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Treinamento de motivação e integração de equipes 

de trabalho: Treinamento Experiencial ao Ar Livre (TEAL)

El entrenamiento de la motivación y la integración de equipos de trabajo: Entrenamiento Experiencial al Aire Libre

 

*Instrutor e consultor em treinamentos experienciais Indoor e Outdoor

Pós-graduando em Psicologia Organizacional pela Fadergs, Faculdade

de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul de Porto Alegre, RS

Graduado como Tecnólogo em Marketing pela Fatec, Faculdade

de Tecnologia Internacional de Curitiba, PR

**Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Concluiu mestrado em Psicologia na mesma universidade em 2005

Doutoranda em Psiquiatria na FAMED-UFRGS. É membro do Grupo Brasileiro

de Qualidade de Vida da OMS

Jairo Luiz Kist*

Juliana Bredemeier**

jairokist@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Na atualidade, o método de treinamento experiencial ao ar livre, pela aventura, em ambientes naturais ou externos, é bastante utilizado como ferramenta facilitadora do processo de treinamento e desenvolvimento dos indivíduos. O presente método tem como principio básico buscar o potencial do colaborador que muitas vezes se encontra retraído. Usando de técnicas de esportes de aventura vem proporcionar um amadurecimento no desenvolvimento de competências e agregando consideráveis resultados dentro da empresa, no meio social e familiar. A timidez em muitos casos causa isolamento e dificuldades de comunicação entre colegas. E por isso que as empresas buscam integração, e nestas integrações se desenvolve competências e resultados satisfatórios entre colaboradores e lideres. Desta forma, este artigo apresenta um modelo de ferramenta usada no auxilio as empresas para resolver conflitos e também um breve estudo de caso de como acontece um treinamento experiencial ao ar livre.

          Unitermos: Treinamento de pessoal. Grupos de trabalho. Aprendizagem organizacional.

 

Abstract

          Nowadays, the outdoor training, experiencing adventures and contact with the nature, is widely used as a tool to facilitate the training process and development of individuals. This method has as a main principle, to look for the potential of the people that most of the time is withdrawn. The techniques of adventure sports provide a maturing skill development and add considerable results within the company, the social and family environment. The shyness, in many cases, cause isolation and difficulties of communication between colleagues. That is why the companies search for integration, and with these methods they have the development of skills and satisfactory results between employees and leaders. This way, this article represents a model of tool used to help companies in order to solve conflicts and a brief case study of how works an outdoor training.

          Keywords: Training of employees. Teams in the workplace. Organizational learning.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O treinamento experiencial ao ar livre (TEAL) pode ser considerado como uma ferramenta motivacional, que tem a capacidade de causar mudanças de comportamento, com objetivos pré-definidos, transformações e desafios, que sensibilizam os sujeitos a criarem um ambiente favorável na construção do aprendizado e mudanças de paradigmas organizacionais.

    Na atualidade, com um mercado cada vez mais competitivo e a necessidade de constante aperfeiçoamento e desenvolvimento humano, treinar é extremamente necessário. Existe uma permanente busca pelo alto desempenho das equipes, em que a corrida pelo engajamento e pelo melhor rendimento das pessoas é sem dúvida, o maior foco. Dessa forma, treinar tornou-se imprescindível.

    Milkovich e Boudreau (2000, p. 338) conceituam treinamento e desenvolvimento de tal forma:

    Treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos e atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais. Desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização.

    Desta forma, o TEAL, também conhecido como outdoor training, é uma ferramenta usada com êxito em treinamentos para desenvolver competências e integrar equipes. O custo benefício dos treinamentos ao ar livre é eficaz porque desenvolve com mais êxito a integração de equipes e competências esperadas.

    As modalidades do esporte de aventura que fazem parte do TEAL são várias atividades, mas falaremos sobre as principais; rapel, tirolesa, arvorismo e a orientação que acontecem na natureza (outdoor). O Indoor training são as modalidades com exercícios harmonizadores como seminários, palestras e dinâmicas de grupo. Algumas dinâmicas de grupo acontecem externamente, mas não são consideradas atividades de aventura. As atividades Outdoor e Indoor são à base do desafio coletivo e individual. Esses tipos de atividades causam no treinamento valor e significado quando avaliados de acordo com suas particularidades e formam profissionais seguros de si, determinados e independentes.

    Para Moreira e Munck (2010, p.14):

    Todo treinamento é menos proveitoso quando seus participantes interagem de forma passiva. Neste ponto, a metodologia vivencial se difere, pois é caracterizada pela experimentação ativa dos participantes, em que o papel principal da aprendizagem fica a cargo do próprio treinando.

    Moreira e Munck (2010) dizem que esta ferramenta que utiliza atividades vivenciais, retomam os fundamentos da educação e da essência humana, ferramenta esta de treinamento e desenvolvimento de competências. Tudo que vivemos na prática, tudo aquilo de que o corpo participa, desde o caminhar, o andar de bicicleta ou até mesmo pular de uma árvore de dez metros, jamais sairá da sua mente, pois tudo o que nos movimenta, fica gravado em nossa memória corporal. Quebrar paradigmas que você acreditava ser impossível, também pode contribuir enormemente para o desenvolvimento do potencial inerente a cada um de nós.

