A lesão de cotovelo no tênis. Uma revisão de literatura La lesión del codo del tenista. Una revisión de la literatura |
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Graduando do curso de
Educação Física - Bacharelado Esef/Ufpel |
Rafael Quadros Orcina (Brasil) |
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Resumo A prática de exercício físico traz benefícios extensivos à saúde do indivíduo, o que favorece o aumento da prática das modalidades esportivas. Nesse contexto, o tênis é uma das modalidades que teve um aumento no número de praticantes no Brasil nos últimos anos, o que pode também ter sido favorecido pela eficiência e empatia dos tenistas profissionais brasileiros e pelo destaque que a mídia dá a esse esporte.O tênis por exigir muito do aparelho locomotor, principalmente na função osteo-ligamentar, causa muitas lesões em várias partes do corpo, principalmente por micro traumatismos decorrentes de esforços repetitivos ocorridos em treinamentos e competições. O cotovelo assume um papel relevante no que diz respeito à cadeia cinética, já que se apresenta um “canal” de transmissão de energia. Epicondilite lateral ou cotovelo do tenista são termos que têm sido aceitos e utilizados para descrever uma síndrome dolorosa localizada na região do epicôndilo lateral, origem do supinador do antebraço, extensores do punho e dos dedos. Os artigos foram pesquisados em três bases de dados: Google Acadêmico, Pubmed e Lilacs. O distúrbio ocorre com mais freqüência na extremidade dominante. A média de idade do paciente que tem epicondilite lateral é de 42 anos, com uma distribuição bimodal na população em geral. A lesão de cotovelo é a lesão que mais acontece em tenistas, isso sem ter diferença em idade, anos de prática no tênis ou outro fator. Pois as lesões acontecem porque os tenistas cometem excessivos erros gestuais na técnica que sobrecarregam o cotovelo, fazendo com que o atleta ou praticante do esporte sinta bastante dor na região do epicôndilo lateral.Concluindo esta revisão de literatura, é preocupante o número que o estudo mostrou que metade dos praticantes de tênis vai obter epicondilite lateral até parar de jogar tênis. Unitermos: Tênis. Lesão. Cotovelo.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 176, Enero de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A prática de exercício físico traz benefícios extensivos à saúde do indivíduo, o que favorece o aumento da prática das modalidades esportivas. Nesse contexto, o tênis é uma das modalidades que teve um aumento no número de praticantes no Brasil nos últimos anos, o que pode também ter sido favorecido pela eficiência e empatia dos tenistas profissionais brasileiros e pelo destaque que a mídia dá a esse esporte. No entanto, muitas vezes a constante exposição a novos traumas e a novos esforços gera agressões ao organismo, acarretando diversos tipos de lesões e maior freqüência de acometimento, tanto em atletas competitivos, que apresentam melhor nível técnico, como em atletas recreativos (Cohen; Abdalla, 2003).
O tênis por exigir muito do aparelho locomotor, principalmente na função osteo-ligamentar, causa muitas lesões em várias partes do corpo, principalmente por micro traumatismos decorrentes de esforços repetitivos ocorridos em treinamentos e competições.
O cotovelo assume um papel relevante no que diz respeito à cadeia cinética, já que se apresenta um “canal” de transmissão de energia. No entanto, a incidência de lesões nos atletas de alta competição é relativamente baixa. Com efeito, as complicações ao nível do cotovelo surgem mais freqüentemente em jogadores com uma técnica deficiente e gestos desportivos poucos eficientes.
Epicondilite lateral ou cotovelo do tenista são termos que têm sido aceitos e utilizados para descrever uma síndrome dolorosa localizada na região do epicôndilo lateral, origem do supinador do antebraço, extensores do punho e dos dedos. Apesar de ter-se tornado termo clássico, epicondilite é designação que não reflete a realidade fisiopatológica da doença, uma vez que não foi encontrada, nos diversos estudos até agora realizados, qualquer evidência de processo inflamatório.
