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A Educação Física escolar como potencial agente de redução 

da evasão escolar no ensino de jovens e adultos (E.J.A.)

La Educación Física escolar como potencial agente de reducción de la deserción escolar en la enseñanza de jóvenes y adultos (E.J.A.)

 

*Licenciada em Educação Física, ISECENSA, RJ

**Mestre em Ciência da Atividade Física, Universo, Niterói

***Mestre em Ciências da Motricidade Humana, UCB, RJ

(Brasil)

Andrezza Gomes Fonseca*

andrezzag.fonseca@hotmail.com

Emerson da Mota Saint’Clair**

emerson.saint@yahoo.com.br

Mauricio Rocha Calomeni***

mauriciocalomeni@gmail.com

Nilo Terra Arêas Neto***

terra.nilo@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desde estudo foi verificar se a educação física escolar pode ser utilizada também como um meio de diminuir o índice de evasão escolar no Ensino de Jovens e Adultos (E.J.A.), a partir da adequação de seus conteúdos as necessidades do público, que frequenta as aulas neste seguimento da Educação Básica. Para tanto, esta investigação de caráter descritivo e qualitativo teve como preocupação fundamental refletir sobre o papel da Educação Física para além de seus objetivos já estabelecidos no E.J.A, contribuir na diminuição dos índices de evasão escolar. Utilizou-se para este fim a técnica de pesquisa bilbiográfica e análise de documentos oficiais da Educação Física e da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Também artigos científicos sobre o tema referenciaram a argumentação teórica apresentada aqui. Ao término do período de revisão e análise da bibliografia e documentação pertinentes constatou-se que a educação física escolar, permeada por atividades lúdicas e a criativas, e utilizando-se de estratégias como a ginástica laboral, o alongamento e o relaxamento pode sim contribuir para tornar o ambiente escolar mais favorável à aprendizagem, diminuindo inclusive o índice de evasão escolar no E.J.A.

          Unitermos: Educação Física. Evasão escolar. Educação de jovens e adultos.

 

Abstract

          The objective of this study was to determine whether physical education can also be used as a means of reducing the dropout rate in Youth and Adult Education (EJA), from the adequacy of its contents needs of specific audience that attends following the lessons in Basic Education. Therefore, this research was a descriptive and qualitative primary concern was to reflect on the role of physical education in addition to their goals already established in EJA, contribute to lower rates of truancy. Was used for this purpose the technique bilbiographic research and analysis of official documents of Physical Education and Education of Youth and Adults in Brazil. Also scientific papers on the subject have referred the theoretical argument presented here. At the end of the period of review and analysis of relevant literature and documentation was found that the physical education, recreational activities and permeated by creative and using strategies such as gymnastics, stretching and relaxation can indeed help make the school environment more conducive to learning, including reducing the dropout rate in the EJA

          Keywords: Physical Education. Truancy. Youth and adult education.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Há vários anos que projetos de inclusão de jovens e adultos no contexto escolar vêm sendo elaborados e implantados sem muito sucesso. Atualmente, o programa destinado a este fim chama-se “Educação de Jovens e Adultos” (E.J.A.).

    A Educação de Jovens e Adultos ou Ensino de Jovens e Adultos (E.J.A.) consiste em uma modalidade de educação básica, com metodologia de ensino voltada para o público jovem e adulto que não pode freqüentar o ensino fundamental e médio na escolarização normal (FREITAS, 2007).

    Durante o período de Estágio Supervisionado em Educação Física Escolar, no período letivo de 2011, em escolas públicas de Campos dos Goytacazes, RJ, foi possível constatar que é alarmante o número de alunos evadidos, especialmente na Educação de Jovens e Adultos (E.J.A.). Esta constatação foi feita primeiramente a partir da observação e comparação do quantitativo de alunos em aula, com os alunos listados no diário de classe do professor supervisor do estágio e reforçada pelos resultados obtidos na revisão de literatura.

    As conseqüências dessa situação problemática presente em todos os Estados da Federação são difíceis de calcular, mas podem ser bem mais graves do que só apenas determinar socialmente as funções de trabalho de adultos, que não conseguem ascensão social devido à baixa escolaridade e qualificação. É senso comum que a educação ou a falta dela pode contribuir decisivamente para o ingresso de jovens ao mundo do crime (ROCHA, 2010).

