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Perfil antropométrico de iniciantes de musculação
de uma academia de ginástica em Goiânia

Perfil antropométrico de principiantes de un gimnasio de musculación en Goiania

 

*Discentes do Curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira

**Orientador. Docente do curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira, Mestre e Doutor em Educação Física
(Brasil)

Itamar Pedro Vieira*

José Henrique Julio Oedenkoven Machado*

jh_10ks@hotmail.com

Ademir Schmidt**

itamarpef@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A busca de um melhor estado de saúde nos últimos anos fez aumentar o número de pessoas preocupadas com sua composição corporal. Muitos indivíduos procuram atividades físicas regulares como forma alternativa de tratamento. Diante disso, o objetivo do estudo foi verificar o perfil antropométrico de indivíduos que iniciam a prática da musculação em uma academia de Goiânia. A pesquisa de classificou como descritiva, e contou com uma amostragem de 26 homens e 25 mulheres, composta por alunos iniciantes em academia, avaliados entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2012. Os valores médios dos gêneros masculinos e femininos foram respectivamente; peso (kg) 82,9 e 60,4, CA (cm) 94,6 e 77,9, IMC (kg/m2) 26,32 e 22,3, percentual de gordura 21,30%, e 27,80%, relação cintura-quadril do sexo feminino 0,70. Verificou-se no estudo que em relação os valores de CA do sexo masculino, estes podem predispor a pressão arterial elevada, diabetes mellitus entre outros fatores de risco, diferentemente do sexo masculino. O IMC encontrado do sexo masculino se classificou em um estado de sobrepeso, podendo apresentar complicações metabólicas, o oposto do verificado no sexo feminino. Em relação ao percentual de massa gorda, o tanto o sexo masculino quanto o sexo feminino foi classificado como acima da média, o que representa um elevado risco de doenças cardiovasculares. Esses valores diferiram da relação cintura-quadril, que indicou que os avaliados do sexo feminino apresentaram um baixo risco de aparecimento de doenças crônicas degenerativas. Para tanto, fica reforçada a tese que para uma análise precisa é necessário verificar mais de um parâmetro, pois assim as chances de erros são reduzidas.

          Palavras chaves: Treinamento Resistido. Antropometria. Prescrição.

 

Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física, Bachalerado.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 176, Enero de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A procura por atividade física vem crescendo nos últimos anos, principalmente por proporcionar melhora na saúde e qualidade de vida. Por isso, é comum observarmos pessoas caminhando ou correndo sem nenhuma orientação, demonstrando como a mídia e os profissionais ligados a saúde estão estimulando a prática regular de exercícios físicos.

    Fica ainda mais evidente quando se percebe o aumento na procura por academias que oferecem diferentes tipos de práticas corporais, sendo bastante comum, encontrarmos pessoas com os mais diferentes objetivos como aumentar a força muscular, condicionamento físico, a estética, combater o sedentarismo, controlar o peso, treinamento de atletas entre outros. Diante desta gama de informações, os usuários sentem dificuldades para escolher qual ou então quais atividades praticar.

    A musculação é uma opção de prática de exercícios, eficaz e que pode proporcionar os objetivos almejados por quem inicia um programa de exercícios em uma academia de ginástica.

    O treinamento resistido, segundo Tubino e Moreira (2003, p. 252) é um “meio de preparação física, utilizado para o desenvolvimento de qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares: aumento da secção transversa do músculo, aumento de força, potência e resistência muscular localizada.”

    De acordo com a manipulação das variáveis do treinamento (número de repetições, série, tempo de intervalo entre séries e exercícios, intervalo entre grupamentos musculares) é possível alcançar diferentes objetivos: como ganho de força através do treino de força máxima, perda de peso através de circuitos ou com um treino de resistência muscular localizada (FLECK e KRAMER, 2006).

