Estilo de vida associado ao nível de flexibilidade de crianças de uma escola pública de Macapá, AP El estilo de vida asociado al nivel de flexibilidad de niños de una escuela pública de Macapá, AP |
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*Graduandos em Educação Física pela UNIFAP **Mestre em Exercício Físico e Saúde e docente da UNIFAP ***Especialista em Gestão e docência no ensino superior Docente substituta da UNIFAP (Brasil) |
Adalberto Lírio de Nazaré Lopes* Danylo José Simões Costa* Dilson Rodrigues Belfort** Ernande Pires Correa Junior* Márcia Kelly Fonseca da Costa*** Marcione Gomes Dias* |
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Resumo O presente artigo tem como objetivo descrever o estilo de vida dos escolares como fator que influencia no nível da flexibilidade das crianças. O método de procedimento utilizado foi o descritivo/analítico. O público alvo foram 10 crianças de uma escola pública de Macapá. Foram utilizados os testes de senta e alcança e flexibilidade dos ombros, além de questionários sobre o estilo de vida dos alunos. Os resultados mostraram que as meninas são mais flexíveis que os meninos nos membros inferiores, assim como no teste de flexibilidade dos ombros e a as atividades físicas sistematizas realizadas pelos meninos parecem não influenciar no nível de flexibilidade. Cabendo a necessidade de modificar a forma de como estão sendo evidenciadas no cotidiano. Unitermos: Flexibilidade. Estilo de vida. Escola.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Para Achour Júnior (1996), a flexibilidade é definida pela máxima amplitude de movimento em uma ou mais articulações sem o risco de lesão.
Para Dantas (1995), a flexibilidade é “uma qualidade de vida responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões ou prejuízo as funções orgânicas.”
A terminologia de flexibilidade refere-se ao movimento das articulações, compreende as propriedades morfofuncionais do aparato locomotor, que determinam a amplitude dos movimentos do educando. (Platonov, 2003 apud Candotti, 2003). É de suma importância tanto para a promoção quanto a manutenção da saúde (Ghedin et al, 2007). Por outro lado, seus níveis também influenciam o desempenho em algumas modalidades esportivas, tais como o atletismo, natação, ginástica artística, etc.
Ocorre que atualmente alguns hábitos no estilo de vida de crianças e adolescentes tendem a influenciar o desempenho motor nas atividades no decorrer de suas vidas. Sobre o estilo de vida, Oliveira (2009, p.18) afirma que:
é uma expressão moderna que se refere à estratificação da sociedade por meio de aspectos comportamentais, expressos geralmente sob a forma de padrões de consumo, rotinas, hábitos ou uma forma de vida adaptada ao dia a dia”
Segundo João e Penha (2008) vários estudos mostram que a flexibilidade muscular relaciona-se com fatores genéticos, estilo de vida, sexo e idade.
Sendo assim, este artigo tem como objetivo, analisar o nível de flexibilidade em estudantes de ambos os sexos com idade de 11 a 13 anos, bem como descrever o estilo de vida dos escolares como fator que influencia no nível da flexibilidade das crianças.
Trajetória metodológica
Estudo descritivo/analítico com procedimento. Investigação teve como característica quali-quantitativa, sendo feita de forma direta que de acordo com Mattos, Junior, Blecher (2008) afirma que a pesquisa direta caracteriza-se pela busca de dados diretamente de sua origem, possibilitando conhecer a realidade na prática. O investigador pesquisa o fenômeno por meio de métodos e instrumentos cientificamente comprovados para a coleta de dados.
Foram utilizados protocolos de testes de aptidão física relacionados a saúde, cujo programa chama-se Fitnessgram que é um programa de educação da aptidão física para a saúde e destina-se às crianças e jovens do ensino fundamental e médio (FITNESSGRAM, 2012). Utilizou-se nesta investigação o teste do senta e alcança e flexibilidade dos ombros nesta investigação.
Este estudo teve como amostra 10 estudantes de ambos os sexos 5 para cada gênero, na faixa etária de 11 a 13 anos em uma escola pública de Macapá, AP, além disso, foi aplicado um questionário sobre o estilo de vida. Para a tabulação desses dados será utilizado o programa Microsoft Excel 2007.
Protocolo do teste: Senta e Alcança - o individuo ficará sentado em uma superfície plana com um dos membros inferiores completamente estendidos e outro flexionado. A planta dos pés deverá tocar na caixa de flexibilidade. A partir daí o individuo estenderá as mãos, deslizando-as na superfície por cima da fita métrica, com as mãos uma sobre a outra. Caso o estude não consiga chegar a 30 cm de ambos os lados, este será considerado com baixo nível de flexibilidade, de acordo com o programa Fitnesgram.
