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A evolução do voleibol no Brasil, a partir da Superliga

La evolución del voleibol en Brasil, a partir de la Superliga

 

*Graduada em Educação Física pela Faculdade Adventista de Hortolândia

**Professor na Faculdade Adventista de Hortolândia

***Professora Titular na Faculdade Adventista de Hortolândia

***Doutora em Educação Física pela Unicamp

(Brasil)

Iara Regina Vicari*

Edemilson Vermelho**

Helena Brandão Viana***

hbviana2@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo analisar as mudanças ocorridas no voleibol brasileiro durante a Superliga de 1994 a 2012. Para alcançar o objetivo almejado foi necessário desmembrar em objetivos específicos que foram: reunir regras de voleibol que obtiveram mudanças durante 1994 a 2012; verificar mudanças táticas ocorridas nesse período utilizadas pelos treinadores, como também comparar a estatura dos atletas que atuaram nessa fase de modificação. A metodologia utilizada foi análise documental e pesquisa qualitativa descritiva. Foi utilizada a pesquisa bibliográfica em livros, revistas, jornais, e periódicos na internet. Por todas essas fontes de leitura, pode ser verificado que o voleibol ganhou uma nova imagem como esporte popular. Dentro dos resultados estão as principais regras alteradas no período estudado, como a eliminação dos “dois toques” na primeira bola em 1994, seguida esta houve a diminuição da pressão da bola, o estabelecimento da invasão com a mão e a recuperação da bola fora do espaço aéreo delimitado em 1996. Em 1998 os sets passaram de 15 pontos para uma nova nomenclatura, a inserção do Rally-point System com 25 pontos nos quatro primeiros sets e 15 pontos no tie-break. Dos seis jogadores participantes um foi designado como “líbero” que é o responsável pelo passe e sistema defensivo da equipe, houve também uma alteração relacionada à “bola presa” na disputa entre jogadores. Em 2004, alteração em relação à invasão de quadra e a permissão de toques na rede no bordo inferior da rede. Onze anos após a criação do líbero, isso é, em 2009, foram designados dois líberos entre os 14 atletas inscritos por partida. Também foi encontrada a necessidade de atualização tática para o bom rendimento das equipes dentro dos campeonatos, e a importância física dos atletas para a prática do voleibol, com uma comparação da média de alturas dos jogadores da Superliga, edição 1994/1995, 2006/2007 e 2011/2012, onde podemos ver que houve um crescimento considerável entre as edições pesquisadas principalmente nos atletas que jogam nas posições de atacantes.

          Unitermos: Voleibol. Superliga. Evolução.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O voleibol teve sua criação em 1895, na cidade de Holyoke, Massachusetts, com o nome de Mintonette, desde então passou por diversas alterações, tanto de regras, de materiais utilizados e também na forma táctica e técnica de ser praticado (NETO, 2004).

    Segundo Risola Neto (2003) o voleibol é provavelmente o desporto que mais modificou suas regras sem se descaracterizar, com isso se adaptou às exigências dos novos tempos, às novas metodologias do treinamento.

    Introduzido no Brasil por volta do ano 1915 (MATTHELESEN, 1993 apud Fernandes Filho & Medina 2002) o voleibol não apresentava importância, até o ano de 1982, quando o esporte ganhou projeção no âmbito nacional, a partir da vitória da seleção brasileira, masculina, no Mundialito, do Rio de Janeiro. A partir de então, o Brasil passou a fazer parte da elite internacional, do voleibol masculino, conquistando vários títulos, como: medalha de prata, no Mundial da Argentina (1982); medalha de prata, na Olimpíada de Los Angeles (1984); medalha de ouro, na Olimpíada de Barcelona (1992); campeão da Liga Mundial (1993).

    Com resultados expressivos obtidos pelas seleções femininas e masculinas, o voleibol brasileiro ganhou popularidade entre os espectadores, e podemos dizer que é segunda maior potencia dentre os praticantes em esportes no Brasil, vindo atrás apenas do mais famoso e popular futebol.

    O primeiro campeonato nacional foi realizado apenas em 1944, e após 50 anos, em 1994 foi reformulado e ganhou o nome de Superliga, como é conhecido até os dias de hoje quando completou 18 anos desde sua primeira edição.

    Segundo Ugrinowitsch (1997), o Brasil divide com a Itália o titulo de melhor campeonato de clubes do mundo, o que nos permite afirmar que o Brasil passou a ocupar um papel de destaque no cenário do voleibol mundial nas ultimas décadas, tornando-se uma escola respeitada em todo o mundo.

    Tendo em vista a popularidade e as mudanças ocorridas no esporte nos últimos anos o presente trabalho vem para elucidar o caminho percorrido pelo voleibol e equipes para chegar ao espetáculo que é apresentado nas quadras nos dias de hoje, tendo como objetivo analisar as mudanças que ocorreram no voleibol brasileiro durante a Superliga (campeonato nacional) de 1994 a 2012.

Alteração de regras de 1994 a 2012

    A mudança nas regras foi necessária a partir dos anos 80 devido à popularização da modalidade, com isso o espetáculo, a mídia, comercialização de produtos esportivos, fez com que este fenômeno apresentasse uma vertiginosa escalada na década de 90. A FIVB (Federação Internacional de Voleibol) se viu com a obrigação de alterar algumas regras para a melhoria do voleibol enquanto espetáculo, já que a alta performance alcançada pelas equipes vinha tornando enfadonhas as competições (NETO, 2004).

