O conteúdo dança na educação
de jovens e adultos na escola El contenido baile en la educación de jóvenes y adultos en la escuela municipal Manoel Bandeira del municipio de Campo Mourao, PR |
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Faculdade Integrado de Campo Mourão (Brasil) |
Rosana Barbosa da Silva rosana.silva@grupointegrado.br Luciany Mydlo Sardi |
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Resumo O Presente artigo busca investigar qual o conhecimento sobre a dança dos alunos da educação de jovens e adultos na Escola Municipal Manoel Bandeira do município de Campo Mourão PR, bem como verificar o conhecimento dos alunos sobre a dança antes das regências; verificar o conhecimento dos alunos sobre a dança após as regências e comparar o conhecimento sobre a dança antes e depois das regências. Para coletar os dados dessa pesquisa foi utilizado o instrumento questionário, elaborado pela pesquisadora e devidamente convalidado por professores da instituição. Trata-se de uma pesquisa onde é refletida a possibilidade do estudo da dança nas aulas de educação física na educação de jovens e adultos. Unitermos: Dança. Educação Física. Educação de jovens e adultos.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
De acordo com Oliveira (2001) a Educação Física existe em função do homem, enquanto ser individual e social, sendo assim temos que entender o indivíduo como um todo, nas suas várias formas de se relacionar com o mundo e a Educação Física como Cultura Corporal de Movimento têm que estar atenta as individualidades.
Segundo Coletivo de autores (1992) a educação física é uma área de estudo muito ampla, pode ser denominada cultura corporal, onde temas ou formas de atividades corporais são aplicados, o homem incorpora sua cultura corporal dispondo sua intencionalidade do conceito produzido pela consciência corporal.
Nessa mesma perspectiva Brasil (2001) diz que a Dança é um bloco de conteúdo que inclui as manifestações da cultura corporal, orientadas por estímulos sonoros que visa à expressão e comunicação por meio do movimento do corpo.
Na visão de Zonta (1994) a dança é um conjunto de gestos e emoções, sentimentos opostos que se unem e contagiam. A vibração aos poucos toma conta dos movimentos e o que era simples e cotidiano se transforma em arte. Essa linguagem permite sentir alegria, tristeza, angústia, enfim, os sentimentos afloram e por mais que não aceitamos ou não conseguimos entender o seu real significado, a dança nos transforma. O movimento cotidiano ganha vida na dança acontece uma entrega, uma doação, onde os mesmos se confundem se transformam e se transmitem, o corpo e a alma se fundem os sentimentos e as emoções estão tanto na pele, quanto na alma.
Partindo desse pressuposto Daólio (1986) afirma que as aulas de Educação Física para o aluno/trabalhador devem oferecer a oportunidade para uma atividade pessoal, em contrapartida ao trabalho; sendo uma Educação Física que permita ao individuo um relaxamento, com a intenção de fazê-lo perceber seu corpo e capacitá-lo a controlar esse corpo, em oposição ao automatismo que o trabalho muitas vezes exige; uma Educação Física que permita ao aluno a prática de atividades prazerosas, em oposição à rigidez e ao caráter repressivo de muitos trabalhos; aulas que permitam aos alunos convivência e relacionamento em grupo, já que o trabalho muitas vezes, não permite estas possibilidades; e também aulas que permitam uma aprendizagem globalizante, que aliem o cognitivo ao afetivo-vivencial.
Sendo assim esta pesquisa tem por problemática, seguida por nosso objetivo geral investigar qual o conhecimento sobre a dança dos alunos da educação de jovens e adultos na Escola Municipal Manoel Bandeira do município de Campo Mourão, PR.
Seguido por nossos objetivos específicos: Verificar o conhecimento dos alunos sobre a dança antes das regências; verificar o conhecimento dos alunos sobre a dança após as regências; Comparar o conhecimento sobre a dança antes e depois das regências.
Esta pesquisa justifica-se pelo fato de nas observações do estágio supervisionado verificou-se que o conteúdo dança era apreciado pela grande maioria dos alunos, porém os educandos nunca tiveram a oportunidade de vivenciar esse conteúdo durante as aulas.
