Efeito do treinamento de flexibilidade na força muscular de idosas Efecto del entrenamiento de la flexibilidad en la fuerza muscular de mujeres mayores |
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*Bacharel em Educação Física – UNESP – Rio Claro **Professor/a Livre Docente – UNESP – Rio Claro ***Mestre – UNESP – Rio Claro ****Mestranda – UNESP – Rio Claro (Brasil) |
Gabriela Grimaldi* Silvia Deutsch** Sebastião Gobbi** Raquel Gonçalves*** Luiza Herminia Gallo**** |
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Resumo Com o passar dos anos, ocorre uma perda gradativa dos componentes de capacidade funcional, claramente observada em idosos, dessa forma, a prática de atividade física colabora no sentido de amenizar esse processo. Sabe-se que o alongamento agudo, influência positivamente como forma de manter ou até mesmo melhorar a flexibilidade nos idosos, mas também influência negativamente na capacidade de força. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito do treinamento de flexibilidade crônico, na força de idosas. Participaram do estudo 15 mulheres idosas, submetidas ao treinamento de flexibilidade, durante 16 semanas, com frequência de três aulas semanais, por um período de uma hora. O treinamento consistiu em sete exercícios de alongamento estático para os principais grupos musculares dos membros superiores e inferiores. Os níveis de força foram avaliados pela bateria de testes para idosos da Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD), tanto no momento pré quanto pós de treinamento. Na análise, foi utilizado o teste t de Student pareado, adotando-se p<0,05; foi realizada também uma análise descritiva dos dados. Observou-se o aumento significativo na força muscular das idosas (p=0,00) após três semanas de treinamento de flexibilidade. Unitermos: Flexibilidade. Força. Envelhecimento.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Durante o processo de envelhecimento ocorrem alterações morfofuncionais que podem acarretar na diminuição dos componentes de capacidade funcional do idoso, em especial, na força e flexibilidade. Nesse sentido, a prática regular de atividade física tem sido amplamente recomendada pela literatura.
Dentre as diversas modalidades de atividade física utilizadas para a população idosa, exercícios de alongamento têm sido recomendados como meio de atenuar os efeitos deletérios do envelhecimento na flexibilidade.
Recentes estudos demonstraram que, de forma aguda, exercícios de alongamento podem prejudicar o desempenho de força muscular. De qualquer forma, poucos estudos foram encontrados analisando o efeito crônico do alongamento na força muscular de idosos.
Exercícios de alongamento têm sido tradicionalmente utilizados como meio de desenvolver a flexibilidade e também como parte integrante de sessões de aquecimento que precedem a prática de atividade física. De qualquer forma, recentes estudos demonstram que alguns métodos de alongamento, de forma aguda, podem prejudicar o desempenho de força muscular em indivíduos jovens (RUBINI et al., 2007).
Por outro lado, cronicamente, o treinamento de flexibilidade parece não prejudicar a força muscular podendo, inclusive, melhorar o seu desempenho (RUBINI et al., 2007; LAROCHE et al., 2008).
Laroche et al. (2008) avaliaram o pico de torque (PT), taxa de desenvolvimento de força (TDF), o trabalho muscular (T) e o comprimento muscular em 29 indivíduos do sexo masculino (idade entre 18-60 anos), após quatro semanas de treinamento de flexibilidade do músculo extensor do quadril (através do método estático e balístico). Os autores observaram que no grupo de alongamento estático houve aumento no PT de 5,3%, aumento na TDF de 4,8% e ainda aumento no T de 3,9%, porém houve um pequeno decréscimo no comprimento muscular de –1,6%. Já para o método balístico foram encontradas melhoras em todos os componentes: 7,8% no PT; 3,6% na TDF; 14,7% no T e 0,86% no comprimento muscular. Vale ressaltar que nesse estudo os exercícios de alongamento foram aplicados somente na musculatura do quadríceps.
Não foram encontrados estudos que avaliaram o desempenho de força muscular de membros superiores após treinamento da flexibilidade em idosos. Tal estudo é de extrema importância tanto para a comunidade acadêmica quanto para profissionais que objetivam a prescrição de atividade física para essa população.
Objetivo
Analisar o efeito do treinamento de flexibilidade na força de movimento de idosas.
Materiais e metodologia
Participaram desse estudo 15 mulheres idosas (67 ± 7,9 anos; 66,7 ± 9,3 Kg; 155,4 ± 5,5 m; 27,8 ± 3,1 Kg/m2). As participantes foram submetidas ao treinamento de flexibilidade, durante 16 semanas e freqüência de três vezes semanais, com duração de uma hora.
O treinamento consistiu em sete exercícios de alongamento estático para os principais grupos musculares, superiores e inferiores. Durante cada exercício, foram realizadas três séries de 30 segundos, com intervalo de 30 segundos entre cada repetição.
Os níveis de força foram avaliados pela bateria de testes para idosos da Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD), tanto no momento pré quanto pós de treinamento. Não tendo o teste de Shapiro-Wilk rejeitado a hipótese de normalidade da distribuição normal dos dados, foi aplicado o teste t de Student pareado, adotando-se p<0,05. Também foi realizada análise descritiva dos dados.
Resultados e discussões
Após análise dos dados, observou-se aumento significativo na força muscular das idosas (p=0,00). Os dados de força muscular pré e pós-treinamento são apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Valores de força em média e desvio-padrão pré e pós treinamento
Os resultados encontrados no presente estudo corroboram com outros autores que observaram aumento significativo no desempenho de força muscular após a realização do treinamento da flexibilidade em indivíduos jovens (WORREL et al., 1994; HANDEL et al., 1997; LAROCHE et al., 2008).
Os aumentos observados no desempenho de força muscular após a realização do treinamento da flexibilidade têm sido atribuídos a hipertrofia muscular dos músculos alongados (RUBINI et al., 2007). Goldspink et al. (1995) observaram hipertrofia muscular em ratos, após realização de 24 horas de alongamento durante 3 dias. Em humanos, a força muscular parece aumentar após três semanas de treinamento de flexibilidade, mesmo sem a realização de exercícios com pesos.
Conclusões
Estas atividades tiveram a participação de idosas consideradas anteriormente sedentárias, e durante a realização das aulas não participavam de qualquer outra atividade física, nem mesmo realizavam exercícios com pesos, comprovando a eficácia do treinamento de flexibilidade na melhora da força muscular de membros superiores.
Após análise dos dados podemos concluir que 16 semanas de treinamento da flexibilidade acarretam em aumento significativo da força muscular em mulheres idosas.
Ainda assim, sugere-se a realização de novos estudos, em diferentes grupos musculares.
Referências bibliográficas
HANDEL, M.; HORSTMANN, T.; DICKHUTH, H.H.; et al. Effects of contract-relax stretching training on muscle performance in athletes. Eur J Appl Physiol, v.76, p.400-8, 1997.
LAROCHE, D. P.; LUSSIER, M. V.; ROY, S. J. Chronic stretching and voluntary muscle force. Journal of strength and conditioning research, v.22, n.2, 2008.
RUBINI, E.C.; COSTA, A.L.L.; GOMES, P.S.C. The effects of stretching on strength performance. Sports medicine 2007; 37(3): 213-2.
WORREL, T.W.; SMITH, T.L.; WINEGARDNER, J. Effect of hamstring stretching on hamstring muscle performance. J Orthop Sports Phys Ther, v.20, n.3, p.154-9, 1994.
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