    Por ter se tornado uma modalidade admirada por muitos, após varias conquistas significativas, o voleibol teve que se enquadrar a essas regras para se tornar mais atrativo aos telespectadores e à própria TV, já que não podia ser algo demorado desestabilizando toda uma programação (NUZMAN, 1994).

    A Superliga que surgia em meio deste cenário nacional e internacional teve que se adequar as novas regras impostas pela FIVB. E as regras que sofreram alterações foram as seguintes:

Quadro 1. Demonstrativo das alterações de regras do voleibol no período de 1994 a 2012

Ano

Regra anterior

Regra modificada

1994

A bola só podia ser tocada em qualquer parte do corpo acima do joelho; a zona de serviço era limitada a uma área de 3 metros; o 1º toque na bola vinda do adversário tinha que ser perfeito

Foram aprovadas novas regras que seriam introduzidas em 1995, que a bola poderá ser tocada com qualquer parte do corpo (inclusive os pés), a zona de serviço se estenderá por toda a linha de fundo e a eliminação dos “dois toques” na 1ª bola vinda da quadra adversária

Os dois toques na 1ª bola vinda do adversário e a bola poder ser tocada com qualquer parte do corpo, fez com que aumentasse o volume de jogo.

1996

A bola não podia ser recuperada quando passasse do meio de quadra; somente o pé passando totalmente a linha central era invasão; não havia linha tracejada, era imaginária; a pressão da bola era de 0,46kg/cm2.

Uma bola que tenha ido para a zona livre adversária por fora da delimitação do espaço aéreo poderá ser recuperada. A mão poderá tocar a quadra adversária desde que, não ultrapasse completamente a linha central. A linha de ataque terá um prolongamento de 1,75m com linhas tracejadas de 15 cm com espaçamento de 20 cm. Diminuição da pressão da bola para 0,30 – 0,325 kg/cm2

Com esta alteração aumentou o volume de jogo, não parando a todo o momento, pois não atrapalha o adversário, e a pressão da bola, com ela mais “murcha” fez com que aumentasse o percentual de defesa, já que o ataque é muito potente.

1998

Os sets eram até 15 pontos com vantagem; a bola era branca, hoje com 3 cores; não havia jogador específico e diferenciado na defesa (libero); o técnico só podia levantar para passar instruções no momento do tempo técnico.

Começa a ser testada a adoção do Rally-point System com 25 pontos nos quatro primeiros sets e 15 pontos no tie-break. A mudança da cor da bola, a introdução do libero e uma maior liberdade por parte dos técnicos para darem instruções (entre a linha de ataque e o fundo da quadra)

O Rally-point, a mudança na cor da bola foram testados e aprovados, para a inclusão da modalidade na TV, pois a bola colorida é bem mais vista e antes os jogos demoravam de 3 a 4 horas, e não havia interessa da TV. A entrada do líbero foi para aumentar o volume de jogo quanto aos contra ataques.

2004

Bola “presa” por mais de 1 segundo sobre a rede, parava o rally e repete-se o saque novamente

A nova regra em relação à “bola presa” na disputa por jogadores adversários na rede. Estudos da FIVB revelam um pequeno aumento no tempo de bola em jogo com a adoção desta regra entrou em vigor no início de 2005

Na disputa de bola por jogadores adversários sobre a rede, antes se voltava o saque, hoje para o jogo fluir melhor e por determinação da FIVB, se a bola continuar no espaço aéreo, segue o jogo, se for ao chão depois de “presa” é dado posse de bola a equipe contrária do lado que caiu a bola.

2008

Até o momento apenas era permitido invasão com os pés; a rede era intocável.

Começou a ser permitido invadir a quadra adversária com qualquer parte do corpo, desde que uma parte dos pés do jogador esteja sobre a linha central ou dentro da quadra de sua equipe. Passou a não permitida a invasão caso haja contato direto com o adversário por baixo da rede. Ao toque na rede, só é falta quando o jogador tocar no bordo superior ou na antena na parte de cima do bordo superior. Os atletas podem tocar na malha da rede desde que esta ação não seja uma vantagem para a sua equipe, não atrapalhe o jogo do adversário, e que não se apóie na rede para realizar o movimento

A regra alterada permite um maior volume de jogo, não precisando desnecessariamente interromper o rally, sendo que o lance não prejudicou nenhumas das equipes.

2009

1998 quando foi inserida a figura do líbero, apenas um poderia ser inscrito entre os jogadores que eram somente 12 jogadores por partida.

As equipes podem ter dois líberos inscritos entre os 14 jogadores. No entanto, somente um poderá atuar. Caso haja a troca direta de um líbero pelo outro, por qualquer motivo, o jogador que for trocado não terá o direito de retornar à partida

Beneficio em relação à defesa para as equipes, já que o poderio de ataque das equipes hoje é muito forte.

Fonte: Site Oficial Federação Internacional de Voleibol – FIVB www.fivb.org.