A partir dessa verificação houve a idéia de se pesquisar: Qual o conhecimento sobre a dança dos alunos da educação de jovens e adultos na Escola Municipal Manoel Bandeira do município de Campo Mourão, PR?
Metodologia
Este trabalho trata-se de uma pesquisa na qual irá se utilizar o método experimental. Que requer uso de equipamentos, técnicas e instrumentos que possam indicar um resultado concreto.
A pesquisa experimental se caracteriza por manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Neste tipo de pesquisa, a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre as causas e efeitos de um determinado fenômeno. Através da criação de situações de controle, procura-se evitar a interferência de variáveis intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-se a variável independente a fim de observar o que acontece com a dependente. (CERVO & BERVIAN, 2004, p.68).
A população dessa pesquisa será composta por 7 educandos da EJA da escola Manoel Bandeira do município de Campo Mourão PR. Os critérios para a seleção da amostra será: indivíduos de ambos os sexos, estudantes da EJA da escola Manoel Bandeira do município de Campo Mourão PR, que aceitem participar das aulas teóricas e práticas, conforme convite prévio.
O instrumento utilizado nessa pesquisa será o questionário. Será utilizado um questionário antes da intervenção que será reaplicado após a intervenção. O questionário será elaborado pela própria pesquisadora, e devidamente convalidado por professores da instituição.
Será aplicado um questionário antes da intervenção e reaplicado o mesmo questionário após a intervenção.
Os dados serão analisados através de análise de discurso e apresentados em forma de tabelas.
Analise e discussão dos resultados
Para coletar os dados foi utilizado um questionário com questões abertas e fechadas, para verificar o conhecimento sobre a dança dos alunos da Educação de Jovens e Adultos da Escola Municipal Manoel Bandeira da Cidade de Campo Mourão PR, antes e depois das intervenções. Os dados obtidos foram submetidos a analise e serão descritos a seguir:
A primeira pergunta do questionário trata-se de uma questão aberta, “O que é dança para você”, por esse motivo os alunos deram respostas compostas, ou seja, com mais de uma opção de argumentos para responder a pergunta.
De acordo com o pré-teste um aluno diz que a dança é esporte, um diz que é exercício, três dizem que dança é saúde, dois dizem que a dança é muito bom e dois alunos dizem que a dança é alegria. Já no pós-teste nenhum aluno diz que a dança é esporte, um aluno diz que a dança é exercício, cinco dizem que dança é saúde, quatro alunos dizem que a dança é muito bom, quatro citam a dança como movimento, três dizem que a dança é alegria, três alunos argumentam que a dança é socialização e um aluno diz que a dança é uma terapia para o corpo e para mente.
Verificou-se que no pré-teste os alunos tinham um conhecimento limitado do que seria a dança. Já no pós-teste os alunos apresentaram maiores argumentos para descrever o que seria dança para eles. Podemos verificar certa oscilação nas respostas, a dança como esporte não é lembrada no pós-teste, a dança como exercício se mantém com apenas um aluno se lembrando tanto no pré-teste como no pós-teste, já a dança como saúde, muito bom, movimento, alegria, socialização, terapia corpo/mente tiveram um aumento significativo no pós-teste, com esse dado entende-se que os alunos aumentaram o repertório conceitual para definir o que seria dança segundo cada individuo entrevistado.
Para Mendes (1987) a dança é composta por movimentos e gestos, que acompanham um ritmo, esse fator é de extrema importância e indispensável para que a atividade seja considerada como dança.
Segundo Brikman (1989) a dança engloba movimentos rítmicos e coordenados da musculatura corporal, auxiliando no desenvolvimento de um raciocínio mais rápido e lógico para a execução destes movimentos no indivíduo. Toda a energia oriunda do movimento, na dança, contribui para o equilíbrio geral da saúde, e uma atividade psicoprofilática corporal nascida, neste caso, da dança, favorece o reencontro do indivíduo com a realidade. Através de sua prática, a dança é capaz de desenvolver um sentido mais ampliado de saúde corporal em um indivíduo.