    No entanto, para que se possa iniciar qualquer prática de exercícios de forma sistematizada, é fundamental a realização da avaliação física. Conhecer quem é o individuo que está à procura de atividade física é de primordial importância para organizar e prescrever qualquer trabalho. Cabe aos profissionais de educação física a aplicação de um questionário para obter informações básicas do indivíduo, a avaliação antropométrica e testes de desempenho físico (POLLOCK e WILMORE, 1993). A partir desses resultados o perfil corporal e desempenho físico são analisados, identificando individualidades que permitam planejar atividades adequadas para que o mesmo atinja sua meta.

    Desta forma o presente estudo teve, portanto, o objetivo foi verificar o perfil antropométrico de indivíduos que iniciam a prática da musculação, de ambos os gêneros na faixa etária entre 18 - 40 anos em uma academia de grande porte do Setor Sul de Goiânia.

2.     Treinamento resistido e antropometria

    O treinamento de força induz as mudanças adaptativas do organismo como o aumento na capacidade de se exercitar em altas intensidades e em atividades cotidianas. Além de aumentar a oxidação e promover a redução gradual de gorduras, mantém com sucesso o peso perdido inicialmente com a dieta hipocalórica (POLLOCK e WILLMORE, 1993). Este tipo de treinamento provoca adaptações na massa muscular cardíaca de forma semelhante à que ocorre no músculo estriado esquelético, levando a alterações na pressão arterial de repouso, no duplo-produto e volume de ejeção (FLECK e KRAMER, 2006).

    É válido ressaltar que cada organismo reage de uma forma diferente aos exercícios físicos, assim como, o processo de adaptação ao ritmo das atividades e o alcance do resultado desejado varia de pessoa para pessoa (HEYWARD e STOLARCZYK, 2000).

    Avaliar é um processo fundamental quando se planeja modificar o comportamento de um ser humano, independente de qual seja o estímulo a ser aplicado. Portanto, para identificar se um estímulo provoca as alterações desejadas é preciso primeiramente conhecer as características do indivíduo antes da intervenção (TUBINO e MOREIRA, 2003).

    O índice de massa corporal (IMC), também conhecido como índice de Quetelet, é obtido dividindo o peso corporal pela estatura ao quadrado (peso/estatura 2). Embora tenha sido discutido que o fracionamento do peso corporal fornece mais informações a respeito da composição corporal, a aplicabilidade do IMC não pode ser ignorada, além do que sua determinação é relativamente fácil, rápida e barata (QUEIROGA, 2005).

    A relação entre a cintura e o quadril (RCQ), é um excelente meio para identificar a existência do risco aumentado para doenças cardiovasculares. A utilidade da RC/Q se fundamenta na associação desta relação com medidas obtidas por tomografia computadorizada e associação com complicações metabólicas, além de ser considerada melhor preditor de mortes do que o IMC. Desta forma, a RC/Q é aceita como um índice de gordura abdominal interna e como indicador de distúrbios metabólicos (QUEIROGA, 2005).

    Intervalos críticos de circunferência do abdome (CA) que estão fortemente associados com a pressão arterial elevada, diabetes mellitus e outros fatores de risco compreendem a faixa de valores de 92-102 e 88-99 cm para homens e mulheres, respectivamente (SÁNCHEZ-CASTILLO, VELAZQUEZ-MONROY, BEBER et al., 2003).

    A medida isolada da CA é importante, pois prediz com grande confiabilidade o tecido adiposo visceral e mostra boa correlação com a quantidade de gordura abdominal associada ao processo saúde-doença, sendo que as alterações observadas na CA são consideradas preditores de risco para doenças cardiovasculares (OLIVEIRA, FAGUNDES, MACHADO et al., 2010).

    A espessura de Dobras Cutâneas (EDC) é um método prático e amplamente utilizado para estimar a gordura corporal e a massa corporal magra. Esta técnica baseia-se na teoria segundo a qual a medida do tecido adiposo de determinados pontos anatômicos do corpo, pode estimar a gordura corporal total.

    A medida da espessura de dobras cutâneas pode ser utilizada em valores absolutos ou através de equações de regressão para a predição da densidade corporal ou da porcentagem de gordura corporal. Estas equações podem ser generalizadas, quando desenvolvidas a partir de estudos populacionais com grupos heterogêneos, ou específicas, que são propostas com base em estudos de grupos homogêneos (QUEIROGA, 2005).

