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Educação Física Infantil:
relato de experiência Educación Física Infantil: relato de experiencia profesional a partir del ámbito de pasantía supervisada II |
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Graduandos em Educação Física UERN/CAMEAM (Brasil) |
Francisco Leosvaldo Arlindo Júnior Ehrika Shirley Joças |
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Resumo O objetivo deste trabalho consiste em um relato de experiência profissional a partir do estágio supervisionado II na Educação Física infantil, com o intuito de possibilitar a pratica de jogos tradicionais através da cultura corporal de movimento e da concepção construtivista de João Batista Freire. Unitermos: Educação Física Infantil. Professor. Jogos tradicionais.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 176, Enero de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Durante a nossa formação e especificamente no estágio supervisionado II, nos discentes do curso de Educação Física, aprendemos o quanto é importante o período educacional infantil do ser humano. Haja vista que este nível de ensino requer fatores de extrema importância que devem ser considerados para uma melhor formação das crianças, onde podemos citar as vivências adquiridas pelo o mundo que as cercam por meio da própria cultura infantil, sendo perceptíveis através de jogos, brincadeiras, atividades rítmicas e expressivas, lutas e entre outros.
De certa forma podemos dizer que boa parte destas crianças quando finalmente ingressam na escola, automaticamente já trazem contigo um pouco do conhecimento a cerca da cultura corporal de movimento, este que é um fruto que foi devindo de geração para geração, a partir de certas vivências no ambiente social que as cercam. Quanto maior forem essas experiências trazidas pelas próprias crianças mais elas terão um nível de competência avançado, do que com relação às outras crianças que não, ou pouco vivenciou os conteúdos mencionados anteriormente.
No entanto o que observamos nas escolas do município de Pau dos Ferros/RN é que ainda existe certa desvalorização com relação à Educação Física nas séries iniciais de ensino, ou seja, do primeiro ao quinto ano. É muito comum encontrarmos nas escolas o profissional de Educação Física sendo substituído pelo professor polivalente, ou seja, o pedagogo. Este fato de certa forma acaba comprometendo a formação dos alunos, haja vista que o professor pedagogo não possui uma visão tão eficácia quanto à do educador físico, com relação aos conteúdos que podem e como deve ser trabalhados para uma melhor formação e desenvolvimento da criança.
Partindo desse pressuposto, optou-se por uma elaboração de um referido plano de ensino para ser aplicado na Escola Estadual Ubiratan Galvão contemplando a educação infantil, da cidade de Pau dos Ferros/RN. Cujo objetivo é promover a prática de jogos tradicionais visando à formação e o desenvolvimento integral do aluno através do lúdico como meio educacional. Assim teremos como ênfase possibilitar o conhecimento sobre o corpo, o aprimoramento das habilidades motoras e coordenativas e principalmente a prática de valores durante a decorrência das aulas.
A partir deste presente momento, é muito importante salientarmos o quanto este trabalho torna-se relevante para nos alunos do curso de Educação Física com relação a nossa formação acadêmica. De todo modo o estágio supervisionado II proporciona subsídios de experiência da nossa realidade para o nosso primeiro contato com a escola, com o corpo docente e principalmente com os alunos. É justamente através do estágio que colocaremos tudo em prática aquilo que aprendemos na universidade, ou seja, é o nosso primeiro passo para finalmente nos tornamos profissionais de Educação Física.
Para a realização do nosso trabalho utilizaremos como estudo uma pesquisa qualitativa descritiva, sendo que iremos nos basearmos em algumas abordagens pedagógicas da Educação Física escolar, como os Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino infantil, haja vista que há a necessidade de englobar as três dimensões principais dos conteúdos que são eles: conceituais, procedimentais e atitudinais e a abordagem Construtivista de João Batista Freire, pois sente-se a necessidade da construção do conhecimento e da interação do sujeito com o próprio meio.
Referencial teórico
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 (PCNs), a Educação Física escolar, sobretudo durante a educação infantil carrega contigo uma gama de fatores que possibilitam desde cedo aos alunos à oportunidade de desenvolver habilidades corporais e de participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas e atividades rítmicas e expressivas, com a finalidade do aluno enquanto sujeito cidadão.
