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Estudo sobre os suplementos alimentares mais populares atualmente

Un estudio sobre los suplementos alimenticios más populares en la actualidad

 

Universidade Federal do Paraná

(Brasil)

Euclides Roberto Ferreira

Maria Gisele Dos Santos

mariagisele@yahoo.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi de estudar os suplementos mais populares atualmente. Os suplementos alimentares são recursos ergogênicos que podem ser utilizados para a melhoria da performance e desempenho nas atividades esportivas e fitness, em especial a musculação, muitos praticantes procuram obter resultados em curto período de tempo .

          Unitermos: Suplementos alimentares. Musculação. Recursos ergogênicos.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Entende-se por recursos ergogênicos todas as substancias ou artifícios, processos ou procedimentos para a melhoria da performance (WILLIAMS & BRANCH Apud BIESEK, 2005, p.281).

    Suplemento alimentar é o produto constituído de pelo menos um desses ingredientes: vitaminas (A, C, complexo B, etc.); minerais (Fe, Ca, K, Zn, etc.); ervas e botânicos (ginseng, guaraná em pó); aminoácidos (BCAA, arginina, ornitina, glutamina); metabólitos (creatina, L carnitina); extratos (levedura de cerveja) ou combinações dos ingredientes acima (ARAÚJO et al, 2002).

    Os suplementos para praticantes de atividade física, pelas normas brasileiras são divididos em: repositores hidroelétricos, energéticos, protéicos, compensadores e aminoácidos de cadeia ramificada (BIESEK e et.al., 2005, p.283). Tendo ação nutricional, farmacológica, fisiológica, psicológica e biomecânica (DANTAS, 2003, p.362).

    Lancha Jr. (Apud JESUS & SILVA, 2008, p.2), afirma que os suplementos por si só não são capazes de elevar o rendimento de um individuo acima de suas capacidades biológicas, a não ser que sejam fármacos.

    Existe ainda a possibilidade da utilização dos suplementos em outras áreas, por exemplo, Leucina, Glutamina e BCAA são utilizados em unidades de terapia intensiva.

    Muitos indivíduos utilizam suplementos para suprir os requerimentos dietéticos não ingeridos através da alimentação normal, ou prescrita. São bastante utilizados também como tratamento em alguns casos de desnutrição.

    Existem evidencias de que o uso apropriado dos suplementos pode beneficiar o paciente com melhoras clínicas e funcionais e, ainda, reduzir custos hospitalares (KRUIZENGA, 2005).

    Diversos estudos apontam o uso benéfico de suplementos em pacientes adultos e idosos, em uma gama de situações clínicas, como doença renal crônica, diabetes, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica, fratura da bacia e cirurgia gastrintestinal (TODOROVIC, 2005).

    O presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento sobre os principais suplementos utilizados atualmente, focando em atletas e pessoas comuns, que freqüentam academias regularmente. Alem de descrever a função de cada um desses suplementos.

2.     Procedimentos metodológicos

    O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica sobre os suplementos mais utilizados por atletas e principalmente por freqüentadores de academias.

    Foram investigados dados sobre o funcionamento, definição, objetivo e resultados provocados pelos suplementos.

    Foram abordados neste estudo os seguintes suplementos: Creatina, Whey Protein, BCAA e Maltodextrina. Claro que existem muitos outros suplementos no mercado, mas aqui a escolha se deu pela popularidade dos produtos nas academias, que muitas vezes são utilizados inadequadamente, sem acompanhamento, como o suplemento da moda em busca de um corpo perfeito.

3.     Discussão dos dados

3.1.     Creatina

    A creatina foi identificada pelo cientista francês Michel Chevreu, em 1835, quando este relatou ter encontrado um novo constituinte orgânico nas carnes. Este constituinte foi então denominado creatina. Devido a problemas técnicos, apenas em 1847, outro cientista, Justus Liebig, foi capaz de confirmar a presença de creatina como um constituinte regular das carnes. Liebig também observou que a carne de raposas selvagens que sobreviviam da caça continha 10 vezes mais creatina em comparação às raposas em cativeiro, concluindo que o trabalho muscular resultaria em acúmulo dessa substância. Na mesma época, os pesquisadores Heitz e Pettenkoffer descobriram uma nova substância presente na urina, mais tarde identificada por Liebig como creatinina, um subproduto da creatina (DEMANT & RHODES, 1999).

    No inicio do século 20 estudos mostraram que nem toda creatina ingerida era encontrada na urina, evidenciando que uma quantidade era armazenada.

