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Análise da capacidade funcional dos membros superiores 

em mulheres idosas praticantes de atividade física regular

Análisis de la capacidad funcional de los miembros superiores en mujeres mayores practicantes de actividad física regular

 

*Bacharel em Educação Física. Universidade Federal de Viçosa

Subsolo Academia. Viçosa - Minas Gerais

**Bacharel em Educação Física. Universidade Federal de Viçosa

Especialista em envelhecimento. Universidade Cândido Mendes

Especialista em Atenção Básica e Saúde da Família. Universidade Federal de Minas Gerais

Prefeitura Municipal de Ponte Nova. Minas Gerais

Lucas Lopes Faraci*

lucas.faraci@ufv.br

Rogério Moreira Campos Júnior**

rogeriojr@ufmg.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O propósito do presente estudo foi analisar a capacidade funcional de membros superiores em idosas do sexo feminino, que participam regularmente de grupos de atividades física. Foram avaliados 145 participantes do Projeto “Saúde em Movimento”, oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde no município de Ponte Nova, MG, por meio do teste “Flexão do antebraço”. A média dos participantes foi de 13,5 repetições executadas corretamente, com desvio-padrão de 3,7 repetições. Pode se observar com os resultados obtidos uma nítida perda de força muscular em decorrência da idade, e pretende-se a partir de estudo procurar formas de retardar esse déficit.

          Unitermos: Envelhecimento. Capacidade funcional. Testes. Idosos. Mulheres. Membros superiores. Resistência de força.

 

Abstract

          The purpose of this study was to analyze the functional capacity of the upper limbs in elderly women, who regularly participate in physical activity groups. We assessed 145 participants of the project "Health in Motion", offered by the Municipal Health Department in the city of New Bridge - MG, by testing "Flexion of the forearm." The average participant was 13.5 repetitions performed correctly, with a standard deviation of 3.7 repetitions. Can be observed with the results a clear loss of muscle strength due to age, and we intend to study from finding ways to delay this shortfall.

          Keywords: Aging. Functional capacity tests. The elderly. Women. Upper limbs. Strength endurance.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Um dos grandes desafios da sociedade atual, principalmente para as autoridades de saúde, é saber lidar com a questão do envelhecimento populacional, uma vez que a transição demográfica nos leva a ter que planejar e atuar de forma eficaz para que os idosos tenham uma boa qualidade de vida. Para se ter uma idéia desta transição, basta nos atentarmos para o fato de que em 1980 existiam no Brasil, 7 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos, e nos dias atuais este número passou para algo em torno de 15 milhões de pessoas (IBGE, 2002). A população com idade acima dos 60 se mostra mais vulnerável a problemas de saúde (isso se compararmos com a população em geral e que se encontra abaixo dessa faixa de idade) utilizando assim com uma freqüência maior os serviços de saúde (PINHO et.al., 2009). Entretanto, NERI (2002) nos fala que apesar do avanço da idade aumentar de forma significativa a probabilidade do acontecimento de certas doenças, é importante saber que envelhecer não é sinônimo de adoecer, principalmente quando as pessoas possuem hábitos de vida saudáveis.

    Segundo BENEDETTI et al. (2007), a atividade física é uma das formas de se combater ou minimizar os possíveis efeitos maléficos causados pelo envelhecimento, uma vez que a pratica regular de atividades físicas está diretamente relacionado à prevenção e controle de algumas doenças-degenerativas, mantendo assim os idosos com uma aptidão funcional melhor, e por mais tempo.

    Quanto se fala de envelhecimento populacional, um dos pontos mais importantes para se manter uma boa qualidade de vida é a capacidade funcional. RIKLI et al. (2007) define capacidade funcional como a capacidade de realizar, de maneira segura, as atividades da vida diária, sem que ocorra fadiga indevida durante atividades aeróbicas, atividades de força muscular, de flexibilidade, equilíbrio, etc. Segundo GUIMARÃES et al. (2004) o idoso que busca a manutenção e preservação de suas capacidades para desenvolver sozinho as atividades da vida diária pode prolongar consideravelmente o tempo de sua independência.

    Em pessoas idosas sedentárias, atividades simples da vida diária como caminhar, subir escadas, manter a casa limpa, levantar da cadeira, podem representar um esforço que pode chegar próximo de 80% do seu VO2 máximo, fazendo com que pequenas alterações de natureza física façam que essas pessoas se tornem incapazes ou dependentes para desempenhar esses tipos de atividades (CHANDLER et al, 1996). Portanto se faz necessário a aplicação de testes para avaliar as condições de vida da população idosa. Dentre os diversos testes específicos para os idosos temos os testes funcionais, e dentro dos testes funcionais encontramos o teste de ”Flexão do antebraço“, que analisa a resistência de força de membros superiores. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi o de avaliar a capacidade funcional de idosos praticantes de atividade física regular através do teste funcional de ”Flexão do antebraço“.

