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O uso da prática de yoga no controle do estresse. Um estudo de caso

El uso de la práctica del yoga en el control de estrés. Un estudio de caso

The use of the practice of yoga as stress management. A study case

 

*Especialista em Fisiologia do Exercício, PUC/PR

Graduada em Formação Específica em Yoga, UEPG/ PR

Graduada em Educação Física, UNOPAR

Curso Livre em Profissional de Yoga, Curitiba/PR

Curso Livre em Psicomotricidade, Curitiba

http://yogaatendimentopersonalizado.blogspot.com.br/

**Orientador. Doutor em Engenharia de Produção: Ergonomia

Professor adjunto da UTFPR

Sandra Maria Oliveira Pimenta*

Ciro Romelio Rodriguez Añez**

sandra.pimenta@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: analisar a influência de um programa de yoga na percepção do estresse de funcionários de uma empresa. Determinar e comparar o nível de estresse percebido e estresse do trabalho e outros indicadores de saúde. Metodologia: O tipo do estudo foi pré-experimental. Utilizou-se a amostragem não probabilística por voluntariedade. Foi preenchida uma ficha com dados sócio demográficos. Foi aplicado o Par-Q e a Estratificação de Risco para a Realização de Exercícios Físicos (ACMS). Antes e após a intervenção foi verificado o IMC (peso e estatura), foram mensuradas a freqüência cardíaca de repouso e pressão arterial. Foram aplicadas a escala de percepção de estresse-10 e a escala resumida do estresse no trabalho. Foram ministradas 18 práticas de yoga com aulas semanais de 40 minutos cada; constituídas de pranayama, asana, yoganidra e dharana. Os dados foram tratados qualitativamente considerando os escores obtidos e observando a dicotomia na classificação das escalas. Participaram do estudo 08 voluntárias. Resultados: As intervenções não provocaram alterações na massa corporal nem na classificação do IMC. Encontrou-se uma diminuição na freqüência cardíaca de repouso e notou-se uma redução do estresse percebido em 3,9 pontos, apesar do reduzido número de sessões. Com relação ao estresse no trabalho, não houve alterações expressivas na percepção no aspecto demanda e manteve-se classificação para um elevado controle com um elevado apoio social. Conclusão: apesar da proposta de trabalho não ter conseguido alterações nas variáveis antropométricas (peso / IMC), foi suficiente para reduzir a freqüência cardíaca de repouso e diminuir o estresse avaliado pela escala de percepção de estresse-10. Ainda, o relato verbal e escrito das participantes durante as sessões de se sentirem melhor com as práticas de yoga, reforça o benefício que esta atividade pode fornecer aos seus praticantes.

          Unitermos: Yoga. Terapias alternativas. Estresse no trabalho. Qualidade de vida. Saúde do trabalhador.

 

Abstract

          Aim: is to analyze the influence of a yoga program in the perception of stress of employees of a company. Determine and compare the level of perceived stress and job stress and other health indicators. Methodology: the design of the study is pre-experimental. Was used non-probability sampling as volunteers. It was completed a sociodemographic data sheet. We used the Par-Q and Risk Stratification for Conducting Exercises (ACSM). Before and after the intervention was observed BMI (weight and height) were measured resting heart rate and blood pressure. We applied the scale of perceived stress scale-10 and summary of work stress. Were given 18 practice yoga with weekly lessons of 40 minutes each, consisting of pranayama, asana, dharana and yoganidra. The data were treated qualitatively considering the scores and noting the dichotomy in the classification of the scales. The study included 08 volunteers. Results: the interventions did not cause changes in body weight or the BMI classification. We found a decrease in resting heart rate and it was noted a reduction of perceived stress at 3.9 points, despite the reduced number of sessions. With regard to job stress, no significant changes in perception in the appearance and demand remained high ratings for control with a high social support. Conclusion: that although the proposed work will not have achieved changes in anthropometric variables (weight / BMI) was sufficient to reduce resting heart rate and decrease the stress perception scale measured by the stress-10. Still, the verbal and written reports of the participants during the sessions feel better about the practices of yoga, reinforces the benefit that this activity can provide its practitioners.

