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Escalada como proposta segura na escola

La escalada como propuesta segura en la escuela

 

*Graduando em Educação Física. Universidade Nove de Julho, SP

**Mestre em Educação Física. Universidade Nove de Julho, SP

(Brasil)

Almir Aguiar dos Santos Silva*

Dimitri Wuo Pereira**

dimitri@rumoaventura.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Com o aumento de praticantes de aventura no Brasil e com a divulgação pela mídia, as crianças estão sendo atraídas para os esportes de aventura e de ação. Uma dessas modalidades é a escalada. A escalada é uma modalidade natural desde a infância, já que faz parte do desenvolvimento das crianças, pois assim que começamos a engatinhar já tentamos subir em sofás e cadeiras. Toda criança utiliza a escalada para interagir com o mundo. Com esse trabalho pretendemos mostrar para o professor de educação física a possibilidade de forma simples e segura de aplicar uma aula de escalada na escola mesmo que o professor não seja um especialista e que não tenha equipamentos ou vivência neste esporte, adaptando materiais e locais para essa vivencias corporais. Essa pesquisa verificou a importância do uso das técnicas de movimentação na parede, da confecção de nós da realização do rapel e do top rope. Outro aspecto importante é a utilização de jogos na aprendizagem.

          Unitermos: Escalada. Segurança. Escola.

 

Resumen

          Con el aumento de practicantes de actividades de aventura en Brasil y la divulgación por los medios de comunicación, los niños se sienten atraídos por los deportes de aventura y de acción. Uno de esas modalidades es la escalada. La escalada es una modalidad que se puede practicar desde la infancia, ya que es parte del desarrollo de los niños tan pronto como empezamos a gatear y se intenta subir a los sofás y sillas. Cada niño usa la escalada como forma de interactuar con el mundo. Con este trabajo se pretende mostrar al maestro de Educación Física, de forma sencilla y segura, la posibilidad de realizar una clase de escalada en la escuela, incluso si el profesor no es un experto, y no tiene equipo o experiencia en este deporte, la adaptación de materiales y ubicaciones para estas vivencias corporales. Esta investigación analiza la importancia de la utilización de las técnicas de movimiento en la pared, de la confección de nudos para la realización del rapel y cuerda en la parte superior. Otro aspecto importante es el uso de juegos en el aprendizaje.

          Palabras clave: Escalada. Seguridad. Escuela.

 

Abstract

          With the increase of practitioners adventure in Brazil and the disclosure by the media, children are being attracted to the adventure sports and action. One of these methods is climbing. Climbing is a natural sport since childhood, because it is part of the development of children as soon as we start to crawl already tried climbing on sofas and chairs. Every child uses climbing to interact with the world. With this work we intend to show the physical education teacher the possibility of simple and secure way to apply a climbing lesson at school even if the teacher is not an expert and he does not have equipment or experience in this sport, adapting materials and locations for this body experiences. This research analyzes the importance of the use of the techniques of handling the wall, making us the completion of rapelling and top rope. Another important aspect is the use of games in learning.

          Keywords: Climbing. Security. School.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A escalada é o ato de escalar ou subir com o objetivo de alcançar o ponto mais alto de um obstáculo com técnica desportiva, cujo fim é atingir o cume de um ambiente vertical. O terreno pode ser de alguns metros para um bloco ou muro de escalada, até centenas de metros para paredes rochosas. Segundo Pereira (2007) a escalada é uma manifestação da cultura corporal que vem ganhando espaço na sociedade brasileira como diversas outras atividades físicas chamadas de aventura ou radicais.

    Com aumento de praticantes da escalada e com a forte divulgação na mídia, as crianças estão sendo atraídas para esse esporte. Apesar da prática de escalar e trepar já fazer parte do desenvolvimento natural da criança. Assim que se começa a engatinhar já se começa a subir em sofás e cadeiras (PEREIRA, 2007). Toda criança utiliza a escalada para interagir com o mundo e este trabalho vem abordar a possibilidade dos professores de Educação Física (EF) de uma forma simples e segura de aplicar uma aula de escalada na escola.

