Perfil antropométrico e aeróbio das equipes universitárias de futsal e voleibol feminino Características antropométricas y aeróbicas de los equipos universitarios de futsal y voleibol femeninos |
|||
*Acadêmica Bacharelado - ULBRA, Canoas RS **Professor ULBRA, Canoas RS Educação Física – LAFIMED (Brasil) |
Clarissa de Borba Guimarães* Ludimila Jung Andrade* Luiz Antonio Crescente** Osvaldo Donizete Siqueira** |
|
|
Resumo A avaliação física é um dos fatores importantes no esporte para se alcançar o sucesso. Através dela podemos mensurar algumas variáveis como idade, estatura, massa corporal, percentual de gordura, índice de massa corporal e consumo máximo de oxigênio. Com isso podemos determinar os perfis antropométrico e aeróbio. Por meio da descrição dos perfis a preparação física consegue direcionar sua atenção para as capacidades físicas que possam levar ao caminho do sucesso. O presente estudo foi realizado de forma descritiva e teve como objetivo descrever, classificar e comparar o perfil antropométrico e aeróbio das atletas das equipes de futsal (grupo 1) e voleibol (grupo 2) feminino da Universidade Luterana do Brasil no período preparatório 2012/1.Os dados foram analisados através da estatística descritiva, utilizando o programa Microsoft Excel® 2010. Os resultados médios e desvio padrão encontrados para Grupo 1 foram: 21,5 ± 2,02 anos, estatura 161,9 ± 4,06 cm, massa corporal 59,9 ± 8,84 kg, IMC 22,8 ± 2,96 kg/m2, gordura 29,4 ± 3,27 % e VO2máx. 43,8 ± 3,40 ml.kg.min¹; Grupo 2: idade 20,6 ± 3,62 anos, estatura 172,8 ± 7,24 cm, massa corporal 65,3 ± 6,44 kg, IMC 21,8 ± 1,33 kg/m2, gordura 24,0 ± 4,10 % e VO2máx. 47,8 ± 6,48 (ml.kg.min)¹. Os resultados demonstraram que 85% das atletas dos dois grupos se encontram dentro da faixa recomendável do IMC, 10% em sobrepeso, 5% baixo peso. No que se referiu à classificação do percentual de gordura 65% estão acima da média, 10% média, 15% risco (b) (risco de doenças associadas à obesidade) e 10% abaixo da média. A condição cardiorrespiratória 5% excelente, 20% bom, 55% média +, 10% média e 10% média menos (-). Sendo assim, os resultados do presente estudo servem de instrumento para o planejamento do processo de treinamento no inicio de temporada. Unitermos: Futsal feminino. Voleibol feminino. IMC. Percentual de gordura. VO2máx.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
A preparação física é de grande importância na prática desportiva de alto nível, pois grandes resultados desportivos sempre vêm acompanhados de variáveis capazes de influenciar nos resultados esportivos. Determinar as características e as capacidades físicas dos atletas é uma das formas de chegar mais próximo da vitória. (QUEIROGA et al., 2008).
A avaliação física é um processo pelo qual podemos, subjetiva e objetivamente exprimir e comparar critérios. Ela determina o valor da informação coletada e classifica os avaliados. (FONTOURA et al., 2008)
Segundo Tubino (1993) apud Prudencio e Tumelero (2006), a utilização de testes no inicio da temporada é fundamental para que os treinamentos físicos e técnicos possam alcançar os objetivos máximos de desempenho.
A determinação da composição corporal e do Índice de Massa Muscular (IMC) através da mensuração da estatura, massa corporal e dobras cutâneas dos atletas, é o componente principal no perfil de saúde e aptidão física. Por isso, é bem importante que seja acompanhada, pois a mesma colabora significativamente no rendimento dos atletas (AVELAR et al., 2008 apud GIUSTI et al., 2012).
Em modalidades esportivas como futsal e voleibol, as quais são caracterizadas como modalidades de esforços intermitentes (PACHECO et al., 2009; ESPER, 2001), avaliar a condição aeróbica também é muito importante porque através da aptidão cardiorrespiratória pode-se realizar uma atividade dinâmica de intensidade moderada a alta por períodos de longa duração. A condição aeróbica é um bom índice de classificação do nível de aptidão cardiorrespiratória, por isso a preocupação com o desenvolvimento dessa qualidade física. Isso é possível através da avaliação do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), que é a taxa máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar o oxigênio do ar que está inspirando durante o esforço físico (ACSM, 2003).