          Keywords: Yoga. Alternative therapies. Stress at work. Quality of life. Occupational health.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O yoga é uma filosofia de vida oriental milenar com o crescimento de praticantes por todo o ocidente.

    Segundo Feuerstein (2005, p. 39), “a palavra yoga é etimologicamente derivada da raiz verbal yuj, que significa: conjugar, juntar, jungir.”

    Veja-se algumas definições sobre yoga: “É primordialmente um modo de vida. É um sistema de disciplina integral, isto é, disciplina não somente do corpo e da mente ou do intelecto, mas também do espírito interior. Yoga é a vida integral, completa.” (SARASWATI, 1967, p. 28 e 37). “Yoga é a ciência da união, da integração humana.” (BLAY, 2004, p. 28). “Yoga é uma antiga técnica de promoção da saúde através de exercícios, regulação da respiração e meditação.” (YOSHIHARA et al., 2011). “Yoga é uma experiência interna dinâmica, que integra o corpo, os sentidos, a mente e a inteligência com o Si Mesmo.” (IYENGAR, 2007?, p. 14). ”Yoga é o aperfeiçoamento de cada plano bem como da integração ou harmonização de todos eles, realizando a unidade do homem.” (ANDRADE FILHO, 2008, p. 45).

    Claro está que “a qualidade de vida é um estado de bem-estar físico, mental e social e não só a ausência de doenças.”. (LIPP e TANGANELLI, 2002). Assim, pois, as alterações na qualidade e no estilo de vida têm retorno direto sobre a saúde, em qualquer estágio da vida ou condição preexistente de saúde. (BARRETO et al., 2005).

    Desde 1980, a obesidade mais do que dobrou em todo o mundo. O sobrepeso e a obesidade são definidos como acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode ser prejudicial à saúde. A causa básica do sobrepeso é um desequilíbrio energético entre as calorias consumidas e gastas. O sobrepeso e a obesidade são o 5º fator de risco de morte no mundo. O risco de doenças não transmissíveis aumenta com o aumento do IMC, tais como doenças cardiovasculares, diabetes, lesões músculo esqueléticas e alguns tipos de câncer. (OMS, 2011).

    A OMS recomenda “a atividade física realizada durante o tempo livre ou deslocamento [...] e mediante atividades ocupacionais, tarefas domésticas, jogos, esportes ou exercícios programados no contexto das atividades diárias, famíliares e comunitárias” (2010, p. 24). Aconselha também “que os indivíduos adotem níveis adequados de atividade física durante toda a vida. Diferentes tipos e quantidades de atividade física são necessários para obter diferentes resultados na saúde.” (BARRETO et al., 2005). Melhorando assim, as funções cardiorrespiratórias, musculares e a saúde óssea e reduzindo o risco de doenças não transmissíveis e depressão. (OMS, 2010, p. 08).

    Todavia a longevidade aliada ao bem-estar é um dos desafios da medicina moderna. “E que merecem atenção o papel da meditação, yoga, espiritualidade etc. na prevenção de doenças em vários níveis.” (SINGH, 2010).

    Portanto “o yoga pode ser considerado uma modalidade multidimensional, que atende a todos os níveis da existência.” (TEKUR et al., 2010). “Sua prática pode ser posicionada como uma forma independente para a conquista da qualidade de vida e da saúde e prevenir doenças crônicas.” (DESHPANDE, NAGENDRA e NAGARATHNA, 2009).

    O yoga é citado pela OMS na classificação da medicina tradicional/ medicina complementar alternativa - MT/MCA. (OMS, 2002, p. 17).

    As conseqüências dos efeitos do estresse excessivo e contínuo não se limitam ao comprometimento da saúde. O estresse favorece o prejuízo para a qualidade de vida e a produtividade do ser humano e facilita o desenvolvimento de inúmeras doenças. (LIPP e TANGANELLI, 2002)

    Estresse é geralmente relacionado com o aumento de ocorrências de patologias do sistema autônomo, cardiovascular e imunitário (GOPAL et al., 2011).

