Desenvolvimento motor das
crianças de 6 a 8 anos de idade da El desarrollo motor de los niños de 6 a 8 años de edad de la Escuela Municipal “Monteiro Lobato” del municipio de Terra Boa, PR |
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Faculdade Integrado de Campo Mourão (Brasil) |
Cristiane de Fátima Astun Alissianny Haman Fogagnoli |
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Resumo Esse estudo tem por objetivo verificar o nível de desenvolvimento motor dos alunos de 6 a 8 anos de idade da Escola Municipal “Monteiro Lobato” do Município de Terra Boa Paraná. O presente estudo possui natureza quantitativa, e se trata de uma pesquisa descritiva que tem como amostra 42 alunos do 2º e 3º ano do ensino fundamental séries iniciais, de ambos os gêneros e pertencentes à faixa etária de 6 a 8 anos, sendo estes escolhidos de forma aleatória e autorizados pelos pais/responsáveis. Para a coleta dos dados foi utilizado testes de habilidades motoras de Gallahue e Ozmun (2005), baseando-se nas etapas inicial, elementar e maduro. Para a realização destes testes foram utilizados os seguintes materiais: bolas de diferentes tamanhos, taco de beisebol, colchonete, tijolo, filmadora, fita métrica, papel sulfite e caneta. Foi utilizado também um questionário que investigou as práticas motoras. Assim, foi verificado o nível de desenvolvimento motor, identificado a habilidade motora, investigado as práticas motoras, relacionado o nível de desenvolvimento motor com a prática motora, comparado o desempenho e a prática motora dos alunos entre as turmas e séries. Desta forma, se tornou importante analisar que as crianças do Ensino Fundamental Séries Iniciais não estão conseguindo em cada fase de sua infância alcançar o padrão de movimento adequado para sua idade. Ou seja, foi possível concluir que o desenvolvimento motor dos alunos não está dentro do padrão motor para a idade sugerida pela bibliografia, pois a maioria encontra-se no estágio elementar. Unitermos: Desenvolvimento motor. Habilidade motora. Prática motora.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Os alunos do ensino fundamental fazem parte de um universo a ser estudado continuamente, pois apresentam-se em diferentes estágios de desenvolvimento, nos quais são levados em conta fatores físicos, emocionais e sociais que são decorrentes do próprio processo de desenvolvimento e que podem interferir na forma como o movimento se desenvolve no indivíduo.
Sabe-se que os movimentos são de grande importância para o desenvolvimento do ser humano, pois é através deles que o ser humano interage com o meio ambiente, sendo também de grande contribuição biológica para o organismo, por permitir a realização das ações que irão solucionar os problemas motores (CONNOLY, 1977 apud GALLARDO, 2000).
Para Gallahue e Ozmun (2005) com o estudo do desenvolvimento motor, pode-se ganhar muito com esse aprendizado em todas as idades, sendo este desenvolvimento como um processo que dura toda a vida, incluindo todos os aspectos do comportamento humano.
Conforme Vieira (2004) é nas primeiras quatro séries do ensino fundamental, que o movimento visa alicerçar as habilidades motoras básicas, que devem ser organizadas com o propósito de contribuir para a constituição de estruturas motoras mais complexas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), propõem para os anos iniciais do ensino fundamental, além do simples deslocamento do corpo no espaço, diferentes possibilidades corporais como: danças, brincadeiras, jogos, esportes e outras, a fim de se formar uma verdadeira cultura corporal de movimentos.
Segundo Bee (1996) as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde são fundamentais no ensino escolar.
Diversos autores, como Pellegrini (1998), Tani (1988), Vieira (2004), consideram que, nos primeiros anos da educação infantil (pré-escola) e nas primeiras séries do ensino fundamental com crianças de 6 a 10 anos, a atividade motora é muito importante. Para eles, as brincadeiras de correr como o pega-pega, brincar de roda como o "lenço atrás", pular corda, andar de bicicleta, malabarismo com duas ou três bolas, constitui relações com outras pessoas, com os objetos e com o meio ambiente à sua volta.
Assim este estudo busca verificar o desenvolvimento motor das crianças do ensino fundamental séries iniciais, em quais habilidades motoras a criança apresenta um melhor desenvolvimento, quais as práticas motoras das crianças participantes deste estudo, relacionar o nível de desenvolvimento motor e a prática motora dos escolares, comparar o nível de desempenho motor e a prática motoras entre turmas/séries e entre gêneros.
Visando responder a essas questões, serão verificadas o nível de desenvolvimento motor das crianças de 6 a 8 anos de idade da Escola Municipal “Monteiro Lobato” do Município de Terra Boa/PR. e se esses atingem os níveis de padrões motores adequados nas faixas etárias por ela abrangidos.
2. Referencial teórico
2.1. Desenvolvimento motor
Para Haywood e Getchell (2004) as teorias do desenvolvimento oferecem uma maneira sistemática de observar e explicar a mudança desenvolvimental. A perspectiva maturacional enfatiza que o desenvolvimento motor é um processo interno ou inato dirigido por um relógio biológico ou genético, podendo ser diferente de um individuo para outro.
A perspectiva ecológica realça a inter-relação entre o individuo, o ambiente e a tarefa, descrevendo, explicando e entendendo inteiramente o desenvolvimento motor das pessoas ao longo do ciclo da vida. (HAYWOOD e GETCHELL, 2010)
O movimento passa a existir da influência entre conexão do individuo, do ambiente e da tarefa, mas o sistema corporal não se desenvolve na mesma taxa, podendo amadurecer em alguns mais lentos e em outros mais rápidos. No qual a força muscular seria um limitador de taxa ou um controlador para o caminhar, até que a criança atinja um nível critico de força suficiente para suportar seu corpo no rastejar, engatinhar, rolar e caminhar, permitindo então o estudo do desenvolvimento ao longo do ciclo da vida. (HAYWOOD e GETCHELL, 2010)
Magill (1980 apud TANI 1988) diz que os primeiros anos de vida do ser humano são caracterizados por mudanças marcantes nas dimensões cognitivas, motoras, sociais e afetivas. Assim, o profissional que atua diretamente com a educação de crianças deve zelar para garantir uma visão global e harmônica de um ser extremamente complexo.