A segunda questão perguntava: “Você já vivenciou a prática da dança em algum momento de sua vida? Em que ambiente você teve essa vivência?” E os resultados obtidos foram no pré-teste cinco alunos disseram já ter vivenciado a prática da dança em algum momento de suas vidas e dois alunos disseram nunca ter dançado na vida. Já no pós-teste seis alunos disseram já ter dançado em algum momento de suas vidas e apenas um aluno continua sem nunca ter dançado.
Indentificou-se que no pré-teste dois alunos disseram que nunca vivenciaram a prática da dança em suas vidas. O motivo por esses alunos nunca terem dançado é que um dos alunos a religião não permite e o outro porque tem uma deficiência em uma das mãos e é muito tímido. Durante a intervenção todos os alunos participaram das aulas teóricas e práticas com exceção do aluno que a religião não permitia, este esteve presente somente nas aulas teóricas. A partir dessa análise verificou-se que no pós-teste apenas o aluno que a religião não permite não vivenciou a prática da dança e o aluno com deficiência física foi incluso no processo de ensino-aprendizado, participou das aulas práticas mesmo com as suas limitações e conseguiu se socializar com os demais alunos.
De acordo com Artaxo (2000) desde o ventre materno todo ser humano, tem contato com sons e ritmos, através dos batimentos cardíacos, dos sons digestivos, e das vibrações da voz da mãe. E ao nascer, o bebê é embalado por sua mãe com cantigas de ninar. Durante a infância, ao ouvirem qualquer tipo de música, balançam o corpo intuitivamente e espontâneamente, sem nenhum tipo de inibição. Já durante á adolescência, a inibição começa a se tornar visível na maioria das pessoas. Quando adultas, essa inibição se concretiza, criando na maioria das vezes um grande bloqueio corporal, e o máximo que conseguem fazer, ao ouvirem uma música que lhes agrade, é tamborilar os dedos numa mesa, mexer a cabeça ou os pés discretamente para acompanhar o ritmo, pois, apesar de tal inibição, “a marcação do pulso de uma música surge naturalmente”.
Segundo Laban (1990) o dançar, que na infância era um movimento espontâneo, passa a ser um grande desafio na vida adulta. Nós seres humanos fomos feitos para se movimentar, e dançar faz com que a pessoa movimente todas as articulações do corpo. Se a dança for uma atividade presente desde a infância até a idade adulta, será um esforço preservado durante toda a vida.
De acordo com o resultado obtido no pré-teste os alunos ao serem questionados em que ambiente eles vivenciaram a prática da dança, dois responderam que vivenciaram na escola, dois em clubes, cinco em bailes e festas e dois alunos disseram nunca ter dançado. Posteriormente no pós-teste ao serem indagados na mesma questão seis alunos disseram ter vivenciado a prática da dança na escola, dois em clubes, quatro em bailes e festas e um aluno permaneceu com a resposta de nunca ter dançado.
No pré-teste as respostas foram bem distribuídas, ficando com maior numero de respostas a opção bailes e festas. Já no pós-teste as respostas se concentraram em duas opções: bailes e festas e escola ficando com maior numero de respostas a opção escola. Com esse resultado entende-se que os alunos vivenciaram a dança e que a intervenção causou efeito, pois no pré-teste dois alunos nunca tinham dançado já no pós-teste apenas o aluno cujo sua religião não permite respondeu que nunca dançou.
De acordo com a terceira pergunta: “Você conhece alguma dança típica de sua região? Qual?” no pré-teste cinco alunos disseram ter conhecimento sobre danças típicas de sua região, dando como exemplos as danças: vanerão, xote, valsa, catira, forró, dança gaucha, funk, baião e quadrilha e dois alunos disseram não ter conhecimento sobre danças de sua região. Já no pós-teste todos os alunos (sete) disseram conhecer alguma dança típica de sua região, dando como exemplos: ciranda, soltinho, carimbo, maracatu, xote, rancheira, quadrilha, forró, vanerão, xote, valsa, baião, lambada, dança gaucha, bolero, catira e frevo.
