Nível de ansiedade
pré-competitivo em escolares do ensino fundamental Grado de ansiedad pre-competitiva en escolares de nivel primario y medio en una escuela pública del interior de la zona de Mata Mineira en competencias inter cursos |
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*Licenciado em Educação Física – Faculdade Governador Ozanam Coelho – FAGOC Especialista em Treinamento Desportivo e Personal Training – Faculdade Ubaense Governador Ozanam Coelho – FAGOC **Professor – Faculdade de Viçosa – FDV e Faculdade Governador Ozanam Coelho – FAGOC; Especialista em Futebol – Universidade Federal de Viçosa Mestre em Educação Física – Universidade Federal de Viçosa ***Bacharel e Licenciado em Educação Física - Faculdade Governador Ozanam Coelho – FAGOC; Especialista em Treinamento Desportivo e Personal Training – Faculdade Ubaense Governador Ozanam Coelho – FAGOC |
João Batista Silva* joaobatistasevero@yahoo.com.br Cristiano Diniz Silva** Omar Oliveira Meira*** (Brasil) |
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Resumo Como a prática esportiva traz um conjunto de fatores físicos e psicológicos peculiar a cada indivíduo aliado a modalidade, gênero e idade, buscarmos no presente estudo verificar a manifestação de ansiedade pré-competitiva de alunos do ensino fundamental e médio de uma escola da rede pública de ensino de uma cidade da zona da mata mineira. Compuseram a amostra alunos participantes do primeiro torneio inter classes, totalizando 64 voluntários, sendo 44 meninos (futebol) e 20 meninas (queimada), com idade entre 15 e 37 anos (17,34 ± 3,17). Para coletar os dados da pesquisa, utilizou-se o instrumento de avaliação SCAT (Sport Competition Anxiety Test). Verificou-se que quanto à pontuação no SCAT a amostra apresentou níveis de ansiedade média (19,21 ± 3,35), quando analisado por sexo, as mulheres alcançaram valores superiores aos homens (21,15 ± 4,66 e 18,34 ± 3,10; p<0.05), respectivamente. Concluiu-se, portanto, que os dados encontrados corrobora com as demais pesquisas realizadas, onde os atletas na sua maioria permanecem em constante e elevados níveis de ansiedade, não só em esportes coletivos como também em esportes individuais, sendo as mulheres mais susceptíveis à apresentar níveis mais elevados de ansiedade. Unitermos: Ansiedade. Estudantes. Esportes coletivos.
Abstract As a sport brings a set of physical and psychological factors peculiar to each individual ally mode, gender and age, in this study we seek to verify the expression of pre-competitive anxiety of students in elementary and middle school for a public school of education of a city forest area mining. The sample consisted of students participating in the first international tournament classes, totaling 64 volunteers, 44 boys (football) and 20 girls (burnt), aged between 15 and 37 years (17.34 ± 3.17). To collect the survey data, we used the assessment tool SCAT (Sport Competition Anxiety Test). It was found that the scores on the SCAT sample showed average levels of anxiety (19.21 ± 3.35) when analyzed by gender, women achieved higher values than men (21.15 ± 4.66 and 18.34 ± 3.10, p <0.05), respectively. We conclude, therefore, that our data corroborates with other surveys where the athletes mostly remain constant and high levels of anxiety, not only in team sports as well as in individual sports, and women were more likely to present higher levels of anxiety. Keywords: Anxiety. Students. Sports.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A prática de esportes de uma forma geral tem uma parcela importantíssima na formação pessoal de todo individuo. A fase estudantil retrata muito bem o primeiro contato com este mundo de emoções variadas que com o passar do tempo implicará na formação psicológica e fisiológica do individuo dentro das fases transitórias de sua vida (SANTOS e PEREIRA, 1997).
Esta fase de transição vem carregada de sensações diversificadas, uma forte espécie de impulsos, energia e sentimentos diversificados que devem ser canalizados para não causar desequilíbrio no futuro (LAWTHER, 1974).
Como destaque no cenário social, o esporte, nos dias atuais representa uma melhor qualidade de vida para toda a facha etária. Uma significativa forma de melhora e mudança no seu estado emocional (RODFORD e KIRBY, 1975).
As manifestações emocionais estão expostas por diferentes comportamentos, entre eles podemos citar a ansiedade. Através de testes específicos foi confirmada a existência de elevados níveis de ansiedade antes da pratica de esportes de cunho competitivo, seja ela individual ou coletivo (LAWTHER, 1974).
