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A comunicação não verbal como expressão emocional no adolescente

La comunicación no verbal como expresión emocional en el adolescente

 

*Graduada em Educacão Física

**Professor Titular

Faculdade Adventista de Hortolândia

(Brasil)

Solange Cristina Azevedo de Souza*

Jhuliane Amâncio Almeida*

Valter Roberto de Oliveira**

Helena Brandão Viana**

hbviana2@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho apresenta a definição da comunicação verbal e não verbal, mostrando a sua relação com as emoções e a importância de saber identifica-las através das expressões corporais e faciais. Apresenta também o desenvolvimento da adolescência, suas mudanças físicas e emocionais, mostrando a influência que a escola, a família e a atividade física têm sobre o adolescente e como o professor de educação física pode utilizar a comunicação não verbal para o auxílio do adolescente na sua aprendizagem. Para o desenvolvimento desta monografia foi utilizada a metodologia de revisão de literatura, onde foram feitas pesquisas em artigos científicos e livros abordando textos de autores de renome, comparando os pensamentos diversos entre esses autores. O estudo mostrou a grande importância da comunicação não verbal na escola, sendo utilizada pelo professor no decorrer de suas aulas, no auxílio de resoluções de problemas dos alunos e em seus aprendizados.

          Unitermos: Comunicação. Emoções. Adolescentes. Professor.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O que você leitor entende por comunicação? Você deve estar pensando, “Isso é óbvio, comunicar é falar com outra pessoa”. Você está certo, mas não é somente isso. A arte de se comunicar é transmitir suas mensagens de forma que todos a entendam.

    A comunicação deve ser uma via de mão dupla, na qual uma pessoa envia a mensagem e a outra a recebe, de modo que esse processo deve resultar no entendimento de algo e numa mudança de comportamento, emoção ou atitude. Ela pode ocorrer de três formas: a verbal (por meio da fala) a escrita (por símbolos) e a não verbal (por meio dos gestos, expressões, atitudes e imagens). Os três modos são muito importantes e complementares.

    Atualmente poucas pessoas se dão conta do poder da comunicação não verbal, chamada por alguns autores e profissionais da comunicação de “A Linguagem do Corpo”. Pois esta pode aprovar ou negar a mensagem que está sendo transmitida através da expressão verbal. Ela está sempre presente, mesmo que esteja sendo emitida ou não, pois quando um indivíduo se comunica, todo o corpo se comunica junto (EDITORA MUNDIAL, 2012).

    A comunicação não verbal, ou seja, as nossas expressões corporais e faciais estão inteiramente ligadas as nossas emoções. Podemos nos emocionar por qualquer coisa, a qualquer momento, em qualquer lugar, em qualquer situação que nos encontremos.

    Durante a adolescência as emoções se tornam mais intensas, pois é uma fase de transição. A adolescência é um período onde ocorrem diversas transformações corporais, hormonais e comportamentais. O início e o término dessa fase variam de pessoa para pessoa.

    De acordo com a revista Veja (2012), há cerca de 1,8 bilhões de adolescentes, ou seja, um quarto da população mundial. Nunca se houve tantos adolescentes no mundo como na atualidade.

    A mídia e os amigos tem uma grande influência sobre eles, pois procuram se enturmar em grupos que possuem as mesmas características. A Revista Época (2012) destaca que o adolescente sente uma necessidade de fazer parte de um grupo que tenham a mesma faixa etária e os mesmo interesses.

    Durante esse período muitos ficam perdidos em seus pensamentos e sentimentos, entram em conflitos consigo mesmo, pois ainda não amadureceram emocionalmente. Um bom andamento nesta fase da vida é fundamental para o ser humano, pois procuram descobrir quem é e qual é o seu papel na sociedade, e se não houver um bom desenvolvimento social durante este período, serão desencadeadas consequências futuras. A escola ocupa um papel fundamental nesta fase, pois ela ajuda na definição de valores e princípios.

A comunicação não verbal e as emoções

Comunicação

    Muitos entendem que a comunicação é o ato de transmitir e receber informações através de conversas face a face, ou gestos com o corpo, mensagem escrita ou falada, que permitem a interação das pessoas.

    Segundo o dicionário de Língua Portuguesa (2012) comunicação é a ação de se comunicar com alguém. Podendo ser por aviso, mensagem, informação; transmissão de uma ordem ou reclamação, relação, correspondência fácil, trato, amizade, social, processo pela qual as ideias e sentimentos se transmitem de individuo para individuo, tornando possível a interação social.

    Von Cranach (s/d) apud Moscovici (1973) ao analisar a comunicação entende que a interação é a influência que as pessoas exercem umas sobre as outras. É uma realidade social que pode ser evidenciada quando um indivíduo age sobre um segundo e este segundo age sobre o primeiro, de forma perceptível. O autor apresenta três tipos de comportamentos que podem ocorrer distintamente em uma interação: o comportamento interativo; o comunicativo e o informativo.