    A escolha desse tema vem para quebrar o paradigma de que a escalada não é uma pratica segura para se aplicar dentro da aula de EF.

    A pesquisa pretende mostrar algumas possibilidades de adaptações simples aproximando a prática do alcance de qualquer criança independente de seu repertório motor. Caso a escola não tenha equipamento para pratica vertical o professor poderá montar essa parede na horizontal e colocando colchões na parte de baixo da parede aumentando a segurança, e desta forma todos os alunos podem participar da vivência, deixando mais dinâmica a aula.

    No ambiente escolar essa atividade desperta interesse para os alunos afirmam Armbrust e Silva (2010, p. 3):

    Com estas vias diferenciadas, os ER podem ser trabalhados na escola para um despertar consciente ao enfrentamento das incertezas, uma vez que se tratam de atividades que contem imprevisibilidades, para perspectivar um processo de autonomia do indivíduo no coletivo e no cuidado com o planeta.

    Diretores e coordenadores de escolas não acreditam que essa pratica seja segura para os alunos em uma aula de EF, porque a imagem da escalada no senso comum é de pessoas penduradas em montanhas, aparentando um esporte muito perigoso. A falta de conhecimento por parte dos professores também é uma dificuldade por causa da formação deficiente dos cursos de EF (PEREIRA, 2007).

    Essa pesquisa vem no caminho contrário mostrando que é possível aplicar atividades de aventura e ação nas escolas públicas e particulares contribuindo com o desenvolvimento dos alunos.

Objetivo

Metodologia

    A metodologia utilizada será a revisão literária:

    A revisão de literatura resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitirá um mapeamento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o tema e/ou problema da pesquisa. A revisão de literatura em um trabalho de pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos: determinação do “estado da arte”: o pesquisador procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos (SILVA, 2005, p.37)

Escalada

    [...] a história da escalada no mundo decorreu em 1786 com o médico Jean Michel Paccard e o garimpeiro Jacques Balmat, pois ambos queriam descobrir o que existia no topo do Mont Blanc. Para a época, foi um desafio e tanto, pois usavam apenas uma corda de fibras naturais amarrada à cintura, botas de couro e roupas de lã (PEREIRA e ARMBRUST, 2010, p.66).

    Pereira e Armbrust (2010, p. 66) ainda afirmam que:

    [...] a escalada no Brasil ocorreu em 1914, quando o ferreiro José Teixeira Guimarães, o caçador Raul Carneiro e os irmãos Acácio, Alexandre e Américo Oliveira, homens comuns do campo sem nenhuma técnica ou equipamentos específicos, escalaram o Dedo de Deus, em Teresópolis (RJ), com seus 300 metros de altura, após construíram escadas de bambu, cunhas de madeira, ganchos de ferros e improvisaram outros materiais, ao arriscarem suas vidas alcançaram o topo.

Tipos de escalada

    Cada tipo de escalada tem objetivos, técnicas, equipamentos, estratégias e regras diferentes, além de sem praticamente em superfícies e localizações diversas.

    Mas a escalada tem duas divisões: Gelo e Rocha.

    Na rocha pode se subdividir em: escalada livre, boulder, escalada esportiva, big wal e indoor. Já a escalada em gelo pode ser do tipo alpina ou alta montanha

Escalada na escola

    O tipo de escalada que vamos utilizar nas escolas é indoor que segundo Lombardo (2005) a escalada indoor surgiu a partir da década de 70, inicialmente na França, começou-se a escalar em ambientes fechados, como uma opção para os dias de muito frio ou de chuva, que impossibilitava a escalada nas pedras. Como o tempo, este esporte veio alterando suas características e seus objetivos atuais englobam as mais diferentes faces da escalada, desde o treinamento, para competições “indoor”, passando pelo treino de novos escaladores em um ambiente mais controlado ou até mesmo para sessões recreativas de pessoas interessadas.

