Políticas públicas do Brasil na atenção ao idoso diabético Políticas públicas en Brasil para la atención de la persona mayor diabética |
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*Acadêmico de Enfermagem. UNIMONTES **Pedagoga. Mestre em Educação. Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES (Brasil) |
Leandro Mendes Pinheiro da Silva* Rose Mary Ribeiro** |
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Resumo O Diabetes Mellitus tipo II é parte da chamada síndrome plurimetabólica ou de resistência à insulina e ocorre em 90% dos pacientes diabéticos. Denomina-se resistência à insulina o estado no qual ocorre menor captação de glicose por tecidos periféricos (especialmente muscular e hepático), em resposta à ação da insulina. O presente trabalho é uma revisão de literatura sobre a atenção em saúde prestada aos idosos diabéticos. Nessa pesquisa a pretensão é evidenciar resultados e discuti-los. Para tanto foram utilizados como descritores: saúde do idoso, políticas públicas de saúde e diabetes mellitus, na mesma sequencia que se apresenta e por meio do operador booleano and. O SUS ainda é para todos de forma que qualquer cidadão brasileiro deve ter livre acesso a suas políticas de promoção de saúde, atentando para os grupos mais vulneráveis também na prevenção e controle. Quando a Unidade de Saúde é equipada e adequada as ações em saúde para o idoso devem ser realizadas nas proximidades de seu domicílio. As políticas públicas somente não são suficientes para atender as necessidades da população idosa, mas que as desigualdades sociais devem ser lembradas nas hora de aplicar as ações que além de reduzir a mortalidade dêem melhor condição de vida ao adulto e ao idoso. Os profissionais de saúde não estão preparados para lidar com a mudança demográfica ao redor de seu serviço. Unitermos: Saúde do idoso. Políticas públicas. Diabetes mellitus.
Abstract Diabetes Mellitus type II is part of the so-called metabolic syndrome or insulin resistance occurs in 90% of diabetic patients. It is called insulin resistance state in which there is less glucose uptake by peripheral tissues (especially muscle and liver) in response to insulin. The present work is a literature review on the health care provided to elderly diabetics. In this research the intention is to show results and discuss them. For both were used as descriptors: elderly health, public health policies and diabetes mellitus, in the same sequence that presents itself and through the Boolean operator AND. The SUS is still for everyone so any Brazilian citizen should have free access to their health promotion policies, noting also the most vulnerable groups in prevention and control. When the Health Unit is equipped and adequate health actions for the elderly should be held near his home. Public policies alone are not sufficient to meet the needs of the elderly population, but that social inequalities should be remembered in time to implement actions that reduce mortality besides giving better life to adult and elderly. Health professionals are not prepared to deal with demographic change around their service. Keywords: Aging health. Public policy. Diabetes Mellitus.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Segundo Miranzi et al (2008), as causas de morte por doença no Brasil mudaram em sua prevalência e incidência. Como a população tem atingido idades mais avançadas as doenças crônicas estão em alta nos índices de óbitos. As dificuldades, inaptidões e demências deixaram de ser preocupação para o brasileiro ter longevidade. A Hipertensão arterial e o Diabetes Mellitus são comuns e exigem do portador mudança no estilo de vida. E as alterações causadas têm importância para as complicações patológicas e devem ser bem explicadas.
Segundo Souza, Morais, Barth (2006) tem se notado que as doenças crônicas não-transmissíveis têm aumentado em detrimento das infecto-contagiosas. Sendo a população idosa a mais afetada com hipertensão, diabetes e doenças osteomusculares a atenção à saúde deve ser feita inovando o atendimento pensando até em cuidados gerontológicos domiciliares.
O Diabetes Mellitus é uma doença crônica, uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. As conseqüências do DM, a longo prazo, incluem disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sangüíneos.