    O Comportamento Interativo implica em enviar uma mensagem a uma outra pessoa, o qual se manifesta de maneira típica na relação; O Comunicativo está vinculado ao emprego de um código e envolve elementos comportamentais. O Informativo apenas informa ou esclarece determinados aspectos de alguém que está sendo observado por outra pessoa (MESQUITA, 1997, p. 155).

    Matthiesen et al. (2008) concorda que há vários tipos de linguagem na qual a linguagem corporal consiste em códigos e expressões usadas pelas pessoas em determinadas situações. A linguagem também é entendida como um conjunto de códigos que podem ser transmitidos e compreendidos através da fala, da escrita, da leitura, da arte, expressões e manifestações corporais. Esses aspectos são fundamentos do processo de comunicação, que está presente em todo o universo educacional.

    Sousa, Leal e Sena (2010) acrescentam que a comunicação se utiliza de gestos, expressões faciais e corporais para que a informação seja transmitida, esclarecendo assim muito mais do que as próprias palavras.

    Com isso as pessoas interagirão compartilhando ideias, mensagens e sentimentos, que podem até influenciar no comportamento de outras pessoas. Estas reagirão a partir de suas crenças, valores, histórias de vida e cultura. Portanto é de suma importância a compreensão da estrutura da comunicação não verbal, que apresentar-se-á a seguir.

Comunicação não verbal

    A comunicação não verbal, é o envio de mensagens através do corpo, como nas expressões faciais, gestos, movimentos corporais entre outros.

    Argyle (1978), um estudioso e pesquisador dos comportamentos não verbais, ao abordar a comunicação não verbal, apresentou as diversas maneiras de como essa mensagem pode ser transmitida, como na: expressão facial; olhos; gestos e movimentos posturais; contato corporal; comportamento espacial; roupa; aspecto físico e outros aspectos da aparência. Estes canais fazem parte de uma categorização denominada “os diferentes sinais corporais”

    Corraze (1982) corroborou afirmando que a comunicação não verbal é um meio, dentre outros, de transmitir informações. Esta comunicação é definida como diferentes meios dos quais os seres vivos que não utilizam a linguagem escrita, falada ou seus derivados sonoros transmitem informações. Complementou dizendo que para o ser humano as comunicações não verbais se processam através de três suportes. O primeiro, o corpo, nas suas qualidades físicas, fisiológicas e nos seus movimentos. O segundo, no homem, ou seja, objetos associados ao corpo como os adornos, as roupas, ou mesmo as mutilações, marcas ou cicatrizes de tatuagens, de rituais ou não; neste suporte podem ser relacionados também os produtos da habilidade humana que podem servir à comunicação. E por último, à dispersão dos indivíduos no espaço, o qual engloba desde o físico que cerca o corpo até o qual ele se relaciona, o espaço territorial.

    Rector & Trinta (1985) apud Mesquita (1997) comprovaram em suas pesquisas que a porcentagem da comunicação não verbal na transmissão de qualquer mensagem, em uma interação entre indivíduos, é muito elevada. Os estudos demonstraram que 55% da comunicação face a face se dá através do corpo, gestos e expressão facial; 38% é tributável à tonalidade, intensidade e outras características da voz e apenas 7% é realizada através das palavras.

    Matthiesen et al. (2008) acrescenta que no corpo humano há muitos significados, no qual a comunicação não verbal está relacionada ao convívio com a sociedade, com ele somos capazes de nos comunicarmos e percebermos determinados tipos de comportamentos. Quando as pessoas se comunicam todo o corpo se comunica junto, pois as mensagens da comunicação não verbal podem demonstrar diversos sentidos.

    Fortalecendo esta ideia Oliveira (2010) diz que essa comunicação revela sensações, emoções ou dores. Que em nosso interior temos uma imagem somática formada que exerce uma imagem tanto para nós mesmos, como para os outros. A imagem corporal é um fenômeno social, pois as emoções são dirigidas para os outros, sendo assim, a nossa imagem corporal é refletida no outro indivíduo e com isso as nossas sensações são compartilhadas.

    Sendo assim, com o compartilhamento da imagem corporal Sousa, Leal e Sena (2010) concordam que a comunicação não verbal ganha muito valor, pois afirma ou nega o que está sendo transmitido na comunicação verbal. Além de estar sempre presente mesmo se a comunicação verbal esteja sendo emitida ou não, a mesma expõe sentimentos e percepções de um indivíduo.

As emoções

    As emoções são tudo aquilo que sentimos, por algo ou por alguém, podemos nos emocionar a qualquer momento, em qualquer lugar, em qualquer situação que nos encontremos.

    Argyle (1978) apud Mesquita (1997) já afirma que os gestos e movimentos fazem parte dos inúmeros meios de comunicação que o ser humano utiliza para expressar suas emoções e sua personalidade, comunicar atitudes interpessoais, transmitir informações no meio social.