    Com a realização de vários estudos por diferentes autores, Bray (1992), sintetiza que o IMC de 20 a 25 kg/m2 é o intervalo de valores indicado para o melhor estado de saúde, onde o indivíduo que se enquadra nesta faixa, terá menor chance de desenvolver doenças crônico-degenerativas como: diabetes, hipertensão arterial, problemas cardíacos etc.

    Estudo realizado por Donadussi, Oliveira, Fatel et al. (2009) encontrou correlação positiva entre IMC e CA. Quanto maior o IMC, maior a CA. O percentual de gordura também mostrou correlação positiva com a CA.

    Sendo assim a escolha do melhor método á ser utilizado, dependerá do público, das condições estruturais e do objeto de estudo. No entanto para que se possa iniciar uma prática de exercícios de forma sistematizada, é fundamental a realização da avaliação física. Conhecer quem é o indivíduo que está à procura de atividade física é de primordial importância para organizar e prescrever qualquer trabalho. A partir dos resultados pode-se identificar o perfil de cada praticante e planejar as atividades adequadas para que os mesmos atinjam seu objetivo.

3.     Metodologia

    Trata-se de uma pesquisa descritiva, que segundo Heerdt (2005), procura o aprofundamento de uma realidade específica, sem nela interferir.

    A população do presente estudo foi de 51 indivíduos que iniciaram a musculação entre os meses de dezembro de 2011 a fevereiro de 2012. Destes, foram selecionados uma amostra com 26 alunos do gênero masculino e 25 alunos do gênero feminino, por atender os seguintes critérios de inclusão: idade entre 18 e 40 anos, estar em condições de realizar a avaliação física e assinarem o formulário de consentimento livre esclarecimento, oferecido pela academia. A preferência por esta faixa etária se deu por representar o maior quantitativo de indivíduos freqüentadores da academia.

    A instituição pesquisada foi uma academia de grande porte, situada no Setor Sul de Goiânia (GO), que autorizou a pesquisa mediante uma declaração assinada pelo responsável.

    Para a coleta das medidas antropométricas foram marcados horários pela manhã. Os alunos foram encaminhados para a sala de avaliação da academia, onde prontamente foram comunicados sobre como seria o procedimento da avaliação. Estes que estavam pré-avisados para não pratica de qualquer atividade física no dia da realização dos procedimentos de avaliação. Iniciaram-se então as medidas de composição corporal através da espessura de dobras cutâneas, feitas no lado direito conforme Queiroga (2005), realizando 3 mensurações para cada ponto anatômico, seguindo o protocolo de 3 dobras de Pollock e Jackson (1980), sendo que o cálculo foi realizado através do Software de avaliação da densidade corporal GALILEU 3.0 (Micro Med), onde o mesmo faz o uso da equação de Siri (1961) para estimativa do percentual de gordura.

    Foi mensurada a estatura por meio de um estadiômetro da marca Sanny; massa corporal, por meio de uma balança antropométrica Wellmy; as medidas de perimetria: circunferência do quadril, abdome e cintura, através de uma trena antropométrica Sanny.

    Os dados foram analisados através de valores absolutos, média, desvio padrão, bem como a classificação em percentual a partir das tabelas de referência para IMC, percentual de gordura, com o auxílio de planilha do Microsoft Office Excel versão 2007.

4.     Resultados e discussão

    Nas tabelas 1 e 2, são apresentados os valores das variáveis idade, massa corporal e estatura de homens e mulheres, respectivamente.

    Na tabela 1, são apresentados os valores absolutos de peso, estatura, massa corporal e média com os respectivos desvios padrão. O gênero masculino apresentou na variável de peso uma média 82,9 Kg e um desvio padrão de 14,20, o que se deve ao fato do peso mínimo estar em 62,0 Kg e o máximo 115 Kg, tornando o grupo heterogêneo. Já o gênero feminino apresentou na variável peso uma média 60,4 Kg e um desvio padrão de 8,40 (Tabela 2), o que se deve também ao fato do peso mínimo estar em 42,0 Kg e o máximo 77,0 Kg, tornando o grupo também heterogêneo.

