efdeportes.com

O idoso e a exposição a riscos que interferem na
sua saúde: ambientes hospitalares e domiciliares

La persona mayor y la exposición a riesgos que interfieren en su salud: ambientes hospitalarios y domiciliarios

 

* MBA em Gestão Hospitalar e Gestão da Qualidade, Professor do curso de Graduação

em Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros, Faculdades Unidas

do Norte de Minas e Faculdade Santo Agostinho

** Graduandos em Enfermagem da Faculdade Santo Agostinho

*** Especialista em Acupuntura, Professora do curso de Graduação

em Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros

**** Mestre em Enfermagem pela UNIFESP. Professora dos cursos de Enfermagem

da Universidade Estadual de Montes Claros e Faculdade Santo Agostinho

***** Docente das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, Fip-Moc

(Brasil)

Frederico Marques Andrade*

Carlos Eduardo dos Santos Filho**

Kellen Cristina de Oliveira**

Tereza Cristina Silva Bretas***

Carla Silvana Oliveira e Silva****

Lanuza Borges Oliveira*****

Igor Monteiro Lima Martins*****

Maria Aparecida Fontes Freire*****

fredymarques@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo, revisão integrativa de literatura, teve como objetivo identificar os principais riscos a que os idosos são acometidos no ambiente domiciliar e hospitalar. Foram utilizados 10 artigos através de incursões sistemáticas nas bases de dados indexados: da Biblioteca Virtual da Saúde – BVS nas fontes: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Base de Dados da Enfermagem (BDENF). Os dados coletados possibilitaram identificar que o risco prevalente foi relacionado ao risco de quedas, o que demonstra a importância de estabelecer ações de atenção para promoção da saúde dessa parcela da população. Nesse sentido, acreditamos na necessidade da adoção de medidas individuais e coletivas para promover as condições de saúde dos mesmos. No que se refere à prevenção de quedas em idosos que vivem na comunidade a adoção de ação educativa é uma estratégia a ser considerada.

          Unitermos: Idoso. Enfemagem. Risco.

 

Abstract

          This study, integrative of literature review, it had as purpose to identify the main risks that the elderlies are suffered in the home and hospital environment. It was used 10 articles through systematic incursions in the bases of data indexed: by Virtual of the Health Library- VHL in the sources: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), “Literatura Internacional em Ciências da Saúde” (MEDLINE), “Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde” (LILACS) e “Base de Dados da Enfermagem” (BDENF). The data collections were possible to identify that prevalent risk was related to risk fall, which shows the importance to establish attention actions to promotion of health in this population’s part. In this meaning we believe in the needs of the adoption of individuals and collective measures to promote conditions of health for them. In respect to elderlies’ fall prevention that live in the community the educative adoption is a strategy to be considered.

          Unitermos: Elderly. Nursing. Risk.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    De acordo com os autores Araújo e Ceolim (2007), o idoso é classificado como uma pessoa de terceira idade, em países desenvolvidos a partir dos 65 anos, e em países em desenvolvimento com mais de 60 anos de idade. A pessoa idosa tem habilidades regenerativas limitadas, mudanças físicas e emocionais que os expõe a perigos prejudicando sua qualidade de vida.

    O envelhecimento determina mudanças previsíveis em praticamente todos os órgãos e sistemas, modifica a estrutura física, composição corporal e funcionamento orgânico; é um processo biológico natural que é iniciado durante os primeiros anos que sucedem o início da fase adulta.

    Dessa forma, segundo Silva e colaboradores (2007), o idoso fica susceptível a alterações que vão refletir diretamente no modo de vida desse idoso tendo como consequência instabilidades que predispõem essa população a diversos tipos de riscos. Esses riscos podem ser classificados como, riscos intrínsecos que são problemas inerentes à saúde do indivíduo, como uso inadequado de muitos medicamentos, problemas visuais, doença de Parkinson, dores pelo corpo, incontinência urinária entre outras. E, ainda riscos extrínsecos, que podem ser modificáveis no ambiente ou nos hábitos como andar com calçado com salto alto, usar sola escorregadia, tapetes escorregadios, iluminação inadequada nos ambientes de transição, chão encerado, escadas sem corrimão, vasos sanitários, camas, cadeiras muito altas ou baixas, sedentarismo ou prática de atividades físicas como corrida. Esses riscos podem levar assim, às quedas que normalmente ocorrem no próprio ambiente físico domiciliar, nos exercícios da atividade diária.

    Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009) a queda é um dos principais eventos que acomete o idoso, pode sinalizar o início de fragilidade ou indicar doenças agudas, que apresentam custo social, econômico e psicológico enormes, aumentando a dependência e a institucionalização. Ainda, segundo o Ministério da Saúde a distribuição das causas difere entre idosos institucionalizados e os não-institucionalizados, sendo que os riscos dependem da frequência de exposição ao ambiente inseguro e do estado funcional do idoso. As quedas entre os moradores institucionalizados e não institucionalizados decorrem de distúrbios de marcha, equilíbrio, vertigem e confusão mental, e têm grande impacto na vida do idoso, representando também alterações psicossociais da vida diária e física do idoso. O idoso que vivencia uma queda tem como consequência uma baixa na autoconfiança, desenvolve um sentimento de culpa, culpando a si mesmo pela queda, e quando cai novamente esse sentimento se intensifica. Tem medo de machucar-se e medo de ser hospitalizado. No âmbito físico há, também a perda do desempenho funcional, fraqueza, muscular e instabilidade, postural.

    Sabe-se que, à medida que o ser humano envelhece muitas tarefas do cotidiano, consideradas banais e, portanto, de fácil execução, vão cautelosamente e muitas vezes de forma imperceptível, tornando-se cada vez mais difíceis de serem realizadas, até que o indivíduo percebe que já depende de outra pessoa para tomar um banho, por exemplo. A mudança de um idoso de sua casa para determinada instituição tem um grande potencial para produzir danos como: depressão, confusão, perda do contato com a realidade, despersonalização e um senso de isolamento e separação da sociedade (CEOLIM, 2007).

    A avaliação da capacidade funcional é relevante em Gerontologia, como indicativo de qualidade de vida do idoso. O desempenho das atividades de vida diária (AVD) é considerado um parâmetro aceito e legítimo para firmar essa avaliação, sendo utilizado pelos profissionais da área de saúde, e de extrema valia para o enfermeiro, para avaliar graus de dependência de seus clientes.

    Pode-se entender avaliação funcional, dentro de uma função específica, como sendo a avaliação da capacidade de autocuidado e de atendimento às necessidades básicas diárias, ou seja, do desempenho das AVD. O envelhecimento não está vinculado unicamente à quantidade de anos que o indivíduo viveu, mas também à perda de suas funções orgânicas. Não menos importante do que tudo isso, é entendermos que a maior parte dessas alterações está estreitamente relacionada ao modo de como este tempo foi vivido. Ambientes inadequados contribuem para diminuição da capacidade funcional do idoso. É necessário avaliar a possibilidade de introduzir modificações que possam tornar a casa mais conveniente às suas limitações, procurando garantir-lhe o máximo de independência possível. É preciso oferecer capacidade ao idoso para executar atividades que lhe permitem cuidar de si próprio e viver independentemente em seu meio. É medida por meio de instrumentos que avaliam a capacidade do paciente para executar as AVD (CEOLIM, 2007).

    Diante do que foi exposto acima, justifica-se o aprimoramento dos conhecimentos através da busca em produções científicas com vista em que, segundo Araújo e Ceolim (2007): todos estes fatores devem ser analisados por uma equipe multidisciplinar, sobretudo pelos familiares, no intuito de devolver ao idoso a autoconfiança. E, ainda segundo Reis e Ceolim (2007), no Brasil a escassez de programas sociais e de saúde voltados, tanto para a promoção da independência, como para a manutenção do idoso dependente no seu domicílio levam, em muitos casos a internação precoce em instituições de longa permanência como casas de repouso e asilos, que deveriam ser utilizados como última alternativa por anciãos muito frágeis e dependentes que não pudessem ser mantidos em seus lares. Para tanto, recorre-se a seguinte indagação: O que os artigos em enfermagem geriátrica descrevem sobre os riscos a que os idosos são acometidos?