    Goldhaber (1991) apud Lemos (2006) caminhou no conceito dizendo que duas pessoas nunca serão iguais, pois possuem diferenças nas suas percepções, no seu modo de viver, na sua aparência física e psicológica. As necessidades, valores, sentimentos e experiências pessoais passadas respondem a diferentes estímulos recebidos. Portanto cada percepção e suas diferenciações permitem dizer que a comunicação é um processo regido por interpretações das mensagens que são transmitidas.

    Guglielmi (2009) atualiza colocando que “o corpo está em contato direto com as nossas emoções mais profundas, nossos medos, nossos anseios, nossa alegria, e os transmite diretamente nos gestos corporais e nas nossas expressões faciais”. (p. 09) Dessa forma a nossa mente pode decidir manifestar o mínimo possível, de forma verbal, tais sensações e emoções.

    Ekman (2011) complementa dizendo que as emoções determinam a nossa qualidade de vida. Elas estão presentes em todos os relacionamentos como: no trabalho, nas amizades, nas interações familiares, na interação do aluno com o professor e nos relacionamentos íntimos. Podendo nos fazer agir de uma maneira que achamos realista e apropriado, mas também podendo nos levar a agir de uma forma extrema, onde poderemos nos arrepender mais tarde.

    Ressalta que as emoções podem começar tão rápidas, que a nossa consciência não acompanha o que ativa uma emoção em nossa mente numa determinada situação. Essa velocidade pode salvar nossas vidas em uma emergência, ou pode também destruir e arruiná-la quando agimos exageradamente. É difícil ter controle ao que nos deixa emocionados, mas é possível, realizar algumas mudanças que ativam as nossas emoções e em nosso comportamento quando estamos emocionados.

    Ekman (2011, p.15) enfatiza dizendo:

    Cada emoção também gera um padrão único de sensações em nosso corpo. Ao nos familiarizamos com elas, podemos ficar cientes, desde o início, de nossa resposta emocional, a fim de termos alguma chance de escolher se conservamos a emoção ou se interferimos nela. Cada emoção também representa sinais únicos, principalmente na fisionomia e na voz.

    Lemos (2006) pontua que uma comunicação facial transmite fortemente sobre o estado emocional do emissor. A pesquisa mostra que há sete emoções universais que manifestam diferentes significados, que são: a alegria, o medo, a surpresa, a tristeza, a raiva, o nojo e o desprezo. Numa conversa é de suma importância que as expressões faciais estejam coerentes com as emoções, pois as pessoas ao se comunicarem observam se a fala está de acordo com os sinais expressos no rosto.

    Confirmando estas pesquisas, Ekman (2011) mostra-nos que em sua análise realizada com pessoas de diferentes países como: Chile, Argentina, Brasil, Japão, Estados Unidos e Nova Guiné na qual mostrou fotografias e vídeos de alguns filmes pedindo para que julgassem as emoções expostas em cada expressão facial, e gravou as expressões faciais das pessoas ao assistirem. Concluiu-se destacando que a maioria das pessoas demonstraram as mesmas emoções e expressões faciais e que as mesmas são realmente universais.

    A seguir, há uma seqüência de fotos das expressões faciais nas quais Ekman (2011) citou como sendo as sete expressões universais.

Figura 1. Expressão de alegria

Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2012/05/conhecendo-e-entendendo-as-expressoes.html

    Na alegria os lábios são puxados para trás e para cima, empurrando as bochechas; as pálpebras inferiores também se elevam e aparecem rugas na parte externa dos olhos, feito pés de galinha; um detalhe fundamental é que não existe tensão na testa.

    Ekman (2011) diz que as emoções agradáveis, ou seja, alegres estimulam nossas vidas; motivam-nos a fazer coisas que, em geral, são boas para nós. Estimula nosso envolvimento à atividade necessária para que nossa espécie sobreviva.

Figura 2. Expressão de Medo

Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2012/05/conhecendo-e-entendendo-as-expressoes.html

    No medo as pálpebras inferiores se estendem acompanhadas das pálpebras superiores erguidas, sobrancelhas levantadas, os lábios esticam para trás, na direção dos olhos.

    Ekman (2011) diz que quando sentimos algum tipo de medo, quando temos consciência de que estamos amedrontados, é difícil sentir ou pensar outra coisa por algum tempo. Nossa mente e nossa atenção estão concentradas na ameaça. Quando ela é imediata, concentramo-nos até a eliminarmos, ou, se vemos que não somos capazes disso, nossos sentimentos podem se transformar em pavor.

Figura 3. Expressão de Surpresa

Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2012/05/conhecendo-e-entendendo-as-expressoes.html

    Na surpresa, ao se erguerem as sobrancelhas costuma formar rugas horizontais na testa; as pálpebras superiores sobem, sem tensão; o maxilar relaxa, deixando a boca entreaberta e abaixando as pálpebras inferiores assim os olhos se arregalam.