O presente estudo teve como objetivo descrever e classificar os perfis das atletas universitárias das equipes de futsal e voleibol da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) no período de base 2012/1.
Material e métodos
Participaram do estudo 20 atletas do sexo feminino universitárias da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), sendo 11 atletas de futsal (grupo 1) com média de idade 21,5 ± 2,02 anos e 9 atletas de voleibol (grupo 2) com idade média de 20,6 ± 3,62 anos.Os testes foram realizados no início da temporada do primeiro semestre de 2012 na sala do Laboratório de Fisiologia e Medicina do Esporte (LAFIMED) do Curso de Educação Física da ULBRA.
Para a indicação do perfil antropométrico das atletas que compõem a amostra foram consideradas as seguintes variáveis: idade, estatura, massa corporal e massa corporal gorda.
A determinação das espessuras das dobras cutâneas (EDC) foi realizada com um adipômetro cientifico da marca Cescorf® nas regiões subescapular, supra ilíaca e coxa proximal. Empregou-se para o cálculo da massa corporal gorda a equação de Guedes (1985) utilizada para estudantes universitárias do sexo feminino de 17 a 29 anos de idade. Para a classificação de percentagem de gordura (%G) foi utilizado os índices do ACSM (2000) como descrito na tabela 1.
Tabela 1. Classificação %G
A variável de peso foi aferida com a balança digital da marca Toledo® e a estatura foi estabelecida através de um estadiômetro de plástico da marca Sanny® fixo na parede.
Para estabelecer o Índice de Massa Corporal (IMC) foi utilizado o cálculo peso/estatura² e para os resultados foi empregado como referência Nahas (2001) conforme tabela 2.
Tabela 2. Valores de referência IMC
Para avaliação da condição aeróbica, as atletas foram submetidas ao Teste submáximo do American College of Sports Medicine (ACSM), usando esteira rolante da marca Inbrasport®. O teste consiste em caminhar ou correr na esteira por 3 minutos no primeiro estágio e no estágio 2 ocorre um aumento da velocidade e o individuo caminha ou corre mais 3 minutos. As velocidades do teste foram padronizadas para os dois grupos, no estágio 1 a velocidade foi de 8 km/h e no estágio 2 foi de 10 km/h. No final de cada estágio foi registrado a frequência cardíaca (FC). Para análise desse dado foi colocado na altura do processo xifoide um frequencímetro da marca Polar® modelo FT7. Ao término do teste, os resultados foram plotados para um gráfico e extrapolados até a FC máxima (FCmáx) prevista para idade, usando a equação 220-idade. Com isso, foi encontrada a velocidade máxima estimada prevista para FCmáx. Os resultados estimados do VO2máx. foram obtidos através do cálculo VO2máx.=(velocidade (m/min) x 0,2) + 3,5. E foram classificados como mostra a tabela 3.
Tabela 3. Classificação VO2máx. (ml.kg.min)-1 (Mulheres)
Os dados de análise foram compilados em uma planilha do programa Microsoft Excel® 2010. A partir dos dados calculados foi possível determinar a composição corporal (IMC e % de gordura), VO2máx. e seus índices.
A média e o desvio padrão (DP) foram calculados para as seguintes variáveis: idade (anos), estatura (cm), massa corporal (kg), IMC (kg/m²), massa corporal gorda (g/cm³) e VO2máx. (ml.kg.min)¹.
Discussão dos resultados
Perfil antropométrico
Os resultados médios e desvio padrão (DP) dos grupos avaliados estão descritos na tabela 4. Estas avaliações foram realizadas no período de base 2012/1.
Tabela 4. Características antropométricas do grupo 1 e 2
De acordo com os resultados na tabela 4 as atletas do grupo 1, apresentaram valores próximos comparados com o estudo feito por Pacheco et al (2009) em atletas universitárias no período preparatório, que obtiveram IMC médio de 22,4 ± 2,1 kg/m². Em outro trabalho realizado por Albuquerque et al. (2011) em equipe universitária de futsal feminino apresentou IMC de 22,23 kg/m².
Contudo, são poucas as atletas do grupo 1 que apresentaram sobrepeso, a maioria do grupo está dentro dos padrões indicados conforme descrito na tabela 5.