Na 3ª questão, verificou-se que os alunos tiveram um bom aproveitamento das aulas teóricas, pois lembraram algumas danças estudas durante as aulas. Pode-se notar que houve um aumento significativo nos exemplos dados por eles. Deve-se levar em consideração que algumas danças citadas não fazem parte de danças típicas da região sul, contudo não se especificou qual seria a região, desse modo como a maior parte dos alunos que participaram dessa pesquisa são de origem nortista, entende-se que eles associaram as danças típicas do norte a essa pergunta.
Ainda analisando a terceira pergunta do questionário, no pré-teste um aluno disse conhecer a dança quadrilha, três o xote, quatro o vanerão, dois a valsa, um a catira, um o baião, um o forró, um a dança gaucha, um o funk e dois alunos disseram não conhecer dança nenhuma. Já no pós-teste verificou-se que os alunos aumentaram seu conhecimento sobre as danças, onde quatro alunos disseram conhecer a quadrilha, quatro o xote, cinco o vanerão, dois a valsa, um a catira, três o baião, quatro o forró, um a dança gaucha, três a rancheira, dois a lambada, dois o soltinho, três a ciranda, um o frevo, um o carimbo, um o bolero, um o maracatu, ficando o funk esquecido no segundo momento, não houve resposta: não conheço nenhuma dança.
Ao analisarmos as respostas dos alunos verificou-se que as danças: quadrilha, xote, vanerão, baião, forró foram lembradas em ambos os momentos da intervenção, porém houve maior ênfase no segundo momento, talvez seja pelo fato de serem danças mais populares em nossa região, já as danças: valsa, catira e dança gaucha também foram lembradas em ambos os momentos e ficaram com o mesmo número de votos e as danças: rancheira, lambada, soltinho, ciranda, frevo, carimbó, bolero e maracatu foram lembradas somente no segundo momento, com isso entende-se que com a intervenção os alunos aumentaram seu repertório cultural sobre danças, pois essas danças foram trabalhadas durante as aulas teóricas com apresentações de slides, fotos e vídeos.
Na quarta questão pediu-se para os alunos assinalarem quais os ritmos de dança que eles já conheciam ou já tinham ouvido falar, e o resultado obtido foi no pré-teste seis alunos conheciam ou já tinham ouvido falar de bolero, seis de tango, sete de lambada, sete de xote, sete de valsa, seis de samba de gafieira, quatro de salsa, seis de forró, três de soltinho, sete de rancheira, três de bumba-meu-boi, quatro de carimbó, seis de cirandas, três de frevo, sete de quadrilha, um de maculelê, sete de vanerão, sete de baião, quatro de catira, dois de maracatu. Já no pós-teste todos os alunos assinalaram todas as danças descritas no questionário.
Desse modo verificou-se que no pré-teste os alunos não conheciam todas as danças descritas no questionário, já no pós-teste, notou-se que todos os participantes passaram a conhecer todas as danças citadas no questionário. Com isso entende-se que a intervenção alcançou o objetivo proposto inicialmente, que seria aumentar o conhecimento dos alunos sobre a dança e proporcionar a vivência da dança no âmbito escolar.
Segundo Paiva (2002) o ensino da dança tem o objetivo de aprimorar o aluno para sua formação sociocultural.
De acordo com Flores (2002) a dança por ser considerada uma atividade completa, pois promove muitos benefícios, que podem ser observados em cada ritmo, como, por exemplo, a dança de salão, que além de trabalhar diversos ritmos como forró, tango, samba e valsa, promove também o contato entre as pessoas e melhora a auto-estima.
A dança folclórica de acordo com Ferreira (2005) quando inserida no âmbito escolar, é atividade física, formativa e de socialização, que ajuda a desenvolver os aspectos da personalidade, da valorização de um grupo e de preservação de raízes culturais.
