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Exame preventivo do câncer cérvico-uterino: 

percepção de mulheres que o realizam pela primeira vez

El examen preventivo del cáncer cérvico-uterino: la percepción de mujeres que lo realizan por primera vez

 

*Enfermeira. Bacharel em Enfermagem

pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas

**Enfermeira. Mestre em Saúde Publica pela UFMG

Professora do Curso de Enfermagem das Faculdades Unidas do Norte de Minas

***Enfermeira, Especialista em Saúde da Família pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas

Professora do curso de enfermagem das Faculdades Unidas do Norte de Minas

(Brasil)

Raisy Rodrigues Maia*

raisymaia@hotmail.com

Leila das Graças Siqueira**

leilasiqueirasantos@yahoo.com.br

Eliene de Oliveira*

lyibl2007@hotmail.com

Thaís Rodrigues Maia*

thaysmaia1@hotmail.com

Karine Suene Mendes Almeida***

karine_suene@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo objetivou compreender a percepção de mulheres ao submeter-se a primeira vez ao exame preventivo do câncer cérvico-uterino. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de caráter descritivo, realizada junto a mulheres maiores de 18 anos que se submetiam ao exame pela primeira vez em duas equipes da Estratégia Saúde da Família da cidade de Mirabela-MG. A coleta de dados ocorreu no mês de novembro de 2011, através de entrevista não estruturada com questões norteadoras. Posteriormente, os dados foram organizados em três categorias de análise. Este estudo identificou que as mulheres que se submetem ao exame pela primeira vez possuem pouco conhecimento sobre os reais objetivos do mesmo, procuram fazê-lo pela correlação entre o câncer e a morte, fatores hereditários, início da atividade sexual e detecção de doenças sexualmente transmissíveis. Em relação aos sentimentos apresentados frente ao exame, a vergonha e o desconforto foram verbalizados, sendo a vergonha o principal citado por todas as participantes. Assim sendo, faz-se necessário promover ações educativas que contribuam para aumentar o conhecimento das mulheres sobre o câncer de colo uterino, seus fatores de risco, sinais e sintomas e meios de prevenção.

          Unitermos: Prevenção. Câncer do colo uterino. Percepção. Saúde da mulher. Enfermagem.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No Brasil, o câncer (CA) de colo uterino representa a terceira maior estimativa de incidência de neoplasia maligna que atinge a população feminina, sendo superado apenas pelo CA de pele (não melanona) e de mama (SANTOS, MACEDO, LEITE, 2010). Os fatores responsáveis pelos elevados níveis dessa doença no país são: insuficiência de recursos humanos e de materiais disponíveis na rede de saúde para prevenção, diagnóstico e tratamento; utilização inadequada dos recursos existentes; má articulação entre os serviços de saúde na prestação da assistência nos diversos níveis de atenção; indefinição de normas e condutas; baixo nível de informação de saúde da população em geral e insuficiência de informações necessárias para o planejamento das ações de saúde (BRASIL, 1999). Todavia, esse quadro, de incidência elevada por essa afecção, pode ser revertido através de medidas centradas na prevenção, já que esse tipo de CA possui 100% de cura quando diagnosticado precocemente (THUM et al., 2008).

    A detecção precoce dessa doença se dá por meio da realização do exame preventivo do câncer cérvico-uterino (PCCU), conhecido popularmente como exame de Papanicolaou, que pode ser realizado nos postos ou unidades de saúde que possuam profissionais capacitados para tal função (CASARIN, PICCOLI, 2011). Entretanto, a própria natureza desse exame, que envolve expor os órgãos relacionados à sexualidade, é motivo de desconforto emocional para muitas mulheres que o realizam (GREENWOOD, MACHADO, SAMPAIO, 2006). Estudos descrevem que a despeito de as mulheres realizarem o exame periodicamente, a maioria desconhece a verdadeira finalidade do mesmo, sentem-se envergonhadas e constrangidas ao exporem seu corpo e tê-lo manipulado por profissional, procuram realizá-lo apenas na vigência de sintomas e não possuem conhecimento sobre sua sexualidade (MATÃO et al., 2011). É nesse contexto que este estudo objetivou compreender a percepção de mulheres que se submetem à realização do exame PCCU pela primeira vez.