    Ekman (2011) diz que a surpresa é a mais breve de todas as emoções. Dura, no máximo, alguns poucos segundos. Logo a surpresa passa, enquanto entendemos o que está acontecendo. Então esta se mistura ao medo, à diversão, ao alívio, à raiva, à aversão etc., dependendo do que surpreendeu. Também pode ser seguida de nenhuma emoção, se determinado que o evento surpreendente não tivesse conseqüências.

Figura 4. Expressão de Tristeza

Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2012/05/conhecendo-e-entendendo-as-expressoes.html

    Na tristeza, os cantos internos das sobrancelhas estão erguidos, as pálpebras superiores ligeiramente curvadas e os cantos da boca, abaixados.

    Ekman (2011) diz que a tristeza é uma das emoções de mais longa duração. É um período que a pessoa se sente totalmente desamparada. A tristeza e a angústia nas expressões faciais e vocais que pedem a ajuda dos outros. O apoio social, as atenções dos amigos e da família curam. No entanto, reconhecer a tristeza quando ela é sutil revela que algo importante acontece ou pode estar acontecendo, que isso envolve perda e necessidade de apoio.

Figura 5. Expressão de Raiva

Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2012/05/conhecendo-e-entendendo-as-expressoes.html

    Na raiva, as sobrancelhas abaixadas, pálpebras inferiores flexionadas e superiores levantadas, lábios apertados.

    Ekman (2011) diz que a raiva é a emoção mais perigosa, pois, pode-se fazer mal ao alvo original. Podem ser somente palavras raivosas, gritadas ou proferidas agressivamente, mas a intenção é a mesma: fazer mal. Demonstrar a raiva tem um preço, as ações e palavras raivosas podem prejudicar um relacionamento momentaneamente e, até permanentemente. Muitas vezes provocam retaliações furiosas, mesmo sem ações ou palavras furiosas, nossa expressão facial ou tom de voz sinaliza nosso sentimento negativo ao alvo.

Figura 6. Expressão de Nojo

Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2012/05/conhecendo-e-entendendo-as-expressoes.html

    No nojo as sobrancelhas se abaixam, sem se aproximar; o lábio superior é puxado para cima empurrando as bochechas na mesma direção; assim podem aparecer rugas no nariz e o lábio inferior se contrai para fora.

    Ekman (2011) diz que o nojo é uma emoção negativa não provocando sensações agradáveis. Quando o nojo é intenso, não resta dúvida de que as sensações são desagradáveis, conduzindo à náusea.

Figura 7. Expressão de Desprezo

Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2012/05/conhecendo-e-entendendo-as-expressoes.html

    No desprezo, os lábios se comprimem, um contra o outro e um canto é puxado para cima.

    Ekman (2011) diz que o desprezo só é vivenciado a respeito de pessoas ou ações. Ao não gostar de pessoas ou de suas ações por desprezo, você se sente superior (em geral, moralmente). Este expressa poder ou status, a incerteza a respeito do próprio status tende a manifestar desprezo para afirmar sua superioridade sobre os outros.

    Portanto, Ekman (2011) afirma que as emoções mudam a nossa forma de ver o mundo e de interpretar as ações das outras pessoas. Não procuramos descobrir por que sentimos determinada emoção, ao contrário, procura-se confirma-la. Faz-se uma avaliação do que está acontecendo naquela ocasião e assim justifica-se e mante-se a emoção. Em diferentes situações isso pode ajudar a tomar as decisões a respeito de como deve-se reagir à determinada emoção expressada, compreendendo assim a situação.

    Como pode-se observar a comunicação do corpo, diz muitas coisas tanto para nós como para aqueles que nos rodeiam. O corpo é antes de tudo um centro de informações.

    Silva et al. (2000, p. 53) atualmente confirmando que:

    Um observador atento consegue ver no outro quase tudo aquilo que o outro está escondendo – conscientemente ou não. Assim tudo aquilo que é dito pela comunicação verbal pode ser encontrado no tom de voz, na expressão facial, na forma dos gestos ou na atitude do indivíduo.

    Ekman (2011) finaliza afirmando que se nós soubemos identificar as emoções desde cedo, seríamos capazes de lidar melhor com as pessoas em diversas situações e controlar nossas próprias respostas emocionais aos sentimentos delas.

    Portanto, é fundamental a conscientização da comunicação não verbal e o impacto desta no ser humano, principalmente na fase da adolescência, a qual compreender-se-á no próximo capítulo, com ênfase no papel do educador físico.

As emoções e a adolescência

Caracterização da adolescência

    A família tem um papel de suma importância na vida e na definição do caráter dos filhos, Cheisa e Cruz (2002), destacam que a sociedade está buscando uma nova forma de relacionamento entre pais e filhos e Richter (1996) apud Cheisa e Cruz (2002), já fundamentava dizendo que são nas famílias onde acontecem muito dos conflitos emocionais e também os choques de gerações.

    Na maioria dos casos, é no início da adolescência que estes conflitos mais aparecem. Em consequência disso, muitos pais não conseguem acompanhar e muito menos entender tantas mudanças nos filhos. Assim a compreensão da inter-relação de uma pessoa na família é muito importante para os fatores sociais.

