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Corpo, Educação Física e ginástica

El cuerpo, la Educación Física y la gimnasia

 

Faculdade de Educação Física

Universidade Federal de Goiás

(Brasil)

Prof. Dr. Tadeu João Ribeiro Baptista

tadeujrbaptista@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este texto procura discutir a interação existente entre as concepções de corpo, a Educação Física enquanto campo de conhecimento e a ginástica como uma primeira forma de sistematização e de artificialização do movimento humano, trazendo como conclusão a necessidade de uma compreensão maior sobre cada um desses fenômenos.

          Unitermos: Corpo. Educação Física. Ginástica.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, a literatura de uma forma bastante abrangente, discute as relações de corpo, sociedade e Educação Física, a partir dos mais diferentes referenciais teóricos. Torna-se por isso é até certo ponto redundante, levantar estas questões. Porém, a intenção do presente texto é refletir, ainda que de maneira introdutória, esses assuntos de forma mais específica, sem a intenção de aprofundar uma discussão muito ampla, e tentando servir como elemento norteador, para uma reflexão inicial, que está sempre presente em um curso de graduação. Assim sendo, esse pequeno ensaio será dividido nos dois momentos apresentados a seguir.

    No primeiro momento vamos discutir a velha questão do corpo e algumas das principais concepções filosóficas da história da humanidade, sendo feito aí um corte do ponto de vista cronológico, detendo-nos nas discussões de Descartes, de Marx e de Merleau-Ponty.

    No segundo irá se refletir a respeito do papel da ginástica enquanto um elemento sistematizador das diferentes formas do movimento humano, dando-lhe o caráter de cientificidade presente até os dias atuais.

O que é corpo?

    A discussão sobre o corpo pode ser remetida a tempos remotos. Poderíamos situar essa discussão a partir dos famosos filósofos gregos, escrever um tratado sobre o corpo, e, ainda assim, não conseguir esgotar o assunto de maneira satisfatória, e também, sem estabelecer uma conexão que é do nosso interesse em relação à Educação Física. Por isso, fizemos a opção de estabelecer um corte a partir das discussões que surgiram com a modernidade e da qual, retiramos os principais pensadores, que em nosso entender, interferem, ainda hoje, no campo da Educação Física e Esportes.

    Dessa maneira, o nosso texto introdutório irá se dispuser a discutir de maneira simples as reflexões sobre o corpo postas em três autores: Descartes, Marx e Merleau-Ponty. A justificativa para tal fato se baseia, devido a interrelação que esses autores apresentam com três importantes abordagens no âmbito da Educação Física: as concepções da Aptidão Física, a Fenomenológica e a Crítico Superadora.

    Deve-se lembrar que as visões de corpo apresentadas, são algumas entre várias possíveis, sendo importantes porque trazem amarradas consigo a) um processo de reflexão; b) um conceito muito importante no processo de humanização: o da alma. Como principal referencial teórico para essas discussões, nos apoiaremos inicialmente em Gonçalves (l994).

    O primeiro pensador importante nesse texto é Descartes. Ele nos marca através do cogito "penso logo existo", dicotomizando assim a relação corpo/alma. Em relação a isso Gonçalves (l994: 50-1), acrescenta: “Descartes encerra o cogito e crava um profundo abismo entre o mundo material e o mundo espiritual, constituindo espírito e matéria dois princípios distintos e irreconciliáveis, (...) O Eu de Descartes é um Eu fragmentado em si mesmo e isolado do mundo”.

    A concepção cartesiana de corpo, marca até hoje o mundo pois, o corpo e a alma são componentes que têm momentos, sofrimentos e remédios totalmente diferentes, já que nesta perspectiva, eles são irreconciliáveis. Foi a partir daí, de acordo com a autora supracitada que as ciências se separam e começam a estudar de forma distinta a alma ou mente para a psicologia e que para a teologia e filosofia é sempre eterna, e o corpo através da anatomia, fisiologia, bioquímica, entre outras.

    Além da dicotomia criada entre corpo e alma, Descartes , traz ainda o fato da alma predominar sobre o corpo. Dessa forma, o corpo é visto como uma simples máquina, a qual tem a função de realizar as suas tarefas com eficiência, de maneira repetitiva, mecânica. Essa percepção se verifica dentro da fábrica, do comércio e sobretudo, no esporte, onde deve demonstrar a sua eterna evolução rompendo limites e barreiras. Dessa forma, a Educação Física, área que trata desses elementos, se vincula à Aptidão Física, tendência esta que vê o homem em sua dimensão meramente fisiológica, e que tem também como meta central, aperfeiçoar os corpos e a sua possível saúde.