    Caso haja uma situação de estresse emocional acentuado, o organismo desencadeia uma ação metabólica que influencia a produção de hormônios, por exemplo, a adrenalina, que afeta o funcionamento do organismo, podendo ocorrer à diminuição da memória, da capacidade afetiva, da habilidade de concentração e de raciocínio, do humor e da capacidade de resolver problemas. (1997 LIPP apud Silva e Yamada, 2008, v. 7, p. 98).

    “A prática de yoga melhora os níveis de estresse.” (KAUTS e SHARMA, 2009). “Reduz a ansiedade e a depressão e melhora o bem-estar.“ (NARASIMHAN, NAGARATHNA e NAGENDRA, 2011).

    O estudo sobre o estresse no trabalho tem sido crescente na literatura científica. Um dos motivos está nas repercussões das condições e da organização do trabalho na saúde e no bem-estar dos empregados e, em conseqüência, no funcionamento e na efetividade das organizações. No aspecto econômico, o impacto negativo tem sido avaliado sobre a hipótese e nos achados de que trabalhadores estressados diminuem seu desempenho e aumentam os custos das organizações com problemas de saúde, com o aumento do absenteísmo, da rotatividade e do número de acidentes no local de trabalho. (REIS, FERNANDES e GOMES, 2010)

    Os programas de saúde em algumas organizações de trabalho estão mais relacionados à estratégia da competitividade da organização do que com uma real preocupação com a saúde física e mental dos integrantes da organização. Onde a organização do trabalho pode apresentar-se como fator de fragilização mental dos indivíduos, o que torna as organizações como parte responsável pela saúde mental de seus integrantes. (VASCONCELOS e FARIA, 2008).

    Silva e Yamada colocam que uma relação desarmônica entre o trabalhador e o trabalho resulta o estresse ocupacional, que pode influenciar os transtornos pessoais, familiares e ocupacionais. A este propósito “é necessária à inclusão de novas estratégias e o aprimoramento das já existentes no sentido de reduzir os níveis de estresse dos trabalhadores.” (2008, v. 7, p. 98).

    Com base nos conhecimentos do yoga, vejamos alguns conceitos importantes:

    O estado de consciência do indivíduo atua como um filtro que distribui a energia vital irradiada entre os vários centros mentais e nervosos, no yoga denominados chakras. (YESUDIAN e HAICH, 2003, p. 28).

    O termo prana significa literalmente “vida”, “força vital”, está condensado no corpo sutil ou corpo astral. “O universo é uma enorme extensão vibratória.” (FEUERSTEIN, 2005, p. 86 e 428). Prana é a soma total das energias manifestada no Universo, é a totalidade das forças que atuam na natureza, é o elo entre o corpo astral e o corpo físico. (SIVANANDA, 1978, p. 20-21). O corpo astral é aquele por meio do qual sentimos nossos desejos, emoções e sentimentos. (MIRANDA, 1960, p. 201).

    A palavra prana em sânscrito vem de pra, prefixo preposicional que significa “antes”, e an, um verbo que significa “respirar”, “soprar” e “viver”. A palavra apana origina de apa, que significa “longe”, “fora” e “para baixo”, e an significa “respirar”, “soprar” e “viver”. Prana refere-se a tudo aquilo que nutre uma entidade viva, sua força complementar é apana que se refere a tudo que o ser vivo elimina. Os caminhos devem estar livres de obstruções para o fluir livre de prana e seu equilíbrio com apana, restaurando as forças normais do organismo. (KAMINOFF, 2008, p. 1-3).

    Às técnicas de respiração do yoga dá-se o nome de pranayama. A regulação da respiração ou o controle do prana está constituído pela suspensão da inspiração e da expiração depois de afirmar-se na posição física (asana). (SIVANANDA, 1978, p. 19). Pranayama influencia a mente, com a normalização ou controle da respiração, pode-se conseguir certo grau de firmeza e serenidade mental, boa saúde e possivelmente longevidade. Auxilia a meditação e o desabrochar espiritual. (SARASWATI, 1967, p. 23).

