Ação educativa sobre síndromes
do Intervención educativa ante síndromes de desarrollo infantil: un reporte de experiencia Education action about children development syndromes: an experience report |
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*Enfermeiro. Mestrando em Saúde Pública pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Bolsista da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado Bahia – FAPESB. Pesquisador colaborador do Grupo de Pesquisa Saúde e Qualidade de Vida CNPq/UESB **Enfermeira. Mestranda em Saúde Pública pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Bolsista da FAPESB ***Psicóloga Sanitarista. Especialista em Saúde Mental. Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Bahia. Docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências – Campus de Jequié/BA ****Bióloga. Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde e do Departamento de Ciências Biológicas e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Brasil) |
Jules Ramon Brito Teixeira* Luma Costa Pereira** Monique Araújo de Medeiros Brito*** Isabel Silva de Jesus** Ana Cristina Santos Duarte**** |
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Resumo Este estudo tem como objetivo descrever a experiência de uma atividade educativa utilizando metodologia alternativa de ensino, realizada como critério avaliativo da disciplina Processo Ensino-aprendizagem em Ciências da Saúde, do Mestrado em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Trata-se de um relato de experiência e teve como público alvo a turma do II semestre do curso de Psicologia de uma faculdade particular do interior da Bahia. Como estratégias de ensino foram utilizadas: tempestade de idéias, vídeos e construção coletiva de um quadro expositivo. Como resultado da atividade de ensino-aprendizagem, os discentes informaram que o recurso audiovisual facilitou a fixação do assunto, entendimento das patologias e das possíveis intervenções; e que a construção do quadro foi importante para sistematizar o conhecimento apresentado nos vídeos de forma coletiva. Além disso, demonstraram satisfação pela interação dos mestrandos com a turma, ressaltando o domínio do conhecimento destes. Sendo assim, observa-se que a utilização de abordagens multimétodos e as metodologias alternativas se complementam e facilitam o processo de ensino-aprendizagem. Unitermos: Estratégias de ensino. Processo de ensino-aprendizagem. Aprendizagem significativa. Síndromes do desenvolvimento infantil.
Abstract This study aims to describe the experience of an educational activity using alternative methodology of teaching, conducted as evaluative criteria of the discipline Process Teaching-learning in Health Sciences of the Nursing and Health Master of the State University of Southwest Bahia. This is a report of an experience and was the target group of the second semester of the Psychology graduation course of a private University in the interior of Bahia. As teaching strategies were used: brainstorming, videos and collective construction of a framework exhibition. As a result of the activity of teaching and learning, the students reported that the use of audiovisual resource facilitated the fixation of contents, understanding the pathologies and possible interventions, and that the construction of the frame was important to systematize the knowledge presented in the videos in a collective way. Furthermore, they demonstrated satisfaction with the interaction of master's students with the class, emphasizing the domain of their knowledge. Thus, it is observed that the use of approaches multimethods and methodologies and alternative methodologies complement and facilitate the teaching-learning process. Keywords: Teaching strategies. Teaching-learning process. Meaningful learning. Children development syndromes.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 176, Enero de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Considerações iniciais
Este estudo direciona sua atenção para a vivência de uma ação educativa realizada por meio de abordagem multimétodo desenvolvida com estudantes de um curso de graduação em Psicologia, adotando a aula expositiva-dialogada e a vídeo aula como estratégias de ensino-aprendizagem.
A etimologia da palavra aprendizagem é derivada do verbo aprender, cuja origem vem do latim “apprehendere” (compreender) (PAIVA, 2011). O processo ensino-aprendizagem acontece em todo momento e em qualquer lugar.
É função da escola, nos seus diferentes níveis de educação, estabelecer uma mediação entre o conhecimento prévio dos alunos e aquele que é sistematizado. Dessa maneira, propicia-se o acesso ao conhecimento científico, no qual os alunos apropriam-se do conhecimento sistematizado, buscam e organizam informações, desenvolvem seu pensamento e formulam seus conceitos.
Nessa perspectiva, torna-se necessário a superação do ensino tradicional e bancária (FREIRE, 1987), na qual o conteúdo é transmitido pelo professor, ultrapassando a limitação da exposição tradicional como única forma de explicitar os conteúdos, inserindo estratégias que propiciem a aprendizagem como resultado da participação ativa do sujeito no processo ensino-aprendizagem (ANASTASIOU; ALVES, 2007).