O desenvolvimento motor é um dos pressupostos fundamentais para a integração corporal das pessoas ao ambiente em que atua. (HAYWOOD e GETCHELL, 2010)
Desenvolvimento motor para Clark e Whitall (1989, apud PELLEGRINI et al. 1995, p. 94) são as mudanças no comportamento motor durante o ciclo vital, e o processo ou processos que embasam essas mudanças.
Tani (1988) e Haywood e Getchell (2004) definem o desenvolvimento motor como um processo seqüencial e contínuo, relacionado à idade, pelo qual o comportamento motor modifica-se. Este é um processo contínuo e demorado, cujas mudanças mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida.
Para Pellegrini (1998), o movimento exerce função essencial no processo de desenvolvimento. O deslocamento de parte do corpo ou do corpo como um todo está presente em todas as nossas ações, incluindo aquelas mais básicas como as relativas à alimentação e comunicação.
Para Gallahue e Ozmun (2001), o processo motor se desenvolve através de quatro fases. A primeira fase é a motora reflexiva (quatro meses a um ano de idade), é caracterizada por reflexos que são as primeiras formas de movimento humano. A segunda fase é chamada de motora rudimentar (um e dois anos de idade) na qual ocorrem os primeiros movimentos rudimentares. A terceira fase é apontada de movimentos fundamentais, que corre entre dois e sete anos de idade é considerada a fase mais importante para o desenvolvimento da criança. A última fase do desenvolvimento motor é da especialização motora que acontece a partir dos sete anos de idade.
O desenvolvimento motor está diretamente relacionado a fatores culturais, sócio-econômico, ambientais que podem causar uma grande influencia no resultado da avaliação. (RESTIFFE, 2007)
Os movimentos são formados e modificados de acordo com as restrições do organismo, do ambiente e da tarefa, todos os sistemas do corpo contribuem de forma cooperativa para o desenvolvimento, voltada para a interação entre o individuo e seu meio ambiente de forma mais dinâmica. (NEWELL, 1986, apud MARQUES 1996)
Gallahue e Ozmun (2005) dizem que o desenvolvimento motor é influenciado por fatores individual, de ambiente, que este processo apresentado através das fases dos movimentos reflexos, rudimentares, fundamentais e especializados, sendo os seus movimentos caracterizados como estabilizadores (equilíbrio e sustentação), movimentos locomotores (mudança de localização) e movimentos manipulativos (apreensão e recepção de objetos). De acordo com cada faixa etária, estes movimentos estarão em estágios e fases diferentes. Este mesmo autor identifica os níveis de desempenho das habilidades em três estágios inicial, elementar e maduro.
O estágio inicial se caracteriza pela utilização de grandes articulações do corpo, falta de sincronização dos movimentos, se preocupa mais com o resultado da ação do que com a forma de execução, carência na percepção do próprio corpo. Já o estágio elementar se caracteriza pelo aumento das articulações que participam do movimento, aumento da sincronização dos diferentes segmentos do corpo, tem fase preparatória, mas não consegue a seqüência necessária para utilizá-las de forma adequada. E concluindo o estagio maduro se caracteriza pela participação de todos os segmentos corporais na execução do movimento, possui todas as fases de preparação para a execução do movimento, se preocupa com o resultado da ação. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
A realização do estágio maduro é influenciado grandemente pelas oportunidades para a prática, em circunstâncias adequadas, as crianças são capazes de desempenhar o estagio maduro por volta dos seis anos, a maioria dos movimentos fundamentais. Gallahue e Ozmun (2005) afirmam ainda que essas habilidades passarão por uma melhoria e refinamento para formar as habilidades motoras especializadas tão necessárias para tarefas recreativas, competitivas e da vida diária. Nessa fase recomenda-se uma aplicabilidade dos movimentos na variedade de jogos cooperativos e competitivos, esportes, danças e atividades recreativas, pois esse é o período em que as habilidades são refinadas progressivamente.
Para Tani (1988), não há uma probabilidade da criança estar num dos estágios (inicial / elementar e maduro), pois na primeira atividade pode estar em um estágio e logo após segundos estar em outro estágio. E também, que as mudanças nos estágios de desenvolvimento ocorrem de forma segmentar e não em mudanças do corpo todo.
De acordo com Bee (2003) existem fases diferentes no desenvolvimento, a forma e as dimensões do corpo da criança muda ao longo dos anos. Cada parte do corpo cresce em ritmo desigual, algumas partes desenvolvem desde o nascimento, passando pela infância até atingir seu crescimento completo adolescência. Todas essas mudanças visíveis no tamanho e na forma são resultantes de alterações que ocorrem ao longo da vida.
Conforme Rosa Neto (2002) existe diversas formas de avaliar o desenvolvimento motor da criança, no entanto nenhuma é perfeita e nem engloba holisticamente todos os aspectos do desenvolvimento. Para Gallahue e Ozmun (2005, p.227), “uma criança poderá estar no estagio inicial em algumas tarefas motoras, outras no elementar e as demais no maduro, pois nenhuma criança progride de forma igual no desenvolvimento das habilidades motoras”.
2.2. Habilidade motora
São amplas e significativas as mudanças que acontecem durante o período de desenvolvimento da criança. Essas mudanças ocorrem logo na infância quando o processo motor se caracteriza pela conquista de novos movimentos e aperfeiçoamento das habilidades básicas.
Para Magill (2000) habilidade motora é de fato uma habilidade que exige movimentos voluntários do corpo e/ou dos membros para atingir o objetivo.
O autor supracitado classifica as características da habilidade motora como sendo similares às outras habilidades. Como as dimensões da musculatura envolvida, que é um grupo de músculos necessários para executar uma habilidade. Nem toda habilidade precisa de um grupo de músculos da mesma dimensão, por isso foi dividido em duas categorias, habilidade motora grossa, na qual é necessário usar a musculatura grande para produzir as ações, essa habilidade requer menor precisão de movimentos, e foi classificada como habilidades motoras fundamentais que é o correr, pular, arremessar, saltar, etc.
