Currículo do Estado de São
Paulo. Discutindo El currículo del Estado de Sao Paulo. Debatiendo la implantación del currículo de Educación Física |
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*Aluno especial do programa de Mestrado, UNICAMP **Licenciada/o em Educação Física, UNIFEV ***Mestra em Pedagogia do Movimento Humano, USP (Brasil) |
Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes* Jaqueline Regina Maffei** Carlos Antonio Paulino** Denise Ferraz Lima Veronezi*** |
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Resumo A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo implantou em 2008 uma nova forma de Currículo unificado para todas as escolas da rede estadual de ensino. No início denominado de Proposta Curricular, a partir de 2010 esta Proposta se tornou o Currículo do Estado de São Paulo, atualmente utilizado. Com essas mudanças algumas transformações ocorreram no âmbito escolar. Esta pesquisa tem como objetivo discutir e refletir a implantação do Currículo de Educação Física. Com base na literatura consideramos que são necessárias discussões e reflexões com a participação efetiva por parte dos professores e alunos. Acreditamos que as inovações de conteúdos proporcionaram aos estudantes uma mudança positiva, considerando a diversidade de conteúdos que o atual currículo possui. Por fim, acreditamos que um currículo que tenha uma diversidade de conteúdos pode proporcionar ao aluno uma pluralidade de conhecimentos, aumentando a sua cultura corporal de movimento. Unitermos: Educação Física. Ensino Médio. Proposta curricular.
Abstract The Board of Education of the State of São Paulo in 2008 implemented a new form of unified curriculum for all schools in the state schools. Earlier called Curriculum Proposal, from 2010 this became the Curriculum Proposal of the State of São Paulo, currently used. With these changes occurred some changes in the school. This research aims to discuss and reflect the implementation of Curriculum for Physical Education. Based on the literature that is considered necessary discussions and reflections on the effective participation by teachers and students. We believe that innovations Content provided students a positive change, considering the diversity of content that has the current curriculum. Finally, we believe that a curriculum that has a diversity of content can provide the student with a plurality of knowledge, increasing your body culture movement. Keywords: Physical Education. High School. Curriculum proposal.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Com o intuito de apoiar o trabalho realizado nas escolas estaduais, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo implantou em 2008 uma Proposta Curricular para os níveis do Ensino Fundamental – ciclo II e médio. Com isso, pretende contribuir para a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos, garantindo aos estudantes uma base comum de conhecimentos para que as escolas funcionem como uma rede (SÃO PAULO, 2008).
Para Darido (2003) de acordo com as tendências sociais em que vivemos, as propostas educacionais estão se modificando, influenciando de alguma maneira os professores com novas práticas pedagógicas de ensino de Educação Física.
A partir dos conhecimentos que os alunos já possuem sobre diferentes manifestações corporais, a Educação Física escolar deve ampliá-los e qualificá-los criticamente. Dessa maneira, possa levar o aluno ao longo da sua escolarização e após, a melhores oportunidades de praticar o esporte, jogo, ginástica, luta e atividades rítmicas, possibilitando uma intervenção e transformação relacionada à dimensão corporal e ao movimentar-se, o qual tem sido denominado de “cultura corporal” (SÃO PAULO, 2008).
De acordo com Betti e Zuliani (2002), no Ensino Médio deve-se dar ênfase à aquisição de conhecimentos relacionados à cultura corporal de movimento e promover a experiência de práticas corporais, considerando os interesses dos alunos.
As mudanças que ocorrem no contexto escolar podem fazer com que os alunos reconheçam novos significados e valores em relação à prática dos conteúdos que estão sendo trabalhados dentro da escola.
Diante desse contexto, esse estudo é relevante no tocante a discussão e reflexão das mudanças curriculares que estão ocorrendo dentro da educação física do Estado de São Paulo por intermédio da secretaria de Educação. Essa revisão de literatura posiciona diversos pensamentos de estudiosos que através de suas publicações deram subsídios para uma rica discussão nesse estudo no âmbito da educação física escolar.
O contexto histórico do currículo na educação
O Currículo é considerado um artefato social e cultural, isso significa que é amplo em suas determinações sociais de sua história e sua produção contextual, não é um elemento inocente em relações de poder, ele transmite visões sociais particulares e interessadas, produzindo identidades individuais e sociais particulares, onde sua história é ligada a formas específicas e contingentes de organização da sociedade e da Educação (MOREIRA; SILVA, 2005).