    Continuando, Cheisa e Cruz (2002) definem esta fase como uma profunda crise existencial e que é por este motivo que ocorre a instabilidade psicológica. Nitidamente a fase infantil da idade adulta é diferenciada, suas características são muito claras e precisas, diferentemente da adolescência. É totalmente natural um adolescente não ter estabelecido sua identidade. A dificuldade de um jovem nesta fase da vida em ser compreendido, está na perplexidade na qual é encontrada diante do próprio eu e nas mudanças comuns que ocorrem nesta época.

    Facci (2004) concorda que esta transição de etapas acaba se caracterizando por crises. Estas por sua vez aparecem no fim de uma etapa e no início da outra.

    Porém, Urribarri (2003) apud Macedo, Gobbi e Wascheburger (2009) vai de encontro concluindo que este período é caracterizado por mudanças e transformações e não por perdas.

    Macedo, Gobbi e Wascheburger (2009) complementam que é na adolescência onde o corpo sofre intensas modificações psíquicas e biológicas podendo até ser comparados a uma vivência de invasão.

    Cheisa e Cruz (2002) apresentam a adolescência como um período que vem logo após a infância, tendo seu início marcado pela puberdade que se caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas.

    Ferreira (1986) apud Cheisa e Cruz (2002) apresenta que este período é aproximadamente dos 12 aos 20 anos, e a Organização Mundial de Saúde, traz como o período da adolescência dos 10 aos 19 anos. Contudo, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (lei n°8.069 de 13 de julho de 1990), conclui que esta tem seu início aos 12 e se estende até os 18 anos de idade.

    É comum, segundo Cheisa e Cruz (2002), os adolescentes serem mal tratados e serem chamados de aborrecentes por conseqüência de alguns atos desrespeitosos e arrogantes. Como se percebe tudo é consequência da transição de fases.

    Estes não conseguem ficar quietos, pois estão cheios de energia, consequentemente aborrecendo outros, principalmente os mais velhos. Na maioria das vezes, parece que estão ignorando o mundo ao seu redor, inclusive a família.

    Cheisa e Cruz (2002), dizem que, o adolescente está totalmente confuso, pois há pouco tempo era apenas criança com suas brincadeiras, atitudes e responsabilidades, podendo chorar e sorrir sem a menor dificuldade, nos momentos em que bem entende-se, era totalmente compreendido e aceito. Seu pai era um super-herói, o mais forte, mais alto e nunca errava. Já na adolescência pode-se sorrir, mais chorar só de vez em quando, pois cresceu e isto é coisa de criança, este percebe também que seu pai não é mais tão forte e alto como parecia e começa ver seus erros e defeitos.

    Acostumado com a infância, a partir do momento que entra nesta fase tudo muda radicalmente sofrendo assim consequências dolorosas, assim Macedo; Gobbi; Waschburger (2009, p. 91) enfaticamente:

    [...] A adolescência é uma idade da vida que reúne a experiência de rompimento em relação ao tempo infantil e o movimento em direção ao crescimento, há um tempo futuro. Esses movimentos psíquicos serão extremamente importantes no sentido de viabilizar o desprendimento do já vivido e o acesso àquilo que é desejado, mas também desconhecido e temido. Assim é preciso renunciar, perder algo, para adentrar nesse novo território.

    Além de todos estes sentimentos de perda, acontecem também muitas mudanças, tanto na parte física do adolescente quanto na emocional.

    Entende-se que as mudanças emocionais são tão dolorosas quanto as física como dizem Cheisa e Cruz (2002), que isso não significa que as mudanças físicas são simples. Nos meninos, as mudanças físicas vão desde a mudança da voz, surgimento de acne, crescimento muito rápido, locomoção aparentemente mais difícil, até cair com facilidade e mal coordenados, pois seu centro de gravidade está alterado. Já nas meninas a pele se modifica também inclusive com a aparição de acne, há uma falta de coordenação parecida com a dos meninos se tornando mais grave em algumas garotas sendo consequência do crescimento dos seios, fazendo algumas adolescentes ficarem envergonhadas, chegando ao ponto de usarem agasalhos grossos e quentes para esconder o crescimento dos seios até mesmo nas aulas de educação física, mesmo em dias quentes.

    Macedo, Gobbi e Waschburger (2009) complementam que sempre que o tema adolescência é abordado, o corpo sempre ganha um destaque. Pois é nele que vemos as mudanças acontecendo e também deixam muito claro as diferenças com relação à infância, se compondo de um território privilegiado de expressão, pois é através deste que tornam-se bem visíveis as desacomodações.