Na 5ª questão pediu-se que os alunos assinalassem as alternativas que eles achavam ser corretas, no que a prática da dança pode contribuir. No pré-teste quatro alunos responderam que a dança contribui para aumentar o cansaço do seu corpo, três disseram que a dança mostra a cultura de diferentes povos, seis que a dança proporciona maior qualidade de vida, três que a dança deixa a pessoa estressada e insatisfeita, sete que a dança proporciona movimento ao corpo, cinco que a dança contribui para amenizar o sedentarismo, sete que a dança deixa a vida mais alegre e prazerosa e nenhum aluno disse que a dança não contribui para nada. Já no pós-teste todos os alunos participantes da pesquisa assinalaram as mesmas opções: mostrar a cultura de diferentes povos, proporcionar melhor qualidade de vida, proporcionar movimento ao seu corpo, contribuir para amenizar o sedentarismo, deixar sua vida mais alegre e prazerosa.
Nessa questão observou-se que no pré-teste as respostas foram bem distribuídas e que os alunos não tinham muita noção dos benefícios da prática da dança para o corpo. Já no pós-teste as respostas foram diretas aos pontos que a intervenção queria atingir: mostrar a cultura de diferentes povos; proporcionar melhor qualidade de vida; proporcionar movimento ao corpo; contribuir para amenizar o sedentarismo. Os alunos entenderam que o cansaço que a dança trás para o corpo não é prejudicial mais sim um desgaste natural e passageiro. E que a dança não contribui para deixar o individuo estressado e insatisfeito, proporciona efeitos que atuam justamente para combater o stress.
Segundo Nanni (2003) o movimento do corpo é de uma necessidade do cotidiano. O movimento corporal tem como objetivo atender as necessidades individuais do homem, percepção e relaxamento; consciência corporal e do seu autoconceito, ou seja, do eu existente, inseridas nos diferentes comportamentos e estilos de vida.
Nesse mesmo contexto Flores afirma que:
A dança trabalha a coordenação motora, agilidade, ritmo e percepção espacial; desenvolve a musculatura corporal de forma integral e natural; permite melhoras na auto-estima e quebra diversos bloqueios psicológicos; possibilita convívio e aumento do rol de relações sociais: torna-se uma opção de lazer, promove a melhora de doenças e outros problemas. (FLORES, 2002, p.1)
Segundo Ceribelli (2008) a dança poderá auxiliar na melhora da postura, ajuda a conquistar novos amigos, proporciona maior flexibilidade, equilíbrio, leveza nos movimentos e melhora na coordenação motora, ajuda também na sensibilidade de pensar, agir e sentir estimula o autoconhecimento e melhora a timidez. Estimula também a capacidade de comunicação em especial a não verbal, expressa pelos movimentos corporais, a criatividade a imaginação; além de proporcionar alegria, prazer, bem estar, paz e tranqüilidade.
Já na 6ª questão os alunos tiveram que assinalar: “Para você a dança na escola pode:” E analisando essa questão verificou-se que no pré-teste dois alunos acreditavam que a dança na escola contribuía apenas para tomar tempo do aluno não contribuindo em nada na sua formação enquanto cidadão e cinco alunos acreditavam que a dança na escola contribuía para mostrar diferentes culturas e a prática de diversos movimentos corporais. Já no pós-teste todos os alunos participantes responderam que a dança no ambiente escolar contribuí para mostrar diferentes culturas e a prática de diversos movimentos corporais.
Na 6ª questão, no pré-teste parte dos alunos ainda não tinham noção da importância da dança no âmbito escolar. Essa resposta esta diretamente ligada a questão 2 que se refere: Você já vivenciou a prática da dança em algum momento de sua vida e em qual ambiente teve essa vivencia. No pré-teste dois alunos disseram que nunca tinham dançado e as respostas se concentraram em ter dançado em bailes e festas, sendo assim a maioria dos alunos que já dançaram tinham vivenciado essa prática em um ambiente extra-escolar, com isso entende-se que os alunos tinham pouca vivencia da dança na escola desse modo alguns tinham a concepção de que a dança na escola apenas tomava o tempo do aluno e não contribuía em nada para a formação enquanto cidadão, no pós-teste após a intervenção a idéia de dança na escola mudou, pois todos os alunos responderam que a dança mostra diferentes culturas e a prática de diversos movimentos corporais.