O índice de ansiedade pode variar de pessoa para pessoa em desporto coletivo e individuais. Tais definições são acompanhadas de reações diversas como medo de errar, pressões da sociedade, familiar entre outras (GRATTY, 1984).
Vale lembrar que a ansiedade é um fator relevante na vida de qualquer ser humano e principalmente atletas. Segundo Spilberger (1979) os sentimentos subjetivos são caracterizados pela sensação de tensão e apreensão. Tais sentimentos podem levar um desportista à felicidade ou a frustração à cerca de alcançar os objetivos traçados no treinamento.
Os grandes responsáveis na maioria das vezes estão sentados em arquibancadas ou bancos de reserva: os pais e os profissionais de competência duvidosa, que exige resultado sem se importar com idade da criança que pode desenvolver sintomas de fadiga, ansiedade, intolerância, agressividade, insegurança e síndrome de burnout (CHIMINAZZO; MONTAGNER, 2004). Além dessas variáveis, as competições representam suas próprias características, exigindo do competidor a exposição ao confronto, demonstração, comparação e avaliação constante pela sociedade (DE ROSE JUNIOR; VASCONCELOS, 1997).
Outros autores têm idéias divergentes sobre o benefício e prejuízo para crianças e jovens em qualquer desporto (DE ROSE JUNIOR; VASCONCELOS, 1997). Por sua vez, Madalena (1986) acrescenta que a criança deve competir quando atingir o seu processo maturacional e não por idade devido às diferenças individuais.
Considerando estes fatores de ansiedade em adolescentes, o presente estudo visou verificar o nível de ansiedade em escolares da rede pública do interior da Zona da Mata Mineira durante os jogos inter classes.
Metodologia
O presente estudo teve como alvo, escolares regularmente matriculados no Ensino Fundamental e Médio de uma Escola da rede pública do município de Ewbank da Câmara, MG. A amostra foi constituída por 64 sujeitos, voluntários, entre 15 e 37 (17,34 ± 3,17) anos de idade, sendo 44 homens e 20 mulheres.
Para a realização da pesquisa, foi encaminhada à direção da Escola uma carta de apresentação, contendo informações relacionadas ao estudo.
Essa investigação teve como objetivo verificar o nível de ansiedade pré-competitivo de estudantes do sexo feminino e masculino praticantes de esportes coletivos durante os jogos inter classes.
Para alcançar o objetivo foi utilizado o questionário Sport Competition Anxiety Test (SCAT), desenvolvido por Martens (1977, citados por DE ROSE JÚNIOR, 1997), traduzido e adaptado por De Rose Junior e Rosamilha. O instrumento em questão tem uma escala variável de 10 a 30 pontos possíveis e foi disponibilizado aos alunos durante as aulas de educação física e durante a competição.
Ressalta-se que a aplicação do questionário foi realizada pelo próprio pesquisador, com a ajuda da professora de Educação Física, a fim de garantir um padrão satisfatório no processo de aplicação do instrumento.
Para não ocorrer dúvidas, foi realizada uma breve explanação sobre o questionário explicando o objetivo da pesquisa, onde a principal dúvida dos alunos estava no preenchimento das 3 (três) alternativas presente no formulário. Foi informado também que para obtenção do resultado usaríamos um instrumento de avaliação de ansiedade chamado de Mann-Whitney Rank Sum Test tanto para o futebol, praticado pelos meninos assim como a queimada praticada pelas meninas.
Análise estatística
Os dados são apresentados como média ± desvio-padrão. Para a comparação do nível de ansiedade entre os gêneros foi utilizado Mann-Whitney Rank Sum Test. A análise estatística foi realizada nos pacotes Statistical Package for the Social Sciences (SPSS® 15 for Windows, Chicago, IL, EUA). Em todos os casos o nível de significação estatística foi fixado a p<0.05.
Resultados e discussão
Após a pesquisa foram analisados os dados encontrados e utilizado os seguintes parâmetros de avaliação: Estatística descritiva (média e desvio padrão por gênero e modalidade).
Na tabela 1 estão os resultados globais obtidos no questionário SCAT-Sport Competition Anxiety Test. Apresentam-se abaixo os valores correspondentes a média e desvio-padrão encontrados na pesquisa.
Tabela 1. Pontuação de ansiedade competitiva - SCAT
Verificou-se que a amostra encontra-se sobre um nível médio de ansiedade, alcançando pontuação de 19,21 ± 3,35 no SCAT, quando analisados por gênero percebemos que os homens obtiveram uma pontuação menor (18,34 ± 3,10) em relação às mulheres (21,15 ± 4,66) (p<0.05).