    Uma segunda concepção importante é a de Marx, que trata o corpo de forma dialética, discutindo o homem a partir dele, da sua materialidade e da sua história e, para tanto ele tem que estar inserido nas relações de trabalho e na sociedade (relação com o outro). Costuma-se inclusive, dizer que para Marx, segundo Medina (l991: 58) “[...] o verdadeiro motor (o fator determinante) desse movimento são as contradições materiais da existência. (...) São as condições materiais que determinam a reflexão (o espírito, a consciência) e não o contrário.”

    Para Marx & Engels (1971), o Homem possui um corpo com duas dimensões: uma orgânica e outra por eles chamado de inorgânica. O corpo orgânico é o meio direto de vida do ser humano, o objeto material e instrumento da sua atividade vital. Em outras palavras, é através do corpo orgânico que o Homem atua no mundo e subsiste, já que é através dele que cria condições de sua existência como ser que vive do trabalho. Em síntese, esse é o corpo com todos os seus ossos, músculos, órgãos e sistemas. Já o corpo inorgânico lhe é externo, sendo entendido como a própria natureza, como o próprio meio no qual cada ser se insere, e onde lhe é possível atuar, e de onde os seres vivos retiram os meios para a sua existência.

    Dizer que o homem vive da natureza significa que a natureza é o corpo dele, com o qual deve manter-se em contínuo intercâmbio a fim de não morrer. A afirmação de que a vida física e mental do homem e a natureza são interdependentes simplesmente significa ser a natureza interdependente consigo mesma, pois o homem é parte dela. (MARX, 1983: 95)

    Para Marx, a natureza é histórica, ao mesmo tempo em que a história é, antes de tudo, da própria natureza, e isso se explica através do trabalho. Nos primórdios da vida humana na terra, o ambiente se apresentava extremamente hostil para a vida do Homem. Para que ele conseguisse sobreviver e retirar da natureza o seu sustento, precisou transformar o meio onde vivia, começando a produzir instrumentos que, ao mesmo tempo em que permitiam a sua ação sobre a natureza, permitiam também o desenvolvimento das suas capacidades motoras, psicológicas, culturais e mentais.

    Ao passar por esse processo de desenvolvimento, o Homem deixa as suas marcas na natureza de uma maneira profunda, visto como, por sua ação, ocorrem transformações nos leitos dos rios, nas plantações, na presença de animais, entre outras. Assim, ao escrever a história do seu desenvolvimento, o Homem passa a escrever também a história da própria natureza que é modificada pela sua ação, fato esse sem precedentes na evolução do planeta.

    A partir das transformações da natureza, ocorre também uma transformação do Homem. Nesse sentido, é a partir das ações, ou seja, do trabalho humano e conseqüentemente da sua objetivação, que se torna possível o Homo sapiens, expressão plena do Homem. Cada ser é, então, relacionado ao fruto de seu trabalho. E, o “[...] objetivo do trabalho, portanto é a objetificação da vida-espécie do homem, pois ele não mais se reproduz a si mesmo apenas intelectualmente, como na consciência, mas ativamente e em sentido real, e vê o seu próprio reflexo em um mundo por ele construído” (MARX,1983: 97).

    Entretanto, o ser humano se desenvolve de uma maneira diferente. Quando, em decorrência das transformações ocorridas no processo de produção, o produto do trabalho passa a não pertencer àquele que desenvolveu a ação de transformação, sendo esse fruto transferido para outro Homem, que é o proprietário do meio de produção, ele passa a não reconhecer aquilo que foi produzido por ele. Nesse momento o Homem se aliena “(...) de seu próprio corpo, a natureza extrínseca, de sua vida mental e de sua vida humana.” (Marx, 1983: 97). Nesse caso o trabalho perde o seu sentido e a subjetivação do ser na sua capacidade de transformação é dificultada. Dessa forma “(...) há a produção da atividade humana como trabalho, isto é, uma atividade estranha a si mesma, ao homem e à natureza, e portanto estranha à consciência e à realização da vida humana.” (Marx, 1983: 105). Um local onde a expressão da sua vida é enfatizada, realizada apenas enquanto um animal, sentindo-se um homem apenas na sua condição mais animalesca, entre elas comer, dormir, procriar. Com isso, o Homem transforma-se em um animal naquilo que o faz mais humano: o trabalho.

