A relação do desempenho escolar com a prática da natação La relación entre el rendimiento escolar y la práctica de la natación |
|||
*Acadêmico formando do Curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina **Docente Curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina ***Docente do Curso de Pedagogia e do Programa de Acessibilidade da Universidade do Sul de Santa Catarina |
Prof. Manoel Alair Rodrigues da Luz* Prof. Dr. Richard Ferreira Sene** Prof. Dione Arenhart Rodrigues** Profa. Marcia Meurer*** (Brasil) |
|
|
Resumo Este trabalho tem como objetivo fazer um estudo sobre a relação do desempenho escolar com a prática da natação. Para isso, foi realizada uma pesquisa descritiva, com procedimentos de campo onde autor foi até a piscina onde treinam os atletas da Associação Tubaronense de Natação onde entrevistou com os questionamentos sobre escola que frequenta, tempo de prática de natação e autorização dos pais e dos alunos para requisição da média escolar durante os anos letivos de 2009, 2010 e 2011. Após essa abordagem se escolheu a amostra dos alunos que estudam no Colégio Dehon, pois o mesmo era o que mais possuía atletas na equipe. Os resultados encontrados foram que os alunos/atletas tem um desempenho escolar satisfatória de médias que vão de 6,4 a 9,8. Também foi observado um decréscimo na média escolar de uma forma geral durante os anos, bem como um decréscimo e valores mais baixos nas medias dos alunos que treinam mais horas por semana. Com os dados podemos concluir que a natação ajuda os alunos a terem médias boas para seguirem adiante. Mas não podemos afirmar que a natação é o principal fator, pois a amostra viu-se limitada pela baixo numero de atletas/escolares. Unitermos: Natação. Desempenho escolar. Escolares/Atletas.
Resumen Este trabajo tiene como objetivo realizar un estudio sobre la relación entre el rendimiento escolar con la práctica de la natación. Para esto, se realizó una investigación descriptiva con los procedimientos de campo donde el autor concurrió a la piscina donde entrenan los nadadores de la Asociación Tubaronense de Natación, donde realizó entrevistas con preguntas sobre asistencia a la escuela, tiempo de práctica de natación y se requirió el consentimiento de los padres y estudiantes para solicitar a la escuela los datos del rendimiento académico durante los años lectivos de 2009, 2010 y 2011. Después de este abordaje fue seleccionada la muestra de escolares que estaban matriculados en el Colegio Dehon, pues el que tenía más nadadores en el equipo. Los resultados fueron que los estudiantes/deportistas tienen un promedio de rendimiento académico satisfactorio que va desde 6,4 hasta 9,8 de promedio. También se observó una disminución en el rendimiento académico, en general, en los últimos años, así como una disminución de los valores más bajos y en los promedios de los estudiantes que se entrenan más horas a la semana. Con los datos se concluye que la natación ayuda a los estudiantes a tener buen promedio para seguir adelante. Pero, no podemos decir que la natación es el factor principal, ya que la muestra se vio limitada por el reducido número de estudiantes/deportistas. Palabras clave: Natación. Rendimiento académico. Estudiantes/deportistas.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Sabemos que a água faz parte de nossa vida, ora em nosso corpo, ora em nosso planeta. Ela é, portanto, essencial à nossa vida, à nossa saúde. Uma forma de estarmos bem próximos da água é a natação, um exercício físico, mas com possibilidades de colaboração na saúde mental.
As atividades aquáticas podem ser consideradas como de grande benefício ao nosso bem-estar e consequentemente à qualidade de vida. Sendo uma atividade física completa, a natação é praticada em várias fases da vida, ora para recreação, competição, ora como método terapêutico e, por isso, necessário para a saúde da mente e do corpo.
E tem sido notado que o envolvimento de crianças na prática de natação vem sendo cada vez mais frequente e antecipadamente. Essa posição nos traz reflexões e discussões sobre posicionamentos distintos e contraditórios.
A utilização do meio aquático já é utilizada desde a pré-história, ou seja, o homem naquela época já se utilizava do ambiente aquático com frequência. Há relatos que cerca de cinco mil anos atrás, na Índia, eram utilizados piscinas com águas quentes para tratamento de doenças. (TAHARA et al. 2006; SKINNER & THOMSON, 1985).
E com base nessa importante contribuição da natação para a saúde humana, este trabalho busca fazer um estudo sobre a relação da natação com o desempenho escolar, investigando que tipo de influência ocorre no desenvolvimento humano durante esse processo de atividade física aquática.