Cabe ao professor planejar e conduzir as estratégias que possibilitem aos estudantes, mesmo aqueles com maiores dificuldades, construir o seu aprendizado. Essas estratégias de ensino-aprendizagem referem-se às ações utilizadas pelos docentes na articulação do processo de ensino e devem estar em acordo com cada atividade e os resultados esperados (ANASTASIOU; ALVES, 2007; MAZZIONI, 2009).
Esse processo alicerça-se na aprendizagem significativa, a qual consiste na integração de novos conceitos à estrutura cognitiva do aprendiz, objetivando aprendizagens interrelacionadas. Para que ela ocorra, tem-se como condição sine qua non o resgate daquilo que o aluno já sabe, e, a partir de então, a introdução de novas ideias, levando sempre em consideração os conhecimentos adquiridos no seu dia-a-dia, as suas vivências previamente experimentadas (SOUZA; BORUCHOVITCH, 2010; RUIZ-MORENO et al., 2007).
Sendo assim, a atividade docente é caracterizada pelo constante e permanente desafio de implementar novas estratégias de ensino e, além disso, estabelecer relações interpessoais com os discentes, de maneira que o processo de ensino-aprendizagem seja articulado, avaliado e reconstruído de acordo com a necessidade discente e que os métodos e ações utilizadas cumpram os objetivos propostos.
Diante do exposto e da concepção de ensino-aprendizagem apresentadas, este artigo tem como objetivo descrever a experiência de uma atividade educativa utilizando metodologia alternativa de ensino, realizada como critério avaliativo da disciplina Processo Ensino-aprendizagem em Ciências da Saúde, do Mestrado em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Trata-se de um relato de experiência e teve como público alvo a turma do II semestre do curso de Psicologia de uma faculdade particular do interior da Bahia.
Metodologia
A atividade foi planejada para atender a uma exigência da disciplina Processo Ensino- Aprendizagem em Ciências da Saúde, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. O objetivo geral da disciplina foi analisar o processo ensino-aprendizagem como instrumento de interdependência, bem como refletir/discutir e possibilitar novas práticas pedagógicas que contribuam para uma educação de qualidade. Sendo que um dos objetivos específicos foi que os mestrandos elaborassem e desenvolvessem um plano de aula utilizando metodologias alternativas num contexto real de sala de aula.
A atividade proposta foi desenvolvida pelos mestrandos em uma turma do II semestre do curso de Psicologia de uma faculdade particular do interior da Bahia. O horário da aula foi cedido pela professora da disciplina Desenvolvimento Humano I. Seguimos o plano/cronograma da disciplina e trabalhamos com tema “Síndromes do desenvolvimento infantil”. A turma era constituída por 29 alunos, sendo 8 do sexo masculino e 21 do sexo feminino, na faixa etária entre 19 e 43 anos de idade.
Por se tratar de um tema que abrange diversas patologias, optamos por utilizar recursos audiovisuais, pois permite a abordagem teórica do assunto, assim como a visualização das principais características de uma forma mais dinâmica, o que otimiza o tempo e facilita a concentração na aula, principalmente por se tratar de uma turma que tem aulas no período noturno.
No momento inicial da atividade educativa, os mestrandos se apresentaram à turma, explicando o objetivo da atividade a ser realizada. Em seguida, foi utilizada a estratégia tempestade de ideias, solicitando que os discentes descrevessem o que seria um desenvolvimento atípico da criança e tentassem conceituar síndromes, considerando seus conhecimentos prévios.
A etapa seguinte foi a exibição dos vídeos que abordavam algumas das principais síndromes do desenvolvimento infantil, sendo estas: Síndrome de Down, Síndrome de Turner, Síndrome de Tourette, Síndrome de Asperger e Síndrome de Klinefelter.
Os critérios para a escolha dos vídeos foram: maior explanação dos sinais e sintomas físicos, cognitivos e psicossociais através da demonstração da manifestação da síndrome; relatos de profissionais que atuam no serviço, estudiosos do assunto e familiares que convivem com pessoas que apresentam essas síndromes.
Ao final da exibição dos vídeos, foi construído um quadro, pelos discentes, resgatando as principais características físicas, cognitivas e psicossociais abordadas nos vídeos. Esta etapa serviu para avaliar a compreensão dos discentes a respeito do assunto abordado, instigando-os a refletirem sobre as possíveis intervenções que poderiam ser realizadas em cada caso.