    A reflexão do corpo em Marx, nos remete necessariamente à discussão da sociedade capitalista, fornecendo ainda mais um componente de exploração que atualmente não sai da mídia que é o paradigma do corpo perfeito, originando assim a necessidade de cultuá-lo, de acordo com o que é estabelecido pelos mandamentos (do consumismo), os deuses e os sacerdotes (da beleza) gerando a idolatria a corpos perfeitos, que se tornam mais importantes do que os corpos saudáveis, gerando o que Codo e Senne (l984), chamam de corpolatria, que de acordo com as suas colocações deveria ser a salvação e acaba transformando-se no final em alienação. A salvação viria por que o homem e a mulher, sobretudo os de classe média, são alienados, por serem incapazes de expropriar a mão-de-obra, já que não são os donos dos meios de produção, e sem poder transformar a natureza diretamente através da sua própria mão, perdendo assim a sua relação direta com o corpo, pela execução de movimentos extremamente restritos. Partindo desse pressuposto busca nos templos da corpolatria a porta de saída para a transformação de algo palpável, e ao mesmo tempo aproximar-se de si mesmo. Todavia quando ele encontra o local onde isso se tornaria possível, seus movimentos tornam-se mecânicos e repetitivos, se defrontando apenas com o espelho e sua casca sem conteúdo, alienando-se novamente. Essa forma de alienação acaba mais uma vez, beneficiando o sistema por aumentar a produtividade individual. Como diz Gonçalves (l994: 63), “Fazer com que esse corpo subsista como força de trabalho é o único objetivo do capital”.

    Toda a reflexão a partir de Marx, interfere na Educação Física em pontos como:

  • A falta de visão, inerente ao capitalismo, do ser humano enquanto totalidade social e histórica, de maneira a não se perceber esses fatores enquanto intervenientes no seu desenvolvimento e no seu rendimento corporal

  • A clareza da percepção que dentro do capitalismo, o corpo é visto enquanto uma mercadoria a ser vendida, treinada e aperfeiçoada.

  • O treinamento do corpo é uma forma do homem desenvolver o domínio sobre a natureza3.

    A reflexão sobre estes pontos são fundamentais para que se possa desvelar mitos referentes a prática social, em especial a Educação Física. Além disso, a reflexão de Marx dá o suporte filosófico necessário para o desenvolvimento da tendência Crítico-Superadora, que tem como conteúdos os elementos da cultura corporal (a ginástica, as lutas, os jogos, a dança, a mímica, as atividades circenses e o esporte). Nessa perspectiva, adotada normalmente dentro da escola, se procura entender que cada ser é fruto do meio social, que por sua vez determina a sua consciência, cabendo à Educação Física, atuar de forma a superar o modelo social vigente, usando os seus conteúdos como reflexão para os problemas sociais.

    A terceira concepção e última concepção discutida é a de Merleau-Ponty, que reflete a relação entre homem e mundo. Para maior clareza do pensamento desse autor, iremos recorrer mais uma vez a Gonçalves (l994). Percebemos a partir dela que Merleau-Ponty faz a observação de que “... tenho consciência de meu corpo através do mundo...” e “... tenho consciência do mundo devido a meu corpo...” (Gonçalves, 1994: 66). A autora continua dizendo que “a relação homem-mundo é estabelecida num contato direto com as coisas - do corpo com as coisas” (ibid.). Ou seja, por mais que se possua “uma alma, esta só se perceberá através da percepção das coisas e destas em relação ao corpo” (ibid.). A operacionalização do corpo depende da intencionalidade e a motricidade humana, pois os movimentos são controlados voluntariamente e a sua aprendizagem está ligada a capacidade deste movimento e suas variadas formas, interagirem com o mundo de cada um. Com isso pode-se afirmar que o movimento irá se ligar a cultura através da linguagem do próprio corpo. Este corpo passa a ser meio de relação com o outro e com o mundo através da práxis do homem.