Como é crescente a tendência da inserção das atividades aquáticas no processo educacional para a possibilidade de melhorar o desempenho escolar através das práticas das atividades físicas no meio aquático, este trabalho se justifica pela importância do tema para a realidade atual, sendo a escola o espaço ideal para uma análise comparativa entre a atividade física desenvolvida na natação e os resultados do desempenho escolar.
Diante disso, destaca-se como objetivo geral verificar a relação do desempenho escolar com a prática da natação. Para tanto, serão descritos como objetivos específicos: a) verificar o desempenho escolar dos alunos do Colégio Dehon, participantes dos treinamentos de natação da Associação Tubaronense de Nadadores (ATN); b) verificar os benefícios cognitivos da prática da natação no desempenho escolar; c) relacionar o desempenho escolar com o tempo de prática da natação.
Referencial teórico
Sobre a natação
A água é parte da vida do homem, que sempre necessitou dela para a sobrevivência e subsistência: “desde a mais remota antiguidade a natação era prática comum, pois havia a necessidade de sobrevivência, tanto para fugir de predadores, praticar a pesca para subsistência, ou até mesmo a utilização do meio líquido como divertimento e como terapia.” (CATTEAU; GAROF, 1990; VELASCO, 1994).
Conforme Mendonça e Borges (2011), em sua história, a natação remonta aos tempos antigos, com registros em pinturas de vasos gregos, nos hieróglifos, nas dinastias chinesas e nas termas romanas, mas com maior referência à área militar.
Além de grande importância para a educação, a natação era uma prática de treinamento militar na Grécia e na Roma antigas. E essa prática continua na Idade Média, tempo também de constantes batalhas.
A prática de natação era tão bem vista nas antigas Grécia e Roma que, além de ser uma forma de treinamento militar, estava ligada à educação, tendo até uma lei Grega a qual considerava um cidadão educado quando ele, além de saber ler, também sabia nadar (MASSAUD, 2004, p. 15).
Já na idade moderna a natação não foi tão comum, porque se pensava que o corpo devia ser preservado e que nadar ao ar livre comprometia a saúde (COLWIN, 2000). Depois disso, vem surgindo o nado como um esporte, e aprender natação era motivo de saúde e competitividade. Com essa característica, a natação tornou-se uma modalidade esportiva forte e passou a competir em olimpíadas, como aconteceu em 1896, em Atenas, apresentando-se pela primeira vez em uma competição oficial. De lá para cá, a natação tem sido uma das modalidades esportivas mais praticadas, chegando às escolas em 1861.
E é por essa história que a natação entra cada vez mais na vida do homem. São piscinas, clubes e academias com estruturas para atender a todos os interessados na natação como atividade física, como prazer, mas principalmente como benefício de saúde e qualidade de vida.
Para Massaud (2004), a natação representa uma atividade física completa, possível de ser praticada em várias etapas da vida, ora como terapia, recreação, ora como competição. Nas palavras de Selau (2000, p.59), “o meio líquido é desencadeador de novas emoções, sensações, e pode proporcionar manifestações simbólicas de outra natureza, diferentes daquelas que não são desse meio”.
Tahara et al (2006, p. 2) destaca que, em diferentes faixas etárias, as atividades aquáticas trazem muitos benefícios. São eles:
No que concerne ao aspecto físico, a possibilidade de realizar movimentos sem causar impacto às articulações e tendões, estimulação de toda a musculatura e manutenção do tônus muscular, efeitos benéficos sobre o sistema respiratório e cardiovascular, recuperação de enfermidades, entre outros. Em relação ao aspecto psicológico, tendência à elevação da auto-estima, alívio dos níveis de stress, maior disposição p/ enfrentar as atividades cotidianas, entre outros. No que tange ao aspecto social, é perceptível como há novas possibilidades de favorecimento das relações interpessoais e consequente aumento dos laços de amizade, interesse em compartilhar experiências e ideais, entre outros.
Além disso, devem ser citadas as atividades aquáticas desenvolvidas para grupos especiais, como gestantes, bebês, pessoas com necessidades especiais, pessoas da terceira idade, asmáticos e ainda os que necessitam de reabilitação postural, entre outros casos. Também vale ser citada a Hidroterapia, uma importante modalidade da Fisioterapia, com exercícios, mobilizações e técnicas com base nas propriedades físicas da água e nos conceitos da Fisiologia do Exercício e Biomecânica. Pelos benefícios e vantagens percebidos, as características e propriedades da água tendem a ser parte de diversos tratamentos, assegurando a reabilitação física e, consequentemente, a qualidade de vida de muitas pessoas. (TAHARA et al, 2006).