Para Laban (1978) a dança é um dos meios no qual todos os povos expressam sua cultura, sua relação com a natureza e com os homens.
Segundo Nanni (2003) a dança é usada como uma maneira de educar em qualquer cultura. Em qualquer sociedade humana, a forma de expressão é a dança, pois é através dela que o homem pode representar e expor as emoções. Para o ser humano, a dança sempre esteve presente, pois era através dela que faziam suas manifestações culturais fossem elas para os deuses, para a natureza, para a religião, o nascimento ou a morte, a guerra ou a paz.
De acordo com o a 7ª questão discutida, no pré-teste seis alunos responderam que encontram a dança sendo exibida na televisão, dois na internet, dois em jornais e revistas, três em festas, dois na escola e não houve resposta em nenhum lugar. Já no pós-teste sete alunos responderam que encontram a dança sendo exibida na televisão, cinco na internet, seis em jornais e revistas, seis em festas, sete na escola e não houve resposta em nenhum lugar.
Nota-se nas repostas em ambos os testes ficaram bem distribuídas, com isso entende-se que a dança é divulgada nos meios de comunicação, verificou-se que aumentou o número de alunos que encontra a dança sendo exibida na escola, isso porque durante oito encontros a dança passou a ser mostrada no ambiente escolar, tornando-se desse modo presente no dia-a-dia desses alunos.
Segundo Betti (2004 p.97-98):
Se cabe à Educação Física introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento há que se considerar que: i) a integração há de ser do aluno concebido como uma totalidade humana, com suas dimensões físico-motora, afetiva, social e cognitiva, e ii) o consumo de informações e imagens proveniente das mídias faz parte da cultura corporal contemporânea, e portanto, não pode ser ignorada; pelo contrário , deve ser objeto e meio de educação, visando instrumentalizar o aluno para manter uma relação crítica e criativa com as mídias.
De acordo com a 8ª questão apresentada, no pré-teste um aluno respondeu que a dança pode ser praticada apenas por mulheres jovens e homens jovens, um aluno que a dança pode ser praticada somente por mulheres idosas e cinco alunos responderam que a dança pode ser praticada por ambos os sexos e todas as idades. No pós-teste o mesmo aluno continua a achar que a dança pode ser praticada apenas por mulheres e homens jovens, tal resposta se deu devido as influencias religiosas que este aluno passa, seis alunos responderam que a dança pode ser praticada por ambos os sexos e todas as idades.
Verificou-se que no pré-teste alguns dos alunos ainda não tinham claro qual o tipo de individuo que pode praticar a dança, após a intervenção somente o aluno que tinha uma religião que não permitia a prática da dança que respondeu que a dança só pode ser praticada por mulheres e homens jovens, e seis alunos tinham a noção de que a dança pode ser praticada por ambos os sexos e todas as idades.
Ceribelli (2008) afirma que através dos diferentes ritmos a dança proporciona benefícios tanto para o corpo quanto para a mente, e que a dança pode ser destinada a qualquer pessoa independente da faixa etária.
Segundo Assis (2009) a dança além de exercer grande importância em relação às capacidades de movimentação, pode também contribui principalmente para a formação pessoal das crianças, jovens, adultos e idosos. Porém, habitualmente participamos de atividades de dança, muito mais fora do que dentro da escola, ficando essa atividade somente restrita para eventos comemorativos.
Conclusão
O presente trabalho alcançou os objetivos pertinentes: verificar o conhecimento dos alunos sobre a dança antes das regências; verificar o conhecimento dos alunos sobre a dança após as regências; comparar o conhecimento sobre a dança antes e depois das regências.
A partir das observações e registros realizados pela pesquisadora, é possível afirmar que ao longo das intervenções houve desenvolvimento do repertório cultural referente a danças, diminuição da inibição e melhora na expressão corporal dos alunos. Isso demonstra que a proposta para o ensino da dança atingiu os objetivos propostos e se mostrou adequada ao contexto onde a mesma foi aplicada.