Materiais e métodos

    Trata-se de um estudo de natureza descritiva com abordagem qualitativa, com a intenção de apreender a percepção de mulheres ao realizar o exame preventivo do câncer cérvico-uterino pela primeira vez. O estudo foi realizado na área de abrangência de duas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) da cidade de Mirabela/MG, com mulheres que se submeteram a primeira vez à realização do referido exame. Os seguintes critérios de inclusão foram utilizados: mulheres com faixa etária de 18 anos ou mais, cadastradas e atendidas pelas equipes de saúde em estudo, no período de pesquisa. Assim sendo, o estudo contou com a participação de seis mulheres, que se enquadravam nos critérios de inclusão e aceitaram participar voluntariamente do mesmo. A coleta de informações se deu no mês de novembro de 2011, sendo utilizada entrevista não estruturada, com questões norteadoras, através da qual os sujeitos discorreram a respeito do assunto, valorizando-se a singularidade de cada participante. Ressalta-se que a entrevista ocorreu após as mulheres terem sido submetidas ao exame pela primeira vez e o sigilo das participantes foi preservado através do uso da letra “E”, que corresponde ao termo “entrevistada”, seguida do número relacionado à ordem em que ocorreram as entrevistas. As entrevistas foram gravadas e, após sua transcrição, realizou-se exploração do material, seguindo as regras de análise de conteúdo categorial (BARDIN, 1977). Iniciou-se a análise a partir da separação do corpus e sucessivas leituras do material, identificação das subcategorias, que foram agrupadas em três categorias. Todos os procedimentos da pesquisa foram realizados segundo a Resolução n.° 196/96 sobre pesquisa com seres humanos, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas, conforme parecer consubstanciado n° 01769/11.

Resultados e discussão

    Através dos procedimentos de análise, surgiram três categorias, que receberam as seguintes denominações: Visão das mulheres a respeito do exame; Motivação para realização do exame e Sentimentos apresentados ao fazer o exame.

Visão das mulheres a respeito do exame

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a realização do exame PCCU é reconhecido mundialmente como uma estratégia segura e eficiente para a prevenção e detecção precoce do câncer CA do colo uterino e tem causado modificações efetivas nas taxas de incidência e mortalidade por esse tipo de doença (HUH, BRISTOW, TRIMBLE, 2006).

    Esse exame consiste em um rastreamento, tanto da população sintomática como assintomática, através do qual se detecta precocemente, em estágio inicial, o CA de colo uterino. É considerado um método preventivo de baixo custo, fácil execução, que contribui diretamente para o tratamento precoce e, consequentemente, para elevado percentual de cura (SANTOS, MACEDO, LEITE, 2010).

    Estudos sobre o conhecimento das mulheres a respeito da prevenção de CA de colo uterino descrevem que para vencer as barreiras para uma melhor adesão ao exame PCCU é necessário atentar para os relatos e experiências de quem o faz a fim de identificar o significado do mesmo, visando extrair informações e argumentos para planejar e adequar as orientações preventivas (THUM et al., 2008).

    As verbalizações, a seguir, mostram o significado atribuído ao exame pelas mulheres:

    Prevenir doença... Papanicolau pra mim é o mais importante, pois nele detecta rapidinho se tem alguma coisa ou não e nele também dá pra saber se tem ou não o câncer de colo de útero. E2

    Prevenir doença sexualmente transmissíveis, câncer do colo do útero, dentre outras doenças. E6

    Através desses relatos é possível identificar que as participantes possuem conhecimento sobre o exame e reconhecem a importância da realização deste para prevenção e detecção do CA de colo uterino. Todavia, percebe-se que há desinformação sobre os reais objetivos do exame, pois se observa que as mulheres também o referem como método para diagnóstico de outras doenças, como as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e outras enfermidades, possivelmente afecções ginecológicas. Esse fato pode ser devido à ausência de orientações por parte dos profissionais que atuam nas unidades de saúde em questão.