Tabela 01. Idade, massa corporal e estatura do sexo masculino

    Nas tabelas 3 e 4 são apresentados os valores de circunferência do abdome, cintura e quadril, bem como os valores da relação cintura-quadril, índice massa corporal e percentual de gordura do sexo masculino e feminino, respectivamente. Vale ressaltar que dentre os valores masculinos não estão os valores de circunferência do quadril, conseqüentemente os de relação cintura-quadril também não foram tabulados, visto que esta variável não é aferida pela instituição pesquisada.

Tabela 02. Idade, massa corporal e estatura do sexo feminino

    Na tabela 3 estão os valores de circunferência do abdome do sexo masculino, que apresentaram uma média de 94,6 cm, que segundo Sánchez-Castillo, Velázquez-Monroy, Beber et al. (2003) esse valor está fortemente associado com pressão arterial elevada, diabetes mellitus entre outros fatores de risco. Além disso, o desvio padrão de 10,49, tornou o grupo heterogênico. O IMC apresentou uma média de 26,32 kg/m², que segundo Bray (1992) classifica o grupo em um estado de sobrepeso, podendo apresentar complicações metabólicas, sendo o desvio padrão de 4,18, tornando os valores do grupo mais próximos uns dos outros. Em relação ao percentual de massa gorda, o sexo masculino apresentou média de 21,30%, o que segundo ACM (2000) é classificado como acima da média. Um percentual de massa gorda elevado está diretamente relacionado com aparecimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e problemas renais. O grupo apresentou um desvio padrão de 8,52, demonstrando uma maior disparidade entre os valores dos avaliados.

Tabela 03. Circunferência do abdome, circunferência da cintura, IMC e percentual de massa gorda do sexo masculino

    Em estudos realizados por Callegari, Liberali e Navarro (2010) e Filardo e Leite (2001) obtiveram uma média do IMC masculino de 24,8 kg/m2 e 24,6 kg/m2 respectivamente, classificados como aceitável ou ideal, segundo Bray (1992). Diferente do encontrado neste estudo (26,32) e por Pereira (2006), 26,4 kg/m2, valores que predispõem há alterações metabólicas.

    Em relação ao percentual de massa gorda, estudos realizados por Callegari, Liberali e Navarro (2010), obtiveram uma média de 16,8%. Pereira (2006) encontrou 17,7% e Filardo e Leite (2001) 15,4% de gordura corporal no sexo masculino, ou seja, mesmo com algumas variações, todos os grupos se encontram dentro padrões aceitáveis, segundo ACM (2000). O oposto do encontrado na presente investigação, já que a média do grupo avaliado foi de 21,3%, estando propícios ao aparecimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e problemas renais (POLLOCK e WILLMORE, 1993). Vale ressaltar que dentre os estudos mencionados, o grupo de indivíduos se enquadra na mesma faixa etária desta pesquisa.

    A circunferência do abdome do sexo masculino, que apresentou uma média de 94,6 cm, que segundo Sánchez-Castillo, Velázquez-Monroy, Beber et al. (2003) esse valor está fortemente associado com pressão arterial elevada, diabetes mellitus entre outros fatores de risco.

    Na tabela 4 estão apresentados os valores das variáveis de circunferência do abdome, IMC, RCQ e percentual de massa gorda do sexo feminino. A CA apresentou uma média de 77,9 cm, o que torna o dado positivo, já que de acordo com Sánchez-Castillo, Velázquez-Monroy, Beber et al. (2003), o intervalo crítico associado com a elevação da pressão arterial, diabetes mellitus entre outros fatores de risco, está entre 88 a 99 cm. O IMC apresentou uma média de 22,3kg/m², que segundo Bray (1992) representa um valor dentro dos parâmetros normais e com um desvio padrão de 2,3, classificando o grupo como homogêneo. A relação cintura-quadril apresentou uma média de 0,70, o que representa um baixo nível de risco de aparecimento de doenças crônicas degenerativas, segundo ACM (2006). O desvio padrão foi de 0,04.