No grupo 2, o valor médio do IMC encontrado foi de 21,85 ± 2,96 kg/m² e todas encontram-se dentro da faixa recomendável (tabela 5). A estatura média foi de 172,78 ± 7,24 cm e massa corporal 65,27 ± 7,24 (tabela 4). Porém, segundo Malousaris et al. (2008) os valores de IMC observado na literatura para jogadoras de voleibol de diferentes idades e nacionalidades e de nível competitivo é de 20,5 kg/m² a 22,5 kg/m².
A diferença entre estatura e massa corporal dos jogadores de voleibol em vários locais tem como consequência fatores ambientais e genéticos. Desse modo, os dados a seguir apresentam peso e estatura média respectivamente: na América Latina 69,4 kg e 183,1 cm; Europa 72,6 kg e 184,9 cm; Ásia 70 kg e 180,9 cm; e nos Estados Unidos 74,6 kg e 183,9 cm. Em países dominantes no esporte em nível competitivo como Cuba, Brasil e Itália apresentam jogadoras com estatura média na devida ordem de 181,6 ± 3,9 cm; 182,0 ± 6,7; e 181,9 ± 7,3 cm. (CARVAJAL et al., 2012) .
Tabela 5. Classificação do IMC
Como pode-se observar (tabela 4) o índice obtido referente ao IMC do grupo 1 foi maior em relação o índice encontrado no grupo 2, sendo que 100% das atletas do grupo 2 se encontram dentro da faixa recomendável contra apenas 72,72% das atletas do grupo 1 (tabela 5). Não se pode esquecer que o IMC avalia somente a relação entre peso e altura referente à distribuição da gordura corporal, o que acaba não levando em consideração a especificidade de fatores que constitui também a composição corporal além da gordura em excesso como osso e massa muscular. Um índice alto de IMC pode ser interpretado como excesso de gordura, mas não se pode desconsiderar em casos de atletas, por exemplo, fatores como a genética e o tipo de esporte que se é praticado (McARDLE, KATCH, KATCH, 2003).
Conforme Lohman (1992) apud Queiroga et al. (2008) o limite desejável do %G para mulheres não atletas seria de 23 a 25%, a respeito da gordura corporal relativa do grupo 1 (29,4 ± 3,27%), se encontra acima da média (tabela 6). Giusti et al. (2012) demonstraram em seu estudo que o %G médio das jogadoras também com a mesma característica foi de 19,79 ± 6,62%. Ainda em outro estudo feito por Queiroga et al. (2008), com atletas profissionais de futsal feminino com idade média 22,1 ± 5,4 anos, com a massa corporal de 58,4 ± 6,9 kg e estatura de 161,8 ± 6,2 cm revela um %G de 23,2 ± 5,1, no entanto o protocolo utilizado para o cálculo do %G foi a partir da formula proposta por Siri.
Tabela 6. Classificação % de gordura
Embora o sucesso esportivo seja decorrente de vários fatores, a cineantropometria não é o único fator cognitivo que define o desempenho atlético. (CARTER, 1985 apud CARVAJAL et al., 2012). Porém, um excesso de gordura pode ser cogitado como uma desvantagem para fins competitivos, pois ele acaba prejudicando o atleta em corrida de velocidade e na produção de força (QUEIROGA et al., 2008, PACHECO et al., 2009). E como os requisitos motores do futsal são velocidade, potência, agilidade e força (ARAUJO et al., 1996 apud QUEIROGA et al., 2008), essas valências não parecem aceitar o valor encontrado no grupo 1 neste estudo, porque o excesso de gordura além de ser uma desvantagem no esporte de alto rendimento também pode levar as atletas a uma fadiga precoce e por consequência prolongar o tempo de recuperação das mesmas (WITHERS et al., 1987 apud QUEIROGA et al., 2008).
O grupo 2 como é visto na tabela 4, se encontra dentro da média de %G comparado a dados já existentes que variam entre 11,7% e 27,1% (MALOUSARIS et al., 2008).
Diversos estudos têm mostrado que jogadoras de voleibol dependem da força muscular, para obter sucesso no salto, no bloqueio, na força e na velocidade para cravação, resistência, velocidade e agilidade. Logo a gordura seria um agente passivo para o desenvolvimento das potencialidades como, por exemplo, a energia explosiva (CARVAJAL et al., 2012). Contudo, Kitagawa et al. (1974) e Wilmore (1993) apud Tsunawake et al. (2003) apontaram que a composição corporal afeta extremamente a energia relacionada à força física e habilidade em vários esportes.