Tem a habilidade motora fina que requer maior controle dos músculos pequenos, os envolvidos na coordenação mãos-olhos, exigindo um alto grau de perfeição no movimento das mãos e dos dedos, como pintar, desenhar, digitar, costurar e abotoar. Embora os músculos grandes possam estar envolvidos na execução de uma habilidade motora fina, os músculos pequenos são primariamente envolvidos para atingir a meta da habilidade. (MAGILL, 2000)
E também as habilidades motoras são classificadas segundo os diferentes movimentos que as pessoas fazem para realizar uma habilidade. Se uma habilidade exigir um movimento diferente que tenha ponto inicial e final bem definido, será classificado como habilidade motora discreta que inclui ligar e desligar interruptores de luz, acionar o pedal de embreagem de um carro, pressionar as teclas de um piano, cada uma dessas habilidades requer um movimento diferente, que começa e termina em posições claramente definidas Magill (2000). Para Schmidt e Whisberg (2001) a habilidade discreta é caracterizada por inicio e fim bem definidos e com duração breve. Como arremessar ou chutar uma bola.
A habilidade motora serial, cada movimento nessa série é diferente, com um ponto inicial e final bem especifico. Dar partida em um carro, o motorista precisa realizar uma série de movimentos distintos, ou tocar piano, pois o pianista precisa executar movimentos discretos para pressionar as teclas do piano numa ordem serial definida (MAGILL, 2000).
Na extremidade oposta desse sistema de classificação se encontram as habilidades motoras contínuas que é constituída por movimentos repetitivos, como guiar carros, usar o mouse, nadar e caminhar, no qual é focalizado no controle de movimentos.
Segundo Schmidt e Whisberg (2001) habilidade motora fechada é realizada em local parado e previsível, permitindo que as pessoas planejem com antecedência seus movimentos. Como nadar sozinho em uma raia de piscina.
Schmidt e Whisberg (2001) dizem que a habilidade aberta é realizada em ambiente inesperado ou que esta em movimento e que requer que as pessoas adaptem seus movimentos em resposta a propriedade dinâmica do ambiente. Como disputar uma luta Greco-romana, é difícil o lutador predizer com eficiência os futuros movimentos do adversário e também suas futuras respostas.
De acordo com Gallahue e Ozmun (2005) a habilidade motora rudimentar acontece logo na infância, à criança relaciona os seus interesses básicos com a auto-gratificação. Os reflexos primitivos servem para o bebê satisfazer suas necessidades de sobrevivência básica, pois à medida que a criança se desenvolve outras necessidades surgem. O desenvolvimento ocorre em ritmos variados, mas em seqüência previsível, tendo que sempre ser estimulado os estímulos visuais, auditivos, olfativos, táteis e cinéticos.
Tem três categorias de movimento, primeiro é a estabilidade, é o movimento voluntário, no qual o bebê vive em constante luta contra a força da gravidade para atingir uma postura ereta, estabelecendo um controle sobre sua musculatura, tudo acontecendo em uma seqüência previsível. Para atingir a posição em pé, o bebê precisa ter o controle da cabeça e pescoço, controle do tronco, tem que conseguir sentar no qual irá usar mais os braços para exploração, quando estiver com o controle da musculatura até o ponto em que a força da gravidade não pode mais estabelecer exigências de restrições sobre o movimento. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Na segunda categoria de movimento tem a locomoção, que fornece ao bebê um meio de descobrir muito rápido o mundo em desenvolvimento. O movimento do bebê por meio do espaço vai depender de sua habilidade para lidar com a força da gravidade. A locomoção apóia-se muito a estabilidade, pois o bebê não vai conseguir movimentar-se livremente até que a estabilidade seja dominada. Antes de o bebê conseguir lidar com a força da gravidade ele irá arrastar-se tentando se locomover, mas para isso precisa ter controle dos músculos da cabeça, pescoço e tronco. Irá se arrastar tentando pegar algum objeto que esta a sua frente levantando cabeça e peito acima do solo, o movimento do bebê vai ser um leve escorregadio para frente, não usando as pernas. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
A próxima ação do bebê será ficar em postura ereta que depende da estabilidade para obter a locomoção ereta e a caminhada, devendo primeiro controlar o corpo em pé que é necessário para a locomoção ereta, que acontece entre o 10 e 15 mês. Acontece com os pés virados para fora e joelhos levemente flexionados, não sendo movimentos sincronizados e fluidos, o movimento é irregular, e não é acompanhado pelo movimento dos braços. (GALLAHUE e OZMUN, 2005).
As habilidades manipulativas do bebê evoluem ao longo de uma série de estágios, os aspectos básicos da manipulação é alcançar, segurar e soltar. Podendo se desenvolver antes do tempo, como a estabilidade e a locomoção, mas que pode ser influenciada pela maturação. A habilidade manipulativa fornece ao bebê em desenvolvimento o inicio de uma relação significativa com objetos do ambiente imediato. O alcançar, nos primeiros quatro meses a criança só observa atentamente e faz movimentos na direção do objeto, mas não faz movimentos para tentar alcançar o objeto. Após o quarto mês o bebê pode olhar atentamente o objeto em sua mão, o movimento pode ser lento e desajeitado. No final do quinto mês, a pontaria do bebê está quase perfeita, podendo alcançar e ter contato tátil com o objeto. Sendo necessária essa realização antes que a criança pegue o objeto na mão. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
A partir então que o bebê domina as habilidades rudimentares de alcançar, segurar e soltar, em vez de somente tocar o objeto, senti-los ou colocá-los na boca, a criança se envolve no processo de manipulação dos objetos para aprender mais sobre o mundo em que vive. A manipulação é direcionada por percepções apropriadas a fim de atingir objetivos significativos. Sendo as habilidades motoras rudimentares estágios necessários para o desenvolvimento de padrões motores fundamentais e habilidades motoras especializadas. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Nas habilidades motoras fundamentais as crianças são envolvidas no processo de desenvolvimento e de refinamento de uma grande diferença de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos. Envolvendo-se em muitas experiências coordenadas e efetivas em termo de desenvolvimento esquematizadas para aumentar o conhecimento do corpo e do seu potencial para o movimento. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Para Marques (1996, p.16) desenvolvimento das habilidades básicas nesta seqüência de estágios, é fundamental para se chegar ao domínio de uma habilidade mais especializada e a etapa de aquisição desses movimentos ocorre entre 2 a 7 anos, na fase dos movimentos fundamentais.