    O surgimento da escalada nas escolas afirma Lombardo (2005) que em meados dos anos 90 algumas iniciativas pioneiras de escolas particulares do Rio de Janeiro e São Paulo abriram esta porta para a escalada no Brasil. Foram criados muros para a aprendizagem da escalada nesses colégios e alguns professores de EF que também escalavam ou tinham conhecimento na área começaram a usar a escalada como um dos conteúdos de suas aulas e a criaram atividades recreativas e de iniciação desportiva para as crianças e os adolescentes.

    Na época, esta novidade trouxe diversas suspeitas com relação a segurança dos alunos, visto que era uma atividade até então nunca implantada dentro do ambiente escolar no Brasil, gerando um pouco de medo, natural, naqueles que não conhecem. A principal preocupação foi em relação à visão que os pais teriam dessa proposta e os riscos que essa atividade poderia trazer caso fosse utilizada de maneira equivocada. Mas hoje com a divulgação da mídia e estudos de pesquisadores mostra que é possível aplicar a escalada na escola, outra mudança nessa visão das escolas e pais são os equipamentos de segurança com a tecnologia vai minimizando o perigo que essas atividades proporcionam.

Desenvolvimento da criança

    Essa pratica proporciona para o aluno muitas habilidades.

Segurança na pratica

    A segurança na prática de qualquer esporte de aventura e ação é fundamental, pois um acidente pode causar dano ou até a morte. Para uma prática segura, o professor tem que conhecer as técnicas e equipamentos utilizados nas atividades, como cadeirinha, fitas, freios, cordas, capacete, sapatilha, mosquetões etc.

Técnicas

    Segundo Auricchio (2009) a escalada como outros esportes têm uma série de técnicas para o melhor aproveitamento do tempo e maior segurança do iniciante.

Usando os pés

    O mais importante na escalada é um bom trabalho de pés e pernas, que ajudarão a movimentar-se com mais eficiência e menos esforço. É preciso aplicar força com a parte anterior dos pés para projetar o corpo para outra agarra e neste momento a sapatilha é muito importante, pois dá aderência em pequenas fissuras da parede ou na rocha.

Pegadas de Mão

Pega Fechada

    Em pegas fechadas seus dedos são contraídos ao limite em torno da segunda junta. A primeira junta pode ficar aberta ou fechada.

Pega Aberta

    Em pegas abertas os dedos se contraem na segunda junta num ângulo de noventa graus ou mais. O polegar é usado como apoio em cristais ou irregularidades.

Pega Estendida

    Em pegas estendidas a segunda junta é pouco contraída e o contato se dá com toda a superfície da mão.

Monodedos e Bidedos

    Deve-se tomar cuidado com monodedos e bidedos para não machucar os tendões, pois todo o peso do corpo fica sobre um ou dois dedos apenas.

Pega em Pinça

    Neste tipo de pega o polegar normalmente segura em oposição aos outros dedos.

Nós

    Na pratica da escalada é fundamental que o professor saiba fazer os nós básicos para segurança da pratica com seus alunos.

Nó oito duplo

    O nó oito é o mais importante na escalada porque que tem à menor perda de resistência da corda e ele é utilizado para fazer ancoragens.

Oito guiado

    Esse nó tem o mesmo formato do oito duplo, mas é utilizado em lugares onde não é possível usar o nó oito duplo. Esse nó no top-rope é utilizado para prender o escalador.

Prussik

    O prussik é um nó blocante ele pode ser utilizado ascensão e descenso ou segurança na pratica do rapel no caso de uma queda ele trava com o peso da pessoa.

Pescador

    O nó pescador é utilizado para unir duas pontas de uma corda ou cordim (corda com a espessura de 8 a 9 mm). Para fazer o prussik é preciso unir as pontas da corda e isso é feito com o pescador.