    Todas essas mudanças tornaram o voleibol ainda mais atrativo, pois era visível que o ataque era superior à defesa, com a entrada do líbero o jogo ganhou mais volume e plasticidade das belas defesas e contra-ataques. Isso também devido à diminuição da pressão da bola, pois com a potência de um ataque ou saque, a bola com menos pressão fez com que o rally demorasse mais a ser concluído.

    A liberação dos dois toques na 1ª bola, e poder tocar na rede de maneira que não atrapalhe o rally e o adversário, também são fatores que contribuíram para o espetáculo ser mais atrativo aos espectadores. Nota-se que as mudanças foram feitas para que aumentasse o volume de jogo, e que não houvesse tantas interrupções que não influenciassem diretamente no resultado do jogo.

    É valido também ressaltar que essas mudanças se deram também ao fator Televisivo, pois uma emissora não conseguiria enquadrar em sua grade um jogo de mais de 3 horas, fazendo também que as equipes não conseguissem patrocinadores, pois não havia espaço na mídia para exporem suas marcas, por isso a TV foi um fator determinante para essas mudanças de regras, tanto para os clubes como também para os atletas.

    Na temporada 2011/2012 da Superliga, foi adotado a contagem de pontos igual à liga mundial, onde vitória por 3 sets a 0 vale 3 pontos, 3 sets a 1 vale 3 pontos e 3 sets a 2 vale 2 pontos para a equipe vencedora e 1 ponto para a equipe perdedora. Isso fez com que as equipes buscassem um placar, que beneficiasse a contagem de pontos geral, automaticamente os jogos passaram a ser mais rápidos, melhor para a televisão.

Mudanças táticas

    Equipes esportivas vêm fazendo uso cada vez mais da análise de partidas a fim de compreender a atuação dos atletas, o que também acontece dentro da pesquisa cientifica nas ciências do esporte. (GARGANTA, 2001; PONCE & ORTEGA, 2003). De acordo com Anguera (2000) os pesquisadores de diferentes modalidades esportivas vêm buscando compreender as diferentes performances de atletas e de equipes, para com isso identificar os fatores determinantes ou significativos para o resultado da eficácia das ações táticas, individuais, de grupo ou coletivas.

    A partir destas análises as comissões técnicas podem trabalhar no planejamento de treinamentos que visam otimizar as qualidades cruciais dos jogadores, refinar as ações de baixa eficácia e, consecutivamente a isso adaptar se a cada adversário de uma forma mais adequada taticamente. (LERBARCH & LIMA, 1998).

    Para Ribeiro (2004, p. 36) a preparação tática é definida como:

    A preparação tática é definida como comportamento adotado por uma equipe em um determinado momento do jogo. Sendo que esta pode ser dividida em tática individual e coletiva, que necessita de um ótimo desempenho técnico dos jogadores em relação aos fundamentos do jogo de voleibol: saque, recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa.

    As mudanças nas regras foram o ponto de partida para que os técnicos se vissem na obrigação de mudar toda uma estrutura tática de suas equipes ou então correr o risco de não se enquadrar às tais. Mas isso foi necessário a todos.

    Nos estudos de Fernandes Filho & Medina (2002) a evolução técnicas e táticas se dão naturalmente, por meio da tentativa e erro, e as questões físicas esbarram em princípios primários de treinamento.

    Em matéria do Comitê Olímpico Brasileiro (2009, p.1) Bernardinho declara que:

    Sequer tínhamos contato com os métodos e regras do vôlei mundial. A mudança no vôlei Brasileiro veio a partir da elaboração e execução de um excelente plano, com ênfase na base e na profissionalização de todos os envolvidos. Passamos do nível de intuição para o cientifico. Jogadores medianos se transformaram em bons e bons em expoentes do vôlei mundial.

    A liberação dos dois toques na primeira bola, a defesa com qualquer parte do corpo (em 1994), a bola fora do espaço de delimitação podendo ser recuperada (em 1996), fez com que o rally aumentasse, consecutivamente estimulou a preocupação relacionada à melhor preparação física, como também psicológica, pelo fato de permanecerem mais atentos durante o tempo de jogo.

    Em 1998, com a introdução do líbero, os sets até 25 pontos sem vantagem, e um maior espaço para o contato do técnico com os jogadores, influenciou as mudanças táticas das equipes da superliga. A entrada de um líbero (jogador especialista no fundo de quadra, defesa e passe), fez com que diminuísse o poderio ofensivo notadamente superior de todas as equipes, pois o ataque estava muito superior à defesa. Esse jogador deu mais volume ao jogo nas defesas e melhor precisão no passe, fazendo assim com que os levantadores pudessem de maneira mais organizada, distribuir melhor suas jogadas levando em consideração a característica individual de seus jogadores, e a formação do bloqueio adversário, automaticamente desestabilizando o bloqueio e a defesa dos mesmos.

    A importância da defesa é reconhecida por Ribeiro (2004), que cada vez que a equipe concretiza uma defesa tem a oportunidade de fazer o contra-ataque e conquistar seu ponto. Segundo Moreno (1987), o jogador com maior destreza defensiva deve permanecer na posição 5 da quadra, pois a incidência de ataque nessa posição é maior do que no restante da quadra, logo, é vantajoso assumir essa estratégia tática. Com isso, os técnicos tiveram que mudar a tática de saque, defesa e passe de suas equipes, pois, cada jogo, cada equipe é diferente da anterior, onde faz com que a comissão técnica toda trabalhe para ajustar esses detalhes, que hoje fazem a diferença no resultado final de uma partida ou competição.