Para Kalache (2008), com o envelhecimento da população a busca por produtos e serviços ideais a essa faixa etária movimenta a pesquisa e inovação tecnológica. Contudo os Sistemas de Saúde brasileiros não contemplam o todo de acesso, pois programas e políticas pensadas a curto prazo tem dificultado a implantação de novidades e contribuído para a incoerência na distribuição de serviços de saúde. Deixando a necessidade de novas abordagens que contemplem esse desafio de educar em saúde o provedor e o receptor de assistência. Uma nova política que além de garantir melhor expectativa de vida, economia de recursos pode gerar controle e ciência do gestor das morbidades e mortalidades.
Para Moreira et al (2005), a população idosa passa a ter atenção maior na questão da saúde pela quantidade que expressa influenciando na atenção a saúde nos aspectos sócio-demográficos, capacidade funcional do indivíduo e auto-avaliação da saúde, aspectos comportamentais/ culturais, tipo de serviço oferecido, localização do serviço de saúde, infra-estrutura, distribuição de recursos dentre outros.
Souza, Morais, Barth (2006) relatou que em pesquisa pouco dos idosos freqüentavam as reuniões destinadas ao público hipertenso e diabético (HIPERDIA), idoso ou não. E conclui que a inacessibilidade, o desconhecimento, o desinteresse e algumas dificuldades pessoais impedem essas pessoas de reunir-se com o grupo na presença de profissionais.
Zallune (2008) diz, o SUS ainda é para todos de forma que qualquer cidadão brasileiro deve ter livre acesso a suas políticas de promoção de saúde, atentando para os grupos mais vulneráveis também na prevenção e controle. Poucos são os idosos que frequentam grupos de discussão e esses relataram poucas ações de intervenção educativa nos serviços. Assim os profissionais estão perdendo a oportunidade de disseminar meios saudáveis para os hábitos de vida desses idosos, enquanto a Educação em Saúde deveria ser intensa e constante.
Lima-Costa, Matos, Camarato (2006) diz que as políticas públicas somente não são suficientes para atender as necessidades da população idosa, mas que as desigualdades sociais devem ser lembradas nas hora de aplicar as ações que além de reduzir a mortalidade dêem melhor condição de vida ao adulto e ao idoso.
Segundo Piccini et al (2006) o Estatuto do Idoso, lei n° 10.741 de 1° de Outubro de 2003 descreve cuidados à velhice objetivando a manutenção da saúde deste grupo. Algumas ações são baseadas em cadastramento adequado, atenção domiciliar inclusive em internações domiciliares em zona rural ou urbana, além de tratamento medicamentoso gratuito e todos os recursos necessários à habilitação e reabilitação.
Para Xavier et al (2008) a ESF está encarregada de planejar ações positivas para qualidade de vida da população de abrangência conscientizando sujeitos ativos nas ações interdisciplinares para abordagem integral à família. Na sua formação o ESF preocupou-se com a saúde do idoso na metodologia assistencial aplicada no Canadá, aprofundando a equipe na necessidade da sua gestão. Ao favorecer a participação social e formulação de políticas públicas favorece o vínculo da população com a equipe profissional refletindo na resposta aos tratamentos. “A ESF deve estar preparada para atender aos novos objetivos em saúde: mudanças de atitude, mudanças de comportamento, aderência crônica aos tratamentos e inclusão social (XAVIER et al, 2008).”
Souza, Morais, Barth (2006) salienta a importância das informações e experiências gerada em grupos de reflexão e atividades de Educação em Saúde. Assim o idoso elabora suas questões, as expõe e discute de forma colaborativa com um grupo os sentimentos senis. Não bastando só avançar em idade, mas destacando que o ser humano aprende sempre em qualquer fase da vida, é possível mudar e para melhor.
Então o Diabetes apresenta-se como uma provável gravidade e dependência dos serviços de saúde do diagnostico à terapêutica por estar presente em grande parte das pessoas em velhice avançada. É possível que haja desigualdade no acesso a serviços primários de saúde pela quantidade de internações hospitalares que acontecem com urgência no caso dos idosos.