    Veja-se que “o corpo reage aos menores impulsos da mente, e o estado da mente é influenciado pelo estado do corpo.” (YESUDIAN e HAICH, 2003, p. 20). “Nada se passa na mente que o corpo não manifeste. Nada se passa no corpo sem que a mente acuse. Isso porque não há um corpo e uma alma, mas uma unidade, modernamente chamado mente-corpo.” (ANDRADE FILHO, 2008, p. 43).

    Asana significa postura é o nome dado às técnicas físicas, corporais ou posições do yoga. Os movimentos básicos dos asanas são alongamentos, torções, flexões e inversões. (IYENGAR, 2007?, p. 10). “A postura deve ser estável e confortável. A prática correta da postura é marcada pelo relaxamento das tensões e a coincidência da consciência com o infinito.” (FEUERSTEIN, 2005, p. 285).

    “As posturas físicas relaxam o corpo e a mente, permitindo que se recuperem da fadiga, da fraqueza e do estresse. Aceleram o mestabolismo, a circulação linfática e as secreções hormonais, proporcioando equilíbrio químico ao corpo.” (IYENGAR, 2007?, p. 17). “A prática regular de várias posturas é útil para manter o corpo em boas condições de saúde, e até certo ponto, retarda o envelhecimento e mesmo cura determinados tipos de enfermidades.” (SARASWATI, 1967, p. 23). “A maioria das posturas foi criada para harmonizar a força vital no corpo de modo a equilibrá-lo e curá-lo.” (FEUERSTEIN, 2005, p. 474).

    Yoganidra é o nome dados as técnicas de relaxamento do yoga. “Relaxamento é o estado oposto à tensão, isto é, a ausência de contrações e esforços.” (ANDRADE FILHO, 2008, p. 73). Os órgãos, nervos, veias, artérias, músculos, tendões e tecidos se descontraem integralmente com o relaxamento completo do corpo. O relaxamento ocasiona uma ampla e perfeita irrigação sanguínea do organismo, principalmente do cérebro. Isso revitaliza o Ser inteiro, oxigenando e nutrindo as células, desintoxicando-as completamente. (MIRANDA, 1964, p. 175)

    A técnica de concentração do yoga dá-se o nome de dharana, esta técnica leva à meditação (dhyana). “A concentração é o atrelamento da consciência a um único ponto.” (FEUERSTEIN, 2005, p. 286). “Dharana consiste em centrar a consciência (chitta) em uma área delimitada”. (DE ROSE, 1982, p. 81).

    O instinto vital se manifesta como o instinto de preservação da espécie e o instinto de conservação. O instinto de preservação da espécie assegura-lhe a continuidade pela geração de descendentes. O instinto de conservação procura manter a vida e a saúde do individuo pelo maior tempo possível. A polaridade e o ritmo dão vida ao universo inteiro, o corpo, como tudo no universo, possui as duas correntes vitais ativas, a positiva e a negativa. A energia positiva é doadora de vida, a energia negativa é receptora e condutora de vida. O completo equilíbrio de ambas significa saúde mental e física. (YESUDIAN e HAICH, 2003, p. 19-31).

    O objetivo deste trabalho é analisar a influência de um programa de yoga na percepção do estresse de funcionários de uma empresa de comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de laboratórios. A este propósito, determinar e comparar o nível de estresse percebido e estresse do trabalho e outros indicadores de saúde.

2.     Procedimentos metodológicos

    O tipo do estudo foi pré-experimental.

    Utilizou-se a amostragem não probabilística por voluntariedade. Os candidatos de uma empresa de comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de laboratórios, após palestra explicativa sobre o projeto, preencheram o termo de consentimento livre e esclarecido e uma ficha contendo informações sócio demográficas.

    Foi aplicado o Par-Q - questionário de prontidão para atividade física e o questionário de Estratificação de Risco para a Realização de Exercícios Físicos (ACMS).

    Foi mensurada a massa corporal, com uma balança digital, e a estatura, com um estadiômetro de chão, antes e após a intervenção e com essas informações calculado o IMC (Índice de Massa Corporal).