    Sendo assim, temos como objetivo geral sintetizar os resultados encontrados nos estudos científicos sobre os principais riscos a que os idosos são acometidos no ambiente domiciliar e no hospitalar. E como objetivo específico analisar descritivamente através de uma revisão integrativa os resultados das pesquisas produzidas para contribuição da melhoria da qualidade da assistência.

Metodologia

    Este artigo fundamenta-se em uma revisão integrativa da literatura acerca dos riscos a que os idosos são acometidos e para a execução, opta-se por um método descritivo, exploratório, de revisão integrativa de literatura. De acordo com Mendes e colaboradores (2008), a revisão integrativa possibilita a análise de relevantes temas de pesquisas com base em produções já realizadas que orientam as decisões e qualificam a prática clínica através de sínteses direcionadas a determinado assunto, proporcionando um saber crítico.

    De acordo com Souza et al (2010) a revisão integrativa é uma ampla proposta de abordagem metodológica que abrange estudos que foram experimentados e aqueles que ainda não passaram pelo experimento, proporcionando uma completa representação da realidade. Na operacionalização dessa revisão, utilizamos as seguintes etapas: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa, estabelecimento de critérios de estudos/amostragem ou busca na literatura, definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos estudos, avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa, interpretação dos resultados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

    O levantamento bibliográfico foi realizado através de incursões sistemáticas nas bases de dados indexados: da Biblioteca Virtual da Saúde – BVS nas fontes: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Base de Dados da Enfermagem (BDENF). Para o levantamento dos artigos, utilizamos as palavras-chave: idosos, saúde do idoso, riscos. Realizamos o agrupamento das palavras-chave da seguinte forma: “saúde do idoso, risco do idoso”

    Os critérios utilizados para a seleção da amostra foram: artigos que abordem a temática dos riscos em idosos, dentro de todas as áreas de interesse da enfermagem; periódicos indexados nos bancos de dados; LILACS, BDENF, SCIELO e MEDLINE; artigos publicados entre os anos de 2000 e 2011, artigos em português e independente do método de pesquisa utilizado. Foi desenvolvido um formulário de coleta de dados.

    A análise e síntese dos dados foram realizadas após tradução e leitura dos artigos, possibilitando o detalhamento de cada estudo, sendo organizados por planilhas , no programa Microsoft Excel 2007, de acordo com a caracterização do sujeito da pesquisa, ano de publicação, metodologia e estado de realização da pesquisa.

    Os resultados foram apresentados na forma descritiva, em duas etapas. A primeira consistiu da descrição dos dados de identificação das publicações (ano, metodologia e estado de realização da pesquisa) e a segunda foi a descrição de quais riscos a que os idosos são acometidos. Para tanto, os resultados foram agrupados em três categorias: principais riscos a que os idosos são acometidos, atuação do enfermeiro/enfermagem e cuidados de enfermagem.

Resultados e discussão

    A amostra desta revisão integrativa totalizou 10 artigos dos quais: (10%) de 2000, (10%) de 2003, 1 (10%) de 2004, 1 (10%) de 2005, 1 (10%) de 2006, 1 (10%) de 2007, 1 (10%) de 2008, 1 (10%) de 2010, 1 (10%) de 2011. O desenvolvimento das pesquisas predominou em primeiro lugar, no estado de São Paulo sendo que: 1 (10%) foi estudo retrospectivo, 1 (10%) exploratório transversal com análise quantitativa e qualitativa e 1 (10%) descritivo avaliativo. Em segundo lugar no estado do Rio de Janeiro/Niterói, 1(10%) foi estudo quantitativo prospectivo, 1 (10%) quantitativo exploratório,em terceiro lugar, os estados de fortaleza-CE, com 1 (10%) estudo de caso, Boston com 1 (10%) análise retrospectiva, Ceará e Goiana-GO com 2 (20%) estudo exploratório transversal, Rio Grande do Sul/Ijuí com 1 (10%) estudo quantitativo.