O currículo é a referência para ampliar, localizar e contextualizar os conhecimentos que a humanidade acumulou ao longo do tempo. Então, o fato de uma informação ou conhecimento ser de outro lugar, ou de todos os lugares na grande rede de informação, não será obstáculo à prática cultural resultante da mobilização desse conhecimento nas ciências, nas artes e nas humanidades (SÃO PAULO, 2008, p. 13).
De acordo com Moreira e Silva (2005), o Currículo nunca é apenas um conjunto neutro de conhecimentos, que de algum modo aparece nos textos e nas salas de aula de uma nação. Ele é sempre parte de uma tradição seletiva, resultando da seleção de alguém, da visão de algum grupo acerca do que seja conhecimento legítimo. É produto das tensões, conflitos e concessões culturais, políticas e econômicas que organizam um povo.
Segundo Goodson (2002) a palavra Currículo vem do latim e tem como significado correr, curso ou carro de corrida, utilizado na escola como forma de transmitir algum conhecimento.
O currículo sempre foi alvo da atenção de todos os que buscavam entender e organizar o processo educativo escolar. No entanto, foi somente no final do século XIX e no início deste, nos Estados Unidos, que um significativo número de educadores começou a tratar mais sistematicamente a uma série de estudos e iniciativas que, em curto espaço de tempo configuraram o surgimento de um novo campo (MOREIRA; SILVA, 2005, p. 9).
O Currículo não pode ser visto como planejamento universal que atinge os vários âmbitos educativos existentes nas características sociais presentes no cotidiano escolar, seja do ponto de vista do aluno, seja do ponto de vista da realidade e do cotidiano que o mesmo se encontra. Contudo, o Currículo não pode simplesmente ser adotado, deve ser experimentado, avaliado, criticado e adaptado a partir das peculiaridades que o mesmo contém dentro de suas inúmeras expressões sociais, políticas, econômicas e culturais (CARNEIRO, 2010).
A escola é uma instituição que está presente em todas as sociedades, sendo assim, tem um papel fundamental na formação das novas gerações. De certa forma, ambas estão associadas de maneira que, quando refletimos sobre uma consequentemente pensamos também sobre a outra (BEZERRA NETO; BEZERRA e JACOMELI, 2009).
A escola é o espaço em que ocorre a transmissão, entre as gerações, do ativo cultural da humanidade, seja artístico e literário, histórico e social, seja científico e tecnológico. Em cada uma dessas áreas, as linguagens são essenciais (SÃO PAULO, 2008, p. 16).
De acordo com Sarno e Cancelliero (2009), a Educação escolar é fundamental para o desenvolvimento econômico, social, cultural e político do país, garantindo os direitos de cidadania.
Saviani (2009, p.30) afirma que:
[...] o currículo se expressa no conjunto de matérias/disciplinas escolares e respectivos programas, os quais, por sua vez, consistem em elementos selecionados da cultura global da sociedade e organizados para fins de ensino-aprendizagem.
A escolarização deve ser entendida como um direito do cidadão e um patrimônio da sociedade, devendo sua administração, planejamento e execução ser coerente com a Educação de forma ampla e democrática, respeitando as disposições expressas na Constituição Federal de 1988 e na Constituição do Estado de São Paulo de 1989 (Sarno; Cancelliero, 2009).
Para que a democratização do acesso à educação tenha uma função realmente inclusiva não é suficiente universalizar a escola. É indispensável à universalização da relevância da aprendizagem. Criamos uma civilização que reduz distâncias, que tem instrumentos capazes de aproximar as pessoas ou de distanciá-las, que aumenta o acesso à informação e ao conhecimento, mas que também acentua diferenças culturais, sociais e econômicas. Só uma educação de qualidade para todos pode evitar que essas diferenças constituam mais um fator de exclusão (SÃO PAULO, 2008, p. 10).