    Com tantas mudanças, os adolescentes acabam tendo inseguranças e sentem a necessidade da busca de sua identidade, construindo assim os grupos de amigos que lhes dão maior segurança, Deutsch (1977) apud Cheisa e Cruz (2002, p. 55) enfatizara que:

    Os adolescentes parecem ser todos iguais, fazem parte da mesma tribo; eles têm suas próprias músicas, danças, livros, líderes, heróis e idéias. Na adolescência esses indivíduos constroem uma nova identidade e sofrem influências mais diretas dos grupos à que pertencem. A mídia e os amigos têm participação direta nessa nova construção de identidade e/ou comportamento, ditando regras, padrões de beleza e incutindo na cabeça do adolescente, ainda que de forma sutil, que ele deve usar determinada roupa, perfume, frequentar determinado lugar, comer determinado alimento, para poderem ser aceitos pelo grupo.

    Com tanta influência e novas regras, tudo muda tornando assim esta fase, cheia de adaptações.

    De acordo com Facci (2004) o período mais crítico do desenvolvimento humano é na adolescência e segundo Elkonin (1987) apud Facci (2004) citava que a atividade especial nas relações íntimas entre os adolescentes é uma imitação, entre eles, das relações com os adultos. A interação entre eles é de acordo com as regras do grupo. As atividades que envolvem os estudos ainda são importantes para eles, dominarão assim, a estrutura geral das atividades de estudos.

    Vygotski (1996) apud Facci (2004) dizia que é nesta fase de mudanças que o adolescente desenvolve um importante avanço no desenvolvimento intelectual que consequentemente formam os verdadeiros conceitos. Este abrirá a mente do jovem para um mundo da consciência social, conhecimento da ciência, artes, dentre outros. Através deste pensamento por conceito ele consegue compreender a realidade e também as pessoas ao seu redor. Seus pensamentos concretos começam a pertencer ao passado e os abstratos começam a se desenvolver cada vez mais. Seus pensamentos vão se desenvolvendo, criando maturidade, tendo convicção interna, orientação dos seus interesses, normas de conduta, sentido ético, em seus desejos e propósitos.

    Cheisa e Cruz (2002) Complementam que à vulnerabilidade do adolescente pode muitas vezes depender das condições de vida. Quanto mais a família estiver envolvida nas questões do adolescente, maior sua autoconfiança, trazendo melhoras na autoestima e deixando-o mais protegido. O grupo no qual está inserido passa a ser tão importante que supera até seus próprios valores.

    Além da necessidade de ser aceito, para um adolescente se torna muito difícil vencer esta tendência na qual o grupo traz, pois este também dá força e coragem para coisas que sozinho jamais conseguiria.

    É este grupo que muitas vezes, se não na maioria delas, o influenciam a tomar decisões difíceis.

    Facci (2004, p. 70), neste mesmo sentido enfatiza que:

    [...] Ocorre uma mudança na posição que o jovem ocupa com relação ao adulto e suas forças físicas, juntamente com seus conhecimentos e capacidades, colocam-no, em certos casos, em pé de igualdade com os adultos, e, muitas vezes, até superior em alguns aspectos particulares. [...] Ele busca, na relação com o grupo, uma forma de posicionamento pessoal diante das questões que a realidade impõe à sua vida pessoal e social.

    Estas imposições acabam deixando-os inseguros, preocupados e até mesmo focados em fazer algo que consequentemente altera seu humor e suas emoções acabam ficando mais vulneráveis.

Adolescência e suas emoções

    De acordo com Cheisa e Cruz (2002) na fase da adolescência diferentemente da infância, quando este se encontra triste ou cansado, infelizmente não poderá ir para o colo dos pais, pois é muito pesado e grande para isso. Nesta fase, as decepções e frustrações são muito dolorosas e na maioria dos casos a família nem percebe e consequentemente não ajudam a superar.

    Parrott (2003) complementa que a maioria dos adolescentes quando passam por alguma dificuldade se retraem. Bloqueiam a ansiedade, com isso a uma há uma concessão para os conflitos interromperem inconscientemente seus pensamentos. Acabam transformando Impulsos que não são aceitos pela sociedade em comportamentos mais aceitos, apenas para esconder seus problemas. Ao serem magoados acabam usando um isolamento emocional para esconderem seus conflitos, ou seja, eles procuram interpretar a situação apenas por um olhar cognitivo para não lidar com sentimentos não desejáveis. Já em outros casos podem expressar seus sentimentos através do extravasamento, por meio de ações impulsivas pretendendo aliviar a tensão.

    Freitas e Noronha (2006) concordam e falam que a expressão dos sentimentos talvez possa ser explicada pela necessidade de expor, que está diretamente ligada com os sentimentos, além de distingui-los.

    É neste ponto em que os grupos tornam-se muito importantes, de acordo com Aberastury e Knobel (1981) apud Cheisa e Cruz (2002) é através da atuação destes que o adolescente encontra uma contradição entre os membros de suas famílias e os integrantes do grupo, além de definir uma identidade diferente do círculo fraternal.

    Wallon (1995) apud Cheisa e Cruz (2002), dizia também que para as emoções passem a fazer parte do desenvolvimento do indivíduo por um todo, precisam ser vivenciadas, dependendo muito do ambiente socialmente estabelecido.