Tabela 1. Estudos selecionados por título, ano de publicação, metodologia e estado de realização da pesquisa -2000 a 2011

    Dos 10 artigos 3(30%) foram relacionados ao risco de queda,devido ao grande problema de saúde pública relacionado a inúmeros fatores intrínsecos com extrínsecos, segundo os autores Marin et al (2004). Chama a atenção o fato de que as quedas possam ser marcadores para surgimento de outros problemas, não podendo, portanto, serem vistas de forma independente ou isolada, mas sim, como um sintoma que deve ser sempre investigado. Isso porque as pessoas envelhecidas, mesmo as que não possuem doenças, debilitam-se paulatinamente devido às alterações fisiológicas que acontecem com o avanço da idade e limitam as funções do organismo, tornando-as cada vez mais predispostas à dependência para a realização do autocuidado, à perda da autonomia e da qualidade de vida.

    Segundo o estudo, 2(20%) dos artigos foram relacionados a risco de infecção, devido ao fato do idoso ter a pele atrófica, desidratada, e pouco vascularizada. Na velhice, ocorrem mudanças estruturais no sistema tegumentar caracterizadas pelo achatamento da articulação dermo-epidérmica, variação no tamanho das células epiteliais, forma e corante das células basais, menores números de células e melanócitos (FREITAS; MENDES, 2006). 1(10%) relacionado a risco para perda da mobilidade nos idosos, devido ao envelhecimento elevar a ocorrência de incapacidade.

    É notório que, a medida que se envelhece aumenta-se a prevalência de doenças crônicas, que levam à maior parte da ocorrência de incapacidade nos idosos. A assistência ao idoso deve prezar pela manutenção da qualidade de vida, considerando os processos de perdas próprias do envelhecimento e as possibilidades de prevenção, manutenção e reabilitação de seu estado de saúde (ARAUJO; BACHION, 2005).

    Tem-se ainda 1(10%) dos artigos relacionados a risco para trauma, risco para violência direcionada a si mesmo. Devido ao sentimento de pesar disfuncional e déficit de atividade de recreação o idoso pode tornar-se depressivo pelas razões expostas, mas também porque é neste período da vida que sofre as maiores perdas como: morte de amigos e familiares, distanciamento dos filhos, perda de status e de papel social. Por outro lado, corre o risco de desenvolver outros quadros, desencadeados pelas mesmas causas (TEIXEIRA; FERNANDES, 2003).

    Dos artigos estudados, ainda 1(10%) está relacionado ao risco de fragilização, devido à ocorrência de síndrome por idosos. As consequências fisiológicas e patológicas do envelhecimento, quando negligenciadas contribuem sobremaneira para o aparecimento das grandes síndromes geriátricas, ou seja, os "5 is" da geriatria: Instabilidade Postural, Incontinência Urinária, Insuficiência Cerebral, Iatrogenia e Isolamento Social (SOUZA et al, 2010). 1(10%) está relacionado a risco de integridade, memória e dentição prejudicada, devido ao processo fisiológico do envelhecimento no qual há modificações morfológicas, bioquímicas, e psicológicas. Torna-se importante recorrer à visão do envelhecimento numa abordagem global às pessoas idosas, entendendo-o como um processo inelutável caracterizado por um conjunto complexo de fatores fisiológicos, psicológicos e sociais específicos de cada indivíduo.

    Assim, certos idosos estão mais envelhecidos, outros parecem mais jovens e há ainda os que sentem não ter qualquer utilidade, afirmando a complexa heterogeneidade da velhice (SOUZA et al, 2008). 1(10%) dos estudos está relacionado a risco de médio a alto de internação hospitalar, devido ao fato do idoso apresentar peculiaridades distintas das demais faixas etárias. Segundo Berlezi et al (2011).