    Estudos sobre a vivência de mulheres japonesas e brasileiras descendentes de japoneses quanto ao exame PCCU descrevem que a desinformação pode causar despreocupação e, consequentemente, desinteresse pelos cuidados preventivos, não somente do CA de colo uterino, como também de outras afecções ginecológicas (CHUBACI & MERIGHI, 2005).

    Recorre-se a um estudo sobre o conhecimento e significado do exame PCCU que constatou que 1,2% das mulheres desconheciam a finalidade do exame, sendo que entre aquelas que disseram conhecer, 43,7% o associaram à prevenção e detecção do CA de colo de útero, 20% o indicaram para prevenção de CA e outros problemas uterinos e 27,5% à detecção de doenças, infecções e feridas. De acordo com o estudo, a desinformação mostra a necessidade de esclarecimento sistemático a respeito da finalidade e peridiocidade do exame, pois o desconhecimento pode contribuir para diminuição da adesão ao mesmo (FERREIRA & OLIVEIRA, 2006). Assim, estudos descrevem que é de fundamental importância que os serviços de saúde orientem as mulheres sobre a importância desse exame preventivo, pois a sua realização periódica reduz a mortalidade por CA de colo uterino na população de risco (CASARIN & PICCOLI, 2011).

Motivos para realização do exame

    Existem diversos motivos de ordem psicológica, social e cultural que parecem ser responsáveis pela adesão e não-adesão ao exame PCCU (CHUBACI & MERIGHI, 2005). Dessa forma, estudos apontam que é necessário atentar para as causas que podem interferir na decisão da mulher em realizar ou não o mesmo, tais como tabus, valores culturais e sexualidade (OLIVEIRA & PINTO, 2007). Os achados deste estudo assemelham-se aos resultados de um estudo sobre a percepção das mulheres ante ao exame PCCU, o qual revelou que estas o percebem como uma forma de se cuidar, demonstrando preocupação e interesse em sua saúde (DUAVY et al., 2007), conforme descrito na discurso abaixo:

    Por causa das doenças e tá passando toda hora na televisão mulher morrendo por não ter feito este exame anualmente. E2

    A partir do relato acima é possível observar a correlação entre o câncer e a morte, fator que motiva a procura pela prevenção por meio da realização do exame. Percebe-se também a importância que as propagandas de ordem preventiva, divulgadas através dos meios de comunicação, no caso em questão a televisão, exercem para motivar a procura pela prevenção nos serviços de saúde.

    Corroborando, estudos verificaram que o pouco que as mulheres sabiam sobre prevenção de CA de colo uterino constituía de informações provenientes de fontes impessoais, como a televisão, sendo necessário que os profissionais de saúde avaliem se as mensagens e meios utilizados transmitem informações adequadas. Além disso, uma das razões para essa realidade relaciona-se ao fato de os profissionais não atuarem como agentes conscientizadores da importância da realização da prevenção, concentrando-se apenas no procedimento técnico (THUM et al., 2008).

    Nas últimas décadas houve aumento da prevenção primária e secundária do CA de colo uterino, na medida em que aumentou o conhecimento sobre os fatores de risco dessa doença. Dentre os quais se incluem: início precoce da atividade sexual, multiplicidade de parceiros, tabagismo, má higiene pessoal, comprometimento do sistema imunológico, uso prolongado de contraceptivos orais e exposição ao vírus papiloma humano (HPV), considerados como principais para o desenvolvimento dessa afecção (THUM et al., 2008). Estudos retratam que um dos motivos para realização do exame PCCU se dá pela presença de supostos fatores de risco, como hereditariedade e relações extraconjugais, este último relacionado à falta de confiança das mulheres em seus companheiros (DUAVY et al., 2007). Os achados deste estudo atendem a esses resultados, conforme o depoimento abaixo:

    Na minha família tem gente que já teve uns problemas com o câncer, aí eu prefiro prevenir... Também quem confia em homem? E4