    O ciclo de aprendizagem experiencial acontece de fato quando, a partir de determinada atividade, o grupo estabelece uma análise através dos resultados obtidos. Nesse momento, começa um processo de comparação com relação ao que ocorre no dia-a-dia organizacional para que, desta forma, “se realize um balanço das práticas que o grupo adota em seu cotidiano, aumentando a percepção dos participantes no que podem melhorar além de entender as melhores práticas que devem ser preservadas” (ZDEPSKI, 2008, p. 10882).

    O TEAL é importante também, porque muitas organizações têm implantado treinamentos indoor, causando estresse em seus funcionários. Isto ocorre pelo fato de que muitos não conseguem assimilar e colocar em prática treinamentos que ocorrem no mesmo local de trabalho, por não conseguirem se desligar de suas funções e compromissos.

    Muitos líderes questionam a eficácia do treinamento outdoor. Mas devemos pensar sempre que treinamento é um esforço de melhoria individual, é importante, mas não suficiente. É necessário um esforço mais amplo. E por quê? Simplesmente, estamos em uma era de instabilidade e de mudanças e por isso precisamos de pessoas dinâmicas, flexíveis e inovadoras. Uma nova postura. É oportuno dizer que com a abertura do mercado para empresas globais, as organizações vêm sofrendo perdas sistemáticas de mercado devido à baixa qualificação e integração do seu quadro funcional.

    Conforme Dinsmore (2004, p.68),

    O TEAL estimula o gosto pelo desafio, reforça a autoconfiança e a disposição para o trabalho em equipe, incita à agilidade do raciocínio, a vontade de inovar, a capacidade de liderar [...]. E, claro, nenhum desses paradigmas pode ser quebrado em sala de aula.

    Treinamento outdoor é muito importante no desenvolvimento de equipes de trabalho, sendo uma ferramenta que causa mudanças no comportamento do trabalhador. Mesmo apresentando vantagens, segundo Pacheco e Batista (2007, p.7), o método de TEAL já chegou com atraso no país, e existem poucas pesquisas sobre a área:

    Os primeiros trabalhos acadêmicos começam timidamente a surgir, mas é preciso encorajar não somente a prática dessa atividade, mas também as pesquisas acadêmicas e profissionais para que possam dar o devido crédito e a validade que esse treinamento demanda.

    Por este motivo, optou-se por desenvolver esta breve revisão de literatura, com o objetivo de relatar as experiências neste segmento de esportes de aventura, que são atividades de integração ligadas à natureza e fora da zona de conforto do indivíduo, diferente dos treinamentos indoor que acontecem nas empresas. Servirá, se possível, como motivação para futuras pesquisas na área de treinamentos experienciais ao ar livre, assim como ponto de apoio para interessados em realizar seus trabalhos de desenvolvimento de equipes nesta área.

2.     Treinamento vivencial na prática

    Atividades de aventura causam exaustão, oxigenação, superação, integração, risco calculado, sendo atividades realizadas com muita segurança e com ótimos resultados. Quando saímos de férias mudamos a rotina e isso produz satisfação. E quando saímos do nosso ambiente de trabalho para algum treinamento ligado a natureza começamos a produzir adrenalina e nesta hora que começa a fluir a imaginação e a expectativa do desafio inexplorado.

    No TEAL, podemos utilizar diversas modalidades de esportes de aventura, dentre eles podemos citar:

    Todas as atividades de aventura têm como objetivo enfocar equipes autogerenciáveis, para que possam refletir sobre planejamento, diversidade de cenários, uso de novos instrumentos, tomadas de decisões e Liderança.

    Marotta (2010) classificou cada uma das modalidades e as possíveis competências que podem ser trabalhadas e utilizadas em situações do cotidiano. Em seu relato descreve o rapel, tirolesa, orientação e arvorismo, como modalidades capazes de desenvolver o planejamento, tomada de decisão, liderança, risco calculado, visão sistêmica, trabalho em equipes, foco em resultados, comunicação, cooperação, superação de desafios, tomada de decisão, relacionamento interpessoal, administração de conflitos, iniciativa, autoconfiança, negociação, revisão de crenças e valores. Ele diz que,

    A visibilidade dos resultados deste treinamento é feita através do chamado Ciclo da Aprendizagem Vivencial. A partir desse momento do treinamento, os participantes interiorizam suas dificuldades e facilidades, identificam ameaças e oportunidades e estão aptos para sair do treinamento com decisão de buscar o seu autodesenvolvimento pessoal e profissional através da potencialização dos seus pontos de excelências e de superação dos pontos de insuficiência (MAROTTA, 2010).