Segundo Borges e Barbante (2001, apud BRAZ e ARRUDA, 2008) a habilidade motora fundamental é recomendada para todas as idades e níveis de aprendizagem, podendo considerar que tais habilidades possuem as capacidades motoras básicas como força, velocidade e resistência, pois são características fisiológicas manifestadas por todas as tarefas especificas do movimento.
O desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais é básico para o desenvolvimento motor das crianças. Uma variedade de experiência motora fornece a criança uma abundância de informações e percepções que ela tem de si mesma e do mundo que a cerca. Uma criança cognitiva e fisicamente normal se desenvolve de um estágio a outro, de modo seqüencial, influenciado tanto pelo amadurecimento como pelo conhecimento. Não somente a maturação, mas as condições ambientais, como as oportunidades para a prática, o encorajamento e as instruções são cruciais para o desenvolvimento de padrões maduros de movimentos fundamentais. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
As condições naturais do ambiente, como temperatura, iluminação, área de superfície, gravidade, e condições superficiais de tamanho, cor, textura, formas de objetos e, além disso, condições de velocidade, trajetória e peso de objetos podem influenciar nas tarefas motoras. Podendo então fazer pequenos ajustes, por exemplo, um indivíduo com habilidade limitada para aumentar a velocidade de arremesso por causa de falta de força ou mecânica ineficiente, podendo fazer pequenos ajustes, caso precise mudar de uma tarefa de arremesso de precisão para uma tarefa de arremesso a distancia. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Seefeldt (1980, apud ISAYAMA e GALLARDO, 1998) afirma que a criança deve desenvolver suas habilidades motoras adequadamente, pois se isso não acontecer, ocorrerá vários erros que poderão ser notados perfeitamente, no qual terá dificuldades de combinar e modificar estes movimentos em forma de habilidade mais especializada.
As crianças apresentam um potencial de desenvolvimento para alcançar o estagio maduro da maior parte das habilidades motoras fundamentais por volta dos 6 anos de idade. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Segundo Isayama e Gallardo (1998) a habilidade motora fundamental tem inicio por volta do primeiro ano de idade e se prolonga até os seis a sete anos aproximadamente, sendo uma fase critica e sensível na qual determina o futuro da criança por ocorrer mudanças.
Algumas crianças podem estar no estagio inicial em algumas tarefas motoras, em outras no estagio elementar e nas demais no estagio maduro. As crianças não progridem de forma igual no desenvolvimento de suas habilidades motoras fundamentais. As brincadeiras, as atividades instrutivas, um ensino criativo e diagnóstico podem influenciar muito a criança no desenvolvimento de suas habilidades motoras fundamentais. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
A estabilidade é o aspecto principal do aprendizado de movimentar-se porque todo movimento abrange um elemento da estabilidade. A estabilidade envolve a habilidade de manter em equilíbrio a relação individuo/força de gravidade, e desenvolve flexibilidade nos ajustes da postura enquanto se movimentam. As habilidades estabilizadoras das crianças devem ser flexíveis para que possam atingir todos os tipos de movimentos sob qualquer condição e ainda manter sua relação fundamental com a força da gravidade. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Todas as atividades locomotoras e manipulativas são em partes movimentos estabilizadores. Alguns movimentos fundamentais podem, no entanto ser separados de todos os outros que promovam a manutenção controlada do equilíbrio. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Já a habilidade motora especializada são padrões motores fundamentais maduros que foram verificados e adaptados para formar habilidade esportiva e outras habilidades motoras especificas e complexas. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Nesta fase as crianças devem estar na maioria das habilidades motoras fundamentais no estagio maduro, pois é uma condição para a inclusão bem sucedida de habilidades motoras especializadas que corresponde ao repertório motor do individuo. A passagem de uma a outra fase depende do aproveitamento de padrões de movimento maduros a uma grande variedade de habilidades motoras, se os padrões forem menos que maduro, a habilidade será prejudicada. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Para Manoel (1994, apud ISAYAMA e GALLARDO, 1998) a aquisição das habilidades motoras fundamentais pode parecer natural, mas tem muitos indivíduos que não conseguem chegar à fase de padrão maduro de desenvolvimento, causando problemas na aquisição de habilidades mais especificas e importantes para seu dia a dia.
Os padrões motores fundamentais de uma pessoa são pouco alterados depois que atinge o estagio maduro. As capacidades físicas influenciam quando as habilidades motoras especializadas são aplicadas ao esporte, recreação ou situações da vida diária. As habilidades motoras especializadas são movimentos maduros que foram adaptados a necessidade especifica de uma atividade esportiva, recreativa ou do cotidiano. Até quando essas habilidades são desenvolvidas vai depender do individuo, da própria tarefa e do ambiente. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
A fase motora especializada tem três estágios, primeiro é o estagio de transição que é caracterizado pela tentativa do individuo de aperfeiçoar ou combinar padrões motores maduros. Ocorrendo um maior interesse nas crianças pelo esporte e nos padrões de desempenho. As mesmas se sentem atraídas por vários tipos de esporte e não sentem limitações fisiológicas, anatômicas ou ambientais. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Já no estagio de aplicação o individuo tem mais consciência sobre suas limitações e concentra em certos tipos de esporte, no qual tem mais competência. E treina para desenvolver níveis superiores de habilidade. Os padrões motores característicos do iniciante neste estagio é verificado como as habilidades mais complexas é usada em esportes oficiais e nas atividades recreativas é designada tanto para o lazer como para competição. (GALLAHUE E OZMUN, 2005)
E o estagio de utilização permanente, é uma continuação e um maior aperfeiçoamento dos estágios anteriores, os indivíduos diminuem a área de buscas atléticas, escolhendo algumas atividades para participar regularmente de esportes permanentes e atividades recreativas. Atividades permanentes são escolhidas com base nos interesses pessoais, habilidades, ambições, disponibilidade e em experiências passadas. As oportunidades de participar das experiências motoras são limitadas por causa da responsabilidade e do tempo. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Muitas pessoas não passam pelo desenvolvimento das habilidades motoras especializadas na seqüência que foi dita, e as crianças acabam tendo habilidade em determinado esporte particular em idade precoce. A precoce participação em esportes não é prejudicial, mas a especialização prematura pode ter elevado custo. E o desenvolvimento de padrões motores fundamentais maduros pode ser sacrificado, limitando a participação em varias atividades. (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
3. Metodologia
O presente estudo possui natureza quantitativa, e se trata de uma pesquisa descritiva que busca fatos que são observados, registrados e analisados. Segundo Martins Junior (2009) a pesquisa descritiva busca a verificação de fatos ocorridos num determinado período de tempo, sem manipular as variáveis que as ocasionam. Segundo Chizzotti (2006, p.52) as pesquisas quantitativas prevêem a mensuração de variáveis preestabelecidas, verificando e explicando sua influência sobre outras variáveis, através de análise da freqüência de incidências e de correlações estatística, assim o pesquisador descreve, explica e prediz os resultados da pesquisa.