De acordo com Takahashi, o Tenis Elbow (epicondilite lateral - cotovelo de tenista) tem sido relatado tendo como fatores de risco como: mecanismo do golpe, idade, freqüência de jogo e vibração da raquete. A epicondilite lateral geralmente ocorre em praticantes recreacionais entre 30 a 50 anos de idade (três a quatro vezes por semana) ou inexperientes que não tenham boa técnica, particularmente o backhand e inadequado condicionamento. Raquetes pesadas, rígidas, com tensões altas na corda e empunhadura de tamanho incorreto são também fatores que contribuem para a lesão (Ellenbecker, Pluim, Vivier & Sniteman, 2009; Massada 2000).
Portando, esta revisão de literatura tem como objetivo relatar as respostas das pesquisas que visam estudar a lesão de cotovelo em tenistas, e indicar o método de prevenção, os sintomas, os diagnósticos e o tratamento da lesão.
Metodologia
Os artigos foram pesquisados em três bases de dados: Google Acadêmico, Pubmed e Lilacs. Antes de pesquisar os artigos que incrementariam minha revisão, fui até o “Mesh” para encontrar os termos corretos para a busca, foram usadas as seguintes palavras – chaves: No Pubmed :“Preventions of tennis elbow injury” (12 artigos free), “Lateral epicondylitis” (237 artigos free), “Tennis injuries” (268 artigos free), “Elbow injuries in tennis players” (10 artigos) e “Tennis elbow” (215 artigos free). No lilacs: “Lesões em tenistas” (2 artigos free), “Cotovelo de Tenista” (6 artigos free), “Epicondilite Lateral” (6 artigos) e “Prevenção de epicondilite lateral” (1 artigo free). No Google: “Lesões de cotovelo em tenistas”, “Lesões em tenistas”, “Epicondilite Lateral” e “Cotovelo de Tenista”. Todos os artigos tiveram como limite serem disponibilizados de graça na internet. Sites que tinham como teor a prevenção das lesões no tênis e que explicavam e relatavam como era feita a prevenção das lesões de cotovelo, também fizeram parte da revisão, para que pudesse ajudar o autor, a ter mais embasamento sobre o tema. Livros foram procurados, já que nos artigos encontrados, nas referências bibliográficas apareciam livros, então foi feita a pesquisa dos mesmos na internet e no LIG da ESEF/UFPEL, para que pudesse complementar a revisão, já que apareciam várias vezes nas referências dos artigos. Foram incluídos na revisão todos os artigos que falavam sobre a lesão de cotovelo no tênis, sem nenhum limite de ano ou tipo de estudo. Também foram encontradas monografias que falavam sobre lesões de tenistas, e que foram inclusas na revisão. Foi encontrado um estudo que virou um conceito e aplicações dirigidos a graduação dos educadores físicos, que foi utilizada para a criação da revisão de literatura.
Discussão e resultados
O distúrbio ocorre com mais freqüência na extremidade dominante. A média de idade do paciente que tem epicondilite lateral é de 42 anos, com uma distribuição bimodal na população em geral. Um início agudo de sintomas ocorre mais freqüentemente em jovens atletas, e crônica, os sintomas ocorrem tipicamente recalcitrante em pacientes mais velhos. Embora o termo epicondilite implícita de que a inflamação está presente, é na verdade apenas presentes nos estágios iniciais da doença (Sacomani 2010).
A lesão de cotovelo é a lesão que mais acontece em tenistas, isso sem ter diferença em idade, anos de prática no tênis ou outro fator. Pois as lesões acontecem porque os tenistas cometem excessivos erros gestuais na técnica que sobrecarregam o cotovelo, fazendo com que o atleta ou praticante do esporte sinta bastante dor na região do epicôndilo lateral. De acordo com (Guedes, Barbieri & Fiabane) que fizeram um estudo com 50 tenistas participantes de um torneio em Erechim, RS, a lesão de cotovelo é a que mais é freqüente em atletas, no estudo eles encontraram a lesão em 9 atletas, totalizando 20,5% dos participantes do estudo. Foi a lesão que mais foi relatada pelos participantes da amostra.
Por isso a carreira dos tenistas profissionais tem sido tão curta. Ela chega a acabar antes mesmo dos 30 anos, média que na maioria dos esportes é superada com facilidade, por causa da grande exigência do aparelho locomotor, principalmente no aspecto osteo-ligamentar.
No estudo feito por Silva (2000), mapeou as lesões mais freqüentes em 160 tenistas da Federação Paulista de Tênis (FTP), no período de um ano. A lesão específica que ocorreu com maior freqüência, 39 casos foi o tennis elbow (cotovelo de tenista).
