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Estudo comparativo da influência do alongamento sob o índice
de massa corporal (IMC) e a flexibilidade em professoras
sedentárias de Santa Cruz do Timbó, Porto União, SC
e Três Barras, SC

Estudio comparativo sobre la influencia de la elongación bajo el índice de masa corporal (IMC) y la 

flexibilidad en profesoras sedentarias de Santa Cruz do Timbó, Puerto Uniao, SC y Tres Barras, SC

 

Graduados em Licenciatura em Educação Física

pela Universidade do Contestado, UNC

Graduandos em Bacharel em Educação Física

pela Universidade do Contestado, UNC

Fábio Cesar Heineck

William Cordeiro de Souza

williammixx@hotmail.com
(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo verificar e comparar a influência de alongamentos realizados de forma periódica no Índice de Massa Corporal (IMC), na flexibilidade de professoras sedentárias de Santa Cruz do Timbó, Porto União, SC e Três Barras, SC. Foi realizada a mensuração da estatura e da massa corporal, para a determinação do IMC, e utilizado o banco de Wells, para determinar em que nível de flexibilidade às professoras sedentárias encontram-se. Posteriormente foram realizadas sessões de alongamento, e ao final do período, foi realizado um pós-teste, para verificar a influência do alongamento no IMC e na flexibilidade das professoras. Verificamos que as sessões de alongamento não influenciaram positivamente no IMC, tendo influenciado de forma positiva na flexibilidade das mulheres sedentárias.

          Unitermos: Flexibilidade. Índice de Massa Corporal (IMC). Sedentarismo. Alongamento.

 

Abstract

          This study aimed to determine and compare the influence of stretching exercises performed on a regular basis in Body Mass Index (BMI) and the flexibility to sedentary teachers in Santa Cruz do Timbo, Porto Uniao, SC e Tres Barras, SC. We performed the measurement of height and body mass, for the determination of BMI, and used the Wells Bench, to determine what level of flexibility for teachers are sedentary. Later sessions were performed lengthening, and at the end of the period was carried out a post-test to check the influence of stretching on BMI and flexibility of the teachers. We found that stretching does not positively affected BMI and positively influenced the flexibility of sedentary women.

          Keywords: Flexibility. Body Mass Index (BMI). Sedentary lifestyle. Stretching.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O sedentarismo é considerado pela American Health Foundation como um dos quatro fatores que podem levar a aterosclerose e doença isquêmica coronariana, um dos principais motivos que levam a morte na vida adulta (Silveira Junior apud Medeiros, 2010).

    De acordo com Ainsworth e Leon apud Nunes; Barros (2004), o sedentarismo é maior entre as mulheres do que os homens nas horas de lazer.

    Para reversão do sedentarismo, alguns autores destacam que com o mínimo de atividade física, a população pode sair do estágio sedentário aos poucos, como destaca Haskell apud Nunes; Barros (2004, p.01):

    A verificação da prontidão na população é importante principalmente em sedentários, já que os grandes efeitos das intervenções na redução da morbimortalidade populacional são alcançados com pequeno aumento no nível de atividade física dos sedentários, tornando-os um pouco mais ativos no cotidiano.

    Para o indivíduo sedentário que pretende iniciar a prática contínua de atividades físicas, o trabalho para otimizar a flexibilidade surge como uma boa opção. Conforme Fleck; Kraemer apud Medeiros (2010), um nível elevado de flexibilidade é capaz de alterar positivamente o condicionamento físico, e melhorar as capacidades de movimentos.

    A flexibilidade é de fundamental importância para a realização de varias tarefas, e nos auxilia na execução de movimentos que exigem maiores mobilidades.

    Uma flexibilidade inadequada pode acarretar em deficiências e serem prejudiciais também ao dia-dia, entre os principais danos está à dificuldade de aprimorar movimentos, limitando a sua realização de forma prática e também prejudicando o desenvolvimento de outras valências físicas (PETCHLL apud BOMPA, 2002, p. 392).

    Observamos que há muitas mulheres que se acomodam e se restringem à prática de atividades físicas, o que as levam facilmente ao sedentarismo e a obesidade.

    Em se tratando de obesidade, um aspecto importante que também deve ser levado em consideração é o índice de massa corporal (IMC), que também pode ser um indicativo importante, pois segundo Neves e Santos (2003) apud Monteiro e Lopes e Lopes (2009) é um diagnóstico quantitativo para estipular a obesidade do indivíduo.

    Fernandes Filho (2003) destaca que há evidências de IMC baixo estão relacionados a doenças pulmonares e IMC alto em doenças cardiovasculares entre outras.

    O alongamento surge como uma possibilidade de auxiliar no controle da massa corporal e melhora da flexibilidade dessas mulheres. O conceito de alongamento sugere um trabalho de elasticidade dos músculos, sem força excessiva ou prejudicar as articulações, trabalhando somente músculos e ligamentos (Costa apud Parreiras e Parreiras, 2010).