O currículo do Ensino Médio
A Educação Física pode ser tempo e lugar de investigação e problematização da história de alunos presentes na escola, que revela o conhecimento sobre as práticas corporais da cultura de que são portadores; de invenção de outras formas de fazer os esportes, as danças, a ginástica, os jogos, as lutas, os brinquedos, as brincadeiras; de questionamento dos padrões éticos e estéticos construídos culturalmente para a realização dessas e de outras práticas corporais; de realização do princípio de que os alunos possam se colocar à disposição de si mesmos quando partilham, desfrutam, criam e recriam as práticas corporais da cultura visando o direito da participação de todos, sem exclusão por nenhum motivo; de respeito à corporeidade própria de cada indivíduo, construída em sua história de vida (VAGO, 1999).
De acordo com Darido (2003), a influência dos esportes faz com que a maioria dos professores se identifique com as propostas relacionadas ao jogo. Percebendo, neste sentido, alguns avanços com a implantação dos jogos cooperativos nas escolas.
Darido (2003) ainda ressalta que mesmo com o grande número de abordagens no contexto da Educação Física escolar, estas tendências não substituíram as práticas vinculadas ao modelo esportivo, biológico ou recreacionista. A introdução destas abordagens proporcionou uma visão ampliada da área de Educação Física, referente às hipóteses pedagógicas de ensino e aprendizagem.
Como componente curricular da Educação Básica, a Educação Física deve ser responsável pela tarefa de introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida (BETTI; ZULIANI, 2002).
Ao valer-se dessa noção de cultura, pode-se afirmar que a escola é o cenário em que diversas culturas entram em conflito tendo em vista a veiculação de seus distintos significados. Qualquer estudante ou docente irá se defrontar com produções simbólicas que ora lhes são familiares, ora lhes são estranhas. Atuar sobre elas ou com base nelas fará com que os significados inicialmente disponíveis sejam reconstruídos, alcançando a produção de novas significações (NEIRA; NUNES, 2009, p. 24).
Como última etapa da Educação Básica, o Ensino Médio tem como objetivo consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, além de possibilitar o prosseguimento dos estudos (DOMINGUES; TOSCHI e OLIVEIRA, 2000).
Para Noronha (2009), o Currículo do Ensino Médio necessita de modificações que organizem seus conteúdos com visão ampla, oferecendo um significado concreto para alunos que mesmo não estando em idade própria, possam se interessar pelo processo educativo. O Currículo é essencial para o desenvolvimento dos alunos nas diversas disciplinas presentes na escola.
Noronha (2009) ainda acrescenta que é fundamental ter audácia para organizar um conteúdo curricular que tenha relação com todos os envolvidos, debatendo juntamente com a comunidade escolar para a construção de um projeto político-pedagógico definido por todos, de modo que este possa significar com a realidade dos alunos tanto dentro da escola, quanto fora dela.
De acordo com Engel [1] (2011), é necessária uma nova cultura na escola, mais atraente, de forma que seja mais valorizada pela sociedade. A escola precisa ter uma direção que busque os seus propósitos, visando uma missão comum de ensinar o que está previsto e fazendo com que o jovem aprenda o que é realmente importante antes de concluir o Ensino Médio. Outro ponto é a organização do espaço, sendo que quanto melhor elaborado e interessante, melhor será o desenvolvimento dos alunos.
Em busca pela qualidade na Educação, devemos refletir sobre temas que poderão contribuir para que os profissionais da Educação possam trabalhar questões fundamentais com os estudantes, não é com muros e cadeados que poderemos construir um mundo melhor. Temos que discutir abertamente questões que nos afetam sendo esse o melhor caminho para oferecer perspectivas de futuro paras crianças e jovens (GROSSI[2], 2011).
Para a sociedade ser transformada em algo melhor do que é, devemos considerar que ela é composta por homens que se estruturam em classes sociais diferentes em uma sociedade capitalista. Assim, a instituição escolar deve ser lembrada e, pensada em primeiro lugar levando em conta que esta é a principal agência formadora que poderá contribuir para a formação de cada aluno como cidadão (BEZERRA NETO; BEZERRA e JACOMELI, 2009).
O currículo do Estado de São Paulo
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo realizou um projeto que propõe um Currículo para os níveis de Ensino Fundamental – Ciclo II e Médio, de forma a apoiar o trabalho feito nas escolas e favorecer a melhoria da qualidade da aprendizagem de seus alunos, procurando garantir uma base comum de conhecimentos e competências para que as escolas funcionem de fato como uma rede (SÃO PAULO, 2008).