    Foi mensurada a freqüência cardíaca de repouso e a pressão arterial antes e após a intervenção. Para a freqüência cardíaca de repouso utilizou-se da palpação sobre a artéria radial com os dedos indicador e médio. Para a pressão arterial utilizou-se um esfigmomanômetro aneróide com selo de verificação do Inmetro.

    Foi utilizada a escala de percepção de estresse-10 (REIS, HINO e AÑEZ, 2010), e a escala resumida do estresse no trabalho para coleta de dados, antes e após a intervenção (ALVES et al, 2004, v. 38).

    As intervenções aconteceram na empresa antes de iniciar do trabalho. Foram ministradas 18 práticas de yoga com 02 aulas semanais de 40 minutos cada. Constituídas de técnicas de respiração (pranayamas) - 10 min., técnicas corporais (asanas) - 20 min., técnicas de relaxamento (yoganidra) e técnicas de concentração (dharana) - 10 min. Almofadas, blocos, e fitas de tecido foram utilizados como materiais auxiliares para o alinhamento corporal. Foram utilizadas esteiras individuais, músicas adequadas à introspecção e material visual com as orientações que se fizeram necessárias.

    Foram excluídos os voluntários que apresentaram risco para saúde e que não apresentaram autorização médica e os participantes que não tiveram a freqüência mínima de 75% às sessões. O projeto concluiu-se com 08 participantes do sexo feminino.

    Os dados foram tratados qualitativamente considerando os escores obtidos e observando a dicotomia na classificação das escalas.

3.     Resultados e discussão

Quadro 1. Escores do IMC e classificação

    No quadro 1 observam-se os escores de IMC e a classificação dos sujeitos de acordo com padronização sugerida pelo ACSM. Sendo que os escores até 25 classificam o indivíduo como “normal“ e acima de 25 como apresentando “sobrepeso”. Quatro indivíduos classificaram antes da intervenção como normais e quatro como apresentando sobrepeso. No final, observa-se que a categorização permaneceu inalterada. Ou seja, a intervenção não provocou qualquer alteração no item IMC. Fatores como por exemplo o controle da dieta não foram acompanhados durante esta pesquisa.

Quadro 2. Peso e variações

    Em relação ao peso, quadro 2, pode-se observar que alguns indivíduos diminuíram a massa corporal enquanto outros aumentaram. O valor médio após a intervenção aumentou 0,9 kg. Um dos fatores que podem ter contribuído para isto é a falta de controle sobre a alimentação das voluntárias. Ainda, pode ser que a duração do programa não tenha sido suficiente longo para provocar alterações nesta variável.

    Foi encontrado em estudo com adultos saudáveis, Chaya et al. (2006), efeitos estimulatórios ou inibitórios e uma redução significativa da taxa metabólica basal com a prática de yoga a longo prazo com uma combinação de técnicas também estimulatórias e inibitórias.

Quadro 3. Frequência cardíaca de repouso e variações

    Observando o quadro 3, houve uma melhora para a maioria na frequência cardíaca de repouso, o valor médio após a intervenção diminuiu 5,9.

    A esse respeito Telles et al. (2004, v. 39, p. 119) encontraram que o treinamento de yoga pode habilitar os praticantes para reduzir a freqüência cardíaca de repouso como alcançar voluntariamente a menor freqüência cardíaca, que tem possíveis aplicações terapêuticas, incluindo a gestão do estresse.

Quadro 4. PARS e PARD e variações

    As participantes se apresentaram nos escores normais para a pressão arterial, quadro 4. Considerados para > 18 anos - a PARS < 130 mmHg e a PSRD < 85 mmHg (SOCIEDADES BRASILEIRAS DE NEFROLOGIA, CARDIOLOGIA E HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2010). A diferença das mensurações da PARS e PSRD de uma mensuração para outra não foram significativas e mantiveram as participantes dentro dos limites normais. Após as intervenções o valor médio da PARS aumentou 2,4 e da PARD 3,7.

    Em estudo transversal realizado com funcionárias públicas, onde foi analisada a associação entre estresse no trabalho e hipertensão arterial na população feminina. Não se observou associação estatisticamente significante entre diferentes categorias de estresse no trabalho e hipertensão arterial em nenhum dos modelos multivariados, ajustados por idade, raça, escolaridade, renda, ocupação e tempo na função. (ALVES et al., 2009).