    De acordo com Alter apud Lasch e Pohl (2011, p.01) o alongamento é o conjunto de técnicas utilizadas para se manter ou para se aumentar a amplitude de movimentos, é benéfico e potencialmente agradável.

Materiais e métodos

    Esta pesquisa foi de natureza básica, que para Cervo e Bervian (2002), tem como objetivo descobrir e conhecer sobre um assunto, sem que os resultados sejam aplicados de imediato no campo estudado.

    Em relação ao tipo, caracteriza-se como quantitativa, já que irá apresentar em números a resposta para o problema indicado (MARCONI; LAKATOS, 2003).

    O universo desta pesquisa foi constituído no total de 32 professoras sedentárias da rede Estadual de ensino, sendo 15 professoras de Santa Cruz do Timbó de Porto União – SC, e 17 professoras de Três Barras – SC.

    A amostra desta pesquisa foi intencional, logo não probabilística, já que se delimitou que os testados deveriam ser professoras sedentárias da cidade de Três Barras – SC e de Santa Cruz do Timbó - Porto União - SC. Ambos os testes foram aplicados nas respectivas localidades, no período matutino.

    As medidas foram realizadas da seguinte forma, a estatura foi verificada através de uma trena flexível marca Sanny Medical Sparrett, fabricada no Brasil, em 2000, e precisão, de 0,1 mm, fixada na parede lisa, com 3 metros e graduação de 0,1 cm, e o zero coincidindo com o solo. O avaliado permaneceu na posição ortostática, em pé, posição ereta, braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos, com os calcanhares em contato com o instrumento de medida, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A medida foi realizada em apnéia inspiratória, com a cabeça no plano de Frankfurt, paralela ao solo (FERNANDES FILHO, 2003). Foi utilizado o esquadro antropométrico para verificar a perpendicularidade na coleta de dados.

    Para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), foi utilizado à seguinte formula: IMC = Peso Corporal / Estatura².

    Teste de Flexibilidade (Sentar e alcançar): Foi utilizado o banco de Wells, durante o teste, a planta dos pés do testado coincidiu com o 23 cm da fita métrica. Os testados deverão estavam descalços e ficaram sentados de frente ao banco com as pernas unidas, colocando uma mão sobre a outra e elevando no sentido vertical, e após elevaram a ponta dos dedos na máxima extensão sobre a régua, sem flexão dos joelhos e sem movimento de balanço. Cada testado realizou duas tentativas, sendo anotado o melhor resultado entre as tentativas (PROESP-BR).

    As sessões de alongamento foram aplicadas de segunda a sexta-feira, de acordo com os exercícios sugeridos por Camarão (2004), com duração de 30 minutos, sendo que cada dia da semana foram realizados exercícios diferenciados.

Sessões semanais das aulas de alongamento (30 minutos diários)

Segunda-feira

Terça-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

1. Enrolar

(Roll up)

(8 Minutos)

5. Alongamento com uma perna

(Single leg strech)

(8 Minutos)

9. Tesoura

(Scissors)

(8 Minutos)

13. Preparação para o rolamento

(Roll over prep)

(8 Minutos)

17. Série de chutes

(Side Kick)

(8 Minutos)

2. Circulo com a perna

(Leg Circle)

(8 Minutos)

6. Cruzado

(Criss-cross)

(8 Minutos)

10. De bruços com calcanhares unidos

(Heel squeeze prone)

(8 Minutos)

14. Rolamento

(Roll over)

(8 Minutos)

18. Serra

(Saw)

(8 Minutos)

3. Alongamento da coluna

(Spine strech)

(8 Minutos)

7. Duplo alongamento de pernas

(Double leg strech)

(8 Minutos)

11. Posição de descanso

(Rest position)

(8 Minutos)

15. Rolando para trás

(Obliques roll back)

(8 Minutos)

19. Rolando como bola

(Rolling like a ball)

(8 Minutos)

4. Alongamento de adutores na bola suíça

(6 Minutos)

 

8. Peitorais na bola suíça

(6 Minutos)

 

12. Dorsais na bola suíça

(6 Minutos)

 

16. Agachamento com a bola suíça

(6 Minutos)

 

20. Flexão na bola suíça

(6 Minutos)

 

    Foram aplicadas as sessões durante seis semanas, totalizando 30 aulas, para após ser realizado o pós-teste.

    A análise dos dados constitui-se da estatística descritiva básica (média e desvio padrão) em planilha eletrônica no aplicativo Excel.

Apresentação e discussão dos resultados

    Através do Gráfico 01, observamos que em relação ao índice de massa corporal (IMC), ambas as escolas obtiveram resultados semelhantes, sendo que o pré e pós-teste não tiveram diferenças significativas. A média das professoras de Santa Cruz do Timbó (SC) foi de 23,24 ± 4,26, enquanto a escola de Três Barras (TB) apresentou a média de 23,25 ± 3,59, classificando ambos os grupos como normal.

Gráfico 01. Tabela do Índice de Massa Corporal (IMC)

    De acordo com Medeiros (2011) o sobrepeso e a obesidade são problemas de saúde, que preocupam a comunidade científica e alerta as renomadas instituições de saúde pública como a Organização Mundial de Saúde no combate ao surto de excesso de gordura corporal, acometendo a população mundial.