UIAA

    O UIAA é utilizado como um nó de segurança e deslizante tem que ser usado com mosquetão de rosca que deve estar preso em uma ancoragem (PEREIRA, 2007)

Rapel

    O rapel é uma técnica utilizada pelos montanhistas para descidas em rochas, na qual a pessoa desliza controladamente pela corda até alcançar a base (chão). É uma técnica que interessa tanto a escaladores quanto a espeleólogos. É umas das técnicas essenciais para pratica da escalada em montanhas, sem essa técnica o escalador não consegue chegar ao chão.

Top-rope

    O top-rope em inglês significa corda no topo é a forma da pratica da escalada segura, já que a corda esta fixada no topo da parede uma ponta no escalador e a outra no escalador que faz a segurança fazendo com que o escalador não sofra uma queda brusca. Esse tipo de escalada é usado para escaladores iniciantes e também nas escolas, fazendo com que a pratica no âmbito escolar seja segura.

Parede de escalada

    Hoje é possível montar uma parede de escalada em qualquer escola com um custo baixo, tem empresas qualificadas em montagem dessas paredes e não ocupa muito espaço dentro da escola. Uma pequena parede vertical é possível montar uma parede de escalada.

    A escalada vai chamar a atenção dos alunos para uma vivencia nova no âmbito escolar. Propor aulas diretamente ligadas aos esportes radicais é uma forma de atrair o interesse do grupo. Mesmo que os alunos não tenham o material próprio, a escola pode fornecer para o uso coletivo, em revezamento (AURICCHIO, 2009).

    Uma forma simples para realizar a vivencia para os alunos segundo Pereira (2007) é transformar paredes comuns de tijolos em paredes de escalada apenas fazendo buracos, que serviriam de agarras. Outra forma de adaptar uma parede de escalada é também furando a parede, com parafusos e buchas comuns, fixar agarras artificiais que podem ser feitas com pedaço de madeira e pedras (PEREIRA, 2007).

    Podem ser adaptadas formas de aplicar escalada na escola mesmo sem parede de escalada apenas ensinando alguns movimentos para as crianças: Utilizando a escada da escola fazendo com que elas subam em quadrupedia até chegar ao topo da escada. Outra forma de montar uma escalada adaptada é fazendo desenhos no chão dos pés e mãos como se fosse movimentos da parede de escalada. Estas adaptações podem ser feito quando a escola não tem a estrutura da parede de escalada.

Didática da escalada

    Quando se tem a parede montada na escola tem algumas brincadeiras que podem ser aplicadas aos alunos para que eles melhorem as capacidades em forma de brincadeiras. As atividades a seguir de Pereira (2007) ilustram essa proposta:

    Essas brincadeiras Trabalham coordenação motora, memória, percepção, atenção, trabalho em equipe, potência, botes, equilíbrio dinâmico, precisão de movimentos, velocidade, resistência, força, estratégia, habilidades motoras e trabalho em grupo.

Considerações finais

    Concluímos que a escalada na escola além de melhorar as habilidades motoras como equilíbrio, força, coordenação motora, etc., também ajuda incorporando as dimensões afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos (VIEIRA, 2007), mostrando também que esse conteúdo pode ser aplicado na grade curricular como uma nova proposta fazendo parte do contexto escolar, como qualquer outro esporte, luta, dança ou ginástica e a escalada em rocha é uma atividade de aventura adequada para ser reinventada para o contexto escolar, atendendo assim aos interesses, desejos e necessidades dos alunos (CARDOZO, 2008). Segundo Franco (2010) as maiores dificuldades para aplicar atividade de aventura nas escolas são a falta de equipamentos e a adaptação é muito importante nessa hora.

    Segundo Franco (2010) o professor deve estar capacitado e apto para evitar e resolver incidentes e acidentes. As práticas, experiências e novas vivencias na educação física podem aproximar professor e alunos.

Referências bibliográficas

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