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O perfil dos profissionais da Educação Física nas 

academias de musculação da cidade de Pelotas, RS

El perfil de los profesionales de la Educación Física en los gimnasios de musculación de la ciudad de Pelotas, RS

 

*Faculdade Sogipa de Educação Física

**Escola de Educação Física da UFRGS

(Brasil)

Esp. Rogério Rosinha Bastos*

rogerio.rosinha@gmail.com

Dr. Rogério da Cunha Voser**

rogerio.voser@ufrgs.br

 

 

 

 

Resumo

          Para que consigam acompanhar o crescimento do número das academias de Musculação e de seus freqüentadores, os Profissionais da Educação Física que nela atuam devem passar por processos de capacitação e/ou aperfeiçoamento, visando proporcionar um melhor atendimento e também uma melhor prestação de serviços à população. O presente estudo teve como objetivo descrever qual o Perfil dos Profissionais da área da Educação Física que atuam nas academias de Musculação da cidade de Pelotas/RS. Participaram da pesquisa, 85 Profissionais atuantes em estúdios e salas de Musculação em 34 academias de diversos bairros da cidade. Como fundamentação metodológica, foi abordada uma pesquisa descritiva, realizando como instrumento de coleta de dados um questionário contendo 17 perguntas abertas e fechadas. A busca de soluções para que haja o aumento da capacitação dos profissionais depende muito do comprometimento de cada indivíduo. Portanto, há diversos fatores que influenciam na busca por processos de atualização, capacitação e aperfeiçoamento dos mesmos, tais como: Relacionamento com alunos, colegas e direção, retorno financeiro, reconhecimento profissional e grau de satisfação como profissional da Educação Física.

          Unitermos: Educação Física. Perfil. Profissionais. Musculação.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    As academias estão, hoje em dia, em uma constante fase de crescimento, desenvolvimento e multiplicação, não somente pelo grande número de Profissionais formados nessa área, e sim, pelo retorno financeiro aos seus proprietários e, obviamente, pela conscientização das pessoas sobre a importância da prática de exercícios e atividades físicas em suas vidas. Tahara, Schwartz e Silva (2003) frisam que, a população preocupa-se mais, a cada dia que passa, com uma melhor qualidade de vida, e através disso, têm possibilitado um crescimento significativo de freqüentadores nas academias.

    Praticar exercícios regularmente, dormir corretamente, um bom café da manhã, controlar o peso, moderação no consumo alcoólico e não utilização de cigarros e drogas são hábitos benéficos que devemos adotar para que tenhamos um estilo de vida saudável (GUISELINI, 2006).

    Para que se mantenha crescente o desenvolvimento das academias e o número de adeptos, Bateman (2009) diz que, as estratégias devem ser voltadas para a formação de características que supram as necessidades e vontades dos freqüentadores. E, segundo Guiselini (2006), um novo objetivo a ser alcançado é, portanto, mudar o estilo de vida e, por outro lado, permitir que o canal, já aberto, do conhecimento amplie ainda mais o universo de informações, incorporando a ele o conhecimento a respeito do próprio corpo e a compreensão da importância do exercício. Devido a essas informações, as academias de Musculação são cada vez mais procuradas e mais freqüentadas por pessoas que visam uma melhor forma, qualidade de vida, estética, saúde, reabilitação devido a lesões e encaminhadas à atividades físicas com certas restrições prescritas por médicos.

    Este cenário que foi apresentado torna necessário que o Perfil dos Profissionais da Educação Física seja diferenciado, pois, muitas vezes a própria formação dentro da universidade não é capaz de prepará-lo para tal. Baseado nisso, os Profissionais da Educação Física devem sempre manter-se em processos de atualização, capacitação e aperfeiçoamento, para que através da obtenção de novas e/ou diferentes práticas e conhecimentos, torne possível a prestação de um melhor serviço e um melhor resultado aos seus alunos.

    Dessa forma, a partir deste estudo, busco descrever o Perfil desses Profissionais.