De acordo com o estudo feito Mens et al (1999), os tenistas tem 2,8 mais chances de desenvolver tennis elbow, por causa dos fatores da doença. E que metade dos tenistas serão acometida por tennis elbow até o final da carreira.
Nos casos de epicondilite medial e lateral, os mecanismos de lesão incluem mecânica deficiente de batida, contato fora do centro da bola com a raquete, empunhadura tensa, posição do punho no contato e a vibração da raquete (Machado 2004).
O exame físico do atleta com epicondilite lateral é feito através da sensibilidade à apalpação sobre o epicôndilo lateral ou medial, ou um pouco distalmente. Queixas de dor ao longo do extensor na face dorsal do antebraço quando aperta a mão. A fraqueza do aperto de mão está relacionada com a dor. Os sintomas são reproduzidos pela dorsiflexão persistente do punho contra resistência (Machado 2004).
O tratamento da epicondilite lateral como em outras lesões por esforços repetitivos, começa com repouso relativo, gelo e anti-inflamatório não esteróide orientados pelo médico do esporte. A terapia física consiste em incluir tipos de exercício de alongamentos, resistência de força e força ministrados pelo preparador físico, estimulação elétrica, ou outras modalidades que são tratadas por um fisioterapeuta. Muitos pacientes encontram alívio usando uma tala ajustável no antebraço durante 23 horas por dia. Algumas vezes, dão 25 resultados injeções locais, orientadas pelo médico do esporte, de antiinflamatórios sobre o epicôndilo lateral (Machado 2004).
O diagnóstico clínico leva em consideração vários aspectos relacionados à prática esportiva do tênis. Uma anamnese bem detalhada sobre o desenvolvimento da disfunção, assim como o tempo de prática do esporte, as formas de aumento e diminuição da dor, movimentos básicos realizados pelo atleta e os testes especiais específicos (teste de Maudsley, teste Cozen e o teste de Mill), praticamente fecham o diagnóstico (Silva 2000).
Para diagnóstico da lesão, o teste de Maudsley, que consiste na palpação do ponto doloroso na altura do epicôndilo lateral do úmero, solicitando a extensão do punho contra-resistência do terapeuta. Exames de imagem, como a ressonância, trazem dados precisos da situação do local da lesão (Silva 2000).
De acordo com Silva, quando a lesão não está em um estágio agudo o tratamento é feito com analgésicos e antiinflamatórios não hormonais, esta conduta é sempre junta com um tratamento fisioterápico.
A cirurgia da epicondilite lateral só ocorre em casos extremos. Quando os sintomas ainda são aparentes por mais de seis meses e ocorreram o insucesso do tratamento médico não-cirúrgico e fisioterapêutico, a cirurgia é indicada. Essa cirurgia consiste na retirada do tecido fibrótico e/ou liberação parcial da origem do extensor no epicôndilo lateral do úmero. Em alguns casos associa-se a ostectomia do epicôndilo (Silva 2000).
Page (2010) criou uma tentativa de tratamento para o cotovelo de tenista, ele inventou o FlexBar, que o tenista manuseava essa barra flexível e aliviava as dores. No seu estudo ele encontrou uma melhora nos sujeitos que usaram a FlexBar, mas como a amostra era pequena, não pode se afirmar que exercícios funcionais ainda possam ser utilizados no tratamento do cotovelo de tenista.
Bisset e colegas compararam a eficácia da fisioterapia, das injeções de corticóide e o tempo de reabilitação sem nenhuma intervenção. Intervenções de fisioterapia foram compostas por oito sessões de mobilização com o movimento e exercícios. A terapia de injeção, incluindo pelo menos uma injeção de 1 ml de triancinolona acetonido (10 mg) e 1 ml de lidocaína 1%. Ja com o tempo sem nenhuma intervenção, consiste em instruções ergonômicas e uso de analgésicos, calor, frio, e de mais situações necessárias. Principal resultado (melhoria global, livre de dor aderência força, a classificação avaliador da gravidade das denúncias, severidade da dor de cotovelo, cotovelo e incapacidade) foram significativamente melhor no grupo que recebeu corticóide injeções do que nos outros grupos. No longo prazo de acompanhamento, os efeitos opostos foram encontrados, com fisioterapia sendo superior ao corticóide injeções para todas as medidas de resultado. A intervenção das injeções de corticóides ao longo prazo, não deu um resultado benéfico, ficando atrás dos outros dois quesitos.