    A Educação Física Escolar, amplamente reconhecida como eficiente ferramenta de inclusão social (BRASIL, 1998; DARIO, 2004) é apresentada neste contexto como um conteúdo possível de ser adaptado às necessidades laborais deste público específico, contribuindo desta forma para facilitar o vínculo do aluno com a escola e diminuir os índices de evasão escolar.

    Assim, este estudo justifica-se pela possibilidade de se apontar uma estratégia que contribua na diminuição dos índices de evasão escolar. Acredita-se aqui que contemplando as necessidades e demandas dos Jovens e Adultos que não tiveram tempo de concluir os estudos na idade regular, por meio de atividades lúdicas nas aulas de educação física escolar estar-se-á facilitando sua inserção social, política e cultural em uma sociedade que exige níveis cada vez mais crescentes de escolarização e de certificação profissional.

Materiais e métodos

    Como metodologia desse estudo optou-se pela pesquisa descritiva e qualitativa, num estudo de “Revisão de Literatura”, visto que esta técnica de pesquisa descritiva é amplamente utilizada pelas áreas da Educação e Saúde (THOMAS e NELSON, 2002). O levantamento bibliográfico em questão constou de consultas a documentos nacionais sobre Educação e Educação Física no E.J.A., teses monográficas e livros clássicos sobre o tema. Também pesquisou-se artigos científicos nas bases Medline, Bireme, Lilacs e Scielo. Para tanto utilizou-se os seguintes descritores: Evasão Escolar, Educação Física, E.J.A. e Ginástica Laboral.

Revisão de literatura

O percurso histórico até o Ensino de Jovens e Adultos (E.J.A.)

    A Educação de Jovens e Adultos (EJA) surgiu com objetivo de auxiliar na alfabetização daqueles que por algum motivo abandonaram os estudos na idade regular. O analfabetismo e a baixa escolaridade estão associados a processos de exclusão social como a pobreza, a vivência rural, a condição feminina, o pertencimento a grupos étnico-culturais discriminados, a baixa qualificação profissional e situação desvantajosa no mercado de trabalho, que também estão relacionados ao reduzido peso desse grupo na conformação da opinião e das políticas públicas (DI PIERRO, 2008).

    No Brasil, o primeiro sistema educacional foi idealizado pelo Marquês de Pombal e implementado pelos Jesuítas. Chamou-se Ratio Studiorum e tinha por finalidade ordenar as atividades, funções e os métodos de avaliação nas escolas jesuíticas. Nesse período de colonização de exploração no país, o Ratio Studiorum constituiu-se como um marco para a educação brasileira.

    A autonomia dos jesuítas na colônia, todavia, fez com que a Coroa Portuguesa expulsasse os jesuítas, desorganizando o processo de educação implantado, resultando no retrocesso pedagógico. Durante este período colonial no Brasil a educação popular era quase que inexistente (GENTIL, 2005).

    Avançando ao século XX, mais precisamente na década de 40 aconteceu o primeiro esforço nacional de ampliar a educação formal para jovens e adultos. Uma iniciativa política pedagógica com este intuito foi implementada no país.

    Segundo Gentil:

    Nela aconteceram inúmeras iniciativas políticas e pedagógicas de peso, tais como: a regulamentação do fundo Nacional de Ensino Primário – FNEP; a criação do INEP, incentivando e realizando estudos na área; o surgimento das primeiras obra especificamente dedicadas ao ensino supletivo; lançamento da CEAA – Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, através da qual houve uma preocupação com a elaboração de material didático para adultos e as realizações de dois eventos fundamentais para a área: 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos realizado em 1947 e o Seminário Interamericano de Educação de Adultos de 1949. (GENTIL, 2005 p. 4).

    Este mesmo autor nos diz que 1958, quando da realização do II Congresso Nacional de Educação de Adultos no Rio de Janeiro, foi um ano de grande preocupação dos educadores em redefinir uma característica especifica e um espaço adequado para essa modalidade de ensino. Reconhecia-se que os professores utilizavam nas aulas de adultos as mesmas metodologias empregadas nas aulas da educação infantil.