Então, observou-se que o grupo 1 apresentou uma maior concentração de adiposidade. Fatores ambientais podem ter tido influencia para apresentarem esse resultado na volta do período de férias, porém ambos os grupos encontram-se acima da média do %G. Nesse caso o alto nível de gordura corporal poderá resultar no desempenho atlético dos grupos, pois em desportos como futsal e voleibol que necessitam de velocidade e poder explosivo, o excesso de gordura irá aumentar o peso corporal e diminuirá aceleração afetando a produção de força nos sprints e nos saltos, por exemplo (ESPER, 2004).
Perfil aeróbio
Como o futsal e o voleibol são jogos de natureza intermitente, as capacidades mais requeridas pelos dois desportos são aeróbia e anaeróbia (MACIEL et al., 2011 e LIDOR e ZIV, 2010), portanto compreende-se que VO2máx. é uma das variáveis funcionais essenciais para a realização de esforços prolongados, mesmo que esta variável esteja relacionada à resistência cardiorrespiratória (SILVA et al., 1999).
No entanto, alguns fatores como tipo de exercício, hereditariedade, estado de treinamento, sexo, idade e composição corporal podem influenciar no escore do VO2máx. (McARDLE, KATCH, KATCH, 2003).
Na tabela 7 observa-se a média de condicionamento aeróbio no período de base do grupo 1 e do grupo 2, na qual foi expressa através da mensuração do VO2máx.
Tabela 7. Valores do VO2máx. (ml.kg.min)¹
Pacheco et al. (2009) verificaram em 12 atletas universitárias paranaenses o valor médio no período preparatório de 43,85 (ml.kg.min)¹. Resultado semelhante encontrado por Maciel et al. (2011) e Silva et al. (1999) que verificaram em futebolistas profissionais um VO2máx. de 43,3 ± 5,3 e 47,3 ± 4,5 (ml.kg.min)¹ respectivamente. Os resultados referentes à média de VO2máx. do grupo 1 (tabela 7) encontram-se condizentes com os valores verificados pelos pesquisadores citados acima.
Para Weineck (2000 apud MACIEL et al., 2011) a melhora do desempenho físico está ligada ao desenvolvimento do sistema aeróbio porque o aumento da capacidade de recuperação proporciona a manutenção do ritmo de deslocamento durante a partida.
Jacobs (1982 apud SILVA et al., 1999) diz que jogadores de futebol do sexo masculino com capacidade aeróbia bem desenvolvida tem uma queda na produção de lactato em qualquer intensidade de esforço, nesse caso o mesmo ocorre para mulheres que jogam futebol, pois o fator determinante não é o sexo e sim um metabolismo aeróbio bem desenvolvido.
Assim, apesar de não ser um fator determinante, a resistência aeróbia pode influenciar no desempenho de uma equipe de futsal de forma que alguns autores observaram que a capacidade respiratória e o sucesso no desempenho competitivo são diretamente proporcionais (PACHECO et al., 2009). Já para Silva et al. (1999), a potência aeróbia é uma das capacidades mais importantes que devem ser treinadas em futebolistas femininas, para que as mesmas possam aguentar a longa duração das partidas.
Já os valores de VO2máx. de atletas de voleibol são iguais aos de jogadores de basquete, variando entre 44,0 a 54,0 (ml.kg.min)¹ (LIDOR e ZIV, 2010). No estudo realizado por Esper (2001) com atletas sub-17 da Seleção da Argentina o valor encontrado foi de 48,6 (ml.kg.min)¹, já um estudo realizado com estudantes japonesas com idade média 17,4 anos verificou uma média de 46,66 ± 2,90 (ml.kg.min)¹ (TSUNAWAKE et al., 2003). Portanto os valores encontrados para o grupo 2 no presente estudo se enquadram dentro dos valores citados nos estudos acima.