    Os idosos consomem mais dos serviços de saúde, suas taxas de internação são bem mais elevadas e o tempo médio de ocupação do leito é muito maior quando comparados a qualquer outro grupo etário. A falta de serviços domiciliares e/ou ambulatoriais faz com que o primeiro atendimento ocorra em estágio avançado, no hospital, aumentando os custos e diminuindo as chances de prognóstico favorável. Em outras palavras, consomem-se mais recursos do que seria preciso, elevam-se os custos, sem que, necessariamente, se obtenham os resultados esperados em termos de recuperação da saúde e melhoria da qualidade de vida.

Atuação da enfermagem

    Observa-se que 7(70%) dos artigos detectaram que a atuação do enfermeiro seria implementar medidas educativas práticas que podem minimizar a ocorrência de acidentes em idosos. Segundo os autores Costa et al (2010), os acidentes entre pessoas idosas são eventos preocupantes em razão da maior vulnerabilidade desta parcela da população, resultando em comprometimento de gravidade variável. Vários fatores são reconhecidamente provocadores de acidentes: de um lado, destacam-se aqueles relacionados às condições físicas e psicológicas dos próprios idosos; de outro, aqueles ligados às condições presentes no meio físico, social e cultural em que eles vivem. Destacam-se entre esses fatores o decréscimo da força física; a falta de atenção e de concentração; alterações na visão e na audição; movimentos mais vagarosos e reações mais lentas, marcando o início de uma vida dependente de terceiros e propensa a quedas e outros acidentes.

    Recomendam-se como práticas preventivas: alimentação saudável, exercícios físicos, cama com altura adequada, interruptores de luz próximos da cama, pisos antiderrapantes e tapetes fixos no chão, barras de apoio no banheiro, degraus substituídos por rampas, escadas com corrimão e proteção antiderrapante, móveis de fácil alcance e cantos arredondados. Ainda evitar fios presos ou embutidos; evitar que idosos subam em cadeiras; à noite, deixar sempre uma iluminação fraca no corredor; usar bengalas se necessário; evitar chinelos; não deixar objetos espalhados no chão; evitar andar de meias; adequar a iluminação ambiental; usar calçados antiderrapantes; levantar-se lentamente; manter orientação periódica do profissional de saúde e uso adequado de medicamentos.

    No estudo 3(30%) dos artigos foram relacionados a realizar avaliação das condições de saúde dos idosos O idoso apresenta peculiaridades distintas das demais faixas etárias e, por este motivo, sua avaliação de saúde deve ser feita objetivando a identificação de problemas subjacentes à queixa principal, incluindo as avaliações funcionais, cognitivas, psíquicas, nutricionais e sociais, que interferem diretamente na sua saúde e no grau de sua autonomia e independência. A falta de uma avaliação geriátrica correta está diretamente ligada à re-internação e ao maior uso de serviços de saúde observados.

Cuidados da enfermagem

    Sobre os cuidados da enfermagem, 10(100%) dos artigos foram relacionados a identificar diagnósticos, que representam o principal foco no cuidado de enfermagem, segundo os autores Costa e colaboradores (2010), a enfermagem ainda é deficitária para oferecer assistência especializada aos idosos, sendo necessário qualificar os profissionais, criar novos espaços de atendimento para esta clientela e novas abordagens teóricas.

    O Processo de Enfermagem tem representado o principal instrumento metodológico para o desempenho sistemático da prática profissional. Consiste de fases interdependentes e inter-relacionadas, nas quais ocorre a coleta e análise dos dados e identificação dos possíveis diagnósticos de enfermagem, planejamento da assistência a ser prestada, implementação de ações e/ ou intervenções e avaliação dos resultados alcançados, Assim, são necessárias ações dos profissionais de saúde para estimular o desenvolvimento e atividades como: caminhadas, jogos, hidroginástica entre outros, além de medidas de adequação do urbanismo para facilitar a performance dessa população, paciência dos mais jovens, incluindo os profissionais de saúde, para respeitar a velocidade de deslocamento dessas pessoas. Isso tudo visa a contribuir para a promoção da independência e autonomia, para a redução de complicações. O cuidado de enfermagem direcionado à identificação dos riscos potenciais pode diminuir o tempo de hospitalização e futuras reinternações.

