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Benefícios da ginástica laboral na qualidade de vida de 

trabalhadores da linha de produção usinagem de caldeira

Beneficios de la actividad física laboral en la calidad de vida de los trabajadores de la línea de producción mecanizada de caldera

 

*Aluno do Curso de Educação Física FUPAC, Itajubá, MG

**Me. Docente do Curso de Educação Física FUPAC, Itajubá, MG

(Brasil)

Fábio Guilherme Ribeiro*

Ronildo Antônio Martins**

me.ronildo@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo averiguar os benefícios e o impacto da implantação de um programa de ginástica laboral na qualidade de vida dos trabalhadores da empresa de fabricação de peças para transformadores da cidade de Itajubá MG-Brasil. Seria o programa capaz de promover tais benefícios? Para certificar a hipótese foi utilizado o SF-36 pré e pós-estudo. Participaram do estudo por livre e espontânea vontade 40 indivíduos do gênero masculino com idade entre 22 e 59 anos (36,5 ± 12,5) estatura (171,9 ± 0,06), massa corporal (76,4 ± 12,9) e com índice de massa corpórea (26,4 ± 3,4). Foram divididos em dois grupos. Grupo C (Grupo Controle N=20) e outro grupo denominado de Grupo E (Grupo Experimental N=20). Como a qualidade de vida foi o objetivo principal do estudo, foi utilizado o SF-36. No geral os resultados scores foram conflitantes, pois alguns scores que deveriam diminuir aumentaram e vice-versa enquanto muitos não demonstraram evolução ou involução. Os valore para IMC de todos os grupos demonstrou pioras ao findar o estudo. Da mesma forma, embora não tenha sido o objetivo principal, uma análise do absenteísmo antes e durante a prática não demonstrou diferenças significantes. Embora os resultados não tenham demonstrado melhoras isto não finaliza a questão, mas deixa uma lacuna de dúvidas em relação à montagem de um programa de Ginástica Laboral e seu impacto sobre a qualidade de vida de trabalhadores avaliada pelo SF-36.

          Unitermos: Ginástica laboral. Qualidade de vida. SF-36.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A qualidade de vida do trabalhador tem sido uma preocupação geral dos profissionais da saúde. Infelizmente muitas vezes se encontra obrigado a deixar de praticar alguma forma de exercício em função do aumento da carga horária do trabalho. Lima, (2003) comenta que os avanços tecnológicos condicionaram os trabalhadores a novas rotinas de trabalho leva-os a realizarem novas funções que levam cada vez mais a menor exigência das capacidades funcionais do organismo. Para Militão (2001); Zilli (2002); Mendes e Leite (2004); a GL tem por objetivo prevenir o aparecimento de doenças que normalmente são causadas pelas rotinas de trabalho repetitivos quando intenso e ou duradouro assim, a GL atua positivamente na diminuição de acidentes trabalhistas, melhorando o nível da produtividade e no bem estar geral dos trabalhadores. Para Figueiredo e Alvão (2005); Martins (2001) GL é uma atividade física realizada durante o trabalho, podendo ser baseada em atividades de compensação de movimentos repetitivos e ou posturas desconfortáveis as quais os trabalhadores assumem durante o trabalho. De acordo com Oliveira (2006) a GL compreende exercícios específicos de alongamento e fortalecimento muscular, de coordenação motora e relaxamento e busca como objetivo principal a prevenção das doenças trabalhistas com a LER e DORT. Zilli (2002); Luna e Silva (2007); Polito e Bergamasch (2002); Maciel et al. (2005) comenta que a GL já havia sido utilizada no ambiente de trabalho desde 1925 na Polônia, Bulgária, Alemanha Oriental, Holanda e Rússia. Cañete (1996), porém, denominada de Ginástica de Pausa, da mesma forma sendo aplicada no Japão no mesmo período, sendo difundida por todo o país, após a segunda guerra mundial. No Brasil a GL chegou por volta dos anos 70 trazida por japoneses instalados no Rio de Janeiro, porém, sem sucesso caiu no esquecimento, principalmente pela carências de resultados (POLITO e BERGAMASCHI, 2002). Nos anos 80 começaram a surgir as doenças ocupacionais, que passaram ser reconhecidas como a doença dos digitadores, levando novamente ao surgimento da GL a partir dos anos 90, acontecimento que levou os empresários a adotarem a idéia de que a GL poderia ser viável na prevenção das doenças ocupacionais (MACIEL 2005). Mendes e Leite (2004) comentam em seus estudos que a GL trabalha de forma gradativa a mente e o corpo, contribuindo para o desenvolvimento levando ao autoconhecimento, proporcionando a, consciência corporal, melhora da autoestima e atuando positivamente no aspecto social tanto no ambiente de trabalho como no dia-a-dia do indivíduo. O atual estudo teve por objetivo verificar a eficácia do programa de GL aplicada 03 vezes na semana. O absenteísmo é um fator agravante paras empresas uma vez que poderá levar a diminuição da produção inclusive refletindo negativamente na qualidade final do produto e de uma forma geral na economia geral (PENATTI, ZAGOS E QUELHAS, 2006). Quando a GL for praticada como preparação para o início da jornada de trabalho (preparatória) ou mesmo quando realizada no meio do expediente (Compensação), estas sim proporcionarão benefícios fisiológicos vantajosos para o trabalhador, pois, o aquecimento promove o aumento da temperatura tanto geral como local do organismo e isto representa um benefício fisiológico para o organismo uma vez que os processos químicos físicos ocorrem mais rapidamente quando ocorre o aumento da temperatura corporal (WEINECK, 1991). A GL torna-se uma ótima ferramenta para o engajamento na prática de esportes e ou exercícios pelos trabalhadores, pois a GL objetiva prevenir a ocorrência de doenças relacionadas ao trabalho e quando aplicada de preferência de 03 a 05 vezes na semana entre 08 e 12 minutos (MACIEL et al., 2005).