A população do estudo foi composta por alunos do 2º e 3º ano do ensino fundamental séries iniciais da Escola Municipal “Monteiro Lobato” do Município de Terra Boa/PR, de ambos os gêneros e pertencentes à faixa etária de 6 a 8 anos. A amostra foi composta por 42 alunos, sendo estes escolhidos de forma aleatória e que foram autorizados pelos pais/responsáveis.
Para a coleta dos dados foi utilizado testes de habilidades motoras de Gallahue e Ozmun (2005), baseando-se nas etapas inicial, elementar e maduro. Para a realização destes testes foram utilizados os seguintes materiais: bolas de diferentes tamanhos, taco de beisebol, colchonete, tijolo, filmadora, fita métrica, papel sulfite e caneta.
Foi utilizado também um questionário que investigou as práticas motoras, sendo este elaborado pela pesquisadora, e devidamente convalidado.
Cada um dos movimentos foi realizado três vezes, sendo filmados nas posições frontal, lateral e posterior para que a analise pudesse ser realizada.
Após a coleta de dados, estes foram analisados de forma quantitativa, que segundo Martins Junior (2009) a análise quantitativa é a quantificação dos resultados provenientes da coleta dos dados sob a forma de símbolos matemáticos e/ou estatísticos.
Os dados foram analisados através de freqüência simples e percentual, sendo estes apresentados em forma de gráficos e tabelas.
4. Resultado e discussão
Este capítulo destina-se a apresentação e discussão dos resultados, sendo estes demonstrados em gráficos e tabelas para uma melhor visualização do leitor.
Tabela 1. Resultado da comparação do desenvolvimento dos movimentos de habilidades locomotoras entre gêneros
Em relação às habilidades locomotoras, verificamos que no gênero feminino não houve alcance de nenhuma criança ao estágio maduro. No estágio elementar encontram-se crianças com maior percentual nos movimentos de caminhada (100%), corrida (91%), salto em altura e salto vertical (86%), galope e deslizamento (73%). E no estágio inicial predominou os movimentos de salto em distancia (82%), pulo (73%) e salto misto (55%). O movimento do saltito obteve 50% da amostra no estágio inicial e 50% no estágio elementar. Não havendo no gênero feminino um alcance na classificação do desenvolvimento motor referente à sua faixa etária de 6 a 8 anos Já no gênero Masculino, o movimento de salto em altura (5%) e no salto vertical (10%) da amostra no estagio maduro. No estágio elementar encontram-se com maior percentual os movimentos de caminhada (100%), corrida (80%), salto em altura (90%), salto vertical (75%), galope e deslizamento (55%). Apenas 5% dos alunos na habilidade locomotora de salto em altura e 10% no salto vertical obtiveram a classificação referente à sua faixa etária. A falta de variações de conteúdos, muito freqüente atualmente, que são oferecidos nas aulas de educação física poderia proporcionar aos alunos um maior número de vivências e assim enriquecer o seu desenvolvimento motor. Ao visualizar a tabela 1, verificamos que para o gênero feminino os movimentos que apresentam o resultado mais negativo foram salto em distância, pulo e salto misto e para os meninos foram os movimentos de saltito, pulo e salto misto.
Constata-se que os meninos apresentaram melhores resultados comparados as meninas nos movimentos de salto em altura, salto vertical, salto em distância e pulo. Enquanto que as meninas apresentaram melhores resultados em relação aos meninos nos movimentos de saltito, galope e deslizamento e salto misto.
Nesta perspectiva, Vieira (2004) diz que as quatro primeiras séries do ensino fundamental é uma fase em que as vivências devem ser intensificadas e ampliadas em situações de complexidade e que também devem ser estimuladas as possíveis combinações com o propósito de proporcionar uma sólida fundamentação nas valências motoras básicas.
Tabela 2. Resultado do desenvolvimento dos movimentos de habilidades estabilizadoras entre gêneros
Nas Habilidades Estabilizadoras, observa-se que no gênero feminino somente o movimento de rolamento corporal apresentou 9% da amostra no estagio maduro, agora no estagio elementar encontra o maior percentual no movimento rolamento corporal (59%), desvio (52%), equilíbrio (86%) e caminhada direcionada (59%). No estágio inicial prevalecem os movimentos axiais (100%), e apoios invertidos (91%). Sendo que apenas 9% dos alunos na habilidade Estabilizadora de rolamento corporal obtiveram a classificação referente à sua idade. No gênero masculino, encontra-se com maior percentual no estágio maduro o movimento de rolamento corporal (20%), Equilíbrio (15%) e Apoios invertidos (10%). No estagio elementar o maior percentual é no movimento de Rolamento corporal (50%), Equilíbrio (55%) e Caminhada direcionada (75%). Já no estagio inicial o maior percentual é nos movimentos axiais (100%), Desvio (76%) e Apoio invertido (70%). Somente os movimentos estabilizadores de Rolamento corporal (20%), Equilíbrio (15%) e Apoios invertidos (10%) obtiveram a classificação referente à sua faixa etária. Nenhum resultado é igual a outro, podendo variar dependendo da ocasião que se encontra, o que se pode inferir é que alguns dos movimentos estabilizadores que obtiveram um percentual de alunos classificados no estágio inicial (apoio invertido e movimentos axiais para os meninos e apoio invertido, desvio e movimentos axiais para as meninas), pode-se dar pelo fato desses movimentos não fazer parte do cotidiano dos alunos ou também por serem pouco explorados nas aulas de Educação Física.