Nesse contexto partir do pressuposto de que a dança é movimento e que o movimento é uma forma de expressão e comunicação procurou-se trabalhar a dança na escola não com o intuito de priorizar a execução de movimentos corretos e perfeitos, mais sim com o objetivo de formar um aluno cidadão crítico, participativo e responsável, capaz de expressar-se em variadas linguagens, desenvolvendo a auto-expressão e aprendendo a pensar em termos de movimento.
As intervenções foram realizadas a partir de aulas teóricas e práticas com o auxilio de recursos audiovisuais. As atividades propostas procuravam envolver os alunos em suas emoções, sentimentos e identificação de sua imagem pessoal, atividades que exigiram dos alunos agir, reagir e interagir com seu grupo. As aulas buscaram envolver ricas variações de estímulos, tanto na parte musical como na corporal. Sendo na parte corporal, exploração do conhecimento do corpo e suas capacidades e da musical, noções básicas de diferentes ritmos e estilos de dança (danças folclóricas e danças de salão).
Desse modo as intervenções apresentaram a dança na escola de forma lúdica e não competitiva, passando a ser agente de formação e transformação, possibilitando oportunidades de humanização e integração entre todos os alunos, aumentando assim a auto-estima colocando em prática o sentido de uma educação voltada para a inclusão. As aulas no geral foram envolvidas por motivação, entusiasmo, curiosidade e o sentido de humor. A dança é um valioso instrumento para as aulas de Educação Física e necessita ter sua prática aumentada seja na educação infantil, ensino fundamental, ensino médio ou na educação de jovens e adultos, sendo assim esse trabalho sugere que este conteúdo ocupe um maior espaço nas aulas objetivando o contato do educando com a Cultura Corporal do Movimento de uma maneira mais ampla e completa.
Referencias bibliográficas
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ASSIS, M. D. P.; SIMÕES, R.; GAIO, R. Dança na escola, um estudo a partir do discurso dos envolvidos. Movimento & Percepção. Espírito Santo do Pinhal, SP, v.10, n°14, Jan./jun. 2009.
BETTI, Mauro. A janela de vidro: Esporte, televisão e educação física. 3.ed. Campinas: Papirus, 2004.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação física /Secretaria de educação Fundamental._Brasília: MEC/ SEF, 2001.
BRIKMAN, L. A Linguagem do movimento corporal. Trad. B. A. Cannabrava São Paulo Summus, 1989.
CERIBELLI, C. Bem-estar e autoconfiança. São Paulo: Escala 2008.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia cientifica. 5. ed. São Paulo:Prentice Hall, 2004
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
DAOLIO, J. A importância da educação física para o adolescente que trabalha: uma abordagem psicológica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, 1986.
FERREIRA, V. Dança escolar um novo ritmo para a Educação Física. Ed Sprint.Tijuca , Ed Sprint.Tijuca , Rio de Janeiro,2005.
FLORES, M.L. A dança e seus benefícios. Agendas da dança de salão, canais escolha, 22 maio 2002. Disponível em: http://www.dancadesalao.com/agenda/lauraflores02php. Acessado em 25 de maio. 2012.
LABAN, R. Domínio do movimento. 2.ed. São Paulo: Summus, 1978.
LABAN, R. Dança Educativa Moderna (tradução: Maria da Conceição Parayba Campos). São Paulo: Ícone, 1990.
MENDES, M. A dança. 2.ed. São Paulo: Ática, 1987.
NANNI, D. Ensino da dança. Rio de janeiro: Shape, 2003.
OLIVEIRA, V. M. de. O que é Educação Física. São Paulo: Brasiliense, 2001.
PAIVA AM. Construindo a dança na escola. [Monografia do Curso de Pós-Graduação Em Dança-Educação]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; 2000.
ZONTA, Z. A. F. Do dançarino ao bailarino: metamorfose de um Papel Social. Bauru, 1994.73p. Dissertação (Mestrado em Projeto, Arte e Sociedade). Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Universidade Estadual Paulista.
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