    Diante de tantos detalhes nas modificações gerais da modalidade e com o advento tecnológico no século XX foi possível, segundo Vilhena (2007) fazer uso de vídeos e de meios informatizados para avaliar de maneira mais precisa e objetiva os resultados de ações estratégicas de uma equipe em uma partida.

    Uma das ajudas mais utilizadas para ajustar tais detalhes, é o vídeo. A gravação dos jogos dos adversários, os pontos eletrônicos, e a estatística, tem feito uma diferença fundamental para as equipes, pois através deles a comissão consegue estudar e extrair informações detalhadas das equipes, trabalhando minuciosamente em cima desses detalhes para que dentro de quadra os atletas possam obedecer taticamente tudo que lhes foi imposto, para assim obterem o resultado almejado. A estatística individual de um adversário faz com que a equipe neutralize seus melhores fundamentos ou golpes, fazendo assim com que esse jogador “saia” totalmente de jogo, prejudicando a formação de sua equipe, e contemplando uma possível vitória do adversário. A comissão técnica (técnico, auxiliar, preparador físico, psicólogo, fisiologista, massagista, fisioterapeuta, roupeiro) hoje é sem dúvidas consideradas como o sétimo jogador.

Estatura dos atletas

    O voleibol é uma das modalidades mais complexas, na qual os fundamentos devem ser realizados o mais próximo da perfeição e as características físicas, assim como a estatura dos atletas, são essenciais para a performance da equipe, de acordo com Massa, Silva, Bohme e Uezu (2003).

    Esta modalidade apresenta geralmente jogadores altos, fortes e com boa impulsão, como a classificou Jiaming (1983), onde a experiência facilita atos motores mais eficazes do que dos iniciantes e que o fator psicológico é de extrema importância para o desempenho.

    Em algumas posições, no início da Superliga, esse item não era tão levado em consideração, e o voleibol era mais um espetáculo, com a volta dos “meninos de ouro” depois da fantástica vitória dourada em Barcelona 1992, os campeões que atuavam na Itália voltaram para equipes no Brasil. Com as conquistas do vôlei feminino e a estréia de novas regras, a Superliga 94 seria mais emocionante (NUZMAN, 1994).

    Mas com a evolução e o aumento dessa estatura dos atletas, ficou bem notado que as pontas (entrada e saída de rede), e os centrais, encabeçam essa evolução, tornando assim a modalidade mais atrativa e mais competitiva, já que para enfrentar um bloqueio e bloquear um jogador mais alto e que saltem bem, essa estatura junto com a parte tática , técnica e física, faz a diferença.

    Há como verificar a média das alturas das equipes masculino e feminino de 1994/1995, 2006/2007, e atual 2011/2012, onde a tabela a seguir faz um comparativo das estaturas por equipes e geral.

Tabela 1. Comparativo de alturas médias entre equipes femininas e masculinas de voleibol no ano de 1994/19995 com 2006/20707 e 2011/2012

Feminino

Masculino

1994/1995

Equipe

Média

Equipe

Média

BCN

1,79

Bretas/Teuto

1,93

Nossa Caixa/Recra

1,78

Estrela Do Oeste

1,93

L'Acqua di Fiori

1,82

Chapecó

1,92

Economico CAP/Sparta

1,77

Cocamar

1,92

Tensor/Pinheiros

1,81

Olimpikus/Telesp

1,94

Cepacol/São Caetano

1,78

Banespa

1,96

Leite Moça (1º)

1,81

Nossa Caixa/Suzano

1,91

Sollo/Tietê

1,79

Palmeiras /Parmalat

1,94

Icatu Seguros

1,79

Naútico/Paraty

1,92

Nova Era/Datasul/31 de Julho

1,80

Frangosul (1º)

1,96

 

 

 

 

Flamengo/Petrobás

1,95

Fiat/Minas

1,93

Média total

1,79

 

1,94

2006/2007

Brasil/Telecom

1,80

Barão/Blumenau

1,94

Cimed/Macaé

1,80

Bento Vôlei

1,96

Fiat/Minas

1,82

Cimed

1,94

Finasa/Osasco

1,83

Fátima/UCS

1,95

Pinheiros/Blue Life

1,81

Ingá/Alvares

1,95

Rexona/Ades (1º)

1,83

Lupo/Náutico

1,97

São Caetano/Mon Bijou

1,82

On Line/São Leopoldo

1,97

Vôlei Futuro

1,81

Sada/Betim

1,95

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

Santander/Banespa

1,96

São Caetano/Tamoyo

1,96

Shopping ABC/Santo André

1,94

Telemig Celular/Minas (1º)

1,95

Ulbra/Uptime

1,95

Unisul/Nexxera

1,95

Vôlei Futuro

1,94

Média total

1,81

 

1,95

2011/2012

Vôlei Futuro

1,84

BMG/S.B. Do Campo

1,99

BMG/S.B. Do Campo

1,84

RJX

1,96

Macaé/Sports

1,79

Sada/Cruzeiro (1º)