Materiais e métodos

    40 indivíduos masculino trabalhadores da Linha de Produção da E. A. U. C. LMTD, da cidade de Itajubá MG, Brasil, na faixa etária entre 22 e 59 estatura (171,9 ± 0,06), peso corporal (76,4 ± 12,9) e IMC (26,4 ± 3,4). Foram divididos em dois grupos. Um Grupo C (N=20) e outro Grupo E (N=20) Ambos os grupos realizaram todos os procedimentos fincando estabelecido que o Grupo C deveria seguir normalmente sua rotina e o Gripo E apenas o programa de GL. Após a submissão ao CEP e de acordo com os Princípios Éticos, protocolo nº 05261012.0.0000.5094, respeitando e seguindo as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos, conforme resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Antes de iniciar o estudo os grupos responderam ao SF-36, um questionário multidimensional composto por 36 itens, divididos em 08 componentes (Capacidade Funcional, Aspectos Físicos, Dor, Estado Geral de Saúde, Vitalidade, Aspectos Sociais, Aspectos Emocionais, Saúde Mental e mais uma questão de avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e de um ano atrás). O SF-36 objetiva avaliar os aspectos negativos de saúde (doença ou enfermidade) bem como aspectos positivos (CICONELLI, FERRAZ e SANTOS, 1999).

Protocolo

    Os exercícios propostos foram baseados em alongamentos, elevações, extensões, abduções, aduções rotações mediais e laterais das articulações. A sessão teve 10 minutos de duração, três vezes na semana, em dias intercalados.

Análise estatística

    Foi realizada uma estatística descritiva para análises dos valores médios e desvios padrões das variáveis analisadas após o término do estudo. Após o tratamento estatístico os dados foram transferidos para o programa estatístico Graphpad Instat V.3 e Microsoft Excel 2010, fixando o índice de significância para p≤ 0,05.

Resultados

Tabela 1. Valores dos domínios Row Scale SF-36, GRUPO C. N=17 gênero masculino

Tabela 2. Valores dos domínios Row Scale SF-36, GRUPO E. N=17 gênero masculino

Tabela 3. Valores de IMC Pré e Pós-estudo Grupo C e Grupo E. N=34 gênero masculino