Quando a Unidade de Saúde é equipada e adequada as ações em saúde para o idoso devem ser realizadas nas proximidades de seu domicílio. Quando há igualdade na assistência de idosos de diversas classes sociais se pode manter ou resgatar a autonomia desse público. As diferentes histórias sócio-econômicas no Brasil evidenciam a necessidade de planejamento de ações em saúde diferenciado a cada localidade. Devem-se aumentar os auxílios em reais (alimentação, transporte, assistência médica, serviços de orientação e atividades sócio-culturais) destinados aos idosos, mas que tudo seja feito debaixo do financiamento e fiscalização do Estado, cumprindo medidas básicas de segurança e dignidade.
Método
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica desenvolvida durante uma revisão de literatura para confecção do trabalho de conclusão de curso do autor. Ao decorrer da busca pelos periódicos e artigos sobre o tema relacionado foi feito um banco e dados com os artigos que comporiam o trabalho. A partir da conferencia dos descritores no DECS foram levados a Biblioteca Virtual de Saúde sob o operador booleano “and”. Como bases foram selecionadas a Scielo, Medilyne, Redalyc. Foram encontrados 15 trabalhos, desses excluíram-se os estrangeiros, os anteriores a 2006, os de base diferente das citadas, os incompletos e os que desviaram o assunto ou ficaram obsoletos restando assim 9 autores que foram lidos analisados de forma exaustiva até que se conseguisse montar este trabalho. A pesquisa teve objetivo discorrer sobre as políticas públicas no Brasil para especialmente o público idoso e diabético. Souza et al, 2010 defende que a pesquisa bibliográfica é uma das melhores formas de iniciar um estudo, buscando-se semelhanças e diferenças entre os artigos levantados nos documentos de referência. A compilação de informações em meios eletrônicos é um grande avanço para os pesquisadores, democratizando o acesso e proporcionando atualização frequente. O propósito geral de uma revisão de literatura de pesquisa é reunir conhecimentos sobre um tópico, ajudando nas fundações de um estudo significativo para enfermagem. Esta tarefa é crucial para os pesquisadores.
Resultados e discussão
Louvison et al (2008) afirma que o Estado em seu papel de mantenedor do bem estar e de administrador na regulação social deve agir com seu poder na holística do idoso considerando que a população tem envelhecido e carece de suporte tecnológico próprio para a intervenção no caso de agravos, fortalecendo atenção primária.
Lima-Costa, Matos, Camarato (2006) diz que o envelhecimento da população e sua co-relação com as desigualdades sociais são pontos de importantes discussões políticas. Há indícios de que no Brasil as condições socioeconômicas da população idosa tem interferido na saúde. Pesquisas como a ressaltaram que a população idosa de baixa renda frequentam menos os serviços de saúde contribuindo para sua pior condição de saúde.
Para Piccini et al (2006) criar um serviço de saúde para idosos requer uma estruturação muito própria a suas necessidades, um local que facilite seu acesso, com profissionais capacitados em elaborar protocolos e ações específicas. É ainda uma carência das redes de assistência social prestado pelo Sistema Único de Saúde- SUS.
O Estatuto do Idoso, lei n° 10.741 de 1° de Outubro de 2003, prescreve diretrizes para o cuidado, com objetivos de prevenção e manutenção da saúde deste grupo populacional, incluindo ações de: Cadastramento da população idosa em base territorial. Atendimento domiciliar incluindo a internação para o idoso que precisar e estiver impossibilitado de se locomover, inclusive para aqueles abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público nos meios urbano e rural. Fornecimento gratuito, pelo Poder Público, de medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. (PICCINI et al, 2006 p.557-567)
Lima-Costa, Matos, Camarato (2006) diz, as desigualdades sociais vêm aumentando nos países em desenvolvimento, sendo o Brasil um dos mais elevados em grau de desigualdade. Com isso sofre mais a população que se encontra em evidência, assim os idosos (pessoas com mais de 65 anos) são grande parte da população mundial (476 milhões) servindo de termômetro.