Sendo assim, após a construção do quadro, problematizamos com os discentes as principais formas de intervenção apontadas por eles, abordando a atuação em diferentes contextos, como por exemplo, clínico, escolar e familiar, ressaltando a importância de uma atuação multidisciplinar, mas também enfatizando o papel do psicólogo nesse contexto.
Por fim, entregamos um questionário para que os discentes avaliassem o conteúdo apresentado e a metodologia proposta. Para tanto, foram utilizadas as seguintes questões: Você acha que o conteúdo apresentado foi compatível com o tema proposto? Como você avalia a metodologia utilizada: O que foi bom? O que precisa melhorar? e Sugestões.
Resultados e discussão
No momento do levantamento inicial de conhecimentos sobre o desenvolvimento atípico e conceituação de síndromes, houve a participação da maioria dos discentes retratando até o que foge do habitual, já que ressaltaram exemplos de desenvolvimento precoce, quando o mais comum é que se pense no desenvolvimento tardio ou patológico. Estabelece-se aqui uma correlação com a aprendizagem significativa do sujeito, à medida que os seus conhecimentos prévios auxiliaram na construção e absorção de novos conhecimentos.
A aprendizagem significativa trata de um processo pelo qual uma nova informação se relaciona a um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo, articulando com o conhecimento previamente adquirido, promovendo a gênese e consolidação de novas ideias. Nessa perspectiva, pareia-se com as repercussões das experiências educativas já vivenciadas com a assimilação do conhecimento novo (ALBUQUERQUE et. al, 2010; AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1978).
Vários são os inconvenientes apresentados por uma abordagem educativa convencional, fundamentada apenas na transmissão de informações (BOOG, 2003). Deve-se lançar mão de estratégias diversas para que haja uma melhor assimilação do conhecimento. Assim, durante a exibição dos vídeos os discentes mostraram bastante interesse, registrando as implicações físicas, cognitivas e psicossociais das patologias.
As metodologias educativas alternativas contemplam processos pedagógicos que envolvem os sujeitos educandos em sua totalidade biopsicossocial e cultural, por intermédio de estratégias que superam a mera transmissão de informações. Nesse sentido, a exemplo desses tipos de estratégias, tem-se o vídeo, o qual é um canal privilegiado que permite garantir o acesso aos níveis cognitivo, afetivo e da ação e aos códigos de comunicação de modo geral. Ele tem a capacidade de transportar os fatos do cotidiano para o momento do processo educativo, permitindo o emprego da linguagem artística, corporal e verbal, possibilitando ampliar cenários e jogar com o tempo (BOOG, 2003).
Por conseguinte, durante as etapas posteriores - construção do quadro com as características patológicas e abordagem das possíveis intervenções, a participação foi um pouco tímida, o que acreditamos ser decorrente da apresentação de um assunto que possuía termos específicos que não faziam parte do vocabulário dos alunos, uma vez que eles ainda estavam no II semestre do curso; outro motivo pode ter sido o acanhamento, provocado pela presença dos mestrandos que não conheciam.
Na análise do questionário de avaliação, buscamos verificar se o conteúdo foi compatível com o tema proposto e a maioria informou que o conteúdo foi apresentado de forma coerente, com clareza e objetividade, contextualizando as experiências de quem lida com a doença no cotidiano, seja através do trabalho, pesquisa ou relacionamento familiar, além de ter abordado aspectos anteriormente ignorados pelo senso comum. Podemos visualizar isso nas seguintes falas:
“O conteúdo foi muito interessante, pois mostrou causas, sintomas, consequências e a forma como profissionais e parentes lidam com essas pessoas” (aluno graduação)
“O conteúdo foi muito bem explicado, com muita clareza e objetividade” (aluno graduação)
“Foi bom porque não ficou só na teoria, mostrou exemplos do cotidiano das famílias” (aluno graduação)
Com relação à metodologia empregada, os discentes informaram que o recurso audiovisual proporcionou o aprendizado, facilitando a fixação do assunto, entendimento das patologias e das possíveis intervenções:
“A metodologia utilizada foi clara, auto-explicativa e bem coletiva”
“Os vídeos ajudaram muito, porque às vezes só com as palavras não conseguimos entender.” (aluno graduação)
“No final, o quadro com o resumo fez um revisão e deu até pra comparar algumas características das síndromes” (aluno graduação)
“A apresentação dos vídeos, a construção da tabela e a interação dos mestrandos com os alunos foi muito boa, bem ativa.” (aluno graduação)
“Eu gostei porque elas começaram perguntando o que a gente já sabia” (aluno graduação)
As mídias audiovisuais passaram a ser amplamente utilizadas como recursos didáticos em salas de aula. Entretanto, o professor deve ser um agente articulador entre o que está sendo transmitido e o aluno. Assim, ao fazer uso dessa tecnologia, seja para iniciar seja sintetizar um trabalho, o professor deve promover discussões em sala de aula, estimulando o interesse pelo tema abordado e gerando também a vontade de pesquisa nos alunos. Portanto, ele deve assumir a função de mediador e não apenas de transmissor do conhecimento (CHAMPANGNATTE; NUNES, 2011; MORAN, 2007).
