Principais barreiras físicas
percebidas à prática de Principales barreras físicas percibidas para la práctica de actividades físicas en personas mayores de Campina Grande, PB |
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*Graduando do curso de Educação Física da UEPB. **Graduado do curso de Educação Física da UEPB. ***Professores do curso de Educação Física da UEPB. GPESAM – Grupo de Pesquisa em Envelhecimento, Saúde e Motricidade Humana (Brasil) |
Temístocles Vicente Pereira Barros* Andrée Philippe Pimentel Coutinho** Prof. Dr. Manoel Freire de Oliveira Neto*** Prof. Dr. Josenaldo Lopes Dias*** |
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Resumo Longevidade saudável é a maior busca da população mundial nos dias atuais, viver mais e com saúde é sem dúvida o grande desafio da ciência e a maior busca da sociedade. O objetivo desse estudo é mensurar as principais barreiras físicas à prática de AF apresentadas por um grupo de idosos da Universidade Aberta a Maturidade - UAMA em Campina Grande – PB. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de caráter qualitativo com uma análise descritiva dos dados. Onde foram selecionados 18 idosos, 2 homens e 16 mulheres, de um universo de 50 participantes do projeto universidade abertos à maturidade – UAMA da Universidade Estadual Da Paraíba, que tinham idade mínima de 60 anos, e não praticavam atividade física. Para a coleta foi feito uma anamnese contendo informações a serem preenchidas, como: nome, idade, sexo, e questionamento sobre a prática ou não de AF, como também foi aplicado um protocolo de avaliação das barreiras à prática de atividades físicas em idosos (Booth et al, 2002) modificado por Hirayama (2006), sendo utilizadas somente as questões determinadas como “aspectos físicos”. A análise estatística dos dados foi realizada com o instrumento estatístico SPSS 17.0. Identificamos que as questões: “Tenho uma doença, lesão ou incapacidade que dificulta ou me impede” e “Minha saúde é muito ruim” tiveram o maior percentual de respostas (83,3%), seguido de, “Tenho medo de me machucar” (59,3%), “Tive experiências desagradáveis com exercícios físicos” (55,6%), “Não tenho energia” e “Tenho incontinência urinária” (38,9%). Conclui-se, então, que se faz necessário a intervenção em conjunto com os profissionais, médico e educador físico, fazendo e programando as atividades essenciais e necessárias para cada um, respeitando os princípios de individualidade biológica e de particularidades patológicas, fazendo com que os idosos respondam de forma positiva tanto ao tratamento das patologias que têm quanto ao treinamento físico. Unitermos: Idosos. Atividade física. Barreiras.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 176, Enero de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Longevidade saudável é a maior busca da população mundial nos dias atuais, viver mais e com saúde é sem dúvida o grande desafio da ciência e a maior busca da sociedade. Porém, envelhecer é inevitável, a Organização Pan-Americana da saúde - OPAS (2003) define envelhecimento como um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto aumente sua possibilidade de morte. Envelhecer é um processo natural e inevitável como já dito anteriormente, Vono (2007) diz que o envelhecimento é um processo que vai acontecendo ao longo do tempo, as diferentes células que compõem o organismo humano vão envelhecendo, algumas se renovam, outras diminuem em número, outras se tornam menos efetivas, e outras não se renovam, como é o caso dos neurônios. O envelhecimento deve ser avaliado não só sob o ponto de vista cronológico, mas também biológico, psíquico, social e funcional.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE (2008), nos últimos anos, o Brasil vem apresentando um novo padrão demográfico que se caracteriza pela redução da taxa de crescimento populacional e por transformações profundas na composição de sua estrutura etária, com um significativo aumento do contingente de idosos. O crescimento da população de idosos em números absolutos e relativos é um fenômeno mundial e cresce sem precedentes. Em 1950 eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo, e em 1998 esse número passou para 579 milhões de pessoas, um crescimento de mais de 8 milhões de idosos por ano. Sendo assim, as projeções indicam que em 2050 serão mais de 1.900 milhões de idosos.
Entende-se, portanto, e reafirmamos que envelhecer é inevitável, porém, a prática de atividades físicas – AF regulares pode minimizar os efeitos do envelhecimento, segundo Matsudo (2009) A atividade física regular é eficaz na prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, melhora a mobilidade, capacidade funcional e qualidade de vida durante o envelhecimento. Parte da população idosa não praticam AF regulares, por algum motivo, determinado como barreiras. Como nos mostra Booth et al. (1997), em seu estudo, entendem por barreiras quaisquer motivos ou desculpas de natureza onipresente (podem ser percebidos a todo tempo e lugar) que dificultam ou impedem a tomada de decisão do indivíduo em iniciar alguma atividade física.