Tabela 4. Valores do absenteísmo em dias Pré e Pós-estudo

Discussão

    O que se pode ver pelo menos na maioria dos casos dos programas de Ginástica Laboral, a aplicação das sessões se resumem a atividades recreativas, relaxantes, sociais, de alongamentos e força em certos casos, porém, mesmo quando aplicado exercícios de força é utilizado como carga o próprio peso corporal. A maioria dos estudos envolvendo programas de Ginástica Laboral está relacionados à prevenção das doenças ocupacionais LER e DORT, Oliveira (2007) embora relatando melhora da qualidade de vida, na maioria das vezes não utilizando um instrumento, como por exemplo o SF-36 para certificar da veracidade do fato. Um estudo utilizando o SF-36 para avaliar 103 indivíduos na faixa etária superior a 60 anos de idade, praticantes de dança durante toda semana com duração de 60 minutos, constatou ao final do estudo uma melhora significativa p < 0,001 nos scores de todos os componentes (OLIVEIRA, 2007; OLIVIERA, PIVOTO e VIANNA, 2009). Embora o estudo citado não tenha sofrido qualquer tipo de intervenção, ainda sim comprovou ser a dança uma aliada para qualidade de vida na terceira idade. Muitos estudos vêm utilizando esta ferramenta que têm demonstrado ser de grande valia, como é o caso do estudo realizado por Martins et al (2012) onde ele aplicou o SF-36 em um grupo de idosas que após passarem por um período de 04 meses praticando Treinamento Resistido demonstraram melhoras de todos os scores dos componentes avaliados pelo formulário SF-36 confirmando uma ótima correlação entre a força muscular e qualidade de vida para as amostras estudadas. Almeida et al (2010) também utilizou o SF-36 para comparar se grupos de idosos acima dos 60 anos que faziam parte de grupos de convivência versus grupos de idosos também acima dos 60 anos não participantes de grupos de convivência, a fim de avaliar a qualidade de vida e a presença do transtorno depressivo entre os grupos.

    Foi observado diferenças estatísticas significativas com relação aos domínios capacidade funcionais, estado geral de saúde, vitalidade e aspecto social, concluindo que indivíduos idosos que participam de grupos de convivência apresentam melhor qualidade de vida. Com se pode ver no atual estudo foi utilizado o formulário SF-36 Ciconelli, Ferraz e Santos (1997) como ferramenta para certificar se a intervenção realizada no grupo seria capaz de causar impactos positivos na qualidade de vida. Embora explícitos, os resultados finais, referentes a este estudo em particular ficou difícil de comparação a outros estudos, pois são raros os que utilizam o SF-36 associado à GL, como neste atual. Dentre os componentes analisados pelo SF-36, espera-se que componentes como C.F, A.F, E.G.S, V, A.S. A.E. e S.M. pudessem demonstrar melhoras após intervenções do mesmo modo espera-se que o componente D, apresente score menor após intervenções. E no caso do grupo controle, o que se espera na verdade é que os componentes invertam seus valores. Analisando a Tabela 1 Grupo C pode ser observado que os componentes: C.F mostrou 05 aumentos e 03 diminuições, A.F 05 aumentos e 03 diminuições, D 08 aumentos e 04 diminuições, E.G.S 06 aumentos e 12 diminuições, V 10 aumentos e 7 diminuições, A.S 07 aumentos e 05 diminuições, A.E 03 aumentos e 08 diminuições e nos S.M 11 aumentos e 08 diminuições dos scores. Grupo C não foi realizado um controle sobre suas atividades cotidianas o que pode justificar a inversão de valores desses scores. Analisando a Tabela 2 dos scores do SF-36 do Grupo E pode ser observado os componentes: C.F mostrou 05 aumentos e 05 diminuições, A.F 03 aumentos e 01 diminuição, D 08 aumentos e 06 diminuições, E.G.S 05 aumentos e 12 diminuições, V 10 aumentos e 7 diminuições, A.S 09 aumentos e 04 diminuições, A.E 06 aumentos e 02 diminuições e S.M 08 aumentos e 06 diminuições dos scores. Com relação aos valores obtidos nas análises do IMC, no Grupo C, do total 11 aumentarão os índices e 04 diminuirão (P=0,88) não apresentando significância. Em relação ao IMC é importante lembrar que quanto maior o índice (não atletas) maiores as possibilidades de doenças cardiovasculares. Pode se pensar neste caso que os valores que se mostraram aumentados podem estar relacionados ao crescente índice de sedentarismo. No Grupo E, o IMC, do total 07 aumentarão e 08 diminuirão (P=0,60) não apresentando valores estatísticos significativos. Neste caso provavelmente a intensidade e volume das sessões não foram suficientes para promover a recuperação do desempenho realizado no labor.