1,97

Esporte Clube Pinheiros

1,80

Medley/Campinas

1,98

Mackenzie/Cia do Terno

1,79

Cimed/Sky

1,98

Usiminas

1,80

BMG/Montes Claros

1,93

Sollys/Nestlê (1º)

1,83

Vôlei Futuro

1,97

Praia Clube/Uberlândia

1,82

Londrina/Sercontel

1,96

Unilever

1,83

Vivo/Minas

1,96

São Caetano

1,82

Sesi/São Paulo

1,96

Sesi/São Paulo

1,81

UFJF

1,95

Rio do Sul

1,80

Volta Redonda

1,94

Média total

1,81

 

1,96

Fonte: Dados retirados do site oficial CVB www.cbv.com.br, e também da revista Volleyball, dez/94, ano1, n.8

    A partir da Tabela 1 pode ser observado que a média geral das equipes femininas em 1994/1995 era de apenas 1,79 m, sendo que a equipe com a maior média era de 1,82 m. Já em 2006/2007 a média geral das equipes subiu para 1,81 m, porém duas equipes já apresentavam médias de 1,83 m. Em sua edição de 2011/2012 a média geral das equipes se manteve em 1,81 m, mas desta vez apareceram quatro equipes que apresentaram média em 1,84m.

    Ainda observando a Tabela 1, mas agora nas equipes masculinas, em 1994/1995 a média geral ficou em 1,94 m, e a equipe com maior média estava em 1,96 m. Em 2006/2007 a média geral das equipes avançou para 1,95 m, nesta edição contávamos com duas equipes acima da média com 1,97 m. Na edição de 2011/2012 a média geral das equipes aumentou para 1,96 m, contando com uma equipe com média de 1,99 m e duas com médias de 1,98 m.

    Para melhor visualização do crescimento da estatura média dos atletas que participam deste campeonato, foi elaborada a figura a seguir:

Figura 1. Comparativo entre a média de altura feminina e masculina nos anos de 1994/1995, 2006/2007 e 2011/2012

    Pode ser verificado que através da Figura 1 o crescimento da estatura dos atletas que disputam este campeonato, no feminino o crescimento de 1994/1995 para 2006/2007 foi de 2,0cm porem de 2006/2007 a 2011/2012 não foi muito significativo. Já no masculino é possível ver um avanço de 2,0cm de 1994/1995 a 2011/2012.

    Nas médias utilizadas estão inclusos os líberos, que são atletas com estatura não tão elevada em função de sua especialidade dentro das quadras. A partir desta situação foi organizada a tabela a seguir, fazendo a média das equipes descontando as alturas dos líberos.

Tabela 2. Comparativo de alturas médias entre equipes femininas e masculinas de 1994/1995 com 2006/2007 e 2011/2012 descontando os líberos

Feminino

Masculino

1994/1995

Equipe

Média

Equipe

Média

BCN

1,79

Bretas/Teuto

1,93

Nossa Caixa/Recra

1,78

Estrela Do Oeste

1,93

L'Acqua di Fiori

1,82

Chapecó

1,92

Economico CAP/Sparta

1,77

Cocamar

1,92

Tensor/Pinheiros

1,81

Olimpikus/Telesp

1,94

Cepacol/São Caetano

1,78

Banespa

1,96

Leite Moça (1º)

1,81

Nossa Caixa/Suzano

1,91

Sollo/Tietê

1,79

Palmeiras /Parmalat

1,94

Icatu Seguros

1,79

Naútico/Paraty

1,92

Nova Era/Datasul/31 de Julho

1,80

Frangosul (1º)

1,96

 

 

 

 

Flamengo/Petrobás

1,95

Fiat/Minas

1,93

Média total

1,79

 

1,94

2006/2007

Brasil/Telecom

1,80

Barão/Blumenau

1,95

Cimed/Macaé

1,80

Bento Vôlei

1,97

Fiat/Minas

1,83

Cimed

1,95

Finasa/Osasco

1,84

Fátima/UCS

1,94

Pinheiros/Blue Life

1,82

Ingá/Alvares

1,96

Rexona/Ades (1º)

1,84

Lupo/Náutico

1,96

São Caetano/Mon Bijou

1,82

On Line/São Leopoldo

1,97

Vôlei Futuro

1,81

Sada/Betim

1,95

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Santander/Banespa

1,96

São Caetano/Tamoyo

1,94

Shopping ABC/Santo André

1,96

Telemig Celular/Minas (1º)

1,96

Ulbra/Uptime

1,97

Unisul/Nexxera

1,94

Vôlei Futuro

1,94

Média total

1,82

 

1,95

2011/2012

Vôlei Futuro

1,86

BMG/S.B. Do Campo

1,98

BMG/S.B. Do Campo

1,83

RJX

1,97

Macaé/Sports

1,81

Sada/Cruzeiro (1º)

1,97

Esporte Clube Pinheiros

1,81

Medley/Campinas

1,99

Mackenzie/Cia do Terno

1,81

Cimed/Sky

1,99

Usiminas

1,81

BMG/Montes Claros

1,94

Sollys/Nestlê (1º)