O documento aborda algumas das principais características da sociedade do conhecimento e das pressões que a contemporaneidade exerce sobre os jovens cidadãos, propondo princípios orientadores para a prática educativa, a fim de que as escolas possam se tornar aptas a preparar seus alunos para esse novo tempo. Priorizando a competência de leitura e escrita, esta proposta define a escola como espaço de cultura e de articulação de competência e conteúdos disciplinares (SÃO PAULO, 2008, p.08).
Esta Proposta Curricular constituída no Governo José Serra, por intermédio da Secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, e organizada pelos desenvolvedores do conteúdo programático da disciplina de Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira, tem como destaque a “cultura de movimento” que devem ser tratados pedagogicamente como conteúdos culturais implicados com o movimentar-se humano, nessa ideia, a Proposta Curricular está vinculada aos aspectos corporais como os jogos, a ginástica, as danças e atividades rítmicas, as lutas e os esportes (SÃO PAULO, 2008).
A Proposta Curricular é um conjunto de documentos dirigidos especialmente aos professores. São os Cadernos do Professor, organizados por bimestres e por disciplinas, onde são apresentadas situações de aprendizagem para orientar o trabalho do professor no ensino dos conteúdos disciplinares específicos (SÃO PAULO, 2008).
A Proposta Curricular tem como objetivos:
A escola que também aprende, num contexto onde a aprendizagem terá que ser trabalhada com os alunos e com a própria escola, sendo professores e alunos envolvidos num processo educativo.
O Currículo como espaço de cultura, o conhecimento deve estar relacionado à cultura para que possamos conectar o Currículo à vida do aluno, as atividades que estão fora do contexto cultural irão confundir ao invés de promover aprendizagens relevantes aos alunos.
Promover competências, que são conceituadas pela Proposta Curricular como o modo de ser, raciocinar e interagir do aluno. Pode ser compreendida por ações e tomada de decisão em diversas situações problemáticas, na realização de tarefas e atividades escolares.
As competências como referência para promover um Currículo com compromisso das disciplinas e atividades relacionadas com o que se espera que o aluno aprenda ao longo dos anos.
Prioridade para a competência da leitura e da escrita, o ser humano é um ser de linguagem e disso decorre todo o restante que transformou a humanidade com a capacidade de comunicar-se.
Articulação das competências para aprender, o professor apresenta e explica conteúdos, organiza conceitos, métodos, formas de agir e pensar com o intuito de preparar os alunos para enfrentar os problemas do mundo real.
A articulação com o mundo do trabalho está direcionada de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9.394, de 1996 (LDB) nos termos do artigo 35° e as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Médio elaborados no ano de 2000, podendo ser usado para a Educação Básica como um todo, principalmente a partir da 5ª série.
A função do educador diante do currículo do Estado de São Paulo
A construção de propostas curriculares é um ato necessário, uma vez que possibilita a reestruturação do cenário educacional para uma melhor qualidade da Educação. No entanto, essas inovações devem ser realizadas após diversas reflexões e adaptações devendo ser considerados a cultura e os diferentes agentes envolvidos neste processo (TAVARES, 2009).
Para Saviani (2009), é necessário analisar como estão a situação e o funcionamento das escolas através de relatórios, planos de aulas, cadernos dos alunos, enfim todo material que possa ser útil para o diagnóstico da realidade escolar, mas em especial, os professores e alunos merecem ser ouvidos com atenção, porque são os principais agentes do processo educativo.
O professor e o aluno devem ser considerados semelhantes, de modo que ambos estão no mesmo nível enquanto seres humanos, aprendendo um com o outro. A relação entre professor e aluno deve proporcionar uma troca de informações e conhecimentos (BEZERRA NETO; BEZERRA e JACOMELI, 2009).
Todos os métodos e ferramentas tecnológicas devem ser utilizados na Educação, possibilitando a construção de uma rede educacional onde todos possam ter uma Educação de qualidade, com espaço físico adequado, tendo respeito, preparação e a valorização dos educadores (SANFELICE; MINTO e LOMBARDI, 2009).