Protocolo de teste – Flexibilidade dos ombros: Os alunos deverão os dedos de ambas as mãos por parte das costas. Se o aluno tocar nos dedos com a mão direita por cima do ombro direito, deve anotar-se “SIM” para o lado direito; caso contrario, deve-se anotar um “NÃO” caso não consiga executar. As anotações realizam-se da mesma forma para o lado esquerdo.
Para analisar o estilo de vida dos alunos o método utilizado é o de categorização quali-quantitava dos resultados obtidos através de questionários com perguntas abertas e fechadas.
Resultados e discussões
Gráfico 1. Nível de flexibilidade dos membros inferiores dos meninos
O gráfico 1 mostra que apenas o aluno C dos 5 alunos investigados, atingiu o resultado mínimo que é de 30 cm para o membro inferior direito e os outros 4 alunos não atingiram o nível de flexibilidade adequado para ambos os membros inferiores. Isso demonstra que nos meninos o baixo nível de flexibilidade é bastante evidente nesta faixa etária.
Dentre o estilo de vida como fator que influencia no desenvolvimento da flexibilidade, foi evidenciado algumas atividades, incluindo duração e freqüência em média semanal para a prática. Para isto, verificou-se que 5 meninos praticam atividades ligadas a corridas com uma freqüência de 5 vezes por semana com uma duração de 1h e 17 minutos a cada dia. Além de 4 meninos praticarem Futebol, tanto na escola como no cotidiano com uma freqüência de 4 vezes por semana com a duração de 1h e 07 minutos para cada sessão.
Um menino também pratica Jiu-Jitsu com uma freqüência de 4 vezes por semana com a duração de 2h. Uma criança pratica Basquete com uma freqüência de 4 vezes por semana com a duração 2h para cada dia. Uma criança pratica JUDÔ com uma freqüência de 6 vezes por semana com a duração 1h. Além de 3 crianças praticarem natação com uma freqüência de 2 vezes por semana com a duração de 2h.
Para Noll e Sá (2008) os níveis de flexibilidade também influenciam o desempenho em algumas modalidades esportivas, tais como o atletismo, natação, basquete, ginástica artística, etc.
Todos os meninos investigados nesta pesquisa estão em nível de atividade física leve recomendado pela ACSM que deverá ser passando de 30 minutos diários, com freqüência de até 5 vezes na semana. Entretanto, apesar deste aspecto ser considerado importante, os meninos não atingiram o nível de flexibilidade, devendo haver a necessidade de explorar mais atividades ligadas a flexibilidade dos indivíduos.
Gráfico 2. Nível de flexibilidade dos membros inferiores das meninas
O gráfico 2 representa o nível de flexibilidade dos membros inferiores em meninas com a faixa etária de 11 a 13 anos. Observou-se que duas meninas estão dentro dos padrões por atingirem 100% os níveis adequados de flexibilidade tanto do lado esquerdo como no lado direito. Porém foi constatado que os níveis de flexibilidade dos membros inferiores em meninos alcançaram somente 50%.
Desta forma as meninas apresentam o nível elevado de flexibilidade em comparação aos meninos nesta faixa etária. Isto pode ser evidenciado em Oliveira, 2009 (apud Ganong, 1972) na qual afirma que no sexo feminino o nível de estrógeno é maior, produzindo maior retenção de água. Por este motivo essa capacidade se apresenta mais desenvolvida no sexo feminino, dado que as mulheres apresentam porcentagem mais elevada de tecido adiposo e menor massa muscular, fato causado pelas diferenças hormonais.
A coleta de dados analisou quais as atividades físicas realizadas pelas crianças e adolescentes no seu cotidiano que foram jogar queimada, pular corda e dança e o tempo e a duração em que eram praticadas. Apesar de ter sido 10 crianças e adolescentes pesquisadas, a maioria delas praticam mais de uma atividade física sistematizada; (4) delas foram as que jogam queimada com uma freqüência de 2 vezes por semana com a duração de 2h e 27 minutos; Duas (2) praticavam a brincadeira de pular corda com a freqüência de 2 vezes por semana com a duração de 1h e 5 minutos; As outras duas (2), praticavam a dança com a freqüência de 3 vezes por semana com a duração de 1h.
Desta forma estas atividades como os fatores extrínsecos influenciam os níveis de flexibilidade das meninas também como os fatores intrínsecos como (estrutura biológica). Outro dado importante são as meninas que praticam as atividades de dança e pula corda que auxiliam no desenvolvimento da flexibilidade.
Tendo em vista os resultados obtidos há grande prevalência de flexibilidade nas meninas em níveis adequados devido ao fator biológico, porém o estilo de vida como sedentarismo, má alimentação, a prática ou não de atividades físicas e/ou exercícios dentre outros acarretam varias conseqüências patológicas ao longo dos anos.