Desse modo percebemos claramente o quanto a Educação Física torna-se imprescindível para uma educação infantil de qualidade, pois ela visa o desenvolvimento integral do aluno através do corpo e da mente. Sendo assim podemos considerar que a fase infantil é uma das mais propensas do ser humano, haja vista que as crianças são mais aptas a aprenderem e a desenvolverem certas habilidades.
Sobre este aspecto Freire (1997) ressalta que o desenvolvimento do aluno a partir da Educação Física infantil deve começar desde cedo perante as aulas, onde o aluno tem que ser visto como um ser integral, onde cabe a escola ofertar a criança diversas experiências de aprendizagem a partir dos demais conteúdos, distanciando de certa forma da especialização precoce.
De acordo com Basei (2008) o papel fundamental da Educação Física infantil é justamente proporcionar ao aluno a experiência de estimular sua criatividade, a maneira de inventar, dar a possibilidade de descobrir e aprender novos movimentos, e aprendendo dessa forma novos conceitos e idéias sobre o movimento e suas ações.
Basei (2008, p.1) ressalta ainda que:
Além disso, é um espaço para que, através de situações de experiências – com o corpo, com materiais e de interação social – as crianças descubram os próprios limites, enfrentem desafios, conheçam e valorizem o próprio corpo, relacionem-se com outras pessoas, percebam a origem do movimento, expressem sentimentos, utilizando a linguagem corporal, localizem-se no espaço, entre outras situações voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e afetivas, numa atuação consciente e crítica.
Dentro dessa perspectiva é notável o quanto o profissional de Educação Física torna-se importante. Pois é justamente o professor que será o mediador desse processo de ensino-aprendizagem, onde ele irá dispor de diversos fatores como: conteúdos acessíveis, linguagem, a cultura vivenciada pelos próprios alunos e entre outros fatores, para tornar suas aulas cada vez mais elucidativas e prazerosas fortalecendo assim uma melhor interação entre professor-aluno.
Segundo Freire (1994) o profissional de Educação Física exerce uma influencia considerável sobre seu aluno a ponto de moldar o seu caráter, isso mostra que o professor consegue tocar de forma especial na raiz formativa do aluno. O educador físico torna-se responsável por experiências e descobrimentos que podem ser agradáveis ou não, principalmente na educação infantil onde é o período que geralmente o caráter dos alunos está tomando formas.
Ainda na linha de pensamento de Freire (1994) o professor de Educação Física deve usufruir de conhecimentos motores, físicos, culturais e psicológicos. Além desses conhecimentos específicos faz-se necessário também a transmissão de valores, normas, maneiras de pensar e agir para a vivência em sociedade.
A partir da disciplina estágio supervisionado II, onde atuei como estagiário de Educação Física na educação infantil, e tive minhas primeiras vivencias e experiência profissionais na Escola Estadual Ubiratan Galvão do município de Pau dos Ferros/RN, eu encontrei uma realidade de certa forma negativa que já atendia algumas expectativas minhas.
A escola demonstrava uma carência bastante perceptível no quesito estrutura, ou seja, o espaço para a realização das aulas não era dos melhores. Com relação ao material pedagógico também deixava muito a desejar e acima de tudo a ausência do professor de Educação Física e sim a presença do professor polivalente.
Durante a minha fase de observação e também do relato do próprio professor, foi fácil entender que as aulas de Educação Física eram somente momentos de recreação, ou seja, eram ministradas com a finalidade de lazer, onde nem sempre todos os alunos participavam. Este fato foi justamente uma das principais dificuldades enfrentadas pelo professor. Trazer conteúdos criativos, que na qual o jogo era o mais utilizado, que despertassem o interesse de todos os alunos.
A partir desses aspectos entrei com a minha proposta de ensino que era possibilitar a prática de jogos tradicionais visando à formação e o desenvolvimento integral do aluno através do lúdico como meio educacional. Cujo propósito era justamente dar uma criatividade mais elucidativa para a realização das aulas, onde todos os alunos tivessem um maior prazer em participar e acima de tudo construir a aula com o próprio professor despertando desse modo, a sensibilidade e o interesse de todos para com as aulas.