Esper (2001) afirma a importância de se treinar a potência aeróbia no voleibol, ele sugere que nos treinos sejam inclusos corridas ou exercícios específicos para o esporte já que a capacidade aeróbia é importante na performance, visto que o aumento da participação aeróbia no gasto energético total preserva os estoques de glicogênio e creatina fosfato. Assim, fazendo com que ocorra uma redução na produção de ácido lático e consequentemente prevenindo a queda do pH intramuscular, ocasionando a melhora na recuperação durante e após as partidas (SIMÕES et al., 2009).
Ter um nível elevado de VO2máx. auxilia na recuperação mais rápida da energia proveniente do sistema fosfagênio, cujo é responsável pelo fornecimento de energia durante os períodos de alta intensidade e também age na remoção com mais eficácia do lactato produzido nos momentos de repouso ativo e na diminuição da intensidade da partida (SILVA et al., 1999).
Os resultados vistos no estudo de Simões et al. (2009) com atletas de voleibol feminino (19,41 ± 2,01 anos) na fase preparatória após 12 sessões de treinamento neuromuscular obtiveram um crescimento de 6% do VO2máx. e tiveram uma queda de 8% do %G. Assim, os autores propõem a interação de treinamentos tático, técnico e de força, pois a fusão desses treinos ocasiona em uma adaptação positiva na condição cardiorrespiratória do que propriamente treinamento aeróbio convencional.
É importante salientar que as variações entre os valores de diferentes estudos provavelmente pode ser devido às idades das amostras e ou ao tipo de protocolo ou metodologia utilizado.
Ao analisar os resultados de VO2máx. (tabela 7) constatou-se que houve uma diferença entre o grupo 1 e o grupo 2. O valor médio do grupo 2 apresentado no presente estudo foi maior que o grupo 1, esse resultado pode estar relacionado a algumas atletas que apresentaram sobrepeso (tabela 5), o que deve ter refletido diretamente no resultado do VO2máx. porque a composição corporal pode interferir diretamente na determinação da condição aeróbia (McARDLE, KATCH, KATCH, 2003 e PACHECO et al., 2009). Outro fator que deve ter tido influencia foi o Princípio Reversibilidade, pois em apenas uma ou duas semanas sem exercício regular ocasiona uma redução significante da capacidade metabólica (McARDLE, KATCH, KATCH, 2003).
Quanto à classificação do VO2máx. (tabela 8), 55% do total dos dois grupos estão acima da média.
Tabela 8. Classificação VO2máx.
Considerações finais
A utilização das variáveis fisiológicas tem seu destaque no que se refere ao aperfeiçoamento e crescimento do desempenho dos atletas. Os resultados demonstraram que 85% das atletas dos dois grupos se encontram dentro da faixa recomendável do IMC, 10% em sobrepeso, 5% baixo peso. Porém, o grupo 1 apresentou em 18,18% atletas com sobrepeso. No que se referiu na classificação do percentual de gordura 65% estão acima da média, 10% média, 15% risco (b) e 10% abaixo da média, novamente no grupo 1 constata-se que 27,28% se encontram classificadas em risco (b), esses resultados ligados a condição física podem intervir no seus desempenhos durante os jogos. A condição cardiorrespiratória total foi vista com 5% das atletas excelente, 20% bom, 55% média +, 10% média e 10% média -. Sabe-se que o VO2máx. é um ótimo indicador para se estabelecer a condição cardiorrespiratória, atletas com um excelente VO2máx. tem altos níveis das funções pulmonar, cardiovascular e neuromuscular, tornando-se assim uma medida fundamental para o desempenho no exercício (McARDLE, KATCH, KATCH, 2003).
A partir dessa descrição e comparação dos perfis antropométrico e aeróbio das atletas universitárias no período de base, o planejamento e acompanhamento da comissão técnica pode melhorar o treinamento individual das atletas e das equipes.
Referências
ALBUQUERQUE E.; FARINHA J.; DREWS R.; RIBEIRO G. M. Análise da aptidão física em praticantes de futsal feminino do Projeto Segundo Tempo Universitário. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16 - Nº 163 – Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/efd163/aptidao-fisica-em-praticantes-de-futsal-feminino.htm
American College of Sports Medicine – ACSM. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 2003.
CARVAJAL W.; BETANCOURT H.; LEÓN S.A.; DETURNEL Y., MARTÍNEZ M.; ECHEVARRÍA I; CASTILLO M.E.; SERVIAT N. Kinanthropometric profile of Cuban women olympic volleyball champions. MEDICC Review, April 2012, Vol 14, Nº 2.
