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O tempo de aplicabilidade dos conteúdos 

propostos pelo currículo do Estado de São Paulo

El tiempo de aplicabilidad de los contenidos propuestos por el currículo del Estado de Sao Paulo

 

*Professor graduado em Educação Física pelo Centro Universitário de Votuporanga (UNIFEV)

Pós-graduando em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação à Distância (PIGEAD)

pela Universidade Federal Fluminense (UFF)

**Professora Mestre dos cursos de Educação Física e Pedagogia no Centro Universitário

de Votuporanga (UNIFEV). Professora Pesquisadora do PARFOR na mesma instituição

José Augusto Honorato Vieira Júnior*

prof.guttovieira@yahoo.com.br

Denise Ferraz Lima Veronezi**

d_veronezi@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Após a realização de um currículo unificado nas unidades públicas de ensino do Estado de São Paulo, diversas medidas de avaliação e pesquisas sobre esta inserção vêm sendo realizadas. Nesta pesquisa, buscou-se analisar se o tempo de aplicabilidade dos conteúdos encontra-se favorável para a aplicação de todos os que estão determinados pelo CESP. Todos os professores foram unânimes da impossibilidade de aplicação total dos conteúdos, cabendo ao governo estadual verificar e adotar medidas que revertam este quadro atual.

          Unitermos: Currículo. Aplicabilidade curricular. Currículo do Estado de São Paulo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Com a implementação de um currículo unificado pela SEESP (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo), atualmente chamado de Currículo do Estado de São Paulo (CESP), teve-se o objetivo de melhorar a qualidade da aprendizagem dos educandos, seguindo um mesmo percurso.

    De acordo com o CESP (SÃO PAULO, 2010), todas as disciplinas possuem conteúdos, competências, habilidades e estratégias metodológicas descritas para cada ano, relacionados ao que se espera da aprendizagem dos alunos.

    Para esse documento, mesmo com as diferenças existentes no espaço escolar, os profissionais devem possuir uma clareza dos propósitos comuns da educação e se organizarem através dos mesmos.

    Segundo a Revista Nova Escola (2008 apud GONÇALVES, 2009), houve com esta iniciativa, o reconhecimento do despreparo dos professores para lecionar, direcionar e selecionar métodos e conteúdos, sendo vitimados por um ensino básico infeliz.

    Para Saviani (2009) a tomada de decisão na organização curricular não detém da participação dos reais responsáveis pela elaboração curricular, havendo falta de espaço para adaptações e ajustes.

    Dessa forma esta pesquisa buscou descobrir o posicionamento de professores da educação pública paulista, sobre o tempo hábil para a aplicação dos conteúdos propostos pelo CESP.

Metodologia

    Após uma explicitação sobre o CESP, o trabalho pautou-se em uma pesquisa direta de campo pelo método descritivo survey, por meio de uma entrevista efetuada a professores de três Unidades Escolares da rede pública de ensino do Estado de São Paulo no município de Votuporanga.

    Segundo Mattos, Rosseto Júnior e Blecher (2004) a pesquisa direta de campo é a busca de dados diretamente na fonte de origem, com controle de variáveis que se modificam de acordo com o ambiente e assim, interferindo na resposta.

    Para esses autores, o método descritivo é caracterizado pela observação, registro, análise e descrição de fatos correlacionados sem manipulação, onde uma pesquisa survey tende a identificar erros, descrever procedimentos, descobrir tendências, interesses e comportamentos principalmente por meio de questionários e entrevistas na procura de determinar práticas existentes ou opiniões a uma determinada população.

    A entrevista fora realizada nos dias 21 e 22 de outubro de 2011, após a autorização da Direção Escolar por um termo de consentimento livre e esclarecido, no horário de intervalo explicitou-se aos professores um esclarecimento sobre a referida pesquisa, seus objetivos e a forma de utilização dos referidos documentos passados. Vinte e seis professores que se sentiram confortáveis a responderem, pautados também por um termo de consentimento livre e esclarecido, com a pergunta realizada e tendo sua resposta apontada.

Resultado e discussão

Figura 1. Tempo de aplicabilidade dos Conteúdos

    Podemos verificar que a totalidade dos professores da amostragem aponta que o tempo de aplicabilidade dos conteúdos propostos seja inviável.

    Percebem-se nesse resultado, problemas perante a falta de se consideração ao ritmo de cada sala, turma, grupo etc. no desempenho da aprendizagem e assimilação dos conhecimentos passados. Sendo este um ponto muito forte a ser revisto, pois na exigência de uma “educação de qualidade”, necessitando menos preocupação com o tempo a ser cumprido de acordo com o CESP, mas sim pela certeza de o tema que esteja sendo trabalho, não possua dúvidas e indagações por parte dos educandos, ao final do processo ensino-aprendizado realizado.

Conclusão

    Está demonstrado nesta pesquisa que há dificuldades para adaptações e ajustes em um conteúdo padrão, que tem sua quantidade de aulas limitada e determinada.

    Expõe-se uma visão que se obtém uma escola fictícia, com o distanciamento de um currículo ideal, prescrito que ofereça possibilidades de realização plena, não enfrentando problemas estruturais comuns na educação brasileira.

    Complementando que, de acordo com Saviani (2009), não há soluções de problemas cruciais relacionados ao tempo de permanência do educando na escola e as condições de trabalho de todo o corpo pedagógico, principalmente pela alteração da duração da aula, havendo a necessidade de debater os preceitos e conceitos deste currículo, depurando os pontos negativos, pinçar os pontos positivos, além de questionar seu processo de elaboração e implementação, para haja uma formulação de alternativas que visem à superação.

Bibliografia

  • GONÇALVES, Ronan Gomes. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: observações sobre a Reforma do ensino paulista. Revista Espaço Acadêmico, n. 94, mar/2009.

  • MATTOS, Mauro Gomes de; ROSSETO JÚNIOR, Adriano José; BLECHER, Shelly. Teoria e Prática da Metodologia de Pesquisa em Educação Física. 3 ed. Phorte, 2008.

  • SÃO PAULO. Secretaria da Educação. Programa São Paulo faz escola. Currículo do Estado de São Paulo: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Ensino Fundamental (Ciclo II) e Ensino Médio. SEE/SP, 2010.

  • SAVIANI, Nereide. Políticas Curriculares: elementos para a discussão da estrutura e organização do currículo para a rede estadual de educação de São Paulo. Revista Educação & Cidadania, vol. 8, n. 1, jan/jun, 2009.

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