2.     Metodologia

    O presente estudo de caráter quantitativo-descritivo, de corte transversal, teve como objetivo descrever o Perfil dos Profissionais das academias de Musculação da cidade de Pelotas/RS. Participaram da pesquisa, 85 Profissionais atuantes em estúdios e salas de Musculação de 34 academias, sendo 55 homens e 30 mulheres.

    Foi utilizado como ferramenta para coleta de dados e informações um questionário com 17 perguntas, algumas dissertativas (abertas) e outras de múltipla escolha (fechadas), que foram validadas por três Doutores experts da área. Baseado em Gil (2007), foi relatada as características de uma determinada população ou fenômeno, buscando suas opiniões e atitudes.

    Tal questionário foi aplicado nos meses de agosto, setembro e outubro do ano de 2012 em instrutores que atuam em academias de Musculação na cidade de Pelotas, no interior do estado do Rio Grande do Sul.

    Inicialmente foi feito um contato com a academia para autorização da coleta de dados, posteriormente, foi solicitado aos instrutores, que assinassem um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Dados de Identificação

Questionário

1.     Data de Nascimento: ____________________

2.     Sexo: M( ) F( )

3.     Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( )

4.     Instituição em que realizou a graduação: _________________________

Ano de Conclusão: __________

5.     É filiado ao CREF? Sim( ) Não ( )

6.     Possui pós-graduação? Sim ( ) Não ( ) Qual e em que área?___________

7.     Tempo de experiência com a Educação Física:_____________

8.     Número de academias em que trabalha:_______________ Quais?_________________________________________

9.     Número de aulas por semana (hora/aula);_________

10.     Preferência de atuação.

( ) Criança

( ) Jovem

( ) Adulto

( ) Idoso

11.     Possui outra ocupação profissional fora do ambiente da academia? Sim( ) Não( ) Qual?_____________________

12.     O seu trabalho em academias é a sua principal fonte de renda? 

Sim ( )

Não ( )

13.     Como é seu relacionamento com seus alunos na academia?

( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Razoável ( ) Bom ( ) Ótimo

14.     Como é seu relacionamento com seus colegas na sua academia?

( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Razoável ( ) Bom ( ) Ótimo

15.     Como é seu relacionamento com a direção da sua academia?

( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Razoável ( ) Bom ( ) Ótimo

16.     Você se sente reconhecido socialmente pela sua profissão?

( ) Não tenho opinião ( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Quase sempre ( ) Sempre

17.     Qual o seu grau de satisfação com a sua profissão de educador físico?

( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) pouco satisfeito ( ) satisfeito ( ) Muito satisfeito

3.     Análise e discussão dos resultados

    De modo a facilitar a apresentação dos resultados, optou-se em propor 5 dimensões de análise que seguem.

Perfil

    Nessa pesquisa, os resultados indicaram que os instrutores envolvidos são 55 homens e 30 mulheres. Maior parte, solteiros (76,47%), com idades entre 18 e 52 anos (41,17% entre 18 e 25 anos, 52,94% entre 26 e 40 anos e 5,89% com mais de 40 anos). Dentre os instrutores investigados, 71,76% são graduados em Educação Física por 3 diferentes instituições de ensino superior, 25,88% estão cursando Educação Física em também 3 diferentes instituições e 2,36% são instrutores por direito adquirido.

    Ainda compondo a parte dos formados, 29,50% possuem pós-graduação e 26,22% estão cursando alguma pós-graduação. Apenas 2 dos investigados possuem 2 ou mais pós graduações. Em sua pesquisa, Santos, Silva e Silvestrini (2008) afirmam que, 57,14% dos professores investigados cursaram alguma pós-graduação e 42,86% não fizeram.

    Maior parte, (50,58%) não é filiado ao Conselho Regional de Educação Física. Quanto ao tempo de experiência com Educação Física em academias, os resultados variaram entre 2 meses e 27 anos, sendo que, 14,11% com menos de 2 anos, 48,23% entre 2 e 5 anos, e 37,66% apresentaram 6 ou mais anos. De acordo com Antunes (2003), 23,08% tem menos de 2 anos de experiência, 36,92% tem de 2 a 5 anos, 27,69% tem de 6 a 10 anos, somente 10,77% tem mais de 10 anos e o restante dos investigados não respondeu.