    Com isso a prática de atividade física pode ajudar muito, pois esta aumenta a confiança e a autoestima, tornando-se muito importante para se obter uma vida saudável, pois funciona como sistema imunológico para a consciência. Não significa que estará imune a tudo, estará menos vulnerável e saberá se recuperar melhor e mais rápido.

    Com a atividade física e bons vínculos de confiança ficará mais fácil para o adolescente passar por esta fase, porém muitas vezes não é assim que acontece.

    Ferreira (2006, p. 208) diz que:

    [...] O adolescente vivencia estas mudanças e enfrenta processos conflituosos que, muitas vezes, não ganharam uma escuta sensível nem por parte da família, nem por parte dos profissionais, haja visto não haver, ainda, na área da saúde em especial, um incremento à informação de profissionais para entender essa faixa etária específica.

    Podemos ver que o professor tem um papel muito importante, assim como a família, mesmo não tendo uma matéria especializada na sua formação este tem que saber lidar com essas situações.

    Freitas e Noronha (2006) afirmam que o conhecimento das emoções, como se combinam e desenvolvem durante o tempo, tem grande valor para os relacionamentos e uma autocompreesão.

    Portanto, a família e os professores serão (ou teriam que ser) a base do adolescente ligado diretamente com a atividade física, é o que estudaremos mais no próximo tópico.

Atividade física, escola e família

    O que se evidencia até o momento é que os adolescentes necessitam de alguém de confiança que o ajude nesta fase e que uma vida ativa contribui muito para a melhora das consequências negativas.

    Cheisa e Cruz (2002) citam que ao praticarmos atividades físicas ou artísticas, haverá uma melhora no estado psíquico, humor e no nível de tolerância a dor, inclusive no estresse, pois durante essas práticas nosso organismo libera hormônios pelo sistema nervoso que funciona como estimulante natural. Essas atividades dão a oportunidade a quem pratica, a ter um contato com as sensações, emoções e pensamentos, proporcionando a oportunidade de relação com o mundo através da ação e do movimento.

    Como vimos acima uma das consequências da atividade física é o contato com a emoção na qual Fiamenghi (2001) apud Cheisa e Cruz (2002, p. 53) enfatiza dizendo que:

    A emoção pode ser definida como uma forma de expressar uma relação em que o indivíduo vivenciou com o seu ambiente, sentida e experimentada, na medida da sua motivação. Assim a emoção expressa o estado pessoal e a relação com o objetivo, por um lado e, por outro, reflete as formas ativas pelas quais os seres humanos se relacionam com o mundo.

    O autor destaca bastante sobre o efeito das emoções, mas outras coisas também influenciam e constroem o adolescente, uma delas é a cultura.

    Estes trazem consigo uma bagagem cultural e valores que segundo Marcon, Graça e Nascimento (2010) são construídas a partir do contexto familiar, escolar e extraescolar. Confirmam que a escola, semelhante à família tem um papel muito importante na definição dos valores e princípios dos adolescentes, e concluem que, mesmo não havendo um consenso na literatura, na área de educação física, há indícios da participação da família, sociedade e escola na formação dos conceitos sobre temas como saúde, estilos de vida não sedentário e práticas de atividades esportivas.

    Cheisa e Cruz (2002) já apresentavam este pensamento de uma criança que se desenvolve em um ambiente seguro, familiarmente saudável, tendo mais condições para poder desenvolver seus talentos e assim obter-se de competências.

    Ennis (1994), Machado et al. (2009), Sá (2000) e Zanetti et al.(2008) apud Marcon, Graça e Nascimento (2010) confirmam esta idéia pois dizem que em uma família onde prática esportiva for bastante incentivada até mesmo praticada, garante que esta criança (futuro adolescente) aprecie este estilo de vida.

    Figueira e Schwartz (2007) apud Marcon, Graça e Nascimento (2010) aprofundam dizendo que a família, mesmo não tendo o costume da prática de atividades físicas, se esta for expectadora de eventos esportivos, poderá desenvolver afinidade nos filhos com a atividade física através destas atitudes.

    A adolescência pode ser um período complicado, mais de acordo com Cheisa e Cruz (2002) basta saber como lidar com estes, passando confiança e assim fazendo-os expressar seus sentimentos. E usando a atividade física torna-se mais fácil o sentir, expressar, fazer, refletir, criar, crescer e conseqüentemente ser.

    Obtendo-se assim, uma grande responsabilidade sobre os adolescentes enfatizam que:

    As diferentes instâncias da vida (família, escola e sociedade) deixam marcas profundas na personalidade dos jovens que algumas de suas concepções não são alteradas nem mesmo por influência do processo de formação inicial (BEHETS; VERGAUWEN, 2006; FORMOSINHO, 2001 apud MARCON, GRAÇA e NASCIMENTO, 2010).

    Portanto a família, a sociedade e a escola na qual o professor está inserido, têm relações diretas com o adolescente, consequentemente sendo observado. Em alguns casos estes alunos passam mais tempo na escola com os professores do que em casa com sua família, aumentando ainda mais a responsabilidade do professor.