    Nessa narrativa apreende-se a preocupação da mulher em relação à presença de CA na família e a influência dessa enfermidade no cuidado à saúde. Além disso, evidencia-se a relação do exame com a detecção de DSTs, fato também identificado através do seguinte discurso:

    Porque ia começar vida sexual, e prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, dentre outras também. E3

    A partir desse relato, observa-se a falta de conhecimento a respeito da finalidade do exame, pois o motivo pela procura dos serviços de saúde para realização do mesmo se dá pelo início da atividade sexual, prevenção de DSTs e outras doenças não especificadas, não havendo citado a prevenção de CA de colo uterino. Estudos destacam que a falta de conhecimento é decorrente da falta de comunicação entre profissional de saúde e as mulheres. Ressaltando que as ações educativas devem buscar a participação e questionamento conjunto entre profissional-usuárias sobre os diferentes aspectos relacionados à prevenção, educação, doenças e ações de controle, com vistas à sensibilização para adoção de atitudes e comportamentos compatíveis com uma vida mais saudável (THUM et al., 2008).

    Corroborando, estudos destacam que médicos e enfermeiros, além de trabalharem na prevenção secundária do CA de colo do útero, podem e devem adotar condutas relacionadas à educação em saúde, pois não basta apenas oferecer o exame, sendo fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do mesmo (SANTOS, MACEDO, LEITE, 2010).

Sentimentos apresentados ao fazer o exame

    De acordo com estudos, os profissionais de saúde devem ter consciência, durante a realização do exame, que cada mulher possui sua própria percepção sobre os procedimentos que envolvem a prevenção do câncer cérvico-uterino. Um procedimento considerado, na visão do profissional, simples, rotineiro, rápido e indolor, pode ser visto pela mulher como agressivo, físico e psicologicamente, uma vez que ao buscar o serviço esta traz consigo suas bagagens social, cultural, familiar e religiosa (MERIGHI, HAMANO, CAVALCANTE, 2002). Estudos destacam que por esse exame pertencer exclusivamente ao universo feminino, cada mulher possui sua própria percepção a respeito do mesmo. Essas percepções interferem diretamente no comportamento das mulheres quando submetidas ao exame, sendo os sentimentos gerados vivenciados de forma única (MATÃO et al., 2011).

    Neste estudo, os sentimentos mais citados pelas mulheres durante a realização do exame foram vergonha e desconforto. Sendo a vergonha citado por todas as participantes como principal. Os resultados encontrados neste estudo revelam similaridade com outros estudos realizados, em que se constatou que quase todas as mulheres referiram a vergonha como sentimento durante o primeiro exame (MATÃO et al., 2011).

    Vergonha. Assim que cheguei no consultório ela (profissional) mandou eu abrir as pernas e ficar confortável. Só que eu estava me sentindo muito desconfortável. Ela falou que se eu não relaxar nós não vamos conseguir fazer aqui e nem vai sair direito. E2

    Muita vergonha. E5

    De acordo com estudos realizados a vergonha, citada por 50% das mulheres, revelou ser a razão de maior dificuldade para realização do exame PCCU. Sendo esse sentimento também o mais citado (50%) por mulheres que nunca o realizaram (CHUBACI & MERIGHI, 2005). Estudos revelam que para as mulheres, sentir vergonha está relacionado diretamente com a impessoalidade do procedimento que envolve a exposição do seu corpo e também de sua sexualidade (THUM et al., 2008). Além disso, percebe-se através dos depoimentos, a sensação de desconforto proporcionado por esse exame. Sendo que, de acordo com estudos, as mulheres encontram várias barreiras prejudicias à realização de uma prevenção correta e eficaz, fato que se deve à exposição de seu corpo e, consequentemente, constrangimento proveniente disso (THUM et al., 2008).