    Trata-se de um composto encontrado em alimentos de origem animal, que pode também ser sintetizado no fígado, rins e pâncreas, tendo como precursores: arginina, glicina e metionina. O grupo amino da arginina é transferido para glicina, formando guanidinoacetato e ornitina, através de uma reação mediada pela enzima glicina transaminase. Em seguida, o guanidinoacetato é metilado pela s-adenosil-metionina, através da ação da enzima guanidinoacetato N-metil transferase, derivando, finalmente, a creatina (FELDMAN, 1999).

    Ela é estocada no músculo esquelético na forma livre (40%) ou na forma fosforilada (60%). A creatina fosforilada tem uma importância muito grande na contração muscular, pois funciona como reserva energética utilizada principalmente em atividades onde predomina o sistema energético ATP-CP. São encontrados estoques de aproximadamente 120 g de creatina em um homem de 70 kg, sendo que 95% se encontram no músculo esquelético (MENDES & TIRAPEGUI, 2002).

    Aparentemente, com a suplementação, é possível aumentar o estoque muscular de creatina, melhorando o desempenho em atividades de alta intensidade e curta duração. Outro motivo para o sucesso da molécula nas academias é o aumento no volume muscular, que parece ser causado pela retenção hídrica provocada no músculo.

    A ingestão de creatina num prazo de menor de sete dias é acompanhada por rápidos aumentos da massa muscular. No entanto, esse aumento “mágico” de peso pode ser explicado pela retenção hídrica intracelular. Estudos comprovam essa hipótese, demonstrando que se observa um declínio do volume urinário após o início da suplementação oral de creatina (MUJIKA & PADILLA, 1997).

    A concentração celular de creatina é determinada pela habilidade da célula em assimilar o nutriente a partir do plasma, uma vez que não há síntese muscular da mesma. Sabe-se que a captação da creatina circulante na corrente sanguínea pelo músculo é realizada através de um processo altamente específico, sódio-dependente, saturável e de alta afinidade, capaz de transportar a creatina contra um gradiente de concentração. Para cada 2 moléculas de sódio, 1 molécula de creatina é captada pela célula muscular, através da ação da enzima Na+-K+-ATPase, também conhecida como bomba de sódio-potássio (ONTIVEROS & WALLIMANN, 1998).

    A ingestão de creatina parece exercer uma função no controle de sua síntese, através de um mecanismo de retroalimentação negativa, ou "feed-back" (MUJIKA & PADILLA, 1997).

    Hoje sabemos que o músculo possui um limite de acúmulo de creatina, variando entre 150 e 160 mmol/kg de músculo. Esse fato sugere que a ingestão crônica de creatina promova uma diminuição da síntese de CreaT, a fim de se evitar um armazenamento excessivo de creatina intramuscular. Desta forma, esta regulação "negativa" da CreaT pode ser interpretada como um indesejável efeito adverso da suplementação prolongada de creatina (ONTIVEROS & WALLIMANN, 1998).

    Uma vez dentro da célula, a creatina é fosforilada a fosfocreatina durante o repouso pela enzima creatina quinase. Essa enzima possui as seguintes funções: criar um reservatório energético prontamente disponível; promover um sistema de transporte de energia onde a fosfocreatina seria um carreador de energia; prevenir um aumento do ADP livre intracelular; criar um reservatório de prótons, permitir sinalização para início da glicogenólise no exercício e suprir sítios subcelulares com taxas apropriadas de ATP/ADP (STRYER, 1995).

    Em todas as atividades físicas há quebra de ATP em ADP ou adenosina-difosfato, e é nessa quebra que ha liberação de energia. Apesar das principais fontes para a do ATP serem gorduras e carboidratos, a obtenção de energia a partir destas fontes requer um tempo para reativação de vias metabólicas. Neste intervalo, a regeneração de ATP é totalmente dependente da fosfocreatina (CIDADE, 2003).

    Atletas e freqüentadores de academias utilizam a creatina de várias maneiras diferentes. Em geral, em dados coletados junto aos rótulos do produto, a dose mais utilizada é a etapa de carga que dura cinco dias, sendo utilizado 20 gramas do produto, divididas em 4x5g; após essa etapa de carga, são utilizadas de cinco a dez gramas diárias (SILVA & BRACHT, 2001).

3.2.     Whey Protein

    Pesquisas vêm demonstrando as qualidades nutricionais das proteínas solúveis do soro do leite. Tais proteínas são extraídas da porção aquosa do leite, gerada durante o processo de fabricação do queijo. Durante muito tempo essa parte do leite era dispensada pela indústria de alimentos. A partir da década de 70, os cientistas passaram a estudar as propriedades dessas proteínas. Em 1971, o Dr. Paavo Airola, descreveu-as como parte importante no tratamento e prevenção de flatulências, prisão de ventre e putrefação intestinal (SALZANO JR, 2002).