    Analisando estas duas variáveis, as médias deste grupo se apresentam positivas, estando dentro dos valores normais recomendados pela literatura, além de apresentarem um desvio padrão baixo, gerando um grupo homogêneo. Porém, ao observarmos os valores referentes à percentagem de massa gorda, percebe-se uma discrepância entre os dados, obtendo uma média percentual de gordura 27,80%, o que segundo ACM (2000) classifica este grupo como acima da média, evidenciando que um elevado percentual de massa gorda pode ocasionar o surgimento de doenças cardíacas, hipertensão, distúrbios lipídicos e glicídios, doenças articulares, ósseas e renais, diabetes, asma e desordens pulmonares, podendo levar a uma redução da longevidade (POLLOCK e WILLMORE, 1993) e um desvio padrão de 5,4, demonstrando ser um grupo mais heterogêneo, contrariando os valores de IMC e RCQ.

    Já em relação aos dados femininos, estudos realizados por Callegari, Liberali e Navarro (2010), Filardo e Leite (2001) e Pereira (2006) obtiveram uma média do IMC de 21,9kg/m2, 22,7 21,9kg/m2 e 24,421,9kg/m2, respectivamente, classificados como aceitável ou ideal, segundo Bray (1992), dados esses semelhantes ao encontrados neste estudo 22,3kg/m2.

Tabela 04. Circunferência do abdome, circunferência da cintura, RCQ, IMC e percentual de massa gorda do sexo feminino

    O percentual de massa gorda em estudos realizados por Callegari, Liberali e Navarro (2010), foi de 26,2%, e Filardo e Leite (2001) 23,8% de gordura corporal do sexo feminino, semelhante aos resultados encontrados nesta investigação (27,8%), ou seja, todos os grupos se encontram acima padrões aceitáveis, segundo ACM (2000). O oposto do encontrado por Pereira (2006), 17,% de massa gorda, excelente valor se relacionado ao baixíssimo risco de complicações metabólicas.

    O risco de aparecimento de doenças crônicas degenerativas, relacionados aos valores da RC/Q detectados neste estudo, se configurou o oposto do encontrado por Liberali e Callegari (2010), onde os mesmos obtiveram uma média do valor de RC/Q igual a 0,83, o que para esta faixa etária representa um alto risco de problemas metabólicos e cardiovasculares (ACM 2006).

5.     Conclusão

    Verificou-se neste estudo que em relação os valores de circunferência do abdome do sexo masculino, estes podem predispor este grupo a pressão arterial elevada, diabetes mellitus entre outros fatores de risco. Diferentemente do sexo feminino, que apresentou uma média de valores dentro dos padrões recomendáveis. O IMC encontrado para o sexo masculino apresenta uma classificação de sobrepeso, podendo apresentar complicações metabólicas. O contrário foi inferido para sexo feminino, que se encaixa dentro dos valores recomendáveis.

    Em relação ao percentual de massa gorda, tanto para o sexo masculino quanto para o feminino, foram classificados como acima da média representando um elevado risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares. Porém, os valores da relação cintura-quadril indicam que os avaliados do sexo feminino apresentaram um baixo risco de aparecimento de doenças crônicas degenerativas. Para tanto, fica reforçada a tese que para uma análise precisa é necessário verificar mais de um parâmetro, pois assim as chances de erros são reduzidas.

    Pode-se concluir que a avaliação física não é somente importante para o correto direcionamento do aluno dentro de um programa de atividade física, mas também como um documento que registra as evoluções que o aluno consegue ao longo de um período de dedicação a prática de exercício físico. A avaliação é importante, pois são pessoas que confiam na qualidade do serviço prestado e estão entregando sua saúde nas mãos dos profissionais de educação física. Cabe a estes, avaliá-los e encaminhá-los para um adequado programa de atividade física.

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