    A reflexão do corpo a partir de Merleau-Ponty está hoje respaldando uma abordagem da Educação Física no Brasil, denominada de Fenomenológica, a qual coloca como foco central de sua discussão, a preocupação com o sentido e o significado que as práticas relacionadas à motricidade humana tem para o aluno, enquanto um locus privilegiado de inter-relações pessoais. Essa abordagem não possui neste momento, como as outras duas uma sistematização elaborada de sua prática dentro da escola. Entretanto, há de se apontar esta visão como diferenciada em relação às outras duas aqui discutidas.

    Dessa maneira fechamos a discussão referente ás concepções de corpo dentro das três principais correntes filosóficas, cabendo agora a discussão a respeito da Ginástica.

A ginástica enquanto prática de sistematização do movimento humano

    Pelo que vimos até agora o corpo, enquanto instrumento de relação do ser humano com seu meio, através do qual transforma o mundo e a si mesmo, é fundamental. Entretanto, este corpo não teria capacidade de ação se não fosse a possibilidade de realização de movimentos, que lhe permitem desde os mais simples e necessários deslocamentos, como a deambulação, até a elaboração de instrumentos capazes de substituí-lo em ações perigosas. Também pode-se refletir através do próprio corpo e do movimento de uma pessoa toda a sua cultura e valores, que são construídos e transmitidos a partir da realização dessas verdadeiras atividades musculares. Pretendemos com isso, demonstrar que o desenvolvimento filogenético (O desenvolvimento filogenético está relacionado ao desenvolvimento do homem enquanto espécie animal. Desenvolvimento este que passa a ser transmitido de geração em geração, através da genética) do homem só lhe foi possível a partir do momento que ele conseguiu transformar o seu meio através das suas ações, da confecção de instrumentos, entre outros, fatos que por sua vez deram a ele enquanto animal a possibilidade de evolução da parte frontal do cérebro, da oposição do polegar e porquanto da modificação das estruturas da mão, bem como a possibilidade de desenvolver uma marcha bípede.

    Em relação ao desenvolvimento da marcha especificamente, a natureza parece fazer um eterna revisão, embora rápida com cada ser humano ao nascer, pois, a criança só aprende a andar depois de flutuar no líquido amniótico como os seres aquáticos, se arrastar como os répteis, engatinhar na posição quadrúpede como os mamíferos, deslocar apoiando as mãos como os primatas, até ficar em pé, andar e correr como humano. Todos esses movimentos que poderíamos chamar de básicos podem ser associados a outros como o trepar, o lançar, entre outros.

    O movimento fez-se natural e espontâneo para o ser humano, uma vez que a sua realização era inerente ao seu quotidiano de busca pela comida, fosse coletando frutos em árvores, caçando animais, ou então, fugindo de predadores, para não ser ele o jantar. Entretanto, ao desenvolver os instrumentos de trabalho e assim gerar cultura, podemos dizer que as atividades decorrentes da própria evolução tecnológica, ao longo de todos esses séculos, foi retirando das pessoas a necessidade do movimentar-se, pois, as máquinas, principalmente as que foram produzidas após o século XVIII, substituíram paulatinamente o trabalho corporal. A partir dessa perspectiva, a realização das ações corporais passa a limitar-se aos jogos, rituais e festividades. A partir daí, e sobretudo com as transformações sociais da era capitalista o movimento passa a ser sistematizado e artificial.

    A sistematização e a transformação do movimento natural em artificial foram feitas dentro de uma área do conhecimento que tomou força, sobretudo a partir do século XVIII, onde o seu objetivo central era tornar o homem, principalmente o trabalhador, em um ser forte, ágil, resistente às doenças e sobretudo dócil1.

    A sistematização da ginástica cria “novos corpos”, capazes de desenvolver as capacidades necessárias ao desenvolvimento do capital. Ao fazer isso e entendendo que no capitalismo a liberdade e a individualidade se mostram como elementos importantes, a ginástica e o cuidado que se tem com o corpo se tornam capazes de gerar também o chamado desenvolvimento ontogenético2, o qual possui aspectos individuais.