Gráfico 3. Flexibilidade de ombro de ambos os sexos
O gráfico 3 mostra que 75% dos meninos atingiram resultado adequado do nível de flexibilidade dos ombros e 25% não atingiram o nível padrão de flexibilidade dos ombros para esta faixa-etária, porém nas meninas foi identificado que 100% atingiram o nível de flexibilidade dos ombros.
Quanto ao estilo de vida no que concerne a pratica de exercícios físicos, 5 crianças, sendo 4 meninas e 1 menino pratica a Queimada com uma freqüência de 2 vezes por semana com a duração de 2h e 27minutos. E por haver a extensão do braço com contribuição secundária dos ombros, o nível de flexibilidade do ombro aumenta ou chega ao nível adequado como encontramos nos resultados obtidos.
A maioria dos alunos tem o nível de flexibilidade adequado, isso implica dizer que os mesmos podem ter maior facilidade na realização de algumas atividades e segundo Correia (2010) a perda ou a falta de flexibilidade de membros superiores principalmente das articulações dos ombros, é causa principal para o fracasso na realização de qualquer tipo de exercício e/ou atividades físicas o que pode acarretar problemas nas funções osteo-musculares influenciando em um nível de flexibilidade abaixo do esperado nesta faixa etária.
Conclusões
Os resultados demonstram que as meninas tiveram maior nível de flexibilidade do que os meninos com relação aos membros inferiores. Quanto aos membros superiores foi analisado a flexibilidade dos ombros e grande parte dos meninos e das meninas tiveram êxito no teste. Com relação ao estilo de vida dos alunos, a variável investigada foi sobre os tipos de exercícios físicos e/ou atividades físicas que poderiam influenciar no nível de flexibilidade dos ombros e dos membros inferiores, atividades como pular corda e a dança, ajudam na melhoria da flexibilidade e foram mais evidenciados nas meninas.
Com relação os meninos, foi perceptível o baixo nível de flexibilidade dos membros inferiores, tal fato remete-se a idéia de os mesmos praticam basquete, judô, jiu-jitsu, futebol, talvez sem o aprimorando desta capacidade física e apesar de ficar mais de 30 minutos de atividades físicas diárias, não foi suficiente para eles atingirem o nível básico de flexibilidade que é de 30cm na caixa de flexibilidade, apenas 1 aluno teve o êxito do lado direito.
Portanto, faz-se necessário buscar alternativas para melhorar o estilo de vida das crianças e adolescentes com o intuito de aprimorar a flexibilidade dos mesmos, para que todos tenham uma qualidade de vida essencial para se viver.
Referências
ACHOUR JÚNIOR, A. Bases para o exercício de alongamento relacionado com a saúde e no desempenho atlético. Londrina, PR: Midiograf, 1996.
CORREIA, Rodrigo Nuno Peiró. Desenvolvimento da Flexibilidade da articulação dos ombros e o alcance de torneiras de cilindros duplos no mergulho. Disponível em http://www.brasilmergulho.com.br/port/artigos/2010/010.shtml. Acesso 12 de Nov/2012.
DANTAS, E. H. M. Flexibilidade, alongamento e flexionamento. 3a ed. Rio de Janeiro: Shape, 1995.
FITNESGRAM. Avaliação e aptidão física e atividade física da criança. Disponível em: www.labes.fmh.utl.pt/programas/fitnessgram/index2.htm. Acessado em 12/Nov/12, ás 12:45, 2012.
GUEDIN, Karoliny Debiase et al. Flexibilidade de adolescentes do ensino médio da cidade de Florianópolis – SC. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde v. 12, n.2, 2007.
MATTOS, Mauro Gomes. JÚNIOR, Adriano José Rossetto. BLECHER, Shelly. Metodologia da Pesquisa em Educação Física: construindo sua monografia, artigo científico e projetos de ação. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2008c.
NOLL, M. SÁ, K.B. de. Avaliação da Flexibilidade em escolares do ensino fundamental da cidade de Westfália, RG. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v.13, Nº 123, 2008. http://www.efdeportes.com/efd123/avaliacao-da-flexibilidade-em-escolares-do-ensino-fundamental.htm
OLIVEIRA, Elizabete Araújo de. Autopercepção do estilo de vida em indivíduos com hipertensão arterial. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. V.11(n.2): 13-24, 2009.
PENHA, Patrícia Jundi and JOAO, Sílvia Maria Amado. Avaliação da flexibilidade muscular entre meninos e meninas de 7 e 8 anos. Fisioter. Pesqui. [online]. 2008, vol.15, n.4, pp. 387-391.
PLATONOV, Vladimir Nicolaievitch. A preparação física. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.
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