Dos resultados encontrados percebemos similaridade com outras pesquisas realizadas onde as mulheres alcançaram níveis mais elevados de ansiedade quando comparados com os do sexo masculino. Esse fato se dá devido à competição ser muito enfatizada para o sexo masculino, comparando-as ao sexo oposto e uma cobrança maior por resultados, havendo em algum momento um preconceito devido à sua participação no esporte competitivo (DE ROSE JUNIOR; VASCONCELOS, 1997).
Se comparados ao estudo de Bortuol e Valentini (2006), os resultados obtidos diferem de sua pesquisa, onde as mulheres não obtiveram diferença significativa estatisticamente quando comparadas aos homens, contrariando as investigações onde meninas se mostravam mais ansiosas.
Vários itens podem ser mencionados para justificar o aumento da ansiedade em meninas. Segundo Endier (1977 citado por FERREIRA, 2010) a fase de idade maturacional pode contribuir com o aumento da ansiedade, diminuindo com o passar do tempo de experiência, podendo retornar após aos 60 anos. Os danos psicológicos, porte físico e habilidades técnicas e táticas podem trazer efeitos negativos quando empregado na faixa etária inadequada podendo na grande maioria das vezes ser caracterizado pelo emprego precoce ou deixar de treinar adequadamente obedecendo a idade do aluno.
Uma das grandes valias está na comparação de atletas concentrados em seus objetivos que alcançam bom resultados e outros constroem o fracasso devido ao alto nível de confiança imaginário.
Figura 1. Classificação quando ao nível de ansiedade dos homens
Analisando a amostra quanto ao nível de ansiedade percebemos que os homens em sua maioria encontram-se classificados com níveis médios e médios baixo de ansiedade (71% e 20 % respectivamente), tendo um número reduzido com níveis elevados de ansiedade – Figura 1. Já as mulheres obtiveram uma parcela considerável classificada com níveis mais elevados de ansiedade, tendo 20% classificadas com níveis médios altos e 10% como altos de ansiedade – Figura 2. O que sugere que a hipótese onde as mulheres são mais susceptíveis a níveis elevados de ansiedade se observe no presente estudo.
Para tanto, é necessário trabalhar o corpo e a mente dos alunos obedecendo a faixa etária, para que possam saber lidar com situações de ansiedade co o passar do tempo de atividade na modalidade escolhida.
Figura 2. Classificação quando ao nível de ansiedade em mulheres
Considerações finais
Verificou-se que predominantemente a amostra obteve um nível de ansiedade médio, e que as mulheres apresentaram valores superiores aos homens da amostra, concordando com a maioria dos estudos que utilizaram o mesmo instrumento – SCAT.
Embora haja muitos estudos na área, notou-se uma escassez de pesquisas sobre os fatores capazes de interferir nos níveis de ansiedade pré-competitivos e seus diferentes efeitos em nível de gênero e idade.
Referências
BORTUOL, L.; VALENTINI, N. C. Ansiedade competitiva de adolescentes: gênero, maturação, nível de experiência e modalidade esportiva. Revista da Educação Física/UEM. Maringá, PR:v. 17, n. 1, p. 65-74, 1. sem. 2006.
CHIMINAZZO; J. G. C; MONTAGNER; P. C. Treinamento esportivo e burnout: reflexões teóricas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires: n. 78, 2004. http://www.efdeportes.com/efd78/burnout.htm
DE ROSE JUNIOR, D.; VASCONCELOS, E. G. Ansiedade-traço competitiva e atletismo: um estudo com atletas infanto-juvenil. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 148-154, jul./dez. 1997.
FERREIRA, J. S.; LEITE. L.P.R; NASCIMENTO, C. M.C. Relação entre níveis de ansiedade-traço competitiva e idade de atletas de voleibol e ansiedade destes níveis pré e pós-competição. Motriz, Rio Claro: v.16, n.4, p 853-857, Out./ dez.. 2010.
CRATTY, B. J. Psicologia no Esporte. 2 ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1984.
LAWETHER, J. D. Psicologia desportiva. 2. ed. Rio de Janeiro: Fórum, 1974.
RODFORD, J.; KIRBY, R. A pessoa em psicologia. Rio de Janeiro: Zahar, p. 136, 1975.
SANTOS, S. G.; PEREIRA, S. A. Perfil do Nível de Ansiedade Traço Pré-competitiva de Atletas de Esportes Coletivos e Individuais do Estado do Paraná. Revista Movimento – Ano IV, n. 6.1997/1.
SPILBERGER, C. Tensão e Ansiedade – A Psicologia e Você. São Paulo: Harper & Row do Brasil Ltda., 1979.
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