    A musculatura esquelética perfaz aproximadamente 43% da proteína corporal, ou seja, cerca de 5kg de proteína, principalmente na forma de proteína contrátil ou miofibrilar. Cerca de 120g de aminoácidos livres estão localizados dentro do músculo esquelético, enquanto somente 5g de aminoácidos livres encontra-se na circulação sanguínea (WAGENMAKERS, 1998).

    O homem normal com peso corporal de 70kg contém, aproximadamente, 11kg de proteína e 200-220g de aminoácidos livres, nos quais são, continuamente, cedidos para a síntese protéica e repostos pela degradação das proteínas do organismo (BENYON,1998).

    Os aminoácidos, por serem intermediários no ciclo de Krebs, são utilizados como fonte energética, o que explica a maior necessidade da proteína nos exercícios resistidos. Trata-se de uma mobilização muito parecida com aquela observada no jejum, onde os aminoácidos servem como substrato para a gliconeogênese. No exercício, a gliconeogênese é também gerada pela presença aumentada de alanina que se transforma em piruvato no fígado por transaminação (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003; TARNOPOLSKY et al., 2003).

    Comitês especializados em nutrição recomendam que adultos ingiram cerca de 0,8 e 1,0g/kg de peso/dia (TARNOPOLSKY; MACDOUGALL; ATKINSON, 1988).

    De acordo com a Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva (Campbell et.al., 2007), existe uma necessidade maior de ingestão de proteínas para indivíduos que praticam exercícios físicos, isso porque as proteínas contribuem para o fornecimento de energia em exercícios de endurance, sendo, ainda, necessárias na síntese protéica muscular no pós-exercício. As proteínas servem também como substratos para a síntese de tecido nos atletas de força, sendo de 1,4 a 1,8g/kg de peso as necessidades diárias (CARVALHO, 2003).

    Segundo Powers e Scott (2005, p.466) nos primeiros dias de treinamento, fase de adaptação, a demanda protéica pode ser maior que a quantidade diária recomendada, mas os valores voltam ao normal após a adaptação.

    Whey Protein, proteína de soro de leite, contém quatro porções proteicas: β-lactoglobulina (45-57%), α-lactoalbumina (15-25%), albumina de soro bovino (10%) e imunoglobulinas (10%) (WHITNEY, 1988).

    O leite de vaca contém cerca de 3,25% de proteína, dos quais 80% são as caseínas e o restante (20%) são as do soro (SALZANO JR, 2002).

    As proteínas do soro podem exibir diferenças na sua composição de macronutrientes e micronutrientes, dependendo da forma utilizada para sua obtenção. Cada 100g de concentrado protéico do soro do leite possui, em média, 414kcal, 80g de proteína, 7g de gordura e 8g de carboidratos (SALZANO JR, 2002).

    As proteínas de soro de leite (Whey Protein) possuem grande quantidade de peptídeos, que contem resíduos de aminoácidos e são a forma mais rápida de biodisponibilidade destas proteínas. O Whey Protein possui boa disponibilidade destes aminoácidos, principalmente leucina (REGESTER et. al., 1996).

    Os aminoácidos provenientes do Whey Protein apresentam maior anabolismo protéico em comparação com as proteínas da soja e caseína (TANG & PHILLIPS, 2009).

    O perfil de aminoácidos das proteínas do soro é muito similar ao das proteínas do músculo esquelético, fornecendo quase todos os aminoácidos em proporção similar às do mesmo, classificando-as como um efetivo suplemento anabólico (HÁ & ZEMEL, 2003).

    Os benefícios sobre o ganho de massa muscular estão relacionados ao perfil de aminoácidos, principalmente da leucina (um importante desencadeador da síntese protéica), à rápida absorção intestinal de seus aminoácidos e peptídeos e à sua ação sobre a liberação de hormônios anabólicos, como, por exemplo, a insulina (HARAGUCHI; ABREU; PAULA, 2006).

3.3.     BCAA

    Os aminoácidos de cadeia ramificada – leucina, isoleucina e valina –popularmente conhecidos como ACR ou BCAA, do inglês branched-chain amino acids, são classificados como aminoácidos essenciais ou indispensáveis, e apresentam uma ocorrência em proteínas musculares de aproximadamente 19% (MENDES; LOYOLA; RIOS, 2009).

    A concentração de BCAA também difere em relação ao tipo de fibra muscular, sendo 20-30% maior em fibras de contração lenta, tipo I, em comparação àquelas de contração rápida, tipo IIb (ROGERO; TIRAPEGUI, 2008).