Conclusão

    Na conclusão do estudo verifica-se que devemos estar atentos em relação a alguns aspectos da avaliação do idoso, especialmente quando se trata de condições de desempenho ou execução das atividades de vida diária (AVD) e instrumentais de vida diária (AIVD).

    Deve-se implementar estratégias para melhorar a qualidade do cuidado, com o idoso sendo indispensável à determinação de seu grau de autonomia e de independência levando sempre em consideração o seu conforto, segurança e bem estar, até que as AVD e AIVD possam ser restauradas. Quando afetadas o enfermeiro realiza novas investigações, amplia conhecimento com leituras, pesquisas, bem como elaboração de trabalhos que possam facilitar a excelência da assistência, em especial ao idoso sob sua responsabilidade.

    O estudo evidenciou que os idosos apresentaram, portanto uma associação de fatores relacionados ao risco de quedas, o que demonstra a importância de estabelecer ações de atenção para promoção da saúde dessa parcela da população. Neste sentido acreditamos na necessidade da adoção de medidas individuais e coletivas para promover as condições de saúde dos mesmos. No que se refere à prevenção de quedas em idosos que vivem na comunidade a adoção de ação educativa é uma estratégia a ser considerada no processo educativo com a finalidade de elevar o nível de saúde de grupos específicos. Inúmeras são as estratégias que podem ser utilizadas para aumentar a motivação, a participação e consequentemente as mudanças de condutas. Há ainda a necessidade de se iniciar cuidados preventivos o mais precoce possível, uma vez que quanto mais avançada a idade, maior a debilidade e maior o risco de adoecer e morrer devido às quedas.

Referências

  • ANDREOTTI, R.A; OKUMA, S.S. Validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária para idosos fisicamente independentes. Ver. Paul Educ. Fis., n.13, 1999.

  • ARAUJO, M. O. D. H; CEOLIM, M. F. Avaliação do grau de independência de idosos residentes em instituições de longa permanência. Ver. Esc. Enferm USP, v. 41, n. 3, set. 2007.

  • COSTA, L. M. F. et al Desigualdade social e saúde entre idosos brasileiros: um estudo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Cad. Saúde Pública. 2003; 19:745-57.

  • DALFOVO, Michael Samir; LANA, Rogério Adilson; SILVEIRA, Amélia. Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.4, p.01-13, Sem II. 2008. ISSN 1980- 7037.

  • DAVIM, Rejane Marie Barbosa et al. Estudo com idosos de instituições asilares no município de Natal/RN: características socioeconômicas e de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, n. 3, June 2004 .

  • LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

  • MINAYO, M. C. S. O Desafio do conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. 7. ed. São Paulo: HUCITEC, 200.

  • OLIVEIRA, D. V. et al. Análise da capacidade funcional de idosos institucionalizados a partir da auto-avaliação. Conexões, v. 7, n. 2, p. 79-96, 200.

  • PASCHOAL S. M. P. Autonomia e independência. In: Papaléo Neto M. (Org.). Gerontologia. São Paulo: Atheneu; 1999. p. 3213.26.

  • PESTANA, Luana Cardoso; ESPIRITO SANTO, Fátima Helena do. As engrenagens da saúde na terceira idade: um estudo com idosos asilados. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 42, n. 2, June 2008 .

  • RESOLUÇÃO COFEN nº. 311/2007. In: Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Principais legislações para exercício da enfermagem. São Paulo: COREN; 2007/2008. p. 21-33.

  • ROSA, T. E. C. et al. Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos. Ver. Saúde Pública. 2003;37:40-8. 

  • ROSA, T.E.C. et al. Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos. Revista Brasileira Saúde Pública, v . 37, n. 1, fev. 2003.

  • TEIXEIRA, I. N. D. O; NERI, A. L. Envelhecimento bem sucedido: uma meta no curso da vida. Ver Psicol USP, v. 19, n. 1, março 2008.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 175 | Buenos Aires, Diciembre de 2012
© 1997-2012 Derechos reservados