Atividade física e renda familiar
entre professores de Actividad física e ingreso familiar en profesores de Educación Física de dos municipios del interior paulista, Brasil |
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*Licenciatura Plena em Educação Física – Faculdade de Ciências – UNESP/Bauru-SP Especialista em Qualidade de vida e atividade física – UNICAMP/Campinas-SP Mestre em Saúde Coletiva, Faculdade de Medicina/UNESP/Botucatu-SP Doutor em Saúde Coletiva, Faculdade de Medicina – UNESP/Botucatu-SP Professor na Universidade do oeste paulista/UNOESTE, Faculdade de Ciências da Saúde Presidente Prudente-SP **Graduação em Educação Física |
Luiz Rogério Romero* Claudia Alves de Oliveira** Daniela Francisco** Rafaela Isabo de Souza** (Brasil) |
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Resumo O presente estudo se propõe a conhecer a associação da renda familiar e a prática de atividade física entre professores de Educação Física da rede estadual de ensino de dois municípios do interior paulista. Situou-se entre professores de Educação Física da rede estadual de ensino fundamental e médio de dois municípios do interior paulista, Brasil. Foi elaborado um inquérito de auto-preenchimento, anônimo e específico para este estudo. Utilizou-se teste estatístico de análise de variância (Anova) para o cruzamento das variáveis rendas familiar e gasto energético habitual. O nível de significância foi de 5%. Sobre a prática de atividade física, muitos dos professores não atingiram as recomendações de atividade física para a saúde. Sobre a relação da prática de atividades físicas e a renda familiar, destaca-se que a estimativa de menor gasto energético habitual foi identificada entre indivíduos que apresentaram valores inferiores quanto ao rendimento familiar. Diante deste panorama, recomendam-se maiores estudos sobre esta população no sentido de melhor conhecer suas especificidades e favorecer mudanças organizacionais e de políticas públicas. Unitermos: Atividade física. Professores de Educação Física. Renda familiar.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A prática de atividade física tem sido incentivada em muitos dos programas de promoção de saúde (PEREIRA, 1995). No contexto mundial, a falta de atividade física tem despertado elevada preocupação e respectivas estratégias para a ampliação do estilo de vida ativo e diminuição de doenças, principalmente de características crônico-degenerativas (BRASIL, 2005).
No entanto, alguns estudos têm apontado limitações na efetividade dessas ações nos diversos contextos sociais e culturais (FERREIRA e NAJAR, 2005). Estudos anteriores destacam a desigualdade em relação às variáveis relacionadas à saúde entre indivíduos de diferentes classes sociais (SANTOS, 2011).
Dessa forma, o presente estudo se propõe a conhecer a associação da renda familiar e a prática de atividade física entre professores de Educação Física da rede estadual de ensino de dois municípios do interior paulista.
População e método
População de estudos
O presente estudo situou-se entre professores de Educação Física da rede estadual de ensino fundamental e médio de dois municípios do interior paulista, Brasil. Todos os professores (n=15) foram convidados à participar, havendo um que se recusou e outro que preencheu parcialmente os instrumentos. No total, treze professores responderam adequadamente o instrumento.
Instrumentos
Foi elaborado um inquérito de auto-preenchimento, anônimo e específico para este estudo, questões sobre idade, sexo, número de aulas, locais de atuação e formação. Também foram analisados o gasto energético habitual, tempo livre, realização de atividades físicas vigorosas e tipos de exercícios físicos praticados.
Procedimentos de coleta de dados
Foi realizado um pré-teste para aproximação dos pesquisadores com os procedimentos de pesquisa e corrigir eventuais problemas relacionados ao instrumento. Anteriormente a aplicação do questionário, foi solicitada a autorização dos diretores responsáveis pelas instituições de ensino. Após apresentação do projeto de pesquisa, os professores foram convidados à participar do estudo respondendo o questionário. O tempo médio de preenchimento foi de 20 minutos.
Procedimentos de análise de dados
Os dados foram digitalizados em planilha computadoriza e transferida para programa estatístico SPSS, versão 15.0. Dessa forma, foi viabilizada a organização das informações e elaboração de tabelas de freqüência absoluta e relativa, segundo variáveis de estudo. Utilizou-se teste estatístico de análise de variância (Anova) para o cruzamento das variáveis rendas familiar e gasto energético habitual. O nível de significância foi de 5%.