Verificamos na tabela 2 que os meninos apresentam melhores resultados quando comparados com as meninas nos movimentos de rolamento corporal, equilíbrio, caminhada direcionada e apoio invertido. Já as meninas apresentam melhores resultados somente do movimento de desvio.
Gallahue e Ozmun (2005) dizem que a seqüência de progressão ao longo dos estágios inicial, elementar e maduro é a mesma para maioria das crianças. O ritmo, entretanto variará, dependendo tanto dos fatores ambientais como dos fatores hereditários. Para estes mesmos autores a estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se porque todo movimento envolve um elemento de estabilidade, pois dela obtêm e mantêm um ponto de partida para a exploração que fazem do espaço.
Tabela 3. Resultado do desenvolvimento dos movimentos de habilidades manipulativos entre gêneros
Constata-se nas habilidades Manipulativas que o gênero Feminino não alcançou nenhum movimento no estágio maduro. No estágio elementar o maior percentual é no movimento de rolamento da bola (59%), arremesso por cima (64%), recepção e chute (100%) e aparar (95%). No estágio inicial o maior percentual foi no movimento de rebater (59%), quicar (73%) e voleio (64%). No gênero Masculino no estagio maduro o maior percentual foi nos movimentos manipulativos de rolamento da bola (5%), arremesso por cima (5%), chute (5%) e rebater (5%), no estagio elementar o maior percentual foi nos movimentos de rolamento da bola (65%), arremesso por cima (60%), recepção (85%), chute e aparar (90%), rebater e quicar (60%). Já no estagio inicial o maior percentual foi o voleio (55%). Apenas o gênero masculino obteve a classificação referente à sua faixa etária.
Destacamos aqui que deve-se dar mais ênfase a vivência em atividades que envolvam os movimentos de quicar, voleio e rebater, pois estes foram para o gênero feminino os que apresentam um resultado negativo, e no gênero masculino o voleio e o quicar.
A partir dos resultados demonstrados na tabela 03, podemos constatar que os meninos apresentaram melhores resultados em relação às meninas nos movimentos de rolamento da bola, arremesso por cima, chute, rebater, quicar e voleio. E as meninas apresentaram melhores resultados nos movimentos de recepção e aparar.
GALLAHUE e OZMUN (2005 p. 227) afirmam que o fato de uma criança atingir ou não o estágio maduro depende basicamente do ensino, do encorajamento e das oportunidades para a prática. Embora para esses autores a essência de movimentos manipulativos é que eles combinam dois ou mais movimentos e, que muitas vezes, são empregados em conjunto com outras formas de movimento.
O resultado atribuído no 2º Ano com maior percentual no estagio maduro na habilidade locomotora de Salto em altura (5%) e Salto vertical (5%), no estagio elementar o maior percentual foi nas habilidades locomotoras de Caminhada (100%), Corrida (95%), Salto em altura (90%), Salto vertical (81%) e Galope e Deslizamento (71%), ficando com maior percentual no estágio inicial, Salto em Distancia (52%), Saltito (62%), Pulo (52%) e Salto misto (62%). Somente os movimentos locomotores Salto em altura (5%) e Salto vertical (5%) encontra-se na classificação referente à sua faixa etária. No 3º Ano o movimento locomotor Salto vertical (5%) obteve o percentual no estágio maduro. O maior percentual das habilidades locomotoras no estagio elementar é a caminhada (100%), corrida (76%), Salto em altura (86%), Salto vertical (81%) e Galope e deslizamento (57%). No estágio inicial o maior percentual em Salto em distancia (86%), Saltito (67%), Pulo (86%) e Salto misto (71%). No 3º Ano somente o salto vertical (5%) alcançou a classificação referente à sua faixa etária. Esses resultados nos mostram a necessidade de maior estimulação motora nessas séries de escolaridade a fim de melhor exercitar os movimentos fundamentais, para que os alunos atinjam os níveis de desenvolvimento motor de acordo com a sua faixa etária.
Tanto no 2º ano quanto no 3º ano os movimento que apresentam maior dificuldade de realização foram o salto em distância, o saltito, o pulo e o salto misto, isto pode ter ocorrido pelo fato de esses movimentos serem pouco explorados nas práticas motoras destas crianças.
É possível de se verificar que as crianças do 2º ano apresentam melhores resultados em relação às crianças do 3º ano nos seguintes movimentos: corrida, salto em altura, salto em distância, galope e deslizamento, pulo e salto misto.
Para Vieira (2004) nas fases iniciais de estimulação, tais movimentos podem ser gradualmente introduzidos através de esportes que permitam uma variedade de atividades motoras, não só como finalidades competitivas, como também, objetivando o prazer, a alegria, a interação, e a aquisição dos padrões motores básicos.
Para Gallahue e Ozmun (2005) a locomoção é um aspecto fundamental no aprendizado do movimentar-se eficientemente pelo ambiente, envolve a projeção do corpo no espaço externo, alterando sua localização relativamente a pontos fixos da superfície.
Verifica-se que o 2º Ano está com maior percentual no estágio maduro na habilidade motora estabilizadora de rolamento corporal (24%), Equilíbrio (14%) e Apoios invertidos (5%). No estagio elementar o maior percentual é no rolamento corporal (57%), Desvio (52%), Equilíbrio (67%) e Caminhada direcionada (81%), já no estágio inicial quem está com maior percentual é movimento axiais (100%) e apoios invertidos (76%). Verificando então que o rolamento corporal (24%), equilíbrio (14%) e apoios invertidos (5%) tiveram na classificação ideal para sua faixa etária. Já os alunos do 3º Ano, apenas no rolamento corporal (5%) e Apoios invertidos (5%) estão no estágio maduro, o maior percentual no estágio elementar encontra-se Rolamento corporal (52%), Equilíbrio (76%) e Caminhada direcionada (52%), no estágio inicial o maior percentual é nos movimentos axiais (100%), Desvio (76%) e apoios invertidos (86%). Classificando em relação a sua faixa etária apenas o rolamento corporal (5%) e Apoios invertidos (5%) que estão no estágio maduro.