    Se esta hipótese for verdadeira, deve-se começar a pensar em programas de GL mais intensos e duradouros e não apenas mais uma atividade física cotidiana. Quanto ao absenteísmo não houve diminuição dos dias perdidos em relação aos 03 meses anteriores comparados aos 03 meses de estudo. Muitos fatores podem contribuir para situação, como por exemplo, a realização dos 03 meses, durante o estudo, pois neste caso talvez fosse ideal realizar esta análise comparativa 03 meses após o estudo. Observando cada um dos componentes separadamente, pode se observar algumas inversões dos valores dos scores em ambos os grupos. No Grupo C, observou-se que a C.F, V, A.S e A.E mostraram aumentos e no caso da D diminuiu. Como explicar a melhora desses componentes e uma piora dos componentes A.F, D, E.G.S e S.M? O Grupo E, demonstrou inversão dos valores C.F, A.F, A.E e SM aumentaram e D, E.G.S, V, diminuíram. Como explicar um grupo de indivíduo que se encontram bem nos aspectos C.F, A.F, porém, sentem mais dores além de apresentarem um E.G.S debilitado e uma baixa V? Embora possa parecer significativa a diferença no absenteísmo, estatisticamente não foi. Provavelmente pelo fato da comparação ter sido realizada durante o estudo. Um dos fatores mais importante na elaboração dos programas está em planejar as sessões a partir da análise das atividades desenvolvidas em cada setor da empresa (GALLIZA e GOETTEN, 2010).

    Assim, pode-se afirmar que ao colocar um indivíduo despreparado (multiplicador) para conduzir a GL as chances de não atingir os objetivos será real. Dishman et al (1998) compilaram estudos relativos programas de GL e observaram que embora alguns estudos demostrem benefícios da GL foram pequenos, levando-os a concluir que a GL não demonstraram melhoras da condição física dos praticantes e nem mesmo como incentivo para outras práticas de exercícios. Partindo do pré suposto que movimentos repetitivos por longos períodos de tempos são os causadores das doenças ocupacionais (LER e DORT), ainda sim, Maciel et al (2005) citando Sommerich e Joines (1999) mencionam que até então não se pode encontrar afirmações para essas supostas afirmações. Hess e Hecker (2003) chegaram à conclusão de que as pesquisa realizadas até o momento de seu estudo não apresentavam argumentos definitivos sobre os benefícios da GL, ou seja, algumas defendendo e outras não. Em um estudo realizado por Knudson (1999) chegou à conclusão de que os alongamentos praticados nas sessões de GL podem até aumentar a tolerância a movimentos articulares amplos, porém, com ação temporária, e não efetiva sobre a musculatura com relação à possível prevenção de lesões. Relembrando Dantas (2003) alongamento trata-se da amplitude normal de uma articulação sem aplicação externa de força, por outro lado flexibilidade trata-se de uma amplitude maior que a normal onde há necessidade de auxilio externo para alcançar seu máximo. Pensado assim, será mais eficaz a prática de flexibilidade e não alongamentos nas sessões de GL para influenciar positivamente a musculatura, levando a crer que realmente a GL poderá promover melhora do condicionamento e ou até mesmo ter um efeito profilático sobre a musculatura. Estudos de Herbert e Gabriel (2002) mencionam que realmente os alongamentos realizados antes ou depois dos exercícios não apresentam benefícios no que se concerne à prevenção de lesões musculares. Este achado vem confirmar o exposto a cima. Maciel et al (2005) em seus estudos concluíram que no geral na maioria dos casos de desenvolvimentos de doenças laborais se dão mais pelo fato de os próprios trabalhadores não apresentarem seu aparelho locomotor ativo preparado para realização das tarefas laborais. Esta afirmação faz jus uma vez que quanto mais condicionado o indivíduo for menos força ele terá que realizar para um determinado esforço (McARDLE, KATCH e KATCH, 1992). Deve se levar em consideração vários fatores que com certeza contribuem para o insucesso da prática de GL. Endossando a afirmação de Maciel et al (2005) comentam que um dos fatores que contribuintes para o desinteresse pela GL é o uso de roupas inadequadas durante a sessão, sem mencionar o local, pois muitas vezes, como é o caso da GL compensatória realizada no mesmo local em que esta trabalhando, tudo isto pode levar ao desinteresse. Num estudo de três meses de duração utilizando 10 indivíduos do gênero masculino (não praticantes de GL) trabalhadores de uma indústria metalúrgica automotiva, e 30 funcionários (praticantes de GL) cujo objetivo foi comparar o efeito da GL na qualidade de vida. Ao final do estudo concluiu-se que um programa de GL com duração de três meses pode ser capaz de contribuir para qualidade de vida de trabalhadores da indústria, principalmente no aspecto geral de saúde (LEME e MEYER, 2008).