1,84

Vôlei Futuro

1,98

Praia Clube/Uberlândia

1,82

Londrina/Sercontel

1,94

Unilever

1,85

Vivo/Minas

1,96

São Caetano

1,83

Sesi/São Paulo

1,97

Sesi/São Paulo

1,83

UFJF

1,96

Rio do Sul

1,82

Volta Redonda

1,95

Média total

1,83

 

1,97

Fonte: Dados retirados do site oficial CVB www.cbv.com.br, e também da revista Volleyball, dez/94, ano1, n.8

    Ao ser observado a Tabela 2, pode ser analisada que a média geral das equipes em 1994/1995 tanto masculina quanto feminina permaneceu a mesma, pois ainda não existia a função de libero nas regras oficiais do voleibol. Já em 2006/2007 a média geral das equipes femininas subiu de 1,81 m para 1,82 m, enquanto a média masculina permaneceu a mesma em 1,95 m. Em sua edição de 2011/2012 a média das equipes femininas subiu de 1,81 m para 1,83 m, e a média das equipes masculinas aumentou de 1,96 m para 1,97 m.

    Para facilitar visualização do crescimento da estatura média dos atletas descontando os líberos das equipes, foi elaborada a figura a seguir:

Figura 2. Comparativo entre a média de altura feminina e masculina nos anos de 1994/1995, 2006/2007 e 2011/2012, descontando os líberos

    Com a Figura 2 é possível observar que o crescimento da estatura dos atletas sem considerar as alturas dos líberos, no feminino o crescimento de 1994/1995 para 2006/2007 foi de 3,0 cm, e de 2006/2007 a 2011/2012 foi de 1,0cm, totalizando 4,0 cm de 1994/1995 até 2011/2012. Já no masculino podemos ver um avanço de 1,0cm de 1994/1995 a 2006/2007, e de 2006/2007 a 2011/2012 foi de 2,0 cm, somando 3,0 cm de 1994/1995 até 2011/2012.

    A fim de poder ter um panorama melhor da evolução das estaturas dos atletas, foram separados por posições, Levantadores (as), Centrais, Ponteiros (as) e Líberos, e feitas às respectivas médias conforme mostra as tabelas a seguir.

Tabela 3. Comparativo de alturas médias entre equipes femininas de 1994/1995 separadas por posição

 

Tabela 4. Comparativo de alturas médias entre equipes femininas de 2006/2007 separadas por posição

 

Tabela 5. Comparativo de alturas médias entre equipes femininas de 2011/2012 separadas por posição

    A partir das Tabelas 3, 4 e 5 pode ser feito a comparação entre as estaturas de atletas que tem a mesma função dentro de quadra. Observa-se que as levantadoras de 1994/1995 tinham a média de apenas 1,73 m, em 2006/2007 a média se alterou para 1,78 m e se manteve em 1,78 m em 2011/2012, porém nesta ultima nota-se que uma equipe tem a média de suas levantadoras em 1,84 m. Em relação às centrais, em 1994/1995 a média estava em 1,82 m, em 2006/2007 apresentou a média de 1,87 m, e em 2011/2012 alterou para 1,88m contendo uma equipe com a média das centrais em 1,93 m. As ponteiras de 1994/1995 tinham a média de 1,79 m, em 2006/2007 1,82 m, e em 2011/2012 chegou a 1,83 m com duas equipes que apresentam ponteiras com média de 1,86 m. No entanto as líberos em 2006/2007 apresentavam a média de 1,74 m, e em 2011/2012 mudou para 1,71 m.

    A Figura 3 foi criada para auxiliar a análise das estaturas das atletas das equipes femininas de 1994/1995, 2006/2007 e 2011/2012.

Figura 3. Comparativo entre a média de altura feminina nos anos de 1994/1995, 2006/2007 e 2011/2012 por posição

    Com a Figura 3, há como verificar o crescimento da estatura dos atletas separadamente por posições, nas levantadoras de 1994/1995 para 2006/2007 o crescimento foi de 5,0 cm, e de 2006/2007 a 2011/2012 não houve mudança na média, com as centrais o crescimento de 1994/1995 para 2006/2007 foi de 5,0 cm também, e de 2006/2007 a 2011/2012 foi 1,0c m, totalizado 6,0 cm de 1994/1995 a 2011/2012, com as ponteiras o crescimento de 1994/1995 para 2006/2007 foi de 3,0 cm, e 2006/2007 a 2011/2012 foi 1,0 cm somando 4,0 cm de 1994/1995 a 2011/2012, no entanto as líberos que em 2006/2007 obtinham a média de 1,74 m diminuíram para 1,71 m, um decréscimo de 3,0 cm.

    Assim como no feminino, o masculino também foi separado por posições para uma analise mais profunda das estaturas no decorrer dos anos de Superliga, conforme mostram as tabelas a seguir.