    Para o pré-teste de flexibilidade (sentar e alcançar) das professoras de Três Barras (TB), encontramos uma média de idade de 35 ± 7,25 anos, sendo que das 17 professoras testadas a média foi de 27,35 ± 8,38 cm, classificando o grupo como regular, para o mesmo teste realizado previamente em Santa Cruz do Timbó (TB), as professoras foram caracterizadas com a média de idade de 37 ± 7,28 anos, e obtiveram a média de 25,93 ± 7,59 cm, classificando o grupo de professoras também em regular, como demonstra o Gráfico 02.

Gráfico 02. Teste de flexibilidade

    Os resultados (Gráfico 02) revelam ainda que o pós-teste determina a média das professoras de Três Barras (TB) em 29,1 ± 7,59 cm, elevando a classificação do grupo de regular para médio. Observamos ainda que a média das professoras de Santa Cruz (SC) também foi elevada, para 27,6 ± 7,05 cm, mas não elevando a classificação do grupo. De acordo com Medeiros (2010) a maioria das mulheres com o nível de flexibilidade fraco e regular, deve-se à carência de atividade de alongamentos na rotina de atividade física diária de cada uma delas.

Considerações finais

    Após a realização de seis semanas de alongamentos, sendo realizados cinco vezes por semana, observamos que em ambos os grupos, a média foi levemente elevada. Embora ainda não seja uma boa classificação, mas observamos que em um curto período, a prática de alongamentos auxiliou positivamente para a melhora da flexibilidade das professoras sedentárias de ambas as escolas.

    Essa idéia corrobora com o estudo de Medeiros (2010) que avaliou mulheres jovens sedentárias iniciantes de atividades físicas, onde ele destaca que os exercícios de alongamento são eficientes para melhorar o nível de flexibilidade de mulheres, são exercícios capazes de melhorar a aptidão física relacionada à saúde, os quais podem ser realizados todos os dias da semana, sem nenhuma contra-indicação, os bons níveis de flexibilidade estão relacionados com melhor desempenho nas atividades esportivas, diminuição da tensão e do estresse, melhoria na postura, aparência pessoal e auto-estima.

    O fato de as mulheres de Três Barras estarem um pouco melhor classificadas pode ser pelo fato de contarem com uma média de idade um pouco mais baixa. De acordo com Medeiros (2010) em seu estudo, é observado que apenas uma década de diferença, indica uma regressão no nível de flexibilidade entre as meninas na faixa e 11 anos e entre as mulheres na média de 23 anos. Pode-se, certamente afirmar, que a ação do sedentarismo, aliado ao avanço da idade cronológica tende a provocar diminuição da flexibilidade.

    Em relação ao IMC, podemos constatar que grande parte das professoras, embora sedentárias, preocupam-se com o sobrepeso e a obesidade, e as que se encontram um pouco acima, seria aconselhável uma mudança na alimentação e buscar a prática regular de exercícios físicos.

Referências

  • BOMPA. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. São Paulo: Phorte, 2002.

  • CAMARÃO, T. Pilates no Brasil: corpo e movimento. Editora Elsevier, 4ª Reimpressão, Rio de Janeiro, 2004.

  • CERVO, A.L. BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002

  • FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física: testes, Medidas e Avaliação Física em Escolares, Atletas e Academias de Ginástica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Shade, 2003.

  • LASCH, E.F. POHL, H.H. O efeito do alongamento sobre um teste de força: um estudo com atletas de Santa Cruz do Sul, RS. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 162, Novembro de 2011. http://www.efdeportes.com/efd162/alongamento-sobre-um-teste-de-forca.htm

  • MARCONI, M.A; LAKATOS, E.M. Fundamentos de metodologia científica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

  • MEDEIROS, J.F. Análise da composição corporal por meio do índice de massa corporal, do percentual de gordura e da relação cintura-quadril em mulheres jovens. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 153. http://www.efdeportes.com/efd153/relacao-cintura-quadril-em-mulheres-jovens.htm

  • MEDEIROS, J.F. Níveis de flexibilidade de mulheres jovens sedentárias iniciantes em atividades físicas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 150, Novembro de 2010. http://www.efdeportes.com/efd150/flexibilidade-de-mulheres-jovens-sedentarias.htm

  • MONTEIRO, LOPES, C. LOPES, P.L. Avaliação para atividades físicas. 2ª ed. São Paulo: Fontoura, 2009.

  • NUNES, J.O.M. BARROS J.F. Fatores de risco associados à prevalência de sedentarismo em trabalhadores da indústria e da Universidade de Brasília. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 69, Fevereiro de 2004. http://www.efdeportes.com/efd69/risco.htm

  • PARREIRAS, R.; PARREIRAS L.P. O efeito do alongamento muscular em atividades físicas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 141, Fevereiro de 2010. http://www.efdeportes.com/efd141/o-efeito-do-alongamento-muscular.htm

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