Segundo a percepção dos discentes, a construção do quadro foi importante para sistematizar o conhecimento apresentado nos vídeos de forma coletiva. Além disso, demonstraram satisfação pela interação dos mestrandos com a turma, ressaltando o domínio do conhecimento por estes.
Quando questionados sobre o que precisaria melhorar, os discentes informaram ter sentido falta da apresentação de dados estatísticos sobre a prevalência das patologias a nível mundial, nacional e local. Sugeriram, ainda, que alguns vídeos ilustrassem mais as características das doenças, necessidade de um folder, apresentação de outras síndromes, uma maior abordagem sobre a atuação do psicólogo e apresentação desse tema em outros lugares a fim de difundir o conhecimento.
Considerações finais
Ao final dessa experiência, observamos o quão relevante são as metodologias de ensino no processo de aprendizagem. É o “como” mostrando-se tão ou mais importante que “o quê”. A forma como os conteúdos são tratados em sala de aula é definidora dos impactos que produzirão nos alunos. Afirmamos isso com base não apenas nessa experiência pontual de prática de ensino, mas pela própria vivência nessa disciplina de mestrado, que nos possibilitou o contato com diversas estratégias de ensino diferentes das usuais, culminando com nossa ida à sala de aula enquanto facilitadores e “provocadores” de conhecimento naqueles que estão ali com o objetivo de aprender.
O processo de preparação da aula, o estudo dos conteúdos a serem trabalhados e, principalmente, o empenho em construir uma metodologia que se adequasse tanto ao conteúdo quanto à realidade dos alunos, foi extremamente enriquecedor para nossa formação, uma vez que estamos no papel de discentes de um mestrado acadêmico, que visa à formação de educadores.
Avaliamos que ocupar, mesmo que por um instante, a posição de docente, quando ainda se é ainda discente, é um privilégio, uma vez que poucas pessoas têm essa oportunidade. Além disso, nos possibilita refletir empática e criticamente sobre esses dois lugares, conhecendo as dificuldades e necessidades de ambos.
Referências
ALBUQUERQUE, V. S. et al . A narrativa da prática como uma estratégia de construção do conhecimento na formação superior em saúde. Educ. Rev. Curitiba: n. spe. 2, p. 191-205, 2010.
ANASTASIOU, L. G. C., ALVES, L. P. Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 7. ed. Joinville: UNIVILLE, 2007.
AUSUBEL, D.; NOVAK, J.; HANESIAN, H. Educational psychology: a cognitive view. 2. ed. New York: Holt Rinehart and Winston, 1978.
BOOG, Maria Cristina Faber et al. Utilização de vídeo como estratégia de educação nutricional para adolescentes: comer... o fruto ou o produto?. Rev. Nutr. Campinas: v. 16, n. 3, set., 2003.
CHAMPANGNATTE, D. M. de O.; NUNES, L. C. A inserção das mídias audiovisuais no contexto escolar. Educ. Rev. Belo Horizonte: v. 27, n. 3, dez., 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 28 ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
MAZZIONI, S. As Estratégias Utilizadas no Processo de Ensino-Aprendizagem: Concepções de Alunos e Professores de Ciências Contábeis. 11o. Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. São Paulo: FEA-USP, 2009.
MORAN, J. Como utilizar as tecnologias na escola. In: A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. São Paulo: Papirus, 2007.
PAIVA, J. M. Educação. Educação e Filosofia. Uberlândia: v. 25, n. 49, p. 269-288, jan./jun. 2011.
RUIZ-MORENO, L. et. al. Mapa conceitual: ensaiando critérios de análise. Ciência & Educação. Bauru: v. 13, n. 3, p. 453 463, 2007.
SOUZA, N. A. de; BORUCHOVITCH, E. Mapas conceituais: estratégia de ensino/aprendizagem e ferramenta avaliativa. Educ. rev. Belo Horizonte: v. 26, n. 3, dez., 2010.
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