Tabela 6. Comparativo de alturas médias entre equipes masculinas de 1994/1995 separadas por posição

 

Tabela 7. Comparativo de alturas médias entre equipes masculinas de 2006/2007 separadas por posição

 

Tabela 8. Comparativo de alturas médias entre equipes masculinas de 2011/2012 separadas por posição

    A partir das Tabelas 6, 7 e 8, é possível fazer a comparação entre as estaturas de atletas que tem posição das equipes masculinas. Observa-se que os levantadores de 1994/1995 tinham a média de apenas 1,85 m, em 2006/2007 a média se alterou para 1,90 m e se manteve em 1,90 m em 2011/2012, porém nesta ultima pode ser notado que duas equipes tem a média de seus levantadores em 1,94 m. Em relação aos centrais, em 1994/1995 a média estava em 1,97 m, em 2006/2007 apresentou a média de 2,02 m, e em 2011/2012 alterou para 2,03 m contendo quatro equipes com a média dos centrais em 2,05 m. Os ponteiros de 1994/1995 tinham a média de 1,94 m, em 2006/2007 1,96 m, e em 2011/2012 chegou a 1,98 m com uma equipe que apresentou ponteiros com média de 2,01 m. Os líberos em 2006/2007 apresentavam a média de 1,85 m e em 2011/2012 também 1,85 m.

    A figura a seguir foi criada para auxiliar a análise das estaturas das atletas das equipes masculinas de 1994/1995, 2006/2007 e 2011/2012.

Figura 4. Comparativo entre a média de altura masculina nos anos de 1994/1995, 2006/2007 e 2011/2012 por posição

    Na Figura 4 pode ser visto o crescimento da estatura dos atletas separadamente por posições, nos levantadores de 1994/1995 para 2006/2007 o crescimento foi de 5,0 cm, e de 2006/2007 a 2011/2012 não houve mudança na média, com os centrais o crescimento de 1994/1995 para 2006/2007 foi de 5,0 cm também, e de 2006/2007 a 2011/2012 foi 1,0 cm, totalizado 6,0 cm de 1994/1995 a 2011/2012, com os ponteiros o crescimento de 1994/1995 para 2006/2007 foi de 2,0 cm, e 2006/2007 a 2011/2012 foi 2,0cm somando 4,0 de 1994/1995 a 2011/2012, no entanto as líberos que em 2006/2007 obtinham a média de 1,85 m mantiveram a média em 2011/2012.

Discussão

    No caminhar desta pesquisa, que versa sobre as amplas modificações do voleibol e, pelo fato de tê-las acompanhado na prática por estar envolvida de forma intensa em treinos e competições, foi possível perceber resultados positivos e negativos ao vivenciar estas novas experiências.

    O universo esportivo está circundado de avanços surpreendentes, onde a ciência humana e tecnológica estão entrelaçadas de forma fantástica, e cada detalhe tanto da performance técnica e tática do atleta, do técnico, do preparador, como dos resultados, estão sendo minuciosamente analisados.

    Por tanto, de acordo com os autores citados neste estudo, onde cada um aborda um foco, estes aspectos podem ser discutidos por Nuzman (1994) e Neto (2004) quando trazem a popularização da modalidade através das grandiosas conquistas no âmbito internacional e com isso vem à tona o interesse televisivo, que obrigou o voleibol a se enquadrar em novas regras impostas pela FIVB para se adaptar as condições da mídia. Com o advento das novas regras o voleibol passou a ser um esporte mais dinâmico, colaborando com a condição física dos atletas, pois as partidas se tornaram mais curtas, a inserção do libero veio para especializar as equipes na defesa, pois o sistema ofensivo estava superior ao defensivo, Moreno (1987) já afirmava que o jogador com perfil defensivo deveria permanecer na posição 5, pois naquela era o maior percentual de ataques. Porem o sistema de Rally point diminuiu as possibilidades de viradas de placar dentro de uma partida, pois sem a “vantagem” cada bola no chão é ponto, e ao abrir uma diferença entre os placares as chances de reação são menores.

    Para vários pesquisadores (GARGANTA, 2001; PONCE & ORTEGA, 2003; ANGUERA, 2000; LERBARCH & LIMA, 1998; VILHENA, 2007) dissertam sobre a relevância das analises táticas utilizando meios eletrônicos a fim de otimizar seus treinamentos e também para neutralizar seus adversários. É notório que cada vez mais as equipes se utilizam de novas tecnologias para melhorar seu desempenho e almejar vitorias, e com isso a comissão técnica vem crescendo e conta com profissionais de diversas áreas até mesmo de fora do esporte como estatísticos, economistas e matemáticos, uma partida começa antes dos atletas entrarem em quadra, vem desde o estudo do adversário e a preparação para suprir possíveis defasagens, assim equipes com menor poder aquisitivo podem ser prejudicadas pois não contam com todo esse aparato tecnológico de suporte.

    Com base em estudos (MASSA, SILVA, BOHME & UEZU, 2003; e JIAMING, 1983), sabemos que o voleibol é um esporte em que a altura dos atletas é um diferencial, no decorrer dos 18 anos de Superliga aqui estudados podemos perceber a evolução deste aspecto dentre os jogadores, com maior ênfase nos atacantes centrais, que tanto no feminino quanto no masculino o acréscimo foi de 6,0 cm. Esta evolução pode ser comparada com a Teoria de Darwin, da Evolução das Espécies, onde o mais adaptado se mantém, sendo o voleibol um esporte em que os atletas maiores conseguem maior êxito em suas ações, e consecutivamente atribui maior vantagem aos clubes, acabam sendo mais valorizados, assim com o passar dos anos a altura média destes atletas vem se modificando.