Nessas perspectivas o objetivo desse estudo é mensurar as principais barreiras físicas à prática de AF apresentadas por um grupo de idosos da Universidade Aberta a Maturidade - UAMA em Campina Grande – PB.
Métodos
Tipo de pesquisa
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de caráter qualitativo com uma análise descritiva dos dados.
Universo e amostra
O Universo da pesquisa se constitui por 50 idosos participantes do projeto universidade abertos à maturidade – UAMA da Universidade Estadual Da Paraíba. Foram selecionados 18 idosos, para participarem da presente pesquisa, 2 homens e 16 mulheres.
Critérios de inclusão
Os Participantes da pesquisa tinham de ter idade mínima de 60 anos, e não serem praticantes de atividade física.
Instrumentos de coleta e procedimentos
Para a coleta foi feito uma anamnese contendo informações a serem preenchidas, como: nome, idade, sexo, e questionamento sobre a prática ou não de AF, como também foi aplicado um protocolo de avaliação das barreiras à prática de atividades físicas em idosos o “Questionário sobre Barreiras á Prática de Atividades Físicas em Idosos – QBPAFI” (Booth et al, 2002) modificado por Hirayama (2006), sendo utilizadas somente as questões determinadas como aspectos físicos, onde os participantes respondiam todas as questões de acordo com a freqüência de que cada uma acontecia com eles, sendo as opções de respostas: 1.Sempre; 2.Muitas vezes; 3.Algumas vezes; 4.Poucas Vezes e 5.Nunca.
Análise dos dados
Por se tratar de um estudo qualitativo, sem o objetivo de testar, foi realizada uma análise descritiva dos dados (THOMAS, NELSON e SILVERMAN, 2007). A análise estatística dos dados foi realizada com o instrumento estatístico SPSS 17.0.
Resultados
A tabela abaixo faz referência aos resultados por questões separadamente do questionário usado para a coleta. Foram calculados, de acordo com as respostas, os aspectos físicos que mais os impedem de praticar atividades físicas:
Discussão e conclusão
Ao analisarmos os dados percebemos claramente que as questões patológicas estão diretamente ligadas a inatividade física, onde identificamos que as questões: Tenho uma doença, lesão ou incapacidade que dificulta ou me impede e Minha saúde é muito ruim, tiveram o maior percentual de respostas (83,3%), seguido de, Tenho medo de me machucar (59,3%), Tive experiências desagradáveis com exercícios físicos (55,6%), Não tenho energia e Tenho incontinência urinária (38,9%).
Podemos ver o quanto a AF em sua principal função que é a de prevenção tem grande importância na vida e no dia-a-dia das pessoas na terceira idade, possivelmente elas tivessem tido o cuidado necessário não estariam ou teriam adquirido determinada limitação, patologia ou lesão que os impedissem da prática de AF.
Conclui-se, então, que apesar da atividade física ser um meio de prevenção contra inúmeras patologias, a maioria dos idosos avaliados encontram-se num estado patológico que os impedem de praticar a AF, logo, muito possivelmente estão com as capacidades funcionais em declínio constante, sendo assim, se faz necessário a intervenção em conjunto com os profissionais, médico e educador físico, fazendo e programando as atividades essenciais e necessárias para cada um, respeitando os princípios de individualidade biológica e de particularidades patológicas, fazendo com que os idosos respondam de forma positiva tanto ao tratamento das patologias que têm quanto ao treinamento físico.
Referências
BOOTH, M. L. et al. Physical activity preferences, preferred sources of assitance and perceived barriers to increased activity among physically inactive Australians. Preventive Medicine, New York, v. 26, p. 131-137, 1997.
BOOTH, M. L.; BAUMAN, A.; OWEN, N. Perceived barriers to Physical Activity among older Australians. Journal of Aging and Physical Activity, Champaign, v.10, p.271-280, 2002.
HIRAYAMA, MARCIO SUSSUMU.; Atividade física e doença de Parkinson: Mudança de comportamento, auto-eficácia e barreiras percebidas. Abril, 2006. Dissertação de mestrado, UNESP – Rio Claro.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil 2000. [citado 2008 out 15]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/perfilidoso/perfidosos2000.pdf.
MATSUDO, S.M.M. Envelhecimento, atividade física e saúde. Boletim do Instituto de Saúde – BIS, abril, 2009.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica - nº 16, pag. 9-13, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diabetes_mellitus.pdf. Acesso em 05 out 2011.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Doenças crônico-degenerativas: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Organização Pan-Americana da Saúde – Brasília, 2003. 60p. Disponível em: http://www.opas.org.br/sistema/ arquivos/d_cronic.pdf. Acesso em: 05 out 2011.
THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
VONO, Z. E. Enfermagem gerontológica: atenção á pessoa idosa. São Paulo: Senac, 2007.
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