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (2010), a educação física escolar significa uma prática sócio-pedagógica que está presente na escola desde a educação infantil até o ensino médio.
E como há inúmeras possibilidades de atividades na água, a natação, além de recreação e prazer, pode ser considerada uma importante opção para a educação e a socialização, sendo principalmente a escola o ambiente propício para ampliar o processo de ensino e aprendizagem dessa natureza.
Natação e desempenho escolar
No ambiente escolar, a Educação Física tem seus objetivos voltados para a formação global do aluno. Isso porque o corpo é a soma dos aspectos cognitivo e psicossocial. Dessa forma, a formação do aluno se completa para ser um indivíduo crítico, atuante, capaz de manifestar suas opiniões e de interagir socialmente.
Assim sendo, a Educação Física é parte da cultura humana, pois os movimentos corporais são práticas realizadas ao longo do tempo. No Brasil, a Educação Física foi considerada uma atividade complementar, com objetivos militares e higienistas e para o desempenho esportivo.
É importante destacar as palavras de Mendonça e Borges (2011, p. 11):
O ensino de natação foi influenciado por vários métodos de ensino criados através dos tempos, geralmente voltados no aperfeiçoamento de técnicas para a mecanização de movimentos. E ainda é predominante nas escolas de natação a sua metodologia baseada no chamado ensino tradicional, que fragmenta os movimentos e os coloca em uma sequência pedagógica, onde a totalidade biopsicossocial do aluno não é levada em consideração.
Felizmente, hoje a Educação Física vem se transformando de modo positivo, contribuindo com teorias e práticas pedagógicas. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998, p. 15):
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física trazem uma proposta que procura democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos. Incorpora, de forma organizada, as principais questões que o professor deve considerar no desenvolvimento de seu trabalho, subsidiando as discussões, os planejamentos e as avaliações da prática de Educação Física.
Os autores Mendonça e Borges (2011) descrevem as dimensões do corpo tetradimensional, as quais são fundamentais para se entender as características da corporeidade em sua totalidade. Estas dimensões são a biológica (relacionada a aspectos biofisiológicos, estruturas corporais e capacidades físicas); a simbólica (aspecto cognitivo, as linguagens corporal e verbal); a social (valores, regras, o relacionar-se com o outro); e a subjetiva (sentimentos e emoções que transparecem nos indivíduos, comportamental).”
De acordo com Tahara et al (2006), há uma forte tendência de as atividades aquáticas serem inseridas nas escolas. “Percebe-se constantemente o grande interesse dos pais por escolas que oferecem tais atividades, as quais podem ser relevantes para o processo de desenvolvimento físico e psicológico de suas crianças”. E Tahara et al (2006, p. 4) acrescentam:
Pensando no aluno como ser humano único e singular e como ele é olhado por pais e professores, surge a necessidade de atentar os problemas pelos quais passam algumas instituições educacionais, sobre a ênfase dada ao método e à técnica absoluta para alcançar os objetivos da aula, em detrimento da adoção de condutas e estratégias que valorizam o indivíduo como um todo e facilitam a aprendizagem, como por exemplo, as dinâmicas lúdicas.
Podemos verificar ao longo do texto que há uma homogeneidade dos autores ao descreverem a importância da prática esportiva na formação tanto escolar quanto na formação cidadã de crianças e jovens, o que nos demonstra que o ambiente esportivo traz benefícios não somente a saúde física, mas a mental também.
Metodologia
Tipo de pesquisa
A metodologia, de acordo com Motta (2009, p. 95), “diz respeito aos procedimentos aplicados no processo de investigação que facilitam o alcance dos objetivos definidos na fase do planejamento do TCC”.
Segundo Barros e Lehfeld (1990, p.13), pesquisa é o “esforço dirigido para aquisição de um determinado conhecimento, que propicia a solução de problemas teóricos, práticos e/ou operativos mesmo quando situados no contexto do dia-a-dia do homem”.
E de acordo com o tema aqui apresentado, para o desenvolvimento deste estudo, a presente pesquisa será descritiva, o que consiste “na solicitação de informações a um grupo estatisticamente significativo de pessoas sobre um problema estudado, para posterior análise quantitativa e/ou qualitativa. O desenho metodológico recorrente é o da pesquisa de campo” (RAUEN, 2002, p. 56).