    Pinheiro et al. (2007) em estudo utilizando a prática de yoga em pacientes com hipertensão arterial essencial, atendidos em nível ambulatorial, observaram uma redução significativa na pressão arterial e no duplo-produto, assim como melhora na função autonômica cardíaca. Onde sugerem que o yoga poderia ser recomendado como um recurso não farmacológico comple­mentar ao tratamento da hipertensão arterial essencial, pois uma vez que sua prática está associada à melhora na função autonômica cardíaca, na redução da pressão arterial e da sobrecarga cardíaca em hipertensos.

Quadro 5. Escore da escala do estresse percebido-10 e variações

    Das 08 participantes 07 apresentaram redução no escore para a escala de estresse percebido-10. O valor médio após as intervenções reduziu em 3,9 (quadro 5). Mas em comparação aos dados normativos da população americana (COHEN, 2004) e de professores do sul do Brasil (REIS; PETROSKI, 2005) a maioria apresentou o escore acima destes estudos.

    Em estudo com bancários encontrou-se menores níveis de estresse associado à população feminina que praticava atividade física. Assim também, observou-se um maior nível de estresse associado à freqüência de adoecimento. Além de que, os mais estressados tiveram uma pior percepção da saúde. (VIANA et al., 2010).

Quadro 6. Escore do aspecto demanda e classificação

    Analisando o quadro 6, no aspecto demanda 25% (02 participantes) obtiveram de baixa demanda para alta demanda, 12,5% (01 participante) manteve alta demanda, 25% (02 participantes) obtiveram de alta demanda para baixa demanda e 37,5% (03 participantes) mantiveram baixa demanda.

    Vasconcelos e Faria (2008) constataram em uma pesquisa em empresa que os sinais mais subjetivos (angústia, medo, insatisfação) constituem a origem de manifestações de doenças mentais ou psicossomáticas. Os participantes da pesquisa manifestaram como sofrimento quadros de insônia, ansiedade crônica, fadiga, estresse, depressão, sensação de esgotamento, dores nas articulações e dores de cabeça.

Quadro 7. Escore do aspecto controle e classificação

    No quadro 7 pode-se observar que em relação ao aspecto controle, todos os indivíduos estavam classificados antes e depois como apresentando alto controle. O que é positivo, pois quanto maior o controle, maiores são as possibilidades do indivíduo de lidar com as exigências provocadas pelo trabalho.

    É possível que o nível cultural influencie este resultado, pois 87,5% concluíram o ensino superior e 12,5% relatou ensino superior incompleto.

Quadro 8. Escore do aspecto apoio social e classificação

    No aspecto apoio social no quadro 8, após as intervenções, 87,5% mantiveram a pontuação para alto apoio social e 12,5% pontuaram para baixo apoio social.

Quadro 09. Comparação de demanda e controle

    A alta demanda associada ao alto controle coloca o trabalhador na situação ativa com relação ao trabalho. A baixa demanda associada ao alto controle gera a situação de baixa exigência. O alto apoio social é um modificador do estresse no trabalho, contribuindo para um menor desgaste. (ALVES et al., 2004; SILVA e YAMADA, 2008). Sendo assim, observamos que mesmo as funcionárias com alta exigência no trabalho, têm possibilidades de gerenciar os desgastes por possuírem alto controle e um alto apoio social (quadro 9).

    Para Margis et al. (2003) em frente a uma situação estressora, o tipo de resposta de cada indivíduo depende, não somente da magnitude e freqüência do evento de vida estressor, como também da conjunção de fatores ambientais e genéticos.

    Em estudo realizado por Coelho et al., em 2011 com mulheres saudáveis encontrou que “a prática regular de Hatha Ioga foi capaz de provocar impactos positivos sobre determinados aspectos da qualidade de vida.”