A formação dos professores está relacionada com o trabalho docente das agências formadoras, estas instituições de ensino superior formam profissionais que retornarão para as redes escolares, dando sequência ao ciclo de ensino e utilizando a formação que tiveram em sua graduação. Portanto, se não houver prioridades na realização de cursos adequados, consequentemente resultará em formações de profissionais insatisfeitos para atuarem na rede de ensino. As condições de trabalho e as experiências práticas nas escolas influenciam diretamente a sua formação em processo, por isso a importância da realização dos estágios (SAVIANI, 2009).
Saviani (2009) afirma ainda que o grande desafio é conseguir atingir formações de professores e condições de trabalho adequadas, sendo que são necessários recursos financeiros suficientes ao mesmo tempo em que as políticas estão sempre buscando a redução de custos, cortando investimentos que poderiam tornar possíveis os que proclamam necessário, uma sociedade em busca do conhecimento. Fica evidente a falta de investimento e o descaso com fundos necessários para o desenvolvimento da Educação.
O papel do professor é fundamental para o desenvolvimento do aluno, de maneira que facilite o acesso ao conhecimento. O docente tem uma compreensão de mundo de acordo com a sua área de atuação, especialidade científica e o conhecimento pedagógico, juntamente com uma visão crítica da sociedade, produzindo conhecimento sobre a sua área e sobre a sociedade (SARNO; CANCELLIERO, 2009).
Pautando-se no contexto acima, o profissional de Educação, em determinados momentos, parece sentir-se apenas um reprodutor das funções que querem lhe impor, aparentando um descontentamento por seu papel de professor, é como se não tivesse a capacidade de assumir a sua função com autonomia.
Para Luckesi (2005), a maior revolução que podemos esperar da Educação é que ela amplie a consciência dos alunos, e que os governantes invistam em recursos econômicos necessários, reconhecendo a necessidade para a prática significativa da Educação, oferecendo condições adequadas com espaços físicos satisfatórios, material didático adequado, salário digno para os professores, e que os educadores ensinem acreditando no processo de aprendizagem em busca de resultados satisfatórios a serem construídos. Que todas as estruturas da Educação cumpram os seus objetivos, que a principal finalidade seja a aprendizagem dos alunos.
Considerações finais
Com base na literatura consideramos que são necessárias discussões e reflexões com a participação efetiva por parte dos professores e alunos, para que estes possam opinar na elaboração das atividades, de modo que todos os envolvidos contribuam para a elaboração dos conteúdos.
Por fim, acreditamos que um currículo que tenha uma diversidade de conteúdos pode proporcionar ao aluno uma pluralidade de novos conhecimentos, aumentando a sua cultura corporal de movimento, e possivelmente permitir uma maior participação de todos.
Para Daólio (1995 apud DARIDO, 2003), o ponto de partida da Educação Física é a diversidade que cada aluno possui em sua cultura corporal, sendo que toda técnica corporal é uma técnica cultural, não existindo a melhor nem a mais correta.
Acreditamos que as inovações de conteúdos proporcionaram aos estudantes uma mudança positiva, considerando a diversidade de conteúdos que o atual currículo possui. Diante disso, Betti e Zuliani (2002) pronunciam que o significado de inovar, é experimentar novos modelos, estratégias, metodologias, conteúdos, para que a Educação Física continue contribuindo para a formação dos jovens, para que eles possam apropriar-se de maneira crítica da cultura contemporânea.
Apesar de tudo, a escola é sinônimo de esperança, por isso estimula diversos educadores a prosseguir analisando e interpretando a realidade escolar, experimentando alternativas e compartilhando suas descobertas (NEIRA; NUNES, 2009).
Consideramos necessário que a partir desse estudo, possam realizar-se novas pesquisas investigando, e discutindo o contexto escolar que a Educação Física do Estado de São Paulo está inserida.
Neira e Nunes (2009) ainda ressaltam que todas as dúvidas jamais serão esclarecidas, o que podemos considerar é que as pesquisas aumentam a quantidade de respostas, aumentando as incertezas. Qualquer explicação ou definição que for apresentada, sempre será um indício daquilo que pode vir a ser, portanto a Educação Física será aquilo que fizermos dela.
Notas
Wanda Engel, Mestre e Doutora em Educação, é superintendente-executiva do instituto Unibanco. Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/wanda-engel-571754.shtml
Gabriel Pillar Grossi, diretor de redação da revista Nova Escola. Disponível em: http://www.megabrasil.com.br/congresso8/DetalhesPalestrante.aspx?idCur=183
Referências
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