    Diferentemente do atual estudo não pode ser observada nenhuma melhora ou mudança estatística significativa nos componentes do SF-36. Outro estudo realizado por Santos et al (2007) envolvendo 40 mulheres (35 aos 45 anos) trabalhadoras de serviços gerais, analisou um programa de GL envolvendo exercícios de alongamentos, relaxamentos e de consciência corporal e seus benefícios na prevenção dos distúrbios osteomusculares. Foi utilizada o questionário (modificado de Fuentes, 2002), as sessões com 30 minutos de duração, 03 vezes na semana num total de 48 sessões. Ao final constatou-se melhoras gerais, das dores, melhora no relacionamento interpessoal, humor aumentando e a motivação para o trabalho. Chama-se atenção para observação de que as amostras do estudo já apresentavam dores em função do trabalho. Levando em consideração as dores já existentes, a duração da sessão (30 minutos) e o tipo de intervenção proposto (alongamentos e relaxamentos) justifica-se o resultado final, pois esses exercícios por serem de baixa intensidade são ótimos para o alívio das dores musculares. Os exercícios propostos para maioria dos programas de GL são eficazes para trabalhadores de serviços mais leves.

    Desta forma se não houver uma continuidade dos estímulos (sessões), Princípio da Continuidade os efeitos obtidos com o término da sessão serão perdidos com o passar do tempo (TUBINO e MOREIRA, 2003; DANTAS, 2003) dai a necessidade dos programas de Ginástica Laboral precisar de estímulos mais intensos para produção de melhores resultados. Porém, torna-se importante que as empresas estimulem, mas não por um período breve, mas sim, “para sempre”, pois, se não houver continuidade do programa, com certeza depois de um tempo sem a mesma os trabalhadores voltarão à estaca “zero” ou às vezes até pior. Segundo Oliveira (2006), a ginástica laboral contem vários exercícios específicos, a realização de alongamentos, fortalecimento muscular, realizados nas dependências da empresa, trabalhando a coordenação motora e realizando um sistema de relaxamento aos grupamentos musculares dos trabalhadores. É certo de que as sessões baseadas nesses exercícios estão mais propícias a beneficiar os trabalhadores braçais, porém de setores informatizados e que realizam trabalhos que exijam a coordenação fina como é o caso dos indivíduos que trabalham em terminais computadorizados, pois além de realizarem movimentos repetitivos e delicados além de permanecer um longo período de tempo sentado durante a jornada de trabalho. Por outro lado, como é o caso de setores de linhas de montagem, por exemplo, que utilizam de força para realizar a maioria de suas tarefas.

    Podemos perceber que a grande maioria dos estudos realizados relacionando os benefícios da GL, também estão relacionados com funções como as citados no estudo de McLean et al (2001). Hess e Hecker (2003) relatam em seus estudos que a ginástica laboral, não forneceu evidencias, nem a favor ou contra, sobre os benefícios da ginástica na prevenção da LER e DORT. Segundo Militão (2001) a ginástica laboral promove vários benefícios ao sistema psicológico, proporcionando aos mesmos uma melhora na disposição e uma maior tranqüilidade em seus sonos no período da noite. Pacheco, Rocha e Garcia (2010) utilizando 76 funcionários de ambos os gêneros da área administrativas, cujo objetivo foi averiguar a diminuição dos níveis de estresse através da aplicação da GL, foi constatado ao final do estudo que não ouve um resultado positivo em relação à diminuição dos níveis de estresse dos trabalhadores, e não ouve diferenças dos resultados. Embora relatem o contrário, os estudos Souza e Rubens Jr (2004), apontam que a ginástica laboral pode influenciar a procura de exercícios fora do ambiente laboral contribuindo para diminuição do sedentarismo, contribuindo para consideravelmente para o aumento da autoestima do trabalhador.

Conclusão

    Pode ser comprovado que 03 meses de GL realizada por 10 minutos antes da entrada para o trabalho não foi suficiente na promoção de benefícios para qualidade de vida. Nenhum dos componentes do SF-36 e IMC demonstram índices significativos de melhoras, inclusive apresentando inversões de valores de ambos os grupos! Embora tenha ocorrido diferença do índice de absenteísmo, a diferença não foi significativa. Muitos fatores podem ter contribuído para inversão de alguns componentes do SF-36 e do IMC, podendo ser a duração, quantidade e intensidade das sessões. Mais estudos precisam ser realizados associando a GL ao SF-36 como instrumento avaliativo nos programas de GL para verificar seus efeitos sobre a qualidade de vida.

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