    Ainda segundo o relato acima citado, observa-se o estabelecimento da relação de confiança entre profissional de saúde e usuária e a importância do mesmo para que a mulher se sinta segura e tranquila durante a realização do exame. Recorre-se a estudos para afirmar que os profissionais de saúde precisam buscar maneiras para tentar minimizar o sentimento de vergonha, que pode levar a mulher a deixar de realizar a prevenção, demonstrando empatia e fazendo com que esta se sinta o mais à vontade possível (FERREIRA & OLIVEIRA, 2006). Dessa forma, os profissionais de saúde devem expor apenas a região do corpo necessária, evitar a circulação desrespeitosa de outros profissionais no consultório e encorajar as mulheres para evitar o medo e a vergonha (MERIGHI, HAMANO, CAVALCANTE, 2002). Os depoimentos, a seguir, revelam que a despeito de relatarem aspectos negativos em relação ao exame, as mulheres reconhecem a necessidade e importância da realização do mesmo.

    Muita vergonha (risos)... vergonha demais! Ai, meu Deus vergonha viu! É, mais tem que fazer né? Mais é uma vergonha. E1

    Vergonha. Cheguei lá era uma medica, ela falou pra mim ficar à vontade. Mesmo assim eu senti vergonha, mais ela conseguiu fazer o exame. Mais é uma coisa que tem necessidade de fazer. É um exame bom pra gente. E3

    Evidencia-se, então, que essas mulheres possuem conhecimento sobre o exame e o consideram necessário para sua saúde, apesar dos sentimentos vivenciados frente ao mesmo. Destaca-se, assim, o papel educativo que os profissionais de saúde exercem no sentido de amenizar esses sentimentos, através de práticas que propiciem o aumento e difusão do conhecimento sobre esse exame, medida que evitará que muitas mulheres coloquem desnecessariamente sua saúde em risco. Fundamenta-se em estudos para descrever que a percepção em relação ao exame depende da relação profissional-cliente, sendo essencial a convivência com o profissional durante a realização do exame (MATÃO et al., 2011). O discurso, a seguir, se equipara com a assertiva:

    Fiquei com vergonha, e depois eu relaxei, (risos)... pois foi com um enfermeiro. E4

    É indispensável que o profissional de saúde que presta assistência à mulher durante esse exame possua atributos como empatia, calor humano, simplicidade, além de transmitir segurança e confiança à usuária. Além disso, faz-se importante mostrar-lhe os instrumentos, familiarizando-a com o ambiente, demonstrar como o espéculo será introduzido, observando a compatibilidade com a genitália (MERIGHI, HAMANO, CAVALCANTE, 2002). Corroborando, estudos ressaltam que para garantir a adesão das mulheres, faz-se necessário que o profissional de saúde supere as expectativas destas, desenvolvendo empatia e confiança. Além de uma prática mais humanizada, através de interação, atuando não apenas com preparo técnico, mas também com intuição e sensibilidade, o que contribuirá para a qualidade da assistência prestada durante a realização do exame (FERREIRA & OLIVEIRA, 2006).

Considerações finais

    Este estudo identificou que as mulheres que se submetem ao exame pela primeira vez possuem pouco conhecimento sobre os reais objetivos do mesmo, procuram fazê-lo pela correlação entre o câncer e a morte, fatores hereditários, início da atividade sexual e detecção de doenças sexualmente transmissíveis. Em relação aos sentimentos apresentados frente ao exame, a vergonha e o desconforto foram verbalizados, sendo a vergonha o principal citado por todas as participantes.

    Dessa forma, infere-se que os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, devem estar preparados técnico e cientificamente para prestar assistência adequada a todas as mulheres que realizam o exame preventivo do câncer cérvico-uterino, principalmente àquelas que o fazem pela primeira vez, uma vez que isso influenciará no retorno destas para realização periódica do exame. Além disso, não se pode esquecer do papel que essas mulheres exercem na comunidade como difusoras da percepção e sentimentos em relação ao exame, vivenciados por elas pela primeira vez, assim como a influência das mesmas na procura pelos serviços de saúde por outras mulheres que o buscarão com a mesma finalidade.

    Assim, faz-se necessário promover ações educativas que contribuam para aumentar o conhecimento das mulheres sobre o CA de colo uterino, seus fatores de risco, sinais e sintomas e meios de prevenção, com vistas a aumentar a busca por cuidados preventivos e, consequentemente, redução da morbimortalidade por CA de colo uterino.

Referências

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