Quanto aos procedimentos, será uma pesquisa de campo, que pressupõe a apreensão dos fatos/variáveis investigados, exatamente onde, quando e como ocorrem. Quanto à classificação será empírica, pois visará codificar a face mensurável de uma realidade social (ANDRADE, 2006).
Amostra
A amostra estava composta por alunos matriculados e frequentando regularmente o Colégio Dehon, de Tubarão (SC). Esses alunos participam dos treinamentos de natação da Associação Tubaronense de Nadadores (ATN), bem como se encontram federados na modalidade supracitada. A idade da amostra ficou entre 14 a 16 anos de idade sendo 100% (8 alunos/atletas) do sexo masculino que estão matriculados nas 8as, 1as e 2as séries do colégio citado. Os referidos aluno/atletas treinam em média 13,5 horas semanais.
Local
O estudo será desenvolvido entre os meses de agosto a novembro de 2012 no Clube 29 de Junho, situado na Avenida Marcolino Martins Cabral, número 4085, bairro Passagem, na cidade de Tubarão em Santa Catarina. Esse clube foi escolhido, por se tratar do local onde se desenvolvem as atividades de natação da referida associação. O clube ainda possui duas piscinas: uma coberta, com 25 metros (semi-olímpica), 6 raias para competição e aprendizado. A outra piscina encontra-se na parte descoberta do clube, com cerca de 253 metros quadrados.
Instrumento e materiais
Foi utilizado um diário de campo para anotações de frequência de treinamentos (horas semanais); idade, série, sexo e escola dos alunos. E, na referida instituição de ensino, foi requerido na secretaria da escola o histórico de notas do rendimento escolar nos últimos três anos letivos. Além disso, canetas esferográficas e folhas de papel ofício brancas.
Procedimentos
Autorização da Associação Tubaronense de Natação - ATN;
Autorização da unidade escolar (Colégio Dehon);
Contato com alunos e professores participantes da Associação;
Contato e autorização com dos pais ou responsáveis dos alunos;
Aplicação do questionário;
Relatório e análise dos dados;
Descrição dos resultados encontrados;
Relatório final.
Resultados e discussões
Demografia
Tabela 1. Descrição da amostra investigada
Na Tabela 1, temos a descrição dos participantes da pesquisa. São oito (8) alunos, todos do sexo masculino, com idade entre 14 e 16 anos, regularmente matriculados no Colégio Dehon, onde frequentam turmas de 8ª. série do Ensino Fundamental II até a 2ª. série do Ensino Médio. Quanto ao tempo que participam de treinamentos, esses alunos estão há um mínimo de quatro (4) e a um máximo de seis (6) anos de natação, sendo que iniciaram as atividades-treino por volta dos 9 ou 10 anos de idade. Apenas um dos pesquisados iniciou-se na natação aos 14 anos. Todos são também cadastrados na Federação Catarinense de Natação, ou seja, são federados.
Tabela 2. Desempenho escolar durante os anos 2009, 2010 e 2011 da amostra
A Tabela 2 mostra o desempenho escolar desses alunos durante os anos letivos de 2009, 2010 e 2011. Com base nas médias escolares anuais, registram-se os seguintes resultados: em 2011, a média escolar dos alunos participantes desta pesquisa foi 8,6. Em 2010, porém, o resultado havia sido um pouco maior, chegando à média de 8,8. Entretanto, no ano de 2009, os números revelaram-se mais positivos, com a média anual de 8,9 como desempenho escolar.
Segundo Tahara et al (2006), o exercício da natação é responsável pelo desenvolvimento físico e psicológico de crianças e adolescentes, o que interfere também no bom rendimento na escola, mesmo que sejam diferentes as médias de um ano par outro.
Tabela 3. Relação do desempenho escolar de quem treina até 12 horas semanais
A Tabela 3 faz a relação do desempenho escolar dos alunos pesquisados que têm treinamento de natação de até 12 horas semanais. Segundo os dados, os alunos com treinamento de 10 a 12 horas semanais demonstraram médias escolares entre 9,4 e 9,6. Todavia, também revelou boa média escolar o aluno que treinou entre 6 a 8 horas semanais. No total, a média geral ficou em 9,5.
Como foi destacado anteriormente, para Massaud (2004), a natação representa uma atividade física completa, possível de ser praticada em várias etapas da vida, ora como terapia, recreação, ora como competição. Assim, ter horas de treino está associado também a outros objetivos que não apenas o competir e vencer.