Considerações finais

    Pode-se perceber que o professor de educação física está intimamente ligado com o desenvolvimento do adolescente e sua formação de identidade. Sendo assim, torna-se necessário que este obtenha algumas habilidades.

    Mesquita (1997), afirmava que é de suma importância o reconhecimento da forma não verbal e de se expressar, principalmente os profissionais que trabalham diretamente com o corpo e com o movimento tem uma responsabilidade muito maior, como é o caso dos psicólogos, médicos e profissionais de educação física.

    O professor além de saber ler as mensagens não verbais de seus alunos, o mesmo deve ter consciência e saber usar o seu corpo e suas expressões, (comunicação não verbal), passando assim confiança ao adolescente.

    Parrotti (2003) confirma quando diz que o melhor instrumento para lhe dar com um adolescente é você mesmo, pois este logo perceberá se realmente está querendo lhe ajudar. Ele tem muita facilidade de perceber a falsidade ou sentimentos forçados, mesmo que as palavras sejam verdadeiras e sejam ditas nas horas certas, a sinceridade não pode falta nos olhos e posturas, dentre outros elementos não verbais.

    Consequentemente acaba-se trazendo um peso muito maior sobre as expressões e Mesquita (1997) já mencionava sobre a importância da comunicação não verbal para o desenvolvimento da competência social dos indivíduos, em sua vida diária e na atuação profissional, o que seria muito importante para os profissionais de educação física.

    Sousa, Leal e Sena (2010) atualizam dizendo ser fundamental obter-se de uma boa comunicação não verbal, podendo ocasionar melhoras no desempenho do docente em sala de aula.

    Oliveira (2010, p. 287) fala mais sobre a comunicação não verbal, dizendo que:

    Cada parte do corpo expressa conscientemente ou não, nossas crenças individuais ou coletivas, nossos desejos, nossas tradições culturais, nossas impressões mitológicas. Vasto são o campo do corpo simbólico e suas significações. Olhar para o corpo com outro olhar é perceber que nossas expressões refletem nossa alma. É perceber a interligação do físico e o psíquico. É perceber a beleza de enxergar nossa exteriorização corporal com nosso olhar interior, porque ela parte do próprio interior.

    Como esta comunicação é feita muitas vezes sem querer e até mesmo sem perceber o professor pode se ver em situações desconfortáveis. De acordo com Silva (2000) frequentemente o profissional se depara frente a uma situação onde tenta controlar suas expressões, tentando amenizar, disfarçar e até mesmo neutralizar para não interferir na relação.

    Ekman (2011) acrescenta que se soubermos identificar as emoções desde cedo, teremos mais facilidade em ajudar as pessoas e a controlar as próprias respostas emocionais aos sentimentos destas.

    Devido aos cursos de Ensino Superior não obterem uma matéria específica, poucos profissionais dão o valor necessário para esta comunicação não verbalizada, pois segundo Sousa, Leal e Sena (2010) muitos professores, supostamente, não entendem a importância da comunicação não verbal, podendo em alguns casos comprometer até a atenção do aluno. A raiva e a depressão, por exemplo, (ocorrida no professor ou aluno), impedem um aprendizado com eficiência. Docentes mais experientes buscam primeiramente estudar o estado emocional do aluno e a partir deste, tomar alguma atitude na qual auxiliará positivamente.

    Isso é um grande auxílio, pois é possível perceber grande parte do que o outro esconde tendo apenas uma boa percepção, Matthiesen et al. (2008) sugere que a linguagem passada pelo corpo deveria ser algo possível de se entender para qualquer educador. Certamente, o professor de educação física deveria obter um olhar mais crítico, pois é por meio desta matéria lecionada (Educação Física) que o aluno deveria conhecer seu próprio corpo.

    Os professores, principalmente de educação física, trabalham diretamente com o corpo e necessitam obter-se desta habilidade, pois segundo Campelo (1997) apud Matthiensen (2008, p. 137) diz que:

    [...] da retomada do “corpo como um texto”, um texto de cultura, cujas marcas, sensações, movimentos e estereótipos revelarão a cada um parte de si e do mundo. É, portanto, função do professor de educação física saber lê-lo de modo a poder ensinar aos seus alunos essa possibilidade, alfabetizando-os no campo da linguagem corporal.

    Portanto, conclui-se então que a comunicação não verbal é de suma importância na escola, pois deve ser utilizada pelo professor no decorrer de suas aulas, no auxílio a resoluções de problemas dos alunos e em seus aprendizados. Ajudando também numa melhora da relação entre professor e alunos, tendo grandes reflexos na vida social e familiar, causando assim consequências boas vindo da escola para a vida dos alunos. Incentivamos outras pesquisas sobre este tema, pois apresentou-se um pouco do assunto, tendo ainda muito a ser pesquisado.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 175 | Buenos Aires, Diciembre de 2012
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