2.     Metodologia

2.1.     Amostra

    A amostra contou com os integrantes do projeto ”Saúde em Movimento“ da prefeitura municipal de Ponte Nova, MG, que é um projeto de praticas corporais do município e que atende 11 diferentes pólos. Foram avaliadas 119 mulheres participantes do projeto. Todas avaliadas possuíam idade igual ou superior a sessenta anos, e já estavam inseridas no projeto há pelo menos seis meses. Os testes foram aplicados por uma equipe de avaliadores treinados e com experiência nesse tipo de teste. A coleta dos dados ocorreu entre os meses de maio a julho de 2011.

2.2.     Procedimentos

    Os avaliados iniciavam o teste sentado, com as costas retas e o tronco totalmente encostado na cadeira, os pés deveriam estar apoiados no chão, segurando o halter com a mão dominante (foi utilizado um peso de 2 kg para mulheres). O movimento iniciou-se com o braço estendido e ao sinal deveria ser executada uma flexão de braço, completando o ângulo de movimento, e retornando para a posição de extensão do antebraço. O avaliado foi encorajado a realizar o máximo possível de repetições no intervalo de 30 segundos, e a pontuação foi obtida pelo numero total de execuções corretas.

3.     Resultados

    Foi utilizado à média simples e o desvio padrão para analise do número de repetições, como podemos ver na figura a seguir (figura 1).

Figura 1

    Foram analisados também os resultados por faixa etária. Para tal analise dividiu-se a amostra em 3 grupos, que foram separados nas idades de 60 a 69 anos, 70 a 79 anos, e acima de 80 anos de idade. (Figura 2)

Figura 2

    A analise do número de repetições em função da idade foi feita através da dispersão dos dados, adicionando-se uma linha de tendência dos resultados. (Figura 3)

Figura 3

4.     Discussão

    A média simples para os 119 avaliados foi de 13,5 repetições, e o desvio padrão foi de 3,7. Os resultados encontrados no presente estudo são semelhantes aos resultados encontrados por Pereira et al. (2009), que comparou os resultados do “Teste de Flexão de Cotovelo” em idosos sedentários e ativos, e encontrou para os idosos ativos 13 repetições como média.

    Quando analisamos a média das repetições em função da idade percebemos uma tendência de diminuição com o passar dos anos. A linha de tendência nos mostra que a media em torno dos 60 anos é 14 repetições, já em torno dos 85 anos é de 12 repetições. O melhor desempenho no teste foi realizado por uma avaliada de 70 anos que realizou 28 repetições. O pior desempenho foi 5 repetições, realizadas pela avaliada com a idade mais avançada da amostra, que possui 85 anos. Como podemos perceber, nos resultados, a média das repetições caiu com o avanço da idade, nos levando a pensar que com o passar com anos a diminuição da capacidade funcional dos idosos nos testes dessa natureza diminui. Pereira et al. (2009) também encontrou essa tendência em seu estudo, visto que a media de repetições em seus avaliados com média de idade de 61 anos foi de 15,7 repetições, já para a média de idade 77 anos a média de repetições foi de 12,1 repetições.

    Entretanto, não podemos simplesmente associar o declínio da capacidade funcional com o avanço da idade, pois se sabe que vários são os fatores que interferem nessa capacidade dos idosos, sendo a atividade física regular e sistematizada como um dos principais fatores, como nos mostra Yamauchi et al. (2005), que analisou os resultados de um programa de atividade física de 12 semanas sobre a força funcional de membros superiores em idosas de 62 a 80 anos, e verificou aumento significativo desta força após este período de atividade física.

5.     Conclusão

    Após analisados os resultados obtidos no presente estudo, conclui-se que à medida que envelhece, a população idosa, de uma forma geral, mesmo sendo fisicamente ativa possui uma tendência de diminuir seu desempenho nos testes funcionais para membros superiores. Vale ressaltar que não podemos generalizar nossos resultados, uma vez que, como podemos perceber nos achados, idosos com idade mais avançadas conseguiam resultados expressivos nos testes, se sobressaindo inclusive a idosos mais novos. Ficando assim subentendido que uma forma de vida saudável, que alia atividade física, alimentação, descanso, vida social ativa, ausência de doenças, entre outros, é fundamental para se manter com uma capacidade funcional satisfatória.

Referencias

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