    Por serem essenciais, devem ser adquiridos mediante a dieta diária, porém, ao contrário dos outros aminoácidos indispensáveis, são facilmente encontrados nos alimentos, atingindo 50% do total de aminoácidos essenciais em alimentos fontes (DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007).

    Na nutrição esportiva, entretanto, a suplementação dos BCAAs possui um papel fundamental, se destacando por: participarem da síntese protéica; serem precursores de carbono para a síntese de intermediários do ciclo de Krebs, de corpos cetônicos e de lipídeos; serem precursores de carbonos e nitrogênio para a síntese de glutamato, alanina e glutamina; poderem ser oxidados – leucina e isoleucina – a acetil-CoA e CO2 (DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007).

    Além disso, os BCAAs são pouco oxidados pelo fígado, sendo metabolizados principalmente por tecidos periféricos (especialmente o músculo esquelético). Nos últimos anos se destacam pelo seu potencial ergogênico relacionado à hipótese da fadiga central e a síntese protéica com ênfase em programas de treinamento físico visando à hipertrofia muscular (DE ANGELIS & TIRAPEGUI, 2007).

    Esta hipótese sugere que a ingestão de BCAA antes e durante o exercício poderá beneficiar o desempenho competitivo em provas longas. Interessa assim conhecer qual o fundamento científico para a pressuposta eficácia desta estratégia ergogênica nutritiva e lícita (ARMADA-DA-SILVA & ALVES, 2005).

    Quando a depleção de glicogênio ocorre durante o exercício prolongado, a diminuição da concentração de piruvato muscular não somente limita a contribuição parcial da reação catalisada pela enzima alanina aminotransferase para a anaplerose do ciclo de Krebs, mas também a capacidade da enzima piruvato carboxilase, que fornece oxaloacetato a partir do piruvato oriundo da glicose sanguínea ou do glicogênio muscular. O exercício de endurance até a exaustão provoca a diminuição do conteúdo de glicogênio, diminuição dos intermediários do ciclo de Krebs e, o conseqüente aumento da oxidação de BCAA (DE ANGELIS & TIRAPEGUI, 2007).

    O músculo esquelético humano pode oxidar ao menos seis aminoácidos (leucina, isoleucina, valina, aspartato, glutamato e asparagina), todavia, durante o exercício físico, os BCAAs são preferencialmente oxidados (WAGENMAKERS, 1998 apud ROGERO, TIRAPEGUI, 2008).

    Tem sido estimado que a oxidação de aminoácidos contribui com 3% a 18% do total de energia utilizada durante a realização de um exercício físico prolongado. Durante o exercício ocorre a captação de diversos aminoácidos (predominantemente BCAAs) pelo tecido muscular. Se o exercício é prolongado, verifica-se uma significativa liberação de BCAAs pelo tecido hepático. Além disso, durante o exercício prolongado, não ocorre acúmulo de BCAAs no plasma ou no músculo em contração, o que indica que o músculo ativo é responsável pela remoção e oxidação dos BCAAs (MENDES; LOYOLA; RIOS, 2009).

    Na fibra muscular, os BCAAs são consumidos, gerando intermediários do ciclo de Krebs e fornecendo seu grupo amino ao piruvato, convertendo-o em alanina. O grupo amino dos BCAAs é transaminado com o α-cetoglutarato para formar glutamato, o qual é então transaminado com o piruvato – oriundo da via glicolítica – para formar alanina; ou aminado por meio da reação catalisada pela enzima glutamina sintetase, para formar glutamina. Este processo, de síntese de alanina, é predominante em exercícios intensos. Em exercícios moderados os BCAAs entram na mitocôndria e cedem seus grupamentos amínicos para a síntese de glutamina, sendo que esses processos acima citados ocorrem paralelamente à diminuição do conteúdo de glicogênio muscular (MENDES; LOYOLA; RIOS, 2009).

    Tanto o aumento da disponibilidade de aminoácidos quanto o exercício de força diretamente aumentam a síntese de proteínas no músculo esquelético. Os BCAAs têm efeitos anabólicos sobre o metabolismo protéico por meio do aumento da síntese protéica e diminuição da taxa de degradação protéica em estudos com músculo esquelético humano em repouso. Durante a recuperação a partir do exercício, os BCAAs também apresentam efeitos anabólicos sobre o músculo esquelético em humanos (DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007).