Percebe-se a partir dos resultados encontrados, que tanto as crianças do 2º ano como as crianças do 3º ano apresentaram mais dificuldade de realização nos movimentos axiais, desvio e apoios invertidos.
Podemos constatar que as crianças do 2º ano apresentaram melhores que as crianças do 3º ano nos resultados em relação ao desenvolvimento do rolamento corporal, desvio, equilíbrio, caminhada direcionada e apoio invertido.
Para se atingir o nível de estagio maduro deve o professor ajudar o aluno, trazendo aulas motivantes, criativas na qual ajudará no desenvolvimento motor da criança.
Segundo Gallahue e Ozmun (2005) um ensino criativo e diagnóstico pode auxiliar muito a criança no desenvolvimento equilibrado de suas habilidades motoras fundamentais. A avaliação das habilidades motoras das crianças vai tornar possível ao professor planejar experiências estratégicas instrutivas que vão auxiliar a criança a criar padrões estabelecidos de movimentos. Estes mesmos autores dizem para que um indivíduo tenha uma estabilidade eficiente, é necessário habilidade de perceber determinada mudança na relação entre as partes do corpo que altera seu equilíbrio, trabalhando com movimentos apropriados, sem excesso, empregando apenas as regiões do corpo necessária para o equilíbrio em vez de usar o corpo inteiro.
Analisa-se que o 2º ano teve o maior percentual no estágio maduro na habilidade motora Manipulativa de Arremesso por cima (5%) e Rebater (4%), no estágio elementar o maior percentual no rolamento da bola (67%), arremesso por cima (57%), Recepção (90%), Chute e Aparar (95%), no estagio inicial encontra-se com maior porcentual Quicar e Voleio (62%). O movimento do Rebater obteve 48% da amostra no estágio inicial e 48% no estágio elementar. Apenas na habilidade motora manipulativo no arremesso por cima (5%) e no rebater (4%) obtiveram a classificação referente à sua faixa etária. Agora no 3º Ano o maior percentual no estagio maduro foi na habilidade motora manipulativa chute (5%), no estágio elementar o maior percentual foi rolamento da bola (57%), arremesso por cima (67%), recepção e chute (95%), aparar (90%) e rebater (52%). O maior percentual no estágio inicial é quicar (52%) e voleio (57%). Verifica-se então que a habilidade motora chute (5%) obteve a classificação referente à sua faixa etária de 7 e 8 anos.
Demonstra-se que tanto o 2º ano quanto o 3º ano apresentaram mais dificuldade na realização dos movimentos de rebater, quicar e voleio.
As crianças do 2º ano apresentaram melhores resultados em relação as crianças do 3º ano nos movimentos de rolamento da bola, arremesso por cima, aparar e rebater. Já as crianças do 3º ano apresentaram melhores resultados em relação as crianças do 2º ano nos movimentos de recepção, chute, quicar e voleio.
Segundo Gallahue e Ozmun (2005) os movimentos manipulativos envolvem a aplicação de força aos objetos ou a recepção de força deles. Não podendo esperar o uso eficiente desses movimentos enquanto as habilidades locomotoras e estabilizadoras ainda estiverem se desenvolvendo.
O 2º Ano (71%) e 3º Ano (67%) ficam mais de 2 horas por dia assistindo TV, vídeo ou DVD. O percentual para quem fica mais de 1 hora jogando no computador ou vídeo game, 2º Ano (33%) e 3º Ano (24%). O 2º Ano (43%) e 3º Ano (43%) não jogam no computador ou no vídeo game por muitos não terem os respectivos aparelhos em casa. Para quem anda mais de 30 minutos de bicicleta por dia 2º Ano (43%) e 3º Ano (14%). E quem não tem bicicleta 2º Ano (38%) e 3º Ano (43%). Quem fica mais de 2 horas por dia brincando (correndo, jogando bola, etc.) 2º Ano (33%) e 3º Ano (33%), o 2º Ano (62%) e 3º Ano (67%) permanecem menos de 2 horas brincando (correndo, jogando bola, etc.). Observa-se que os alunos do 2º e 3º Ano permanecem mais tempo assistindo TV, vídeo ou DVD, jogando no computador ou vídeo game, sendo que as atividades que traria benefício para o desenvolvimento motor são poucas as realizadas em casa.
De forma geral as crianças do 2º ano possuem uma prática motora menos ativa quando comparada com as crianças do 3º ano. Entretanto, as crianças do 2º ano apresentam melhor desenvolvimento motor nas habilidades estabilizadoras e locomotoras.
Para Gallahue e Ozmun (2005) as habilidades motoras podem ser dirigidas pelos pais, no sentido de incluir seus filhos no maior numero de atividades lúdicas possíveis, a habilidade de brincar num parquinho ou andar de bicicleta com os amigos pode ser muito benéfica ao desenvolvimento de uma criança.
Tabela 4. Demonstrativo dos resultados por gêneros referente a quanto tempo por dia a criança realiza as atividades
Nota-se que as Meninas (64%) e Meninos (80%) ficam mais de 2 horas por dia assistindo TV, vídeo ou DVD. O percentual para quem fica mais de 1 hora jogando no computador ou vídeo game, Meninas (27%) e Meninos (35%). As Meninas (32%) e Meninos (55%) não jogam no computador ou no vídeo game por muitos não terem os respectivos aparelhos em casa. Para quem anda mais de 30 minutos de bicicleta por dia Meninas (54%) e Meninos (10%). E quem não tem bicicleta, Meninas (14%) e Meninos (70%). Quem fica mais de 2 horas por dia brincando (correndo, jogando bola, etc.) Meninas (27%) e Meninos (40%), as Meninas (73%) e Meninos (55%) permanecem menos de 2 horas brincando (correndo, jogando bola, etc.). Constata-se que as Meninas e Meninos permanecem mais tempo assistindo TV, vídeo ou DVD, jogando no computador ou vídeo game, as meninas se destacaram em algumas atividades e os meninos em outras atividades que favorecem suas habilidades motoras, sendo necessário maior tempo e mais brincadeiras realizadas fora da escola.