ESPER A. El entrenamiento de la potencia aeróbica en el voleibol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 7 - Nº 43 – Diciembre de 2001. http://www.efdeportes.com/efd43/volei.htm
ESPER A. Mediciones antropométricas en jugadoras argentinas de voleibol de primera división. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 10 - Nº 76 – Septiembre de 2004. http://www.efdeportes.com/efd76/voleib.htm
FONTOURA, A.S; FORMENTIN, C.M.; ABECH, E.A. Guia Prático de Avaliação Física: Uma abordagem didática, abrangente e atualizada. São Paulo: Phorte,2008.
GIUSTI M.L.; FERREIA G.F.; MORCHBACHER M.; DAVID G.B.; XAVIER M.O.; MORALES M.S.B.; ANTUNEZ R.S. Perfil antropométrico da equipe de futsal feminino da Universidade Católica de Pelotas. Revista Brasileira de Futsal e Futebol, São Paulo, v.4 n.11, p.38-41. Jan/Fev/Mar/Abril. 2012. ISSN 1984-4956
LIDOR R.; ZIV G. Physical and physiological attributes of female volleyball players-a review. Journal of Strength and Conditioning Research; Jul 2010; 24, 7; pg. 1963.
MACIEL W.P.; CAPPUTO E.L.; SILVA M.C. Distância percorrida por jogadoras de futebol de diferentes posições durante uma partida. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 465-474, abr./jun. 2011.
MALOUSARIS G.G.; BERGELES N.K.; BARZOUKA K.G.; BAYIOS I.A.; NASSIS G.P.; KOSKOLO M.D. Somatotype, size and body composition of competitive female volleyball players. Journal of Science and Medicine in Sport (2008) 11, 337-344.
McARDLE W.D.; KATCH F.I; KATCH V.L. Fisiologia do Exercício: Energia, nutrição e desempenho humano. Quinta edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 2003.
PACHECO T.R.C.; GOMES A.C.; BALVEDI M.C.W.; BUSTO R.M.; SANCHEZ V.C.; JUNIOR A.A. Capacidade cardiorrespiratória e índice de massa corpórea numa periodização do time de futsal feminino adulto da Universidade Norte do Paraná-Londrina. Fit Perf J. 2009 nov-dez;8(6):441-5
PRUDÊNCIO V.; TUMELERO S. Capacidades físicas e de treinamento para diferentes posições das praticantes da modalidade de voleibol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 10 - Nº 94 – Marzo de 2006. http://www.efdeportes.com/efd94/volei.htm
QUEIROGA M.R.; FERREIRA S.A.; PEREIRA G.; KOKUBLUN E. Somatotipo como indicador de desempenho em atletas de futsal feminino. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho Hum. 2008; 10(1):56-61
SILVA P.R.S; ROMANO A.; ROXO C.D.M.N.; MACHADO G.S.; LOLLA J.C.C.R.; LEPÉRA C.; PONTE F.M.; SILVA A.A.; RIÇA W.O.; ROSA A.F.; COSTA S.B.; TAVARES E.V.; TEIXEIRA A.A.A.; VISCONTI A.M.; SEMAN A.P.; FIRMINO M.T.; COSTA R.R.; CORDEIRO J.R. Características fisiológicas, músculo-esqueléticas, antropométricas e oftalmológicas em jogadoras de futebol feminino consideradas de elite. Rev Bras Med Esporte vol.5 no.1 Niterói Jan./Feb. 1999.
SIMÕES R.A.; SALLES G.S.L.M.; GONELLI P.R.G.; LEITE G.S.; DIAS R.; CAVAGLIERI C.R.; PELLEGRINOTTI I.L.; BORIN J.P.; VERLENGIA R.; ALVES S.C.C.; CESAR M.C. Efeitos do treinamento neuromuscular na aptidão cardiorrespiratória e composição corporal de atletas de voleibol do sexo feminino. Rev Bras Med Esporte vol.15 no.4 Niterói July/Aug. 2009.
TSUNAWAKE N.; TAHARA Y.; MOJI K.; MURAKI S.; MINOWA K.; YUKAWA K. Body composition and physical fitness of female volleyball and basketball players of the japan inter-high school championship teams. J Physiol Anthropol Appl Human Sci, 22: 195–201, 2003.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 17 · N° 178 | Buenos Aires,
Marzo de 2013 |