    Todas estas atividades foram criadas por aventureiros, que após muito tempo de vivência nestas atividades de esportes de aventura, perceberam que eles poderiam ser utilizados como ferramenta para o desenvolvimento e integração pessoas. Teixeira (2006) afirma que adultos guardam apenas 10% do que ouviram, após 72h. No entanto, são capazes de lembrar 85% daquilo que ouvem, vêm e fazem decorrido o mesmo prazo.

    Para melhor compreender esse processo de treinamento, onde a experiência corporal está em destaque,

    O esporte se insere nesta mesma lógica. Na medida em que impõem desafios progressivos a seus praticantes, possibilitam que a superação dos obstáculos mais simples os instrumentalize, gradualmente, a superar os mais complexos. Assim, as experiências do contexto esportivo, desde que mediadas de forma crítica e responsável, podem favorecer a melhoria da autoestima, da autoconfiança e da auto-eficácia; promover a saúde e o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral e auxiliar no desenvolvimento da resiliência (SANCHES, 2009).

    Neste contexto, são desenvolvidas as seguintes etapas, no treinamento:

    O objetivo principal das atividades é sensibilizar os participantes para as necessidades de desenvolver conhecimentos, habilidades, organização e atitudes requeridas para suas funções, assim como sensibilizar para uma postura pró-ativa mediante uma situação de risco. Além disso, este tipo de treinamento possibilita uma reflexão sobre a atuação grupal nas áreas de planejamento, organização, liderança, motivação, comunicação e desenvolvimento interpessoal. Também estimula e motiva os participantes sobre a importância da definição em seus processos de vida, principalmente em relação ao seu processo decisório.

    Para melhor fixar as informações trabalhadas, são escolhidas estratégias distintas para a execução das atividades:

    Temos como exemplo a tirolesa, que faz com que muitos necessitem superar seus medos e limites. Para começar a atividade, é necessário muitas vezes subir uma escada de corda de 10 metros de altura e neste momento começa a necessidade de desafiar os próprios limites. Antes de começar a atividade, o participante coloca uma cadeirinha que fica bem ajustada ao corpo e é preso por cordas, a cada degrau subido o responsável pela corda a trava, não deixando o participante descer até chegar a uma base onde começa a tirolesa

    Já na orientação (bússola), os participantes tem que trabalhar em equipe e ter muita organização, pois a cada ponto que eles percorrem encontram com auxilio da bússola um objeto ou algo para memorizar, porque se cometerem qualquer erro ou não seguirem as regras acabarão se distanciando da direção exata e precisam começar de novo a atividade.

    As atividades de aventura significam muito, pois a partir delas os participantes podem ser formadores de opinião e constatar o quanto as atividades na prática, estão aliadas ao trabalho ou a vida pessoal. Em relação ao planejamento e execução os participantes apresentam percepções da importância do conhecimento, das habilidades e atitude.

    Por último, após as atividades realizadas, acontece o fechamento, que é aberto um espaço para os membros das equipes poderem expressar seus comentários gerais. Os grupos verbalizaram sobre a importância do sentimento de equipe que paira sobre eles e da união final das equipes formadas, que acabam se sentindo como uma equipe única. A conquista de novos desafios e a superação de obstáculos gera um elevado nível de cooperação e quebra de paradigmas.

    Perceber a realidade da organização é estar atenta as suas necessidades buscando desenvolver ações para suprir tais demandas. Os treinamentos experiências nas organizações são ações sugeridas para formar colaboradores de acordo com os valores e a cultura da organização.

3.     Considerações finais

    No TEAL, método descrito neste trabalho, sabemos que os participantes se sentem realizados de poderem estar em um ambiente diferente do que estão acostumados e logo se integram, também motivados pela expectativa do novo. Para Bouchard et al. (1990) citado por Devide (1998, p. 110), a aptidão física é:

    Um estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas também, evitar o aparecimento de disfunções, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver.

    Muitos colaboradores são sedentários e tampouco querem mudar ou se aperfeiçoar, alguns por causa da obesidade perdem a disposição de se reciclar e preferem o comodismo da mesma função ficando a empresa numa situação constrangedora e de mãos atadas. Nota-se que esta situação está mudando, porque se percebe que alguns colaboradores ficam inquietos com a rotina e procuram sempre se atualizar. Notamos que alguns gestores querem mudanças e para iniciar tal mudança começam com atividades de integração ligadas a natureza.

    Dinsmore (2004) afirma que, na aventura que é aplicada aos treinamentos vivencias, não há certo ou errado, bom ou ruim, mas o fato que as pessoas acabam conhecendo a si próprios e ficam estimulados a arriscar e experimentar mudanças. As pessoas são os próprios agentes de transformação.

    A educação do adulto é eficiente quando ele vive esta experiência de aventuras ao ar livre. Tudo acontece com mais espontaneidade e com isso mostra suas virtudes e seus defeitos. Estas experiências de aventura farão que eles não consigam ter controle total e assim nunca conseguirão simular comportamentos ou disfarçá-lo.

Referências

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