Considerações finais
Concluindo esta revisão de literatura, é preocupante o número que o estudo mostrou que metade dos praticantes de tênis vai obter epicondilite lateral até parar de jogar tênis. Um número alarmante, para os atletas e adoradores do esporte. Um método de evitar essa lesão é o melhoramento da técnica dos atletas, fato que é difícil de avaliar, também tem como fator da lesão o tipo de raquete usada, isso sim pode se expandir as informações e fizer com que mesmo os adoradores e amadores tenham as raquetes certar para praticar o esporte. O outro fator para a lesão que podemos ver nos estudos dessa revisão, é a empunhadura errada. Isso é ponto diretamente dos treinadores de tênis, que não fazem os atletas e alunos jogarem e treinarem com a empunhadura correta e adequada ao seu corpo. Portanto estratégias de prevenção a lesão, devem ser pensadas pelas entidades formadoras de técnicos de tênis.
Também conclui que os profissionais da saúde devem ser melhores preparados para o tratamento, prevenção e até mesmo o mecanismo da lesão, pois essa lesão é muito costumeira em tenistas, tanto em níveis profissionais quanto amadores.
Também se viu nesses artigos estudados que ainda não tem um tratamento correto para a lesão, pois nos estudos, os resultados não foram concretos, porque as injeções e a fisioterapia, têm resultados diferentes de acordo com o tempo, talvez, com mais estudos sobre a lesão se conclua algo significativo sobre o tratamento da lesão.
Criando um projeto de educação sobre a lesão que tanto ocorre nos atletas, os mesmos, vão fazer com que os tenistas tenham uma condição de saúde adequada para a prática do tênis.
Referências bibliográficas
Bisset L, Beller E, Jull G, Brooks P, Darnell R, Vicenzino B. Mobilisation with movement and exercise, corticosteroid injection, or wait and see for tennis elbow: randomised trial. British Medical Journal. 2006.
Cohen, M.; Abdalla, R. J;. Ejnisman, B.; Amaro, J. T. Lesões ortopédicas no futebol. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 32, n. 12, p. 940-944, 1997.
Ellenbecker, T.; Pluim, B. M.; Vivier, S.; & Sniteman, C. (2009). Common injuries in Tennis Players: Exercises to Address Muscular Imbalances and Reduce Inkury Risk. Strenght & Conditioning Journal (Lippincott Williams & Wilkins), 31(4), 50-59.
Guedes, J. M.; Barbieri, D. F.; Fiabane, F.: Lesões em tenistas competitivos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.31, n.3, p. 217 – 229. Maio de 2010.
Machado, E. S.: A Transmissão da vibração no cotovelo após o impacto da raquete na bola e conseqüências pelo mau uso da técnica e do material: Aspectos teóricos e pesquisa experimental para a medição das acelerações do cotovelo no impacto da bola na raquete na prática do saque chapado. 2004. 116 f. Trabalho de conclusão de curso de educação física. Puc-Rs, Porto Alegre 2004.
Massada, L. (2000). Lesões típicas do desportista. Lisboa: Editorial Caminho SA.
Mens et al, Journal Sports Medicine Physical Fitness.1999;39(3):244-8.
Page, P.: A New exercise for tennis elbow that works! North American Journal of Sports Physical Therapy. v.5, n.3, p.189. Setembro. 2010.
Saccomanni, B.: Corticosteroid injection for tennis elbow or lateral epicondylitis: a review of the literature. Publicado online, outubro de 2010: 3(1-4): 38–40.
Silva, Rogério Teixeira, “Lesões em Tenistas”, em http://www.tenispaulista.com.br/site/upload/editor_upload/file/Prev%20Tennis%20Elbow.pdf (2000).
Takahashi, R. Disponível no site: http://www.ricardotakahashi.com.br/lesoestenis.html. Acessado no dia 3/11 às 22h30min.
Vilarta, R, et al: Saúde Coletiva e atividade física: Conceitos e aplicações dirigidos à graduação em educação física. Campinas. IPES: Editorial, 2007.
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