    Dessa época para cá, o desenvolvimento gerou as academias de ginástica, os diversos aparelhos capazes de trabalhar músculos específicos, e até mesmo andar milhas e milhas sem sair de dentro de casa ou mesmo do lugar. Essa construção entretanto, só se tornou possível por meio do estudo dos diferentes movimentos, estabelecendo-se assim nomenclaturas próprias para cada ação muscular realizada, bem como foram definidos diferentes planos e eixos de movimentos, os quais podem ser resumidos no quadro abaixo.

Quadro 1: Diferentes Planos, eixos e movimentos.

Plano

Eixo

Movimentos

Sagital

Frontal (Látero/Lateral)

Flexão e Extensão

Frontal

Sagital (Ântero/Posterior)

Abdução, Adução e Inclinação

Transversal

Longitudinal

Rotação Lateral e medial, Supinação e Pronação.

Fonte: Quadro adaptado de Rodrigues e Rocha (1985: 13)

    A sistematização e denominação para cada um desses planos, eixos e movimentos, favorecem o avanço da ginástica enquanto área do conhecimento que possui bases científicas, as quais ao final do século XIX, irão dar as bases para a criação da própria Educação Física, a qual passará por diferentes abordagens, principalmente no Brasil, ao longo de toda a sua história. O que é mais importante nesse momento, porém, é a fundamentação que essa área irá buscar na ciência com parâmetros positivistas. A associação desses dois campos do conhecimento irão facilitar o crescimento de disciplinas como a fisiologia aplicada ao exercício, a biomecânica, entre outras. Dessa forma a relação da Educação Física com as ciências biológicas se fortalece cada vez mais. Esse saber, todavia, é elaborado enquanto um saber pedagógico, e dessa maneira, é adotado inicialmente nas instituições militares, e logo em seguida dentro das escolas.

    Nesse momento, os objetivos da ginástica, são definidos de acordo com os interesses governamentais, mantendo contudo, o seu cunho biológico, fato esse que será questionado no Brasil, a partir da década de 1980, especificamente 1985, quando vários professores passam a fazer mestrado nas ciências humanas. Todavia isso é assunto para um outro texto.

Conclusão

    O presente ensaio tentou através da discussão sobre o corpo, a Educação Física e a ginástica enquanto conhecimento sistematizado, buscar entender um pouco de como a história interfere na formação do homem e como ele também se relaciona como ser na sociedade.

    Dentro desse quadro, a Educação Física e suas áreas de atuação, bem como o seu objeto de estudo, a cultura corporal, são componentes essenciais para a realização plena do homem. Essa plenitude de realização, em nosso entender é permeada, pela prática corporal, uma vez que, a sua realização permite entre outras coisas a interrelação entre as pessoas, assim como a transformação do meio em que se vive.

    Por fim o presente ensaio não se esgota nele mesmo, sendo que isto só será possível com a elaboração detalhada dos objetivos da ginástica com as suas diferentes escolas, assim como pela reflexão do papel dessa prática social.

Notas

  1. Sobre esse tema sugerimos a leitura de Soares (1994), Soares (1998) e Foucault (1999).

  2. O desenvolvimento ontogenético, está relacionado ao desenvolvimento de cada indivíduo, enquanto diferenciado na espécie.

Referência bibliográfica

  • CODO, W. E SENNE, W. A. O que é Corpo (latria). São Paulo: Coleção Primeiros Passos, Brasiliense, l984.

  • FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 14. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1999.

  • GONÇALVES, M. A. S. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. Campinas : Papirus, 1994.

  • MARX, Karl. Manuscritos econômicos filosóficos. In: FROMM, Erich. Conceito marxista de homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967 e 1983.

  • __________& ENGELS, Friedrich. A Ideologia alemã e Outros Escritos: primeira parte. Rio de Janeiro: UFRJ, 1971.

  • MEDINA, J. P. S. O Brasileiro e seu Corpo: educação e política do corpo. 3. ed. Campinas: Papirus, l991.

  • RODRIGUES, Carlos E. C. & ROCHA, Paulo E. C. P. da. Musculação: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 1985.

  • SOARES, Carmem L. Educação física: raízes européias e Brasil. Campinas: Autores Associados, 1994.

  • __________. Imagens da educação no corpo: estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. Campinas: Autores Associados, 1998.

  • VAZ, Alexandre. Treinar o Corpo, dominar a Natureza: Notas para uma análise do esporte com base no treinamento corporal. In: Caderno Cedes 48. Corpo e Educação. Campinas: CEDES, 1999.

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