir do momento em que os jogadores ocupam suas respectivas posições táticas em quadra, devendo-se movimentar a bola e estudar as melhores possibilidades de exploração ofensiva, a parir de algum sistema tático pré-definido.

    Essa mesma organização do ataque ou a posição que os jogadores ocupam também é decidida em função das linhas e zonas ofensivas da quadra de jogo (SIMÕES, 2002).

    Para tanto, agora na quadra de ataque, toma-se por base a linha de 9m, de onde se formam duas linhas e cinco zonas distintas, a partir de uma divisão em profundidade do campo ofensivo. A primeira linha de ataque é formada pela linha central e pela linha de 9m, sendo usualmente ocupada pelos jogadores de armação. A segunda é formada a partir desta primeira, até a linha da área de 6m, e usualmente ocupada pelos jogadores de finalização (VIEIRA e FREITAS, 2007).

    Já em relação às zonas de ataque, parte-se de uma divisão da quadra a partir de sua largura, formando-se “canais” de ataques que desembocam a frente da área de gol.

    Adenda-se que na posição mais frontal esta a zona do armador central, que tem por base jogar e transitar pela segunda linha ofensiva, a fim de fazer infiltrações e finalizações ou prover uma assistência para outro jogador finalizador.

    Além deste, existem os outros dois armadores que jogam ao seu lado, o amador direito e o esquerdo. Ambos possuem características que se aproximam do central, mas também são os responsáveis pelos arremessos de longa distância – a mais de 9m – do gol. Formando-se assim, outras duas zonas de ataque: a segunda, que pode ser a do armador direito e a terceira, a do armador esquerdo.

    Analogamente, no Handebol, os jogadores costumam atuar pelas laterais contrárias aos seus lados mais coordenados, ou seja: jogadores destros atuam pela lateral esquerda e os sinistros pela direita, em função de uma maior facilidade de ângulo de arremesso e de proteção da bola.

    A quarta e quinta zonas são formadas pelos jogadores denominados de pontas, que também atuam pela direita e esquerda da quadra.

    Já os pivôs geralmente jogam na segunda linha ofensiva, bem próximos a área de gol, e, geralmente de costas para ele, atuando através de giros/saltos que possibilitam seus arremessos, sendo muito utilizados para as finalizações de ataque e para atrair/destrair a defesa adversária, a fim de liberar a atenção dos marcadores, permitindo que outros também finalizem.

    Nesse mesmo sentido, alguns meios táticos ofensivos de equipe também podem ser utilizados, entre eles, o ataque posicional, caracterizado pela ocupação espacial do campo ofensivo por cada jogador, com funções específicas. O ataque em circulação, caracterizado pela troca constante de posição entre os jogadores; e o ataque combinado, caracterizado pela combinação do ataque posicional com o ataque em circulação, onde os jogadores hora trocam suas posições, hora mantêm-se fixos em seus lugares, na intenção de confundir a defesa adversária (ALMEIDA e DECHECHI, 2012).

    Dentro desse contexto tático de equipe também é possível à utilização de alguns sistemas ofensivos. Entre eles, o denominado de 6x0, onde o melhor posicionamento para o ataque é o representado atraves de seis jogadores que formam uma linha de passe, em frente à linha de defesa. Neste, deve haver um grande entrosamento entre os pontas e os armadores, pois as melhores oportunidades de gols podem surgir de jogadas realizadas por estes, e, tendo que se preocupar com os dois, a defesa fica vulnerável pelo meio.

    No sistema 5x1, cinco jogadores ocupam a zona dos 9s metros e um é destacado a colocar-se na linha dos 6 m para cumprir ações específicas, a exemplo de receber a bola, girar e finalizar: atuando como um pivo, portanto.

    O sistema 3x3 tem por base a maioria das ações ofensivas, onde três jogadores posicionam na primeira linha defensiva e os outros três na segunda.

    O Sistema 2x4 consiste quando quatro jogadores posicionam-se na primeira linha ofensiva e os outros dois na segunda e configura-se numa variação do 3x3, aumentando-se o número de finalizadores e jogando-se com dois pivôs, geralmente (SIMÕES, 2002).

Considerações finas

    Por fim, numa perspectiva de uma análise conclusiva, o Handebol evoluiu taticamente e exponencialmente nos últimos anos, e, por consequência, variáveis táticas, defensivas e ofensivas, coletivas e individuais surgiram para garantir os resultados, derivando diferentes abordagens, a exemplo das que aqui foram citadas e discutidas.

    Nas marcações por zona esta a chave para se marcar no Handebol, por configurar-se como o posicionamento defensivo que menos vulnerabiliza a defesa, impedindo os arremessos e as infiltrações dos atacantes, e, dependendo do tipo adotado dificulta-se a troca de passes dos adversários.

    Já na marcação individual, o sistema concentra-se nos processos afetos a anulação individual de cada adversário, atuando-se, defensivamente, de acordo com cada particularidade dos atacantes, respeitando cada potencialidade e/ou deficiência no momento de eleger os marcadores e marcados, mas, configurando-se num posicionamento mais vulnerável, por expor lacunas que podem favorecer a movimentação e a troca de passes ofensivos.

    Os sistemas ofensivos, por sua vez, perfazem todos os processos que visam o desequilíbrio defensivo, na intencionalidade de encontrar um espaço/situação que propicie que a equipe realize uma tentativa de gol, dentro da maior assertividade possível, sendo que o ataque é dividido em contra-ataque, ataque sustentado e equilíbrio defensivo; onde os sistemas se dão através da utilização de movimentos predefinidos, resultando na organização ofensiva da equipe, e, por fim, determinando o seu produto final: as finalizações.

    Portanto, foi toda essa evolução tática da modalidade que propiciou tamanha mudança nos processos de desenvolvimento e aperfeiçoamento do desporto, levando-o a ser um dos mais praticados no Brasil e no mundo, tanto na esfera educacional, de participação, como do desporto de rendimento.

Referências bibliográficas

  • ALMEIDA, A. G. DECHECHI, C. J. Handebol: conceitos e aplicações. Barueri, SP: Manole, 2012.

  • SIMÕES, A. C. Handebol defensivo: conceitos técnicos e táticos, São Paulo, Editora Phorte, 2002.

  • VIEIRA, S; FREITAS, A. O que é handebol. Rio de Janeiro, Casa da Palavra, COB, 2007.

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