De maneira geral, as meninas possuem uma prática motora mais ativa que os meninos. Porém, os meninos possuem um melhor desenvolvimento motor que as meninas nas habilidades manipulativas, estabilizadoras e locomotoras.
Segundo Vieira (2004) a educação física deve orientar, motivar, conscientizar o aluno para uma prática regular e continuada de atividade física, mesmo depois de sair da escola e que poderá ser praticada se durante e após o tempo que passa pela escola, percebê-las como é importante.
Pode-se verificar que no 2º ano houve um predomínio de 57% de crianças que vão a escola de carro ou outro transporte, e já no 3º ano a maioria (62%) das crianças vão para a escola andando. Este resultado pode se dar pelo fato de que as crianças do 2º ano ter idade entre 6 e 7 anos e seus pais por questão de segurança os levam ou utilizam transporte cedido pela prefeitura para a escola, já as crianças do 3º ano pode ser que vão andando por serem maiores ou seus pais ou responsaveis o levem para escola. Ao comparar os gêneros, os meninos (70%) vão a escola de carro ou outro transporte, já as meninas (73%) se dirigem a escola andando.
Observa-se que os alunos do 2º e 3º ano, sendo meninos e meninas participam 100% das aulas de educação física na escola, sendo estas realizadas somente uma vez por semana. Pode-se inferir que talvez uma aula semanal de educação física não está sendo suficiente para atender a necessidade motora desses alunos. Para uma melhora na classificação motora em relação a faixa etária das crianças, devem-se variar os conteúdos, aumentar a freqüência semanal de aula e conseqüentemente a motivar tanto professores quanto alunos.
TANI (1988) sugere o oferecimento de experiências motoras variadas, que levem em consideração os conceitos de consistência, constância e equivalência motora visando um melhor desenvolvimento motor do aluno.
Verifica-se que 14% dos alunos do 2º e 3º ano freqüentam escolinha esportiva, dança ou outros. Comparando os gêneros, os meninos têm uma participação de (20%) e as meninas (14%) em alguma escolinha esportiva, dança ou outros. Sendo muito importante para os alunos a participação em atividades esportivas, dança e outros fora da escola, Tani et al. (1988, apud Freire e Oliveira 2004 p. 145) a aprendizagem das habilidades não acontece exclusivamente na escola, mas se inicia muito antes do aluno nela ingressar, e continuará acontecendo durante toda sua vida fora dessa instituição.
A dança é muito importante para o ser humano, pois desenvolve não só as técnicas do movimento, mas contribui para o desenvolvimento motor, psicológico, afetivo, desenvolve a expressão corporal e a criação. Marques (1999) diz que o ensino da dança é um meio de desenvolvimento das capacidades humanas de expressão, criação, é uma forma de conhecimento que faz o ser humano educar-se socialmente.
A ênfase na fase de iniciação aos esportes, de acordo com Bompa (1995, apud VIEIRA, 2004) deverá ser no seu desenvolvimento multilateral, introduzindo a criança exercícios que auxiliem a aprendizagem de movimentos que serão fundamentais para seu desenvolvimento e para a escolha de um esporte no futuro.
Conclusão
Este estudo, que buscou verificar o nível de desenvolvimento motor dos alunos do ensino fundamental séries inicias, demonstrou que os escolares avaliados não conseguiram de forma geral atingir a classificação referente à sua faixa etária nas habilidades motoras submetidas, sendo que foram poucos e com pequeno percentual os movimentos em que houveram crianças no estágio maduro
Verificou-se que a turma do 2º ano e o gênero masculino apresentou um melhor desenvolvimento nas habilidades Estabilizadoras estando-os com maior percentual no estágio maduro.
Analisa-se que na prática motora dos alunos em como eles vão a escola o maior percentual das crianças vão andando, ficando bem próximo a ida de carro/outro transporte, já em quantas vezes a criança participa das aulas de educação física na escola, todos os alunos realizam uma vez por semana aula de educação física.
Observa-se que o nível de desenvolvimento motor das crianças encontra-se com maior percentual no estágio elementar.
Constata-se que o desenvolvimento motor das turmas avaliadas, o 2º ano teve um melhor desenvolvimento nas habilidades locomotoras e estabilizadoras, ficando o 3º ano com melhores resultados nas habilidades manipulativas.
Em relação à prática motora das crianças o 2º e 3º ano permanece mais tempo assistindo TV, DVD, vídeo, jogando vídeo game ou no computador. Já ao andar de bicicleta o 2º ano passa mais tempo pedalando ao se comparar com 3º ano, mas o 3º ano tem vantagem ao irem andando até a escola.
Percebe-se que ambas as turmas freqüentam pouca escolinha esportiva, dança ou outros, passam pouco tempo brincando, correndo, jogando bola, devendo as mesmas participar freqüentemente dessas atividades.
Comparando os gêneros, o gênero Masculino apresentou melhores resultados nas habilidades locomotoras, estabilizadoras e manipulativas pois houve um maior percentual de crianças no estágio maduro.
As meninas apresentaram de forma geral uma prática motora mais ativa que os meninos.
Nesta perspectiva constata-se que o nível de desenvolvimento motor das crianças de 6 a 8 anos de idade da Escola Municipal “Monteiro Lobato” do município de Terra Boa no Paraná é classificado como elementar, o que vem a confirmar parcialmente a hipótese desta pesquisa levantado anteriormente.
Nesse sentido é muito importante estabelecer objetivos para a educação física escolar em função das necessidades do processo de mudança no comportamento motor dos alunos, ao longo do seu desenvolvimento. E que tais objetivos deveriam contemplar a aquisição das habilidades consideradas básicas para o seu processo de formação.
Ressalta-se também a importância do papel dos pais, para que estimule seus filhos à realização de atividades físicas fora do contexto da escola, para que ampliem seu repertório motor e possuem um melhor desenvolvimento.
Assim sendo, se as crianças recebem uma abundância de oportunidades, movimentação e ampla variedade de atividades físicas, poderão desenvolver as suas capacidades de movimento a um nível ótimo.
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