Demandas profissionais

    A minoria (23,52%), atua em 2 ou mais academias de Musculação. Quanto a carga horária, 61,17% cumprem de 30 à 72 horas semanais. Em pesquisa semelhante, Flôres et al (2011), afirma que, referente a carga horária, 64% trabalham de 21h a 60h semanais.

    No questionário, haviam 4 alternativas (criança, jovem, adulto, idoso) na escolha das preferências de atuação, sendo que, poderia ser assinalada mais de uma opção. Como resultados, o preferido pelos instrutores foi o público "Adulto" (85,88%), seguido por "Idoso" (50,58%), "Jovem" (36,47%) e "Criança" (12,94%).

Outras ocupações

    Dentre todos os instrutores, 27 afirmaram que possuem outra ocupação profissional fora do ambiente das academias e 73 tem a atividade em academias como principal fonte de renda.

Relacionamento

    Nesta parte do estudo, foi verificado como é o relacionamento do Profissional com seus alunos, com seus colegas e com a direção da academia onde trabalha.

  • Relacionamento com alunos: Ótimo (76,47%), Bom (22,35%) e Razoável (1,18%).

  • Relacionamento com colegas: Ótimo (70,59%), Bom (25,88%) e Razoável (3,53%).

  • Relacionamento com a direção: Ótimo (72,94%), Bom (23,53%), Razoável (2,35%) e Péssimo (1,18%).

    Desta forma, nota-se que não é apenas a técnica que prepara o profissional para que exerça as atividades para as quais a academia os preparou. Também se faz necessário que os padrões de comportamento pessoais estejam de acordo com os objetivos do trabalho para um relacionamento positivo com os demais profissionais (BRAGA, DYNIEWICZ, CAMPOS, 2008).

Reconhecimento profissional

    Foi perguntado aos investigados, "você se sente reconhecido pela sua profissão?". A resposta mais escolhida foi "Quase Sempre" (60%), seguida de "Sempre" (20%) e "Raramente" (14,12%). Sendo que 5,88% não tiveram opinião.

    Também foi perguntado, "qual o seu grau de satisfação com a sua profissão de educador físico?". E a resposta mais escolhida foi "Satisfeito" (51,76%), "Muito Satisfeito" (32,94%), "Pouco Satisfeito" (14,12%) e "Muito Insatisfeito" (1,18%).

    Licht (1990) afirma que, a satisfação no ambiente de trabalho pode ocasionar na percepção do indivíduo, pensares sobre até onde as atividades por ele desenvolvidas, atingem objetivos entendidos como fundamentais. E, segundo Coda (1990), a preservação de alguns níveis de satisfação em seu trabalho pode colaborar para a obtenção de uma melhor qualidade de vida.

4.     Conclusões

    A busca de soluções para que haja o aumento da capacitação dos Profissionais depende muito do comprometimento de cada indivíduo Barros (2000), afirma que é de suma importância que a capacitação e a competência do profissional sejam baseadas em estudos científicos e conhecimentos de técnicas que dêem suporte às suas práticas. Portanto, há diversos fatores que influenciam na busca por processos de atualização, capacitação e aperfeiçoamento dos mesmos, tais como: Relacionamento com alunos, colegas e direção, retorno financeiro, reconhecimento profissional e grau de satisfação como Profissional da Educação Física.

    O grupo estudado mostra que a maioria dos Profissionais procura alternativas para que continuem na busca por fontes de obtenção de conhecimento, porém, como este estudo foi realizado em um período específico e com limitações relacionadas ao número de instrutores e academias investigadas, não será possível uma definição geral do Perfil de todos os Profissionais da Educação Física que atuam nas academias de Musculação em Pelotas.

    Mesmo com estes dados, ficam em aberto novas pesquisas sobre essa temática, e acredita-se que novos estudos continuem a ser realizados para que o alcance dos objetivos torne-se possível.

Referências

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