    A leucina exerce os seus efeitos em nível póstranscricional e mais comumente durante a fase de iniciação da tradução do RNA-mensageiro em proteína. (ROGERO; TIRAPEGUI, 2008)

3.4.     Maltodextrina

    Os carboidratos são divididos em três categorias principais: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Como exemplos de monossacarídeos pode-se citar a glicose e a frutose; como dissacarídeos, a sacarose, maltose e lactose; e no grupo dos polissacarídeos destacam-se os carboidratos complexos, que incluem os polímeros de glicose como a maltodetrina (SACKHEIM; LEHMAN, 2001).

    A maltodextrina é um polímero de glicose comumente usada em bebidas esportivas, onde são preparados comercialmente por meio da hidrólise controlada do amido. A concentração de polímeros de glicose varia de 5% a 20% embora concentrações mais fracas ou mais fortes possam ser feitas a partir da forma em pó (WILLIAMS, 2005).

    Segundo Carvalho (2003) o exercício prolongado reduz bastante o nível de glicogênio muscular, exigindo atenção na sua reposição. Quanto mais intenso for o exercício, maior será a participação dos carboidratos como fornecedores de energia.

    Com a continuação do exercício diminuem as reservas musculares de glicogênio e a glicose sanguínea passa a constituir o principal fornecedor de energia derivada dos carboidratos. Paralelamente a produção de glicose pelo fígado não consegue acompanhar a velocidade de utilização da glicose pelo músculo e a concentração sanguínea diminui (POWERS; HOWLEY, 2005). 

4.     Conclusão

    A maioria dos estudos referentes aos suplementos citados mostra que os mesmos podem auxiliar em várias situações como: ganho de força, hipertrofia, resistência, etc. Os resultados obtidos com os suplementos fez com que se tornassem muito populares, principalmente nas academias, o que em várias situações acabou se transformando em um consumo desorientado e desregulado. Nas academias regularmente encontrarmos pessoas que, em busca de um corpo perfeito, utilizam vários suplementos sem saber nem mesmo para que servem. Não raramente presenciarmos indivíduos que não se separam dos seus shakes, independente de qual é o objetivo do seu treino.

    A creatina talvez seja o suplemento mais utilizado, o aumento do volume muscular e do rendimento atrai muitos consumidores, de iniciantes na academia até atletas. Mas conforme mostram os estudos é necessário tomar cuidado com a quantidade e o período de consumo, pois se utilizada de maneira crônica pode causar uma regulação negativa da CreaT. As pesquisas mostram também que o aumento do volume muscular, muito desejado por freqüentadores de academias, acontece rapidamente após o inicio da suplementação, mas isso não significa que houve um real ganho muscular e sim uma maior retenção hídrica, o que explica o inchaço. Por outro lado, a melhora do rendimento em atividades intensas de curta duração acontece e é explicada pela transferência do grupo fosfato da creatina, que é utilizado para a resintese de ATP, possibilitando assim a continuidade do exercício.

    As proteínas do soro do leite alem de serem muito similares as proteínas do músculo esquelético, sendo ideais para a reposição, parecem possuir um anabolismo protéico superior as proteínas da soja e caseína e possuem também uma absorção rápida, fatores que contribuem para o sucesso do Whey Protein nas academias. Não é novidade que os aminoácidos são utilizados no ciclo de Krebs, e isso explica a maior necessidade das proteínas, principalmente em exercícios resistidos. Mas a maior parte dos usuários nas academias utiliza esse suplemento com o objetivo de aumentar a massa muscular, sendo ai as proteínas fundamentais, segundo os autores, como substrato para a construção do tecido muscular, no período de repouso.

    Os BCAAs são aminoácidos essências, ou seja, não são sintetizados pelo organismo, mas são facilmente encontrados nos alimentos. Isso torna a necessidade de suplementação, em muitas situações, duvidosa. Os benefícios são vários, inclusive com papel importante na síntese de intermediários para o ciclo de Krebs.

    Como vimos existe a também possibilidade destes aminoácidos auxiliarem nas atividades aeróbias, contribuindo com 3% a 18% da energia utilizada. Nos exercícios de força aumentam a síntese de proteínas no músculo esquelético. Na recuperação parecem apresentar efeitos anabólicos sobre o músculo. A soma de fatores torna o suplemento válido, desde que bem utilizado.

    A maltodextrina é muito utilizada nas academias, trata-se de um polímero de glicose, que tem por objetivo repor a energia utilizada durante o exercício. Diferente da dextrose, a maltodexrina é um carboidrato complexo, que devido ao tamanho de sua molécula é digerido, absorvido lentamente.

    É, como os outros, um suplemento muito útil se utilizado corretamente, já que em atividades intensas o produção de glicose pelo fígado não acompanha a demanda necessária no exercício (POWERS; HOWLEY, 2005). 

Referências bibliográficas

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