Para Piccini et al (2006) o PSF na presença de seus profissionais representa o mediador de equidade para que se tenha acesso aos serviços as populações que realmente necessitem da assistência naquele momento. No entanto atenção básica no seu papal de universal precisa de iniciativas novas. É possível inovar melhorando a qualidade do serviço e o seu acesso.
Conclusão
Concluímos através dessa pesquisa que é possível formular políticas coerentes que superem a desigualdade dos modelos de assistência, garantindo que todos os idoso tenham acesso aos serviços, profissionais com equipamento e qualificação próprios para atender. Além de criar programas com flexibilidade à inovação quando desfavoráveis ao local de aplicação tanto quanto avaliação das ações e profissionais.
É necessário pesquisas que caracterizem a atual população idosa, onde haja a formação de subsídios para a atuação profissional nas Unidades de Saúde da Família. É preciso compreender as relações do aumento da idade com as patologias para que os recursos utensílios e manutenção à saúde sejam garantidos.
As desigualdades socioeconômicas indicam diferentes tempos e formas de adoecer e diferentes necessidades e capacidades de procurar e usar serviços de saúde. As pessoas que não têm seguro privado não se internam muito para tratamentos, justamente por não ter acesso a esse tipo de serviço na rede pública como necessitam. Há no Brasil a inópia de serviços de saúde voltados para a população idosa que abranja todas as suas formas de cuidado estabelecendo uma rede de atenção ao idoso.
Os profissionais de saúde não estão preparados para lidar com a mudança demográfica ao redor de seu serviço. Assim é interessante a capacitação e profissionais criando centros de referência e geriatria e gerontologia. Mas demanda recurso que partem de políticas públicas, que devem ser atuais, sabendo que a população vai cada vez ficando mais velha a sociedade deve-se preparar para envelhecer com qualidade.
Referências bibliográficas
CHAIMOWICZ. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas 1997 Rev. Saúde Pública: A saúde dos idosos brasileiros. p. 194-200.
KALACHE. O mundo envelhece: é imperativo criar um pacto de solidariedade social, 2008. Revista Ciência & Saúde Coletiva p. 1107-1111.
LIMA-COSTA; MATOS; CAMARANO. Evolução das desigualdades sociais em saúde entre idosos e adultos brasileiros: um estudo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 1998, 2003) 2006. Ciência & Saúde Coletiva, p.941-950.
LOUVISON et al. Desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde entre idosos do município de São Paulo Rev. Saúde Pública. 2008 p. 733-740
MIRANZI et al. Qualidade de vida de indivíduos com Diabetes Mellitus e Hipertensão acompanhados por uma equipe de Saúde da Família, 2008. REV. Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis, Out- Dez.
MOREIRA et al. A saúde bucal do idoso brasileiro: revisão sistemática sobre o quadro epidemiológico e acesso aos serviços de saúde bucal p. 1665-1675. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro- RJ, Nov- Dez, 2005.
PICCINI et al. Necessidades de saúde comuns aos idosos: efetividade na oferta e utilização em atenção básica à saúde 2006. Ciência & Saúde Coletiva, p.557-567.
SOUZA; MORAIS; BARTH. Características demográficas, socioeconômicas e situação de saúde de Idosos de um Programa de Saúde da Família de Porto Alegre, Brasil. 2006. Rev. Latino-americana de Enfermagem. Novembro-Dezembro.
XAVIER et al. Tempo de adesão à Estratégia de Saúde da Família protege idosos de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares em Florianópolis, 2003 a 2007. 2008, Ciência & Saúde Coletiva, p. 1543-1551.
ZALLUNE et al. Hipertensão arterial em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas, São Paulo, Brasil, 2006. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro- RJ, Fevereiro. p. 285-294
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