Considerações finais

    Ao ser realizada uma pesquisa bibliográfica abrangente, buscando informações em livros, revistas, jornais e na própria internet, onde estes apresentam o pensamento de inúmeros estudiosos, descrevem o foco das mais diversas situações de acordo com sua ótica de vivências práticas ou de experiência teóricas, que também fizeram parte de minha história de vida.

    Por meio deste estudo, almejo também deixar registrada, de forma enriquecedora de conhecimento, a minha experiência com atleta. Sou jogadora de voleibol desde a adolescência, isto é, por 20 anos até então, vivenciando intensamente essa modalidade, que para mim é apaixonante.

    Vivi o voleibol antes e depois dessas modificações específicas de regras, técnicas e táticas, que estimularam a prática de um voleibol possível a todos, tornando-se um facilitador de aprendizagem, mas ao mesmo tempo exigindo maior atenção e destreza.

    Posso então afirmar que estas experiências práticas, geraram o desejo de realizar esta pesquisa e me proporcionaram a oportunidade de descrever passo a passo a evolução do voleibol no Brasil num período de 18 anos, de 1994-2012.

    A Superliga veio estimular a preparação de técnicos, e uma equipe de apoio por excelência cada vez mais capacitados com psicólogos, fisioterapeutas, preparadores físicos, para os superatletas poderem enfrentar cada desafio envolvido em todas as modificações do jogo.

    Com experiência própria, sendo levantadora, posso registrar aqui, que o voleibol praticado antes de 1998 era mais desgastante devido à contagem de pontos, que eram com vantagem para se conquistar um ponto, onde os jogos demoravam de 3 a 4 horas para concluir um jogo. Nesse mesmo ano a entrada de um jogador específico de defesa, fez com que a bola chegasse em melhor condição ao levantador para que pudesse distribuir melhor as jogadas, com isso dificultando o bloqueio adversário e toda sua defesa. O líbero deu mais confiança à equipe, mais segurança ao levantador em marcar e executar jogadas, e maior volume de jogo.

    Segundo relato de Cacá Bizzocchi, técnico da equipe feminina Sollo/Tietê temporada 1994/1995, e da equipe Medley/Campinas na temporada 2011/2012, o vôlei tornou-se muito mais dinâmico, mais gostoso de assistir, menos desgastante para os jogadores e mais atrativo para a TV. Assim, todos ganharam: os atletas se machucam menos e o patrocinador tem mais chances de aparecer, pois o jogo ficou mais vendável para as transmissões de TV. Outro fator importante é a velocidade que as informações estatísticas chegam aos treinadores e podem ser analisadas cuidadosamente.

    Em relação à estatura Cacá ressalta que um jogador de estatura mediana jamais pode ser desprezado, pois podem ser altamente competitivos no nível nacional. Já para os mais altos, a estimulação precoce permite que eles tenham estímulos motores variados logo que nascem. Atividades físico-esportivas na infância hoje são mais comuns que antigamente. Além de ser uma geração mais alta, é também habilidosa. Para algumas funções talvez eles tenham mais dificuldades ou facilidades, mas nada é definitivo, ao menos que se esgotem as tentativas.

    Para Filipe Augusto Faccion Ferrazz, campeão da temporada 2011/2012 com a equipe Sada Cruzeiro, e eleito melhor jogador da partida, o líbero é uma peça importante na partida, não só na função de dar melhores condições de ataque, mas também no volume de jogo com grandes defesas. Filipe ressalta que as ajudas eletrônicas nos dias de hoje são indispensáveis. Realmente as estatísticas, os scouts, vêm para ajudar, somar ainda mais no nosso trabalho dentro de quadra, podendo treinar e antecipar algumas ações do jogador ou do time adversário. O esporte de alto rendimento, não evoluiria tanto e tão rápido, sem a ajuda eletrônica, e diz que as mudanças foram para melhor, pois para os atletas houve um menor desgaste físico, já que algumas partidas demoravam mais de 4 horas, e hoje pode ser finalizada com um pouco mais de 1 a 2 horas, tornando-o também atrativo ao público e a TV.

    Para Gerson de Amorim, assistente técnico da equipe Medley/Campinas e da Seleção Brasileira Infanto Juvenil Masculina, a sensação é de dever cumprido em relação ao treinamento. Convicção do entendimento tático da equipe e do que eles são capazes de fazer, assim como ter a certeza que existe um canal aberto de comunicação entre o treinador e o time. Até porque uma equipe só consegue neutralizar os pontos fortes do adversário quando a equipe domina seu próprio jogo (tem um padrão técnico e tático), só assim é possível se preocupar inteiramente com o adversário.

    Com base no estudo realizado visualiza-se que voleibol é uma modalidade em ascensão, evolução e atraente tanto para quem pratica quanto para quem assiste. Além disso são predominantes os trabalhos acadêmicos com foco na história da modalidade ou, de motricidade e biomecânica, porém, são escassos os trabalhos que fazem um comparativo de gerações a fim de demonstrar a evolução do esporte. Foi então, para ocupar essa lacuna que o presente trabalho foi escrito, sendo assim que este possa ser utilizado para dar continuidade a outros estudos com maior abrangência de embasamento científico e assim o voleibol, como uma modalidade popular, seja compreendido de forma clara por todos de como chegou ao nível que se encontra atualmente.

Referências bibliográficas

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