    Em trabalho realizado com juízes da Justiça do Trabalho encontrou entre os avaliados uma porcentagem significativa com sintomas de estresse ocupacional, sendo que o estresse no sexo feminino apresentou-se significativamente mais alto com relação ao sexo masculino exercendo as mesmas funções. Foram encontrados sensações de desgaste, cansaço e tensão muscular como sintomas de estresse. Em relação à qualidade de vida observou-se prejuízo em vários aspectos, principalmente nas áreas de saúde e afetiva. Poucos utilizavam terapia, prática de exercícios físicos ou relaxamento. (LIPP e TANGANELLI, 2002)

    A prática de yoga provavelmente age através das vias cerebro-córtico-límbica sobre o hipotálamo e os sistemas de pituitária anterior, tem um efeito significativo na melhoria do sistema endócrino, imunológico, autonômo e alterações psicológicas provocadas pelo estresse. (GOPAL et al, 2011, v.4).

    Neste estudo observou-se que o ensinamento do yoga durante o dia de trabalho pode reduzir o efeito negativo e aumentar o afeto positivo dos participantes, viabilizando a promoção da saúde. (NARASIMHAN; NAGARATHNA; NAGENDRA, 2011, v. 4).

    Em outro estudo relatou-se que a prática de yoga desempenha um impacto positivo significativo sobre alguns indicadores de desempenho organizacional (ADHIA; NAGENDRA; MAHADEVAN, 2010, v. 3).

    Em pesquisa descritiva de campo com estudantes do curso de Medicina demonstrou que, um grande percentual (mais de 50%) manifestou interesse e aceitação em relação às práticas não convencionais em saúde (PNCS), como yoga, acupuntura, fitoterapia e orações. E que indicariam ou apoiariam o uso delas por seus pacientes. (KÜLKAMP et al., 2007).

4.     Conclusão

    Após análise dos dados pode-se observar que a prática de yoga em funcionários de uma empresa não provocou alterações na massa corporal nem na classificação do IMC. Entretanto, provocou uma diminuição na frequência cardíaca de repouso o que sugere uma hipertonia do tônus vagal, possivelmente provocado pelo relaxamento, pela auto-confiança e melhor autoconhecimento que a prática de yoga proporcionou.

    Notou-se uma redução do estresse percebido em 3,9 pontos, apesar do reduzido numero de sessões, talvez, se as mesmas pudessem ser prolongadas poderiam ter obtido melhores resultados. Onde este resultado pode corroborar com de outros estudos com relação à prática de yoga na melhoria da saúde, estresse e qualidade de vida.

    Com relação ao estresse no trabalho não houve alterações expressivas na percepção das pressões de natureza psicológica, aspecto demanda. Como os resultados demonstraram elevado controle, estes combinados com elevado apoio social, podem permitir o gerenciamento dos possíveis desgastes resultantes da demanda.

    Conclui-se que apesar da proposta de trabalho não ter conseguido alterações nas variáveis antropométricas (peso / IMC), foi suficiente para reduzir a freqüência cardíaca de repouso e diminuir o estresse avaliado pela escala de percepção de estresse-10. Ainda, o relato verbal e escrito das participantes durante as sessões de se sentirem melhor com as práticas de yoga, reforça o benefício que esta atividade pode fornecer aos seus praticantes.

    Foi observado como limitação do estudo o reduzido tempo das sessões de yoga. O reduzido número de participantes limitou a comparação dos resultados. Não houve o controle de algumas variáveis como por exemplo as atividades e compromissos após o horário de trabalho, mesmo as possíveis dificuldades para a participação nas práticas de yoga antes do horário de trabalho e o controle e orientações com relação a dieta.

    Convém, no entanto estudos com maior tempo e número de sessões de yoga e principalmente maior número de participantes e mesmo o controle de outras variáveis para que os resultados sejam mais adequados com os beneficios conhecidos e relatados milenarmente sobre a prática de yoga.

Referências

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  • ALVES, M. G. D. M. et al. Estresse no trabalho e hipertesnão arterial em mulheres no Estudo Pró-Saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n. 5, p. 893-896, 2009.

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  • BLAY, A. Fundamento e técnica do hatha-yoga. Tradução de Alcântara Silveira. 9. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2004. 309 p.

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