Tabela 4. Relação do desempenho escolar de quem treina acima de 12 horas semanais
A Tabela 4 descreve a relação de desempenho escolar dos alunos que treinam acima de 12 horas semanais. Pelos dados coletados, percebe-se que, com treinamentos de 15 a 16 horas de natação semanal, as médias dos alunos foram diversas. Do total pesquisado, o aluno de numero dois obteve média 8,9; o cinco ficou com a média 6,8; o aluno seis apresentou média 8,5; e o sete com a média 7,8.
Esses resultados revelam que a natação é, antes de tudo, uma prática esportiva como educação social, muito importante na formação de crianças e adolescentes.
De acordo com Selau (2000, p.59), “o meio líquido é desencadeador de novas emoções, sensações, e pode proporcionar manifestações simbólicas de outra natureza, diferentes daquelas que não são desse meio”.
Entretanto, podemos verificar um decréscimo nas médias escolares dos alunos conforme o numero de horas que treinam e ao passar dos anos. Ou seja, quanto mais horas de treinamento, menor esta sendo sua média escolar. Bem como uma regressão na média ao passar dos anos. Cabendo ressaltar que a pior média é a de valor 8 (para quem treina acima de 15 horas semanais) e a melhor média é de valor 9,5 (para quem treina de 6 a 12 horas semanais), ainda assim podemos considerar que é um ótimo rendimento escolar.
Conclusão
O esporte é, sem dúvida, um instrumento da educação de crianças e adolescentes, que pode ser utilizado de formas diversas em nossas escolas. Este trabalho tem a natação como esporte de destaque, pois ela representa um ótimo ambiente facilitador de aprendizagem e de desenvolvimento de crianças e adolescentes. Além de regras, técnicas e velocidade, a natação contribui com a autonomia e o desenvolvimento social, tão importantes para a formação humana.
Levando em conta os objetivos do estudo podemos verificar nos resultados que não há um fator comprobatório de relação entre o desempenho escolar e a prática da natação.
Os resultados deste estudo nos demonstram que as médias escolares dos alunos que praticam natação tem um decréscimo ao longo dos anos de 2009, 2010 e 2011. Entretanto, notamos algumas delimitações que impedem afirmações sobre esse decréscimo. Pois, a maioria dos atletas estudam nas séries 7ª, 8ª e 1ª ano do ensino de médio. Sabemos que a mudança na estrutura curricular das series citadas incrementa a dificuldade encontrada para a maioria dos escolares, praticantes ou não de natação.
O que podemos afirmar é que os alunos que treinam em média 6 a 10 horas semanais apresentam melhor média escolar. Já os que treinam acima de 10 horas apresentam piores médias. Entretanto, cabe ressaltar que as médias encontradas dos tanto nos que treinam de 6 a 10 horas, quanto os que treinam acima de 10 horas semanais, apresentam médias elevadas como 8 e 9,5 de conceito em média.
Com isso, acreditamos que se fizer um estudo mais geral dos participantes de natação do município conseguirmos fazer um tratamento estatístico especifico para demonstrar tais relações entre a prática de natação e desempenho escolar.
Referências
ANDRADE, Maria Margarida de Andrade. Introdução à metodologia do trabalho científico. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BARROS, A. J. P.; LEHFELD, N. A. S. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. São Paulo: Vozes, 1990.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC/SEF, 2010.
CATTEAU, R.; GAROFF, G. O ensino da natação. 3 ed. São Paulo: Manole, 1990.
COLWIN, C. M. Nadando para o século XXI. São Paulo: Manole, 2000.
CORRÊA, Célia Regina Fernandes; MASSAUD, Marcelo Garcia. Natação: da iniciação ao treinamento. 3 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2007.
MASSAUD, Marcelo Garcia. Natação, 4 nados: aprendizado e aprimoramento. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
MENDONÇA, Ana Paula David; BORGES, Camila. A natação como conteúdo da educação física escolar: uma possibilidade pouco explorada. CONPEFE, 2011. (Artigo)
RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul/SC: Nova Era, 2002.
SKINNER, A. THOMSON, A. M. Duffield: exercícios na água. 3 ed. São Paulo: Manoel, 1985.
TAHARA, A. K.; SANTIAGO, D. R. P.; TAHARA, Ariany Klein. Atividades aquáticas associadas ao processo de bem-estar e qualidade de vida. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 11 - N° 103 - Diciembre de 2006. http://www.efdeportes.com/efd103/atividades-aquaticas.htm
VELASCO, C.G. Natação segundo a psicomotricidade. Rio de Janeiro. Sprint, 1994.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 17 · N° 178 | Buenos Aires,
Marzo de 2013 |