Segundo os PCNs (1997) os jogos são flexíveis e adaptados de acordo com o espaço, material disponível, o número de alunos e entre outros aspectos. Podem ter diversas finalidades como a competição, a cooperação e a recreação onde vai depender de diversas situações como a fraternização, festivais comemorativos do cotidiano, como simples passatempo e diversão. Também é de suma importância acrescentar jogos e brincadeiras que fazem parte da cultura regional.
Para Haetinger (2005) o jogo é a atividade mais importante para a educação de qualidade. Pois o lúdico é essencial para uma melhor formação da criança, haja vista que elas fortalecem o relacionamento social e as vivências no ambiente escolar.
A partir da decorrência de minhas aulas onde promovi a realização dos jogos tradicionais, eu consegui observar um envolvimento maior da turma, pois eram jogos que de certa forma foram poucos utilizados na escola e como conseqüência despertou um maior interesse das crianças e o prazer de está participando das aulas.
Este fato se deveu justamente pela aplicação de uma metodologia eficácia, pois boa parte das aulas foi construída a partir do conhecimento prévio cultural trazido pelos próprios alunos. Ou seja, foi promovida a chance dos alunos pensarem sobre o que querem, aquilo que eles gostam, aquilo que eles realmente querem brincar com mais vontade.
Outro fator positivo foi o despertar do trabalho em equipe, que antes durante a minha fase de observação, era uma carência existente e dificultava o trabalho do professor da escola em ministrar suas aulas. A partir dos jogos ofertados, eram montados grupos para propor variações daqueles jogos. Era bastante perceptível o empenho dos alunos, pois eles agiam, pensavam, criavam e despertavam emoções para a realização da aula.
Como resultados tivemos aulas muito mais criativas, potencialidades novas foram adquiridas, aprendemos diferentes formas de jogar um jogo, e principalmente movimentos novos foram aprendidos graças à comunicação verbal. Esse fato se deveu justamente por ter possibilitado um espaço para que os alunos pudessem se expressar e se interagir entre eles mesmos.
Como conseqüência, foi surgindo durante as minhas aulas, algo que pouco era visto e trabalhado durante as aulas anteriores. A prática de valores. Era muito comum observar durante as atividades o despertar da curiosidade. Isso fez com as crianças pudessem ouvir melhor uma as outras ocasionando dessa forma o respeito mútuo, a cooperação, a interação, socialização, o trabalho em equipe e entre outros fatores que futuramente serviram para uma melhor formação do aluno para a convivência em sociedade.
Considerações finais
De todo modo evidenciamos o quanto a Educação Física torna-se imprescindível e importante para se trabalhar na educação infantil, uma vez que ela visa à formação e o desenvolvimento integral do aluno como um ser inteiro. É certo também que para introduzir o aluno na cultura corporal de movimento, é importante resgatarmos a sua cultura vivenciada através de suas experiências próprias, e também ofertar ao aluno experiências que são adquiridas no ambiente escolar.
Dentro dessa perspectiva fica claro que a presença do profissional de Educação Física é extremamente indiscutível. É o educador que vai possibilitar uma metodologia prática mais criativa e de responsabilidade para uma melhor formação do aluno a partir do seu contexto real e cultural, fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem.
Com relação aos jogos tradicionais tornam-se importantes para se trabalhar na escola, e principalmente na Educação Física infantil. Pois são jogos lúdicos culturais que são passados de geração para geração, onde as crianças podem muito bem atribuir junto com o professor características próprias, criativas, de espontaneidade e com liberdade de expressão. Todos esses elementos favoreceram para minha turma de estágio uma melhor formação e integralidade durante as aulas, e um sentimento pessoal meu de ver cumprido.
Referências bibliográficas
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BASEI, A.P. A educação física na educação infantil: a importância do movimentar-se e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista Ibero Americana de Educação. Número 47/3 de 25 de outubro de 2008.
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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. 2. Brasília: MEC/SEF, 1997. 96p.
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FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1994.
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FREIRE. João Batista. Educação de corpo inteiro: Teoria e prática da Educação Física. Ed. Scipione. São Paulo, 1997.
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HAETINGER, Max Gunther. O universo criativo da criança: na educação. Brasil: Instituto criar, 2005.
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