Resultados
A idade variou entre 29 e 55 anos dentre os professores participantes do estudo, sendo que 77% destes na faixa etária de 44 a 49 anos. A maioria pertence ao sexo feminino (69,2%). Na questão de renda familiar, 53,8% reportaram 3 a 5 salários mínimos. Em relação aos dias de atividade física vigorosa, 15,4% não realizam e 23,1% de 3 a 5 dias por semana.
Tabela 1. População de estudos segundo idade, sexo, renda familiar e prática de atividade física vigorosa em freqüência absoluta e relativa
A Tabela 2 apresenta dados sobre a renda familiar e o gasto energético habitual da população de estudos. Os professores que apresentaram renda familiar mais elevada referiram significativamente maior gasto energético habitual.
Tabela 2. População de estudos segundo renda familiar e média, desvio-padrão, valor mínimo e máximo de gasto energético habitual em kcal/kg/dia
Discussão
Entre os professores de Educação física participantes do estudo, a idade varia de 29 a 55 anos. A maioria pertence ao sexo feminino 69,2%. Vedovato e Monteiro (2008) destacam a predominância do sexo feminino nas pesquisas realizadas nesta atividade profissional. Dados de pesquisa organizada pela UNESCO (2004) dividem a proporção de professores brasileiros entre homens e mulheres em, respectivamente, 18,6% e 81,3%.
Sobre a prática de atividade física, muitos dos professores não atingiram as recomendações (MATSUDO et al. 2008) de atividade física para a saúde. Outros estudos também destacaram esta situação (UNESCO, 2004). Estes dados ressaltam a possível influência de outras variáveis na determinação do estilo de vida ativo, visto que tais profissionais destacam-se pelo potencial conhecimento desta área.
Sobre a relação da prática de atividades físicas e a renda familiar, destaca-se que a estimativa de menor gasto energético habitual foi identificada entre indivíduos que apresentaram valores inferiores quanto ao rendimento familiar. Em estudo entre professores brasileiros, cerca de 50% deles, são responsáveis por mais da metade da renda familiar, sendo que 32,5% respondem entre 80% e 100% (UNESCO, 2004). Esta relação entre nível sócio-econômico e prática de atividade física também foi evidenciado em outros estudos (GONÇALVES, et al. 1997). Segundo os estudos anteriores, a elevada carga horária de trabalho e necessidade de complementação da renda com outras atividades podem ser identificadas como fatores limitantes do tempo livre e realização de atividades físicas vigorosas necessárias para os benefícios à saúde.
Diante deste panorama, recomendam-se maiores estudos sobre esta população no sentido de melhor conhecer suas especificidades e favorecer mudanças organizacionais e de políticas públicas. Tais perspectivas poderiam contribuir para as condições de trabalho, de vida e saúde destes profissionais de educação.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. A vigilância, o controle e a prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis: DCNT no contexto do Sistema Único de Saúde brasileiro. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. 80p
FERREIRA, M.S. e NAJAR, A.L. Programas e campanhas de promoção da atividade física. Ciênc. saúde coletiva, v.10, p. 207-219. Dez, 2005.
GONÇALVES, A. et al. A saúde da geração saúde: Pesquisa e ensino sobre capacidades físicas e referências a hábitos e morbidade dos calouros da Faculdade de ciências Médicas da Unicamp. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde, v. 2, n. 4, p.41-58, 1997.
MATSUDO, S. et al. Do diagnóstico à ação: Experiência do programa agita São Paulo na promoção de um estilo de vida ativo, Revista brasileira de atividade física e saúde, v.13, n.3, 2008.
PEREIRA. M. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara/Koogan,1995, 595p.
SANTOS, J.A.F. Classe social e desigualdade de saúde no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v. 26, n. 75 fevereiro/2011.
TOKUYOCHI, J.H. et al. Retrato dos professores de Educação Física das escolas estaduais do estado de São Paulo. Motriz Revista de Educação Física, v.14 n.4, p.418-428, out./dez. 2008.
UNESCO. O perfil dos professores brasileiros: o que fazem o que pensam o que almejam: pesquisa nacional UNESCO. São Paulo: Moderna, 2004.
VEDOVATO, T.G.; MONTEIRO, M.I. Perfil Sociodemográfico e condições de saúde e trabalho dos professores de nove escolas estaduais paulistas, Revista Esc. Enferm. USP, 42(2): 290-7, 2008.
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