    Até então, o adulto não escolarizado era percebido como um ser imaturo e ignorante, que deveria ser atualizado com os mesmos conteúdos formais, da escola primária, percepção esta que reforçava o preconceito contra o analfabeto (Paiva, 1973).

    Na contramão deste racional, Paulo Neves Freire criou um método simples e revolucionário, alfabetizando os educando em uma baixa escala de tempo (MORETTI, 2007).

A relevância de Paulo Freire no contexto do Ensino para Jovens e Adultos

    Na década de 50 surgiram várias críticas relacionadas à Educação de Jovens e Adultos, surgiu um novo paradigma para tentar solucionar esse problema de analfabetismo cuja referencia principal foi o educador Paulo Neves Freire.

    Paulo Freire nasceu em Recife (PE), no dia 19 de setembro de 1921. Órfão de pai, enfrentou dificuldades na infância e na adolescência, tendo que retardar a conclusão de seus estudos. Formou-se em direito sem nunca ter exercido a advocacia. Professor de português dedicou-se à pesquisa na área da educação, sendo o marco inicial de sua grande contribuição como pesquisador, a criação de um método simples e revolucionário de alfabetização de adultos, numa época em que os índices de analfabetismo no Brasil eram alarmantes. Começou a aplicar o seu método em 1963, na cidade de Angicos (RN), alfabetizando 300 camponeses, em apenas 45 dias (BRANDÃO, 2005).

    O método Paulo Freire propunha uma educação dialogada, que valorizasse a cultura popular, o trabalho e a realidade em que os jovens e adultos estavam inseridos, respeitando-os como sujeitos ativos e capazes de criar e recriar sua própria cultura. Paulo Freire defendia a tese de que, o importante do ponto de vista de uma educação libertadora, é que, em qualquer dos casos, os homens se sintam sujeitos de seu pensar, discutindo o seu pensar, sua própria visão de mundo, manifestada implicitamente ou explicitamente, nas suas sugestões e nas de seus companheiros. (FREIRE, 1987).

    Seu método contribuiu para que os jovens e adultos se conscientizassem de que a educação proporciona vida digna e torna uma pessoa mais participativa na sociedade.

    Francisca Vera Martins de Azevedo (2000) analisa que diante desta visão política e inovadora de Freire surgem no país novos programas para a alfabetização de jovens e adultos, que continuam não atendendo as necessidades dos alunos, geralmente trabalhadores de baixa renda e excluídos dos principais benefícios da sociedade moderna.

    Como causas diretas pode-se enunciar o despreparo e/ou descomprometimento dos educadores e gestores, bem como a falta de visão destes acerca do programa e seus objetivos. Diante disto é possível supor que essa situação também contribui decisivamente para o aumento dos índices de evasão e repetência escolar.

Programas de Alfabetização

    Outra experiência em educação surgiu no Brasil com o nome de MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), criado pela lei 5.379, de 15 de dezembro em 1967, para substituir a experiência de Paulo Freire.

    O Mobral era um programa nacional, que visava oferecer alfabetização a amplas parcelas dos adultos analfabetos nas mais variadas localidades do país (SOUZA, 2007).

    Houve várias criticas com o tempo utilizado para a alfabetização e pelos critérios utilizados na aprendizagem. Criticavam também a gestão financeira do Mobral em relação ao departamento de Ensino Supletivo ao orçamento do MEC.

    O Mobral ao final de 1970 passou por modificações em sua direção, e seus objetivos sem, no entanto, obter êxito em seus propósitos.

    Com a falência do Mobral, implementou-se o Ensino Supletivo.

O Ensino Supletivo

    O Ensino Supletivo foi regulamentado através da Lei Diretrizes e Base 5.692, no dia 11 de agosto de 1971. Tinha como objetivo recuperar o atraso escolar e formar mão de obra que contribuísse para o desenvolvimento nacional através de um novo modelo de escola, compatível a modernização socioeconômica.

    Para cumprir a escolaridade o Ensino Supletivo tinha quatros funções: Suplência, Suprimento, Aprendizagem e qualificação.

    Aqui nos interessa abordar a suplência, que tinha por objetivo de regular a escolarização daqueles que não concluíram os estudos na idade própria através de cursos e exames. Como seus antecessores, o Ensino Supletivo não respondeu as necessidades da parcela da população excluída do processo educacional.

Fundação Educar

    Após o termino do militarismo no país em 1985, criou-se a Fundação Nacional para Educação de Jovens – Educar, em substituição do MOBRAL.

    A Fundação Educar tinha o objetivo de acompanhar e supervisionar as instituições e secretarias que recebiam recursos para executar seus programas. Também promovia o atendimento nas series iniciais do 1º grau, produzindo material didático buscando o aperfeiçoamento dos educadores.

    Em 1996 foi lançado pelo Ministério da Educação o Programa de Alfabetização Solidária (PAS), polêmico por utilizar práticas superadas, como o assistencialismo. O PAS tinha o objetivo de combater o analfabetismo em cinco meses. Era destinado prioritariamente ao público juvenil das periferias urbanas, local onde se encontram os índices mais elevados de analfabetismo e criminalidade.

    A coordenação do PAS afirma que nos três primeiros anos de funcionamento o programa chegou a 866 municípios e atendeu 776 mil alunos, dos quais menos de um quinto adquiriu a capacidade de ler e escrever, esse resultado contribui para o fracasso do programa devido ao pouco tempo estipulado para alfabetização.

    Em 2003, o governo Lula lançou o programa Brasil Alfabetizado, que dá ênfase ao voluntariado, apostando na mobilização da sociedade para resolver o problema do analfabetismo.

    Infelizmente, constata-se que nenhum dos Programas citados deu conta de atender as necessidades dos jovens e adultos excluídos da escola e do processo educacional deste país. Fato que contraria o que dispõe o artigo 26º, 3º parágrafo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/94: “A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos” (BRASIL, 2005, p. 16).

A Educação Física e sua presença no EJA

    A evasão no E.J.A. é uma realidade de grande parte das escolas. Apesar de multifatorial, em estudo desenvolvido por MEKSENAS (1998) sobre a evasão escolar dos alunos dos cursos noturnos destacou-se como motivação, o fato dos alunos serem "obrigados a trabalhar para sustento próprio e da família. Exaustos da maratona diária e desmotivados pela baixa qualidade do ensino, muitos desistem dos estudos sem completar o curso secundário".

    Com tantas variáveis intervenientes, faz-se necessário um conjunto de ações integradas para minimizar a evasão escolar. Contudo, no que tange aos educadores físicos, seria preciso que esses inovassem em suas aulas, criassem novas estratégias, novos conteúdos, um método que proporcionasse prazer, reflexão e benefícios observáveis pelos próprios alunos. Seria preciso que o educador administrasse suas aulas conhecendo a realidade e necessidades dos seus educandos (SOARES, 2007).

    No E.J.A. e em todos os segmentos a Educação Física possui um caráter relacional com os educandos. Segundo Soler (2003) as aulas de Educação Física na educação de jovens e adultos devem proporcionar momentos de descontração e aprendizagem para esses alunos despertando o interesse pela atividade física, demostrando que se pode ter uma vida saudável e ativa a partir das práticas corporais.

    Além disto, a Educação Física inserida na E.J.A. deve ir ao encontro da abordagem da saúde renovada, buscando se interar sobre o que o discente já conhece e o estimulando à adoção de hábitos saudáveis não só dentro da instituição de ensino, mas por todo o seu cotidiano e se estendendo ao longo de toda a sua vida (DARIDO, 2003).

    Segundo Barbosa (2004) “o principal papel da Educação Física Escolar é formar cidadãos críticos, autônomos e conscientes de seus atos, visando a uma transformação social”. Assim, é plausível supor que a educação física escolar pode trazer grandes contribuições aos jovens e adultos através de seus conteúdos, fazendo com que os alunos pensem criticamente, sejam autônomos, criativos, participativos e que reivindiquem uma sociedade justa e igualitária.

    A disciplina de Educação Física embora facultativa para alunos acima de quarenta anos, é tão importante quanto às demais. Seu alto potencial desenvolvimentista pode levar o educando a uma vivencia da corporeidade, ampliando a consciência corporal, que poderá ser utilizada no seu cotidiano profissional e pessoal (SOUZA et al, 2009).

Estratégias e conteúdos da Educação Física Escolar para alunos do EJA

    Existem diversas possibilidades de se trabalhar com a Educação Física Escolar no contexto do E.J.A. Não só na quadra ou no ginásio o trabalho pode ser feito. A ginástica laboral, o alongamento, o relaxamento e os jogos de caráter lúdico podem ser utilizados como estratégia nas aulas.

    A Ginástica Laboral, por exemplo, seria uma importante estratégia de promoção da saúde dos alunos da educação de jovens e adultos (EJA). De acordo com as Diretrizes Curriculares (2006), a Ginástica como parte dos conteúdos curriculares deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades do seu corpo, sem, contudo, ficar presa a parâmetros obrigatórios de movimento e apologias de culto ao corpo.Os conteúdos propostos devem promover o bem-estar da pessoa com a finalidade de prevenir doenças ocupacionais, conscientizando-a sobre seu corpo, respeitando-o, estimulando-o e alertando-o sobre os males do sedentarismo e do estresse (Lima, 2004).

    Também atividades de alongamento e relaxamento podem ajudar os alunos a “ouvir” e “sentir” as necessidades do seu corpo e, assim descobrir a importância da atividade física e incorporá-la ao seu dia-a-dia.

    A criação de um espaço onde as pessoas possam exercer várias atividades e exercícios que, muito mais que um condicionamento mecanicista, estimule o autoconhecimento, a ampliação da consciência corporal, a melhoria da autoestima e, conseqüentemente, proporcionem um melhor relacionamento consigo, com os outros e com o meio é de vital importância para a manutenção dos alunos na escola (FIGUEIREDO, 2005; MONTALVÃO, 2005).

    Se estes não têm esse tempo durante a semana e se o local de trabalho não oferece tais atividades, a escola passa a ser então uma opção para usufruírem dos benefícios da atividade física.

Resultados e discussões

    Pelo que foi verificado na literatura concernente e referenciado neste estudo de revisão, pode-se afirmar que a hipótese levantada aqui, a de que a Educação Física Escolar possui grande potencial de integração, podendo contribuir para permanência do aluno regular do Ensino de Jovens e Adultos, se sustentou.

    Contudo, se faz necessário que os alunos sintam-se motivados, que queiram estar na escola após as atividades do seu dia-a-dia (GENTIL, 2005). No entanto, para que a as aulas de educação física cumpram esse papel é preciso, principalmente, um maior comprometimento dos educadores físicos. Os alunos precisam se sentir acolhidos e contemplados na escolha dos conteúdos a serem aplicados.

    A esse respeito Lima (2007) nos diz que a ginástica laboral é adequada às necessidades do trabalhadores/estudantes que ingressam na escola após uma jornada diária de trabalho.

    Outras atividades já citadas anteriormente neste trabalho se credenciam como forma alternativa de integração e de promoção de saúde dos alunos do Ensino de Jovens e Adultos. Todas as atividades aqui sugeridas são de fácil execução e podem ser implementadas pelos educadores físicos que trabalham com este seguimento da Educação Básica.

Considerações finais

    Por tudo o que foi levantado, analisado e discutido anteriormente, pode-se considerar que é preciso que a sociedade e a escola dêem respostas às novas demandas sociais, em especial a evasão escolar. No que tange a escola, tais demandas exigem que ela e seus atores estejam preparados, visto que a reversão do quadro atual é urgente e prevista em lei. Parece imperativo que os sistemas educacionais revejam seus conceitos e procedimentos. Também é necessário que uma política educacional voltada ao combate da evasão escolar no E.J.A. e nos outros seguimentos da Educação Básica seja repensada e implementada e, que esta seja uma política que proporcione uma ação coletiva de união e solidariedade em prol da solução da problemática abordada.

    Aos professores de educação física, sensíveis à causa, aconselha-se mais dinamismo e criatividade no ato de incluir e transformar o ambiente escolar